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Farmacologia (FAR 532) Clara L. Vianna Aula 4 -> Farmacodinâmica (22.03.12) � O estudos farmacodinâmicos são quantificáveis; abrange os efeitos bioquímicos e biológicos dos fármacos e seu mecanismo de ação. � A farmacodinâmica tenta quantificar a resposta terapêutica do medicamento. � O fármaco ao chegar ao tecido-alvo, encontra uma estrutura biomolecular e vai se ligar à ela para desencadear o efeito terapêutico desejado. Porém o fármaco também pode se ligar a algo que não seja o tecido alvo desejado (tecido inespecífico); podendo também estimular uma macromolécula, gerando assim uma resposta, contudo essa não é terapêutica. �Histórico: Claude Bernard descobriu que o curare não atua nem no músculo, nem no nervo diretamente. John Langley descobriu que a atropina e a pilorcapina se ligam a uma substância receptora no organismo e formam um composto. Paul Erlich percebeu que os corantes se ligam a alguns tecidos e outro não; a partir disso, ele chamou esse composto (corante + estrutura) de BALA MÁGICA. Logo, ele foi o primeiro a dizer que o fármaco so vai fazer efeito farmacológico caso se ligue à alguma estrutura biomolecular. Hoje em dia porém sabe-se que existem medicamentos que fazem esse efeito sem se ligar à algo, porém a maioria segue a teoria do Paul Erlich. Emil Fischer descreveu que o fármaco segue o mesmo modelo de “chave-fechadura” da enzima com o substrato; sendo o fármaco a chave e o receptor a fechadura. � Um receptor seria toda susbtância química que altera a intensidade e a extensão de um processo biológico. Logo, ele tem a capacidade de modular um processo biológico. Ele é QUALQUER macromolécula que se liga a um fármaco e vai medear as ações desse. Para RANG & DALE no entanto, um receptor é uma macromolécula que medeia as ações com um ligante ENDÓGENO (hormônio, acetilcolina por exemplo). Esse receptor consegue transduzir uma mensagem trazida por um ligante (cortizol se liga no seu receptor por exemplo). Outro exemplo seria, um receptor transduzindo uma mensagem trazida pela adrenalina, desencadeando uma cascata de eventos biológicos. Porém durante a aula dada, um receptor será qualquer alvo farmacológico. � Um fármaco vai atuar de duas maneiras: 1. Inespecífica: rara, esse não vai interagir com nenhum receptor. Temos por exemplo, os antiácidos (vai neutralizar o meio sem se ligar a nenhuma estrutura do organismo), diuréticos e quelantes (esse no caso vai se ligar a um metal pesado, ou seja, não é nenhuma estrutura do organismo). 2. Específica: o fármaco vai se ligar à uma estrutura macromolecular (o ligante pode ser um neurotransmissor por exemplo que se liga a um receptor nicotínico, adrenérgico,etc.) Ou ainda, o fármaco pode se ligar a uma macromolécula que não possui ligante para composto endógenos, como enzimas, canais iônicos (com ativação desse), transportadores, etc. � Histórico: Clark disse que para o fármaco ter resposta máxima, é necessário ele ocupar todos os receptores. Por exemplo então, se o fármaco vai contrair o músculo, para houver contração máxima, é necessário a acetilcolina se ligar a todos os receptores que estão presentes nesse. Logo, há o embasamento na lei de ação de massas, no qual a intensidade do efeito farmacológico vai ser proporcional ao número de receptores ocupados. Arlens disse que para o fármaco se ligar a um receptor, ele precisa ter afinidade com esse. Alguns fármacos possui essa afinidade forte e outros possuem essa dimnuída. Além disso, também há a atividade intrínseca, no qual o fármaco pode desencadear uma cascata de efeitos biológicos no organismo. Pode ocorrer do fármaco ter afinidade e não ter uma atividade intrínseca, não desencadeando um efeito no organismo. Stephenson concordou com os outros, porém ele levantou a questão do porquê de um fármaco ter uma eficácia superior a outro se ambos ativam os mesmos receptores. Logo, esse trouxe o parâmetro de eficácia e potência. Ele vai relacionar a eficácia com o efeito máximo. O termo eficácia compreende o efeito máximo que um tecido pode produzir quando estimulado por um ligante. Alguns fármacos se ligam a todos os receptores e produzem eficácia máxima, já outros se ligam na mesma quantidade desses e não a produzem. O termo potência compreende o conceito de que alguns fármacos mesmo em doses menores, já produzem uma resposta terapêutica; já outros