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Módulo ­ 4 cessao da recuperação judicial

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25/06/2015 UNIP ­ Universidade Paulista : DisciplinaOnline ­ Sistemas de conteúdo online para Alunos.
http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/14
              Módulo ­ 4
Concessão da Recuperação Judicial
 
Após o requerente da recuperação judicial apresentar em juízo seu plano, é publicado o
edital para conhecimento dos credores (art. 53, parágrafo único). No prazo fixado pelo juiz (ou
no  previsto  pela  lei),  qualquer  credor  pode  apresentar  objeção  ao  plano  elaborado  pela
sociedade devedora. O juiz deve, então, convocar a Assembleia de Credores para discutir e votar
o plano de recuperação judicial, eventuais planos alternativos, bem como as objeções aduzidas
(art. 56 da LRE).
Nos  cinco  dias  seguintes  à  juntada  aos  autos  da  ata  da  Assembleia  dos  Credores
aprovando  o  plano  de  recuperação  judicial,    a  sociedade  devedora  deve  apresentar  certidões
negativas  de  débitos  tributários  (art.  57).  Decorrido  esse  prazo,  os  autos  devem  ser
encaminhados  à  conclusão,  para  que  o  juiz  tome  uma  das  seguintes  decisões:  conceder  a
recuperação  judicial,  caso  tenham  sido  juntadas  as  certidões  negativas  de  débitos  tributários;
caso contrário, como o CTN estabelece que a inexistência de dívida tributária é condição para a
concessão da  recuperação  judicial  (art.  191–A),  o  juiz  deve  indeferir  o pedido de  recuperação
judicial.  Com  esse  indeferimento,  cessam  os  efeitos  do  despacho  de  processamento,  ou  seja,
voltando a tramitar os pedidos de falência, ações ou execuções que se encontravam suspensos.
Esse também é o momento de o juiz decidir se a concede ou nega se o plano não foi aprovado
pelo quórum qualificado dos credores, mas recebeu substancial apoio.   
 
Concedida  a  recuperação  judicial  pela  homologação  em  juízo  do  plano  aprovado  pelo
quórum qualificado de deliberação em Assembleia, seja pela aprovação do juiz com o apoio de
parcela substancial dos credores, encerra‐se a fase de deliberação e tem início a de execução.
Agravo  ‐  Contra  a  decisão  concessiva  caberá  recurso  de  agravo  (art.  59,  §  2º),  sem  efeito
suspensivo,  ao  qual  se  legitima  qualquer  credor  e  o  Ministério  Público.  O  recurso  só  pode
abordar o desatendimento das normas  legais sobre convocação e  instalação da Assembleia ou
quórum  de  deliberação.  Nenhuma  outra  matéria  pode  ser  questionada  nesse  recurso,  nem
mesmo o mérito do plano de recuperação aprovado.
A  decisão  concessiva  da  recuperação  judicial  é  título  executivo  judicial  (art.  59,  §  1º).
Assim,  se  o  plano  de  recuperação  prever  que  determinado  credor  será  pago  em  6 meses  da
concessão do benefício, vencido esse prazo, caberá àquele credor mover a cobrança executiva
contra  a  sociedade  empresária  em  recuperação.  O  plano  de  recuperação,  portanto,  deverá
instruir a execução, por ser este título executivo judicial apto a promovê‐la.
Em  princípio,  todos  os  credores  anteriores  ao  pedido  de  recuperação  judicial  estão
sujeitos aos efeitos do plano de recuperação aprovado em juízo (art. 59, caput). Mesmo os que
se  opuseram  ao  plano  e  votaram  por  sua  rejeição  devem  curvar‐se  à  decisão  judicial  com
respaldo na maioria dos credores. Se no plano aprovado em  juízo é prevista a substituição de
determinada garantia  real por outra de menor valor, o credor atingido simplesmente não tem
meios para se opor ao mérito dessa decisão. Entretanto, em caso de convolação em falência, a
substituição da garantia  se desfaz e o  credor  será pago, no processo  falimentar,  como se não
tivesse havido nenhum plano de recuperação judicial.
As novações, alterações e renegociações realizadas no âmbito da recuperação judicial são
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sempre  condicionais.  Isto  é,  são  eficazes  apenas  na  hipótese  de  o  plano  de  recuperação  ser
implementado e Ter sucesso. Caso se verifique a convolação da recuperação judicial em falência,
os credores retornam ao status quo ante.    
Os credores sujeitos aos efeitos da recuperação também conservam seu direitos contra
coobrigados,  fiadores  e  obrigados  de  regresso.  Desse  modo,  o  portador  de  nota  promissória
firmada  pela  sociedade  empresária  em  recuperação  pode  executar  o  avalista  desse  título  de
crédito, como se não houvesse o benefício.
Em resumo, a concessão da recuperação judicial obriga todos os credores anteriores ao
pedido, exceto os que não se sujeitam aos efeitos da medida.
Convém  mencionar,  as  hipóteses  de  credores  não  sujeitos  à  recuperação  judicial  em
termos  absolutos:  a)  a  do banco que antecipou ao exportador  recursos monetários  com base
num contrato de câmbio; b) proprietário  fiduciário, do arrendador mercantil e do proprietário
vendedor,  promitente  vendedor  ou  vendedor  com  reserva  de  domínio,  quando  do  respectivo
contrato  (alienação  fiduciária  em  garantia,  leasing,  venda  com  reserva  de  domínio)  consta
cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade. Tais credores não são atingidos pelos efeitos da
recuperação judicial. Poderão exercer seus direitos reais e contratuais nos termos da legislação
específica,  sem  que  a  recuperação  judicial  os  atinja.  Dessa  forma,  tais  credores  não  são
legitimados  à  Assembleia,  nem  o  valor  de  seus  créditos  são  computados  nos  quóruns  de
instalação e deliberação.
Viabilidade da Empresa
 
