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11/09/2012 1 Interação droga-receptor FARMACODINÂMICA Estudo das interações entre fármacos e constituintes do organismo, as quais, por uma série subsequente de eventos (ação) resultam num efeito farmacológico Ação => Efeito 11/09/2012 2 F + Ptns F-Ptns Fármaco (Oral, SL, IM e SC) Absorção Fármaco (IV) TECIDOS Orgãos alvos Inespecíficos Fármaco + Receptores Fármaco-Receptor Distribuição Farmacodinâmica Metabolismo Excreção Renal Farmacocinética e Farmacodinâmica Farmacocinética Existe alguma substância receptora com a qual a atropina e a pilocarpina podem formar um composto John Langley, 1878 Histórico 11/09/2012 3 Histórico (Paul Ehrlich) “ Corpora non agunt nisi fixata” (“uma substância não age se não estiver ligada”)1854-1915 A bala mágica Teoria chave e fechadura Não é possível exibir esta imagem no momento. Emil Fischer 1895 11/09/2012 4 Conceitos Fármaco Uma substância química que altera a intensidade ou extensão de um processo biológico Receptor Qualquer macromolécula celular que se liga aos fármacos e medeia suas ações farmacológicas OS FÁRMACOS ATUAM DE DUAS MANEIRAS 1. INESPECÍFICA POUCOS FÁRMACOS ATUAM DESSE MODO O FÁRMACO NÃO INTERAGE COM NENHUM COMPONENTE DA ESTRUTURA CELULAR O FÁRMACO ATUA ATRAVÉS DE SIMPLES MECANISMOS RELACIONADOS AS SUAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS EXEMPLOS: 1. DIURÉTICOS OSMÓTICOS 2. ANTI-ÁCIDOS 3. QUELANTES: - DEFEROXAMINA: quela sais de ferro (transfusões – talassemia) - PENICILAMINA: quela cobre (evita sua deposição nos núcleos da base), quela cistina (evita lesão renal na cistinúria) 4. ANESTÉSICOS GASOSOS (Mecanismos de ação não relacionados a receptores) 11/09/2012 5 2. ESPECÍFICA A MAIORIA DOS FÁRMACOS ATUAM INTERAGINDO COM MACROMOLÉCULAS ESPECÍFICAS = RECEPTOR, PROMOVENDO IMPORTANTES ALTERAÇÕES FUNCIONAIS NAS CÉLULAS. QUALQUER COMPONENTE MACROMOLECULAR REPRESENTA UM RECEPTOR POTENCIAL (DESDE QUE SEJA ALVO PARA ALGUM FÁRMACO) I. MACROMOLÉCULAS QUE NÃO POSSUEM LIGANTES PARA COMPOSTOS ENDÓGENOS: ENZIMAS TRANSPORTADORES ALGUNS CANAIS IÔNICOS PROTEÍNAS ESTRUTURAIS ÁCIDOS NUCLÉICOS II. MACROMOLÉCULAS QUE FUNCIONAM COMO RECEPTORES PARA MODULADORES ENDÓGENOS NEUROTRANSMISSORES HORMÔNIOS CITOCINAS AUTACÓIDES FATORES DE CRESCIMENTO CANAIS REGULADOS POR LIGANTES 1933 1954 1956 Clark A intensidade do efeito farmacológico é proporcional ao número de receptores ocupados Ariens Afinidade e atividade intrínseca Stephenson Eficácia e potência Teorias de quantificação da interação fármaco- receptor Rang H.P. British Journal of Pharmacology (2006) 147, S9–S16 11/09/2012 6 Interação do fármaco com o receptor RESPOSTA+ Fármaco A Receptor AR β Afinidade (Km) Atividade intrínseca A tendência de um fármaco a se ligar ao receptor é governada pela sua afinidade A tendência para ativar o receptor uma vez ligada é governada pela sua eficácia SEM RESPOSTA+ Fármaco B Receptor BRK1 K2 Afinidade (Km) Sem Atividade intrínseca AR* K1 K2 Interação do fármaco com o receptor 11/09/2012 7 A REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA EQUAÇÃO NUMA ESCALA DECIMAL MOSTRA QUE ELA É DEFINIDA POR UMA HIPÉRBOLE Interação do fármaco com o receptor CONSIDERANDO QUE A REPRESENTAÇÃO LINEAR DA RELAÇÃO DOSE / RESPOSTA NA ESCALA DECIMAL É DE DIFÍCIL INTERPRETAÇÃO NORMALMENTE A MESMA RELAÇÃO É REPRESENTADA NUMA ESCALA SEMI-LOGARÍTMICA Para respostas entre 20 e 80% do efeito máximo teremos uma reta. O que facilita a comparação, por exemplo, de dois fármacos que atuam no mesmo receptor e que produzem o mesmo efeito. Interação do fármaco com o receptor 11/09/2012 8 utilizar o inverso da dose e o inverso do efeito Interação do fármaco com o receptor 11/09/2012 9 Concentração do agonista (escala linear) % EFEITO (RESPOSTA) 100 % 50 % 10 20 30 40 50 CE50 (DE50) Concentração do agonista (escala logarítimica) 100 % 50 % 1 10 100 Hipérbole retangular Sigmóide simétrica % EFEITO (RESPOSTA) CE50 (DE50) Curvas dose-resposta/concentração-efeito Diferenças entre Agonistas e Antagonistas Agonista Fármaco que modifica a atividade de um receptor específico; Antagonista Uma substância química que se liga a um receptor mas não produz resposta biológica. 11/09/2012 10 Parâmetros dose-efeito Eficácia É o efeito máximo, ou a habilidade de um fármaco, uma vez ligado ao receptor, modificar a sua função; refere-se à resposta bio- terapêutica máxima potencial que um medicamento pode produzir Potência Sensibilidade de um órgão ou tecido ao fármaco ou a habilidade de determinada dose provocar uma resposta biológica; Expressa como a quantidade de fármaco que desencadeia 50% da resposta máxima (CE50); Afinidade Mede a força da ligação e é determinada pelos tipos e número de ligações. Inversamente proporcional ao Kd Forças de ligação entre fármaco e receptores Ligações covalentes Pontes de hidrogênio Forças de Van der Waals Ligações iônicas 11/09/2012 11 Agonismos total e parcial 100 50 Log [agonista] A B CE50 A CE50 B POTÊNCIA EFICÁCIA Agonista total Agonista parcial Ex. adrenalina (total) e pindolol (parcial) 11/09/2012 12 Agonismo inverso Agonista Agonista inverso Concentração do agonista (M) M ud an ça n o ní ve l d e at iv aç ão d o re ce pt or ( % ) Nível constitutivo de ativação dos receptores Agonista inverso é uma droga com alta afinidade para com o receptor inativado 11/09/2012 13 Tipos de antagonismo Químico: Quelantes; Funcional: Fisiologicamente antagônicos; Competitivo: Antagonista e agonista ligam-se no mesmo sítio; Não-competitivo: Antagonista e agonista ligam-se em locais diferentes. 11/09/2012 14 11/09/2012 15 Classificação dos Receptores Receptores intracelulares Receptores acoplados a proteína G Canais iônicos dependentes de ligantes Enzimas reguladas por ligantes α β γ 11/09/2012 16 CANAIS IÔNICOS Existem 3 tipos: voltagem dependentes regulados por ligantes regulados por proteína G Todos regulam a condutância iônica Exemplo: Receptores ligados a canais 11/09/2012 17 CANAIS IÔNICOS CONTROLAM EVENTOS SINÁPTICOS MAIS RÁPIDOS ATUAM DESPOLARIZANDO EX.: AUMENTO DA CONDUTÂNCIA AO SÓDIO INIBINDO SAÍDA DE POTÁSSIO DA CÉLULA ATUAM HIPERPOLARIZANDO EX.: AUMENTO DA CONDUTÂNCIA AO CLORO OU POTÁSSIO PODEM ATUAR BLOQUEANDO CANAIS VOLTAGEM DEPENDENTES Os fármacos EXEMPLOS: BLOQUEADORES DE CANAIS DE SÓDIO: COCAINA – PROCAINA: ANESTÉSICOS LOCAIS SAXITOXINA :(MARÉ VERMELHA) TETRODOTOXINA: FUGU BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO VERAPAMIL – DILTIAZEN: ANTIARRÍTMICOS - VASODILATADORES CANAIS DE POTÁSSIO FECHAM OS CANAIS DE POTÁSSIO TETRAETILAMÔNIO SULFONILURÉIA: FECHA CANAL DE K+ E LIBERAÇÃO DE INSULINA ABREM CANAIS DE POTÁSSIO MINOXIDIL – HIDRALAZINA: TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ACETILCOLINA NO CORAÇÃO: BRADICARDIA DROGAS QUE ABREM CANAIS DE CLORO ÁLCOOL ETÍLICO BENZODIAZEPÍNICOS: ANSIOLÍTICOS 11/09/2012 18 Canais iônicos regulados por ligantes (receptores ionotrópicos) Exemplo: Enzimas reguladas por ligantes EXTRACELULAR INTRACELULAR localizam-se na membrana celular e são críticos para o crescimento e diferenciação celular atuam através da fosforilação de resíduos de tirosina fazem a transdução de sinal para: insulina fator de cresc. epidérmico fator de cresc. plaquetas 11/09/2012 19 E xem pl o: E nz im as r eg ul ad as p or li ga nt es Exemplo: Receptores acoplados a proteína G A PROTEÍNA G PODE : I. ACOPLAR-SE A CANAIS IÔNICOS LIGANTES atua despolarizando atua hiperpolarizando II. ACOPLAR-SE A RECEPTORES METABOTRÓPICOS ativando formação do 2o mensageiro Gs - Gq inibindo formação do 2o mensageiro ( Gi ) 11/09/2012 20 TRANSDUÇÃO DE SINAL DO RECEPTOR ACOPLADO À PROTEÍNA G TÉRMINO DA AÇÃO GTP é desfosforilado pela GTPase AMPc é metabolizado pela fosfodiesterase desfosforilado 11/09/2012 21 TRANSDUÇÃO DE SINAL DO RECEPTOR ACOPLADO À PROTEÍNA G Fármaco ADENILIL CICLASE 11/09/2012 22 Exemplos de funções celulares reguladas pelo AMPc Fármaco FOSFOLIPASE C 11/09/2012 23 Exemplos de funções celulares reguladas pelo DAG e IP3 Fármaco 11/09/2012 24 VANTAGEM DO RECEPTORES METABOTRÓPICOS 11/09/2012 25 Efetores ou alvos da proteina G incluem : Enzima adenilil-ciclase: responsável pela formação do AMPc; Fosfolipase C: responsável pela formação de trifosfato inositol (IP3) e diacilglicerol (DAG); Canais iônicos: particularmente canais de Ca++ e K+. Receptor intracelular 11/09/2012 26 ATP 2K+ 3 Na+Na + Interstício K+K+ Aldosterona Túbulo distal e ducto coletor Célula epitelial Exemplo de Receptores intracelulares Receptor de mineralocorticóide Espironolactona Eplerenona Luz Tubular Dose-PK-PD Link EFFECT Efficacy parameter Safety parameter DOSE IV, IM, SC Oral Inhalation Rectal Nasal spray DRUG CONCENTRATION Plasma / blood Urine Other biological samples VARIABILITY Effect Drug Concentration Time Drug Concentration 11/09/2012 27 Regulação dos receptores Os receptores estão sujeitos a várias regulações e aos controles homeostáticos; Eles podem ser submetidos a alterações dinâmicas na sua densidade (número por célula) ou na sua afinidade; As variações na sensibilidade do receptor a agonistas pode ocorrer tanto no sentido de diminuição (dessensibilização) como de aumento (hipersensibilização). Farmacocinética e Farmacodinâmica Plasma Intestino Pele Músculo Oral Intramuscular Intravenosa Transdérmica Fígado RinsMetabólitos Urina Sistema porta ADMINISTRAÇÃO ABSORÇÃO – DISTRIBUIÇÃO – BIOTRANSFORMAÇÃO EXCREÇÃO TECIDOS Fármaco+ Receptor F-R Sublingual Mucosa oral Fármaco Livre 11/09/2012 28 A terapêutica é ciência e arte. Para bem aplicá-la é necessário aliar conhecimentos de farmacocinética e farmacodinâmica, evidências científicas e experiência clínica com sabedoria e bom senso. José Ramires
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