pra produzir a mesma resposta precisam de doses maiores. Logo, percebe-se que alguns medicamentos são potentes e outros menos. Portanto, há a relação da potência com a dose que é capaz de desencadear um efeito terapêutico; ou seja, quanto menor a dose mais potente é o medicamento e quanto mais dose necessita-se para desencadear o mesmo efeito, menos potente é o medicamento. � O fármaco se tem afinidade se liga ao receptor, caso a constante de associação desse for maior, ele vai formar um complexo fármaco-receptor, e se tiver uma atividade intrínseca, haverá desencadeamento de uma resposta biológica. Já, se esse complexo não possuir atividade intrínseca, não haverá tal desencadeamento. Esses dois fármacos são necessários. � A farmacodinâmica traz a constante de dissociação (Kd), que será K2/K1. Isso quer dizer que quanto maior o Kd, menos afinidade o fármaco terá com o receptor; já quanto menor o Kd, mais afinidade terá o fármaco. Logo, a constante de afinidade, é o inverso do Kd. EC50 = Concentração em que se atinge metade do efeito máximo. Kd = Concentração em que o ligante consegue atingir 50% dos receptores ligados. Percebe-se que Kd = EC50 � Logo, pode-se definir a potência pelo valor do Kd: A partir do gráfico, qual seria o mais potente? O fármaco A , pois o seu kd é menor, e esse é inversamente proporcional à afinidade do fármaco. Ou seja, ele atingiu o EC50 com uma menor concentração. � Já quanto à eficácia, o critério utilizado não é o Kd do medicamento, e sim sua altura no gráfico: Logo, a partir do gráfico acima qual seria o mais eficaz? O fármaco A, pois ele está atingindo 100% da eficácia máxima pelo gráfico dado. Pode ainda ocorrer, de ambos os fármacos terem a mesma eficácia: � A curva semi-logarítimica é a mais fácil de ser avaliada nessas situações da farmacodinâmica. � O fármaco de primeira escolha é sempre o mais EFICAZ; pois o mais potente se refere somente à dose. � Existe ainda esse tipo de gráfico, porém é pouco utilizado: � A curva semi-logarítima dá três parâmetros farmacodinâmicos: Pelo gráfico percebe-se que quanto maior a altura, maior a eficácia. Já em medicamentos que têm índice terapêutico estreito, possuem uma inclinção íngreme (perigoso!), no caso o medicamento A no gráfico abaixo: Percebe-se acima que a variação de doses de um estado de sedação para um de hipnose, é muito pequena. � Toda as curvas que foram demonstradas acima, exemplificam somente um fármaco AGONISTA; que nada mais é do que um fármaco que além de ter afinidade e se ligar com um receptor, possui atividade intrínseca, produzindo uma resposta. Já o ANTAGONISTA, é toda substância química que se liga à um receptor, porém não produz resposta biológica; logo percebe-se que esse tem afinidade para com o receptor, porém não possui atividade intrínseca. Logo, se um fármaco antagonista fosse representado em um gráfico de efeito-dose, seria assim: � O que determina se o fármaco é antagonista ou agonista, é o receptor. � O que mede a afinidade de um fármaco, são as ligações químicas, por exemplo de van der walls, iônicas, covalentes, etc. O que tiver maior afinidade é o que tem mais ligações, já o de menor, o que tiver menos desses. � O efeito do fármaco possui níveis, pode ser a nível molecular, celular, tecido ouorgão ou no organismo todo. Essas respostas são difíceis de se quantificar quanto a cada nível. � Os fármacos agonistas podem ser classificados em TOTAIS ou PARCIAIS: 1. Totais: Fármaco que quando se liga à um receptor vai produzir a eficácia máxima daquele tecido. Ex.: Adrenalina ao se ligar a um receptor adrenérgico. 2. Parciais: Fármaco que quando se ligar à todos os receptores não consegue produzir a eficácia máxima, portanto possui eficácia sub-máxima. Ex.: Ptolol (Beta-bloqueador). Esse fármaco têm importância farmacológica quando se deseja ter efeito de um medicamento, porém não o seu máximo e nem zerado. Isso não quer dizer que um agonista parcial é sempre menos potente que um agonista total. Para saber se um medicamento é agonista parcial ou total, localiza-se no gráfico o PLATÔ , que é a fase em que o medicamento já se ligou a todos os receptores possíveis e quer dizer que a resposta vai ser sempre aquela, por mais que a dose seja aumentada. Caso esse platô não tenha atingido eficácia de 100%, quer dizer que esse é um fármaco agonista parcial.
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