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1 ANESTÉSICOS LOCAIS ANESTÉSICOS LOCAIS Fisiologia da Nocicepção 2 Tamanho relativo e suscetibilidade das fibras nervosas ao bloqueio Tipos Função Diâmetro m Mielin. Vc (m/s) Bloqueio A Motora, propriocepção 12- 20 Intensa 70 – 120 + A Tato, pressão 5 – 20 Intensa 30 – 70 ++ A Tendões, fusos musculares 3 – 6 Intensa 15 – 30 ++ A Primeira dor, temperatura 2 – 5 Intensa 12 – 30 +++ Tipo B pré-ganglionar < 3 Leve 3 – 15 ++++ Tipo C Simpática pós-ganglionar 0,3 – 1,3 Não 0,7 – 2,3 ++++ Tipo C Raiz dorsal Segunda dor 0,4 –1,2 Não 0,1– 2,3 ++++ ANESTÉSICOS LOCAIS Definição Bloqueio temporário e localizado da condução nervosa podendo acarretar perda da sensibilidade e da motricidade, dependendo da dose e local de administração. 3 Tipos de anestesias Histórico Éster - C - O - O O-CH3O C N-CH3 Cocaína 1860 – Albert Nieman (isolamento) Sigmund Freud (ações SNC) 1884 – Carl Koller – Anestesia oftálmica 1905 – Einhorn – Síntese da Procaína 1943 – Lofgren – Síntese da Lidocaína 4 Cocaína Química e Classificação H2N - - C - O - (CH2)2 - N R1 R2 O - N R2 R3O - NH – C – CH R1 Região lipofílica (anel aromático) Região Hidrofílca (Amina) Cadeia Intermediária Éster Amida Ésteres: Procaína Tetracaína Amida: Lidocaína Bupivacaína Ropivacaína Prilocaína 5 Propriedades Físico-químicas BASE CÁTIONpKa = 8-9 H+ NH C=O CH2 N 5H2C C2H5 -CH3H3C- NH C=O CH2 N 5H2C C2H5 -CH3H3C- H + ALHCl ALH+ + Cl- M em brana C elularLipossolúvel DIFUSÍVEL Hidrossolúvel NÃO-DIFUSÍVEL Difusão dos ALs – Penetração e latência Axônio Bainha de mielina B BH+ B BH+ B BH+ Canais Na+ Anestésico % da BASE pH do meio pKa 7 7,4 7,8 Benzocaína 3,5 100 100 100 Lidocaína 7,9 11 24 44 Bupivacaína 8,1 7 17 33 Tetracaína 8,6 6 14 28 Procaína 8,9 1 3 7 Grau de ionização do AL depende do pH do meio PH do meio (pH<pKa) ionização - Penetração - Efeito B + H+ BH+ 6 Anestésicos locais e pH do meio Potência e Duração de Ação Anestésico Latência (min) Duração (h) Potência Dose máxima (mg/kg) Procaína 0,2 - 15 < 1 1 12 Lidocaína 0,2 - 15 1 - 2 4 4,51 ou 82 Prilocaína 0,2 - 15 1 - 2 2 8 Tetracaína 1 - 15 3 - 5 16 2 - 3 Bupivacaína 0,5 - 30 3 - 6 16 2 - 3 Ropivacaína 1- 20 3 - 4 12 2 - 3 Curta Duração: Procaína Duração Intermediária: Lidocaína, Prilocaína, Etidocaína Longa Duração: Tetracaína, Bupivacaína, Ropivacaína 7 Mecanismos de Ação Bloqueio dos canais de Na+ - Efeito voltagem-dependente R A* I* Repolarização Na+ Canais de Na+ Sítio de interação com os ALs 8 Efeitos nas fibras nervosas PA A A C Canais de Na Narahashi e cols, 1971 QX314+ Na+ B BH+ B BH+ B BH+ QX314+ PA Fatores que influenciam a ação dos ALs Lipossolubilidade Concentração no sítio de ação pH do meio Freqüência de ativação dos canais de Na+ Associação com vasoconstrictor 9 Associação dos ALs com agentes vasoconstrictores ALs + Epinefrina 1) Prolonga a duração anestésica 2) Riscos toxicidade 3) Sangramentos locais Vantagens Desvantagens 1) Inapropriada para regiões de baixo fluxo sanguíneo 2) Riscos de efeitos colaterais em pacientes cardiopatas Influência da epinefrina na duração da anestesia induzida pela lidocaína e etidocaína no bloqueio do nervo ulnar (min) Lidocaína 1 % Etidocaína 0,5 % 600200 400 Sem epinefrina Epinefrina 1:200.000 1g/200.000ml = 5g/ml* EFEITOS ADVERSOS - Intoxicação Nervos periféricos Dose Fibras simpáticas RVP – hipotensão Colapso circulatório Paralisia muscular Vaso sanguíneo Distúrbios de condução Arritmias Falência cardíaca doses: Vasoconstrição doses: Vasodilatação Parestesia – dislalia Zumbidos - Sonolência Agitação – Ansiedade – nervosismo Tremor – Convulsão – Inconsciência IRA – Choque 10 Efeitos adversos sistêmicos - Intoxicações Dose de Lidocaína Cp (g/ml) 3 5 7 9 12 Antiarrítmico Zumbidos – Parestesia - Dislalia Sedação – Confusão – Ansiedade Tremor Abalos - Inconsciência Convulsão – Coma IRA – Hipóxia - Choque Parada Cardíaca IRA = insuficiência respiratória aguda Tratamento das intoxicações PREVENTIVO: 1) Respeitar as doses máximas recomendadas 2) Aspiração antes e durante a injeção para evitar injeção intravascular 3) Acesso venoso, equipamento para assistência respiratória e circulatória. IMEDIATO: 1) Oxigenação e assistência ventilatória 2) Convulsão tônico-clônica Diazepam 3) Colapso circulatório Efedrina, dopamina 4) Parada cardíaca Massagem * A bupivacaína leva a depressão cardíaca grave de difícil reversão. 11 Usos terapêuticos Antiarrítmico (lidocaína) Para induzir ANESTESIA LOCAL PRINCIPAIS TÉCNICAS ANESTÉSICAS: A) Anestesia tópica B) Anestesia por infiltração C) Anestesia por bloqueio do nervo D) Anestesia epidural ou peridural E) Anestesia espinhal ou raquidiana Método Definição Tópica Aplicação tópica de AL em mucosas e na pele lesada Infiltração Infiltração diluída do AL sob a pele, na área da cirurgia, bloqueando as terminações nervosas sensitivas Bloqueio de nervo AL é injetado em torno do tronco nervoso (ex. plexo braquial) Espinhal AL é injetado no espaço subaracnóideo (L2-L3 ou L3-L4), abaixo da extremidade inferior da medula espinhal Epidural AL é injetado no espaço epidural ( externamente a dura-máter) Pode ser dividida em: torácica, lombar e caudal A anestesia epidural lombar afeta a mesma área da espinhal 12 ANESTESIA ESPINHALANESTESIA EPIDURAL Método Indicações Fármaco Efeitos adversos Tópica Nariz, boca, árvore brônquica, córnea, vias urinárias Lido Tetra Dibucaína EMLA Riscos de toxicidade em altas doses e em grandes áreas Infiltração Cirurgias menores Ex. biopsias, suturas Procaína* Lido* Bupi * Associação com adrenalina Bloqueio de nervo Cirurgias Odontologia Analgesia A maioria Posicionamento da agulha Espinhal Cirurgias do abdomen, pelve e membros inferiores *associação a opióides Lido Tetra Bupi Cefaléia (vazamento de LCR), hipotensão, náuseas, vômitos, bradicardia, assistolia e depressão respiratória Epidural Região torácica, lombar ou cervical * Parto sem dor Lido Bupi Hipotensão, bradicardia e depressão respiratória EMLA=lidocaína + prilocaína 13 CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO FÍSICO DA SOCIEDADE AMERICANA DE ANESTESIOLOGIA I Indivíduo normal saudável; II Paciente com doença sistêmica leve a moderada; III Paciente com doença sistêmica grave que limita a atividade, mas não é incapacitante; IV Paciente com doença sistêmica grave que limita a atividade, e é uma constante ameaça à vida; V Paciente moribundo cuja sobrevivência não deve ultrapassar 24 horas com ou sem uma cirurgia. VI Paciente clinicamente morto, sendo mantido para a coleta de órgãos
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