                Nem toda empresa merece ser recuperada. A reorganização de atividades econômicas
é  custosa.  Segundo  Fábio  Ulhoa  alguém  há  de  pagar  pela  recuperação,  seja  na  forma  de
investimentos  no  negócio  em  crise,  seja  em  perdas  parciais  ou  totais  de  crédito.  Como  os
principais agentes econômicos acabam repassando aos seus respectivos preços as taxas de riscos
associados  à  recuperação  judicial  ou  extrajudicial  do  devedor,  o  ônus  da  reorganização  das
empresas no Brasil recai na sociedade brasileira como um todo. O crédito bancário e os produtos
e serviços oferecidos e consumidos ficam mais caros porque parte dos juros e preços se destina
a socializar os efeitos da recuperação das empresas.
 
                Por exemplo, em diversos processos judiciais de recuperação, os bancos transformem
seus  créditos  em  capital,  pelo  plano  de  reorganização  aprovado  pela maioria  dos  credores  e
homologado pelo juiz. Ao invés do dinheiro emprestado, os bancos receberão ações ou quotas
da  sociedade  empresária  devedora,  tornando‐se  sócios  de  um negócio,  cujo  futuro  é  incerto.
Assim, se as medidas de recuperação tiverem êxito, os bancos receberão seu dinheiro de volta,
mas  do  contrário,  perderão  tudo.  Essa mudança  importará  alta  nas  taxas  de  juros  praticadas
pelos  bancos  e,  por  conseqüência  os  empresários  que  necessitem  de  crédito  acabarão
repassando o aumento a seus preços.
 
                                Se  é  a  sociedade  brasileira,  em  última  instância,  que  arca  com  os  custos  da
recuperação, é necessário que o Poder Judiciário seja criterioso ao definir quais as empresas que
merecem  ser  recuperadas.  Dessa  forma,  somente  as  empresas  viáveis  devem  ser  objeto  de
recuperação judicial ou extrajudicial.            
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                               O exame da viabilidade deve ser  feito pelo Poder  Judiciário  levando em conta os
seguintes fatores:
 
a)      Importância social. Para merecer a recuperação judicial, a sociedade empresária deve reunir
dois atributos: ter potencial econômico para reerguer‐se e importância social.Não basta que
os  especialistas  estejam  de  acordo  quanto  à  consistência  e  factibilidade  do  plano  de
reorganização do ponto de vista técnico. É necessário seja importante para a economia local,
regional ou nacional que aquela empresa se reorganize e volte a funcionar com regularidade.
 
b)           Mão‐de‐obra e  tecnologia empregadas. As  vezes esses  fatores  se excluem, por  vezes  se
completam. Em algumas indústrias, quanto mais moderna a tecnologia empregada, menor a
quantidade  de  empregados  e  maior  a  qualificação  deles.  No  setor  de  serviços,  no
telemarketing, é direta a relação entre modernidade tecnológica e volume de mão‐de‐obra.
A equação relacionada a esses fatores no exame da viabilidade da empresa, entretanto, nem
sempre  é  fácil  de  avaliar,  porque  pode  redundar  num  círculo  vicioso  (ex.  empresa
tecnologicamente  atrasada  depende  de modernização,  que  implica  em  desemprego,  caso
contrário, não poderá ser reorganizada). 
 
c)             Volume  do  ativo  e  passivo.  O  exame  da  viabilidade  da  empresa  em  crise  começa  pela
definição da natureza desta. Se a crise da empresa é econômica, financeira ou patrimonial.
Quando  a  crise  é  só  patrimonial,  deve‐se  avaliar  se  o  endividamento  da  sociedade  é
preocupante ou não. Ao invés disso, quando as crise se combinam, a recuperação depende
de  soluções  mais  complexas.O  volume  do  ativo  e  passivo  da  sociedade  é  importante
elemento da análise financeira de balanço.
 
d)           Tempo da empresa. Na verificação da viabilidade da empresa, deve‐se  levar em conta o
tempo em que ela  existe  e  está  funcionando. O maior ou menor  tempo de  constituição e
funcionamento influi no peso a ser concedido aos demais fatores. Ou seja, empresas muito
jovens só devem ter acesso à recuperação judicial se o potencial econômico e a importância
social forem realmente significativos.  
 
e)           Porte econômico. O exame de viabilidade deve  tratar do porte econômico da empresa a
recuperar.  As  medidas  de  reorganização  recomendadas  para  uma  grande  rede  de
supermercados não podem ser exigidas de um lojista microempresário. De qualquer forma,
quanto menor o porte da empresa, menos  importância social  terá, por ser mais  fácil a sua
substituição.
 
O exame de viabilidade, portanto, deve ser feito em função da importância social, mão‐de‐obra
e tecnologia empregadas, volume do ativo e passivo,  tempo de existência da empresa e porte
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econômico.
 
Meios de Recuperação da Empresa
 
A lei contempla lista exemplificativa dos meios de recuperação da atividade econômica (art. 50
da  LF).  Nela,  há  instrumentos  financeiros,  administrativos  e  jurídicos  que  são  empregados  na
superação da crise em empresas. A lista compreende:
 
1)           Concessão de prazos e  condições especiais para pagamentos das obrigações vencidas ou
vincendas.  Esse meio  de  recuperação  é  o  que mais  se  aproxima  da  concordata  (dilatória,
remissória ou mista);
 
2)            Cisão,  incorporação,  fusão  ou  transformação  de  sociedade,  constituição  de  subsidiária
integral,  ou  cessão  de  cotas  ou  ações,  respeitados  os  direitos  dos  sócios,  nos  termos  da
legislação vigente. As operações societárias, por si só, não são instrumentos jurídicos aptos a
propiciar a recuperação da empresa em crise;
 
3)      Alteração do controle societário. A alteração do controle societário pode ser total ou parcial;
no primeiro caso, ocorre a venda do poder de controle, enquanto no segundo, a admissão de
novo sócio no bloco controlador. A alteração deve ser precedida de medidas de revitalização
da empresa, como aumento do capital e mudanças na administração.
 
4)      Substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos
administrativos.  A  substituição  de  alguns  ou  de  todos  os  administradores  é  medida
geralmente necessária em qualquer recuperação de empresa. Além da substituição, pode ser
útil  também  a  modificação  dos  órgãos  societários  (por  exemplo:  criação  de  comitês
especializados nos Conselhos de Administração ou de conselhos consultivos) ou algum grau
de ingerência dos credores na administração da sociedade empresária em crise.
 
5)      Concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder de
veto em relação às matérias que o plano especificar. Trata‐se de admitir um grau mínimo de
ingerência dos  credores na administração da  sociedade empresária em  recuperação  (ex. o
direito dos credores de eleger um diretor da sociedade e de vetar negócios e operações que
possam aumentar o nível de endividamento).
 
6)            Aumento  do  capital  social.  De  modo  geral,  em  qualquer  empresa,  a  crise  econômica,
financeira ou patrimonial resolve‐se com ingresso de recursos. A reestruturação do capital é
o meio por excelência para a recuperação da generalidade das empresas em crise. 
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7)           Trespasse  ou  arrendamento de  estabelecimento,  inclusive  à  sociedade  constituída  pelos
próprios empregados. Esse meio de recuperação judicial importa na mudança de titularidade
ou na direção do estabelecimento empresarial da sociedade empresária em crise. A  lei  diz
que o arrendador pode ser sociedade dos empregados, mas a alternativa somente deve ser
adotada se pelo menos alguns dos  líderes dos empregados demonstrar ser empreendedor.
Caso contrário, faltará à sociedade dos empregados as condições essenciais para promover a
viabilização da empresa.  
 
8)           Redução salarial,  compensação de honorários e  redução da  jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva. Através de contrato coletivo de trabalho, que pode constar a redução de
salários e mudanças na jornada de trabalho, alcança‐se a recuperação da empresa, quando
as obrigações trabalhistas forem o diagnóstico da crise.
 
9)            Dação  em  pagamento  ou  novação  de  dívidas  do  passivo,  com  ou  sem  constituição  de
garantia própria ou de terceiro. Pela dação em pagamento um ou mais credores concordam
em  receber  bem  diverso  do  contratado  como  meio  de  solução  da  obrigação  ativa  que
titularizam; pela novação, substituem‐se elementos das obrigações existentes, dando ensejo
á sua substituição por outras, novas.
 
10)     Constituição de  sociedade de  credores. Os  credores  ao  constituírem uma  sociedade para
continuar  a  explorar  a  empresa  em  crise,  substituem  seus  direitos  de  credores  pelo  de
sócios,  ou  seja,  passam  a  ter  expectativa  de  lucros  na  hipótese  de  reorganização.  Uma
variação  desse meio  de  recuperação  é  a  capitalização  de  créditos,  ou  seja,  o  ingresso  de
credor na sociedade como sócio. Nesse caso, o credor concorda em substituir o crédito por
participação societária. Reduz‐se o passivo da sociedade ao mesmo tempo que aumenta seu
capital social (na hipótese de fracasso do plano de recuperação, o sócio retorna à condição
de credor).  
 
11)      Venda  parcial  dos  bens.  A  venda  de  bens  do  patrimônio  da  sociedade  devedora  pode
revelar‐se  medida  importante  na  obtenção  dos  recursos  necessários  para  a  recuperação
judicial. Deve‐se verificar a importância do bem a ser alienado (ex. venda do imóvel em que
se encontra o estabelecimento empresarial com cláusula de locação).
 
12)   Equalização de encargos financeiros relativos à débitos de qualquer natureza, tendo como
termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando‐se inclusiveaos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto na legislação específica. Trata‐se de
renegociar  o  passivo  da  sociedade  em crise. Os  bancos  e  empresas  de  fomento mercantil
padronizam os encargos financeiros de seus créditos, ajustando‐os ao menor dos praticados
no mercado.  Impõe‐se a determinados credores a  redução de seu direito creditório,  sob a
justificativa de que não lhes acarretará prejuízo.
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13)      Usufruto  da  empresa.  Trata‐se  de  medida  destinada  a  transferir  a  direção  da  atividade
econômica  em  crise  para  mãos  mais  hábeis  e  preparadas.  Pelo  usufruto,  o  usufrutuário
torna‐se novo dirigente do estabelecimento empresarial, revertendo‐se em seu benefício os
frutos da exploração deste.   
 
14)      Administração  compartilhada.  Refere‐se  a  lei  à  divisão  de  responsabilidades  entre  a
sociedade  devedora  e  seus  credores,  ou  parte  deles,  nas  decisões  administrativas  de
interesse da empresa em crise. Geralmente,  ocorre pela  indicação dos  credores de um ou
mais representantes nos órgãos de administração da sociedade devedora.  
 
15)      Emissão  de  valores  mobiliários.  Se  a  sociedade  empresária  que  pleiteia  a  recuperação
judicial é por ações, ela pode emitir debêntures ou outros valores mobiliários.
 
16)      Constituição  de  sociedade  de  propósito  específico  para  adjudicar,  em  pagamento  dos
créditos,  os  ativos  do  devedor.  Trata‐se  de  sociedade  constituída  exclusivamente  com  a
finalidade de adjudicar bens do ativo para pagamento dos  créditos  titularizados perante a
sociedade empresária devedora.      
 
Recuperação Extrajudicial
Requisitos:
                                A  sociedade  empresária  não  precisa  atender  a  nenhum  requisito  legal  para  a
recuperação  extrajudicial,  para  procurar  seus  credores  e  tentar  encontrar,  em  conjunto  com
eles,  uma  saída  para  a  crise  negocial.  Estando  todos  os  envolvidos  de  acordo,  assinam  os
instrumentos  de  novação  ou  renegociação  e  assumem,  por  livre manifestação  de  vontade,  as
suas obrigações.
Assim, não é necessário o preenchimento dos requisitos legais se todos os envolvidos aderiram
ao plano.
                A lei estabelece requisitos para a recuperação extrajudicial apenas para o devedor que
pretende, oportunamente, levar o acordo à homologação judicial.
Os  requisitos  legais  para  a  homologação  do  plano  de  recuperação  extrajudicial  são  de  duas
ordens:  subjetivos  (relativos  à  sociedade  empresária  requerente)  e  objetivos  (pertinentes  ao
plano submetido à homologação).
Requisitos subjetivos:
                                O  devedor  que  precisa  ou  pretende  requerer  a  homologação  da  recuperação
extrajudicial  deve  atender  às  mesmas  condições  estabelecidas  pela  lei  para  o  acesso  à
recuperação  judicial:  1)  não  estar  em  trâmite  nenhum  pedido  de  recuperação  judicial  da
sociedade  devedora  (art.  161,  §  3º,  primeira  parte,  da  LF);  2)  não  lhe  ter  sido  concedida,  há
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menos de 2 anos, recuperação judicial ou extrajudicial (art. 161, § 3º, Segunda parte, da LF).
Requisitos objetivos:
                               São cinco os  requisitos objetivos: 1) não pode ser previsto no plano o pagamento
antecipado  de  nenhuma  dívida  (art.  161,  §  2º,  primeira  parte,  da  LF);  2)  todos  os  credores
sujeitos ao plano devem receber tratamento paritário, vedado o favorecimento de alguns ou o
desfavorecimento apenas de parte deles  (art.  161,  § 2º,  segunda parte);  3) o plano não pode
abranger senão os créditos constituídos até a data do pedido de homologação (art. 163, § 1º, in
fine); 4) do plano só pode constar a alienação de bem gravado ou a supressão ou substituição de
garantia  real  se  com  a  medida  concordar  expressamente  o  credor  garantido  (hipotecário,
pignoratício) (art. 163, § 4º); e 5) o plano de recuperação não pode estabelecer o afastamento
da variação cambial nos créditos em moeda estrangeira sem contar com a anuência expressa do
respectivo credor (art. 163, § 5º).    
O Pedido/Plano de Recuperação:
                Há duas hipóteses de homologação em juízo do plano de recuperação extrajudicial. A
primeira, é denominada facultativa, trata‐se  da homologação do plano que conta com a adesão
da totalidade dos credores atingidos pelas medidas nele previstas. É a hipótese do art. 162 da LF.
Quando todos os credores aderirem ao plano de recuperação, a homologação não é obrigatória.
 
                A homologação facultativa pode ser justificada para revestir o ato de maior solenidade
e,  também,  para  possibilitar  a  alienação  por  hasta  judicial  de  filiais  ou  unidades  produtivas
isoladas, quando prevista a medida (art. 166 da LF).
                                O  pedido  de  homologação  facultativa  deve  ser  instruído  pelo  devedor  com  a
justificativa do pleito e o instrumento de recuperação extrajudicial (plano, acordo, termo e etc)
assinado por todos os credores que aderiram.
                A lei, no art. 161, reclama a observância dos requisitos previstos no art. 48 da LRE, ao
estabelecer que o pretendente à recuperação extrajudicial deve:
1)      exercer regularmente suas atividades há mais de 2 anos, ou seja, estar inscrito no Registro
de Empresas nesse período;
2)      não ser falido;
3)      se falido, que estejam extintas as obrigações, por sentença transitada em julgado;
4)      não ter, há pelo menos 5 anos, obtido concessão de recuperação judicial;
5)      não ter, há pelo menos 8 anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano
especial para micro e pequenas empresas; e
6)       não ter sido condenado por crime falimentar.        
Após  receber  a  petição  inicial  devidamente  instruída,  o  juiz  determina  a  publicação  de  edital
convocando os credores a apresentarem eventuais impugnações. O prazo para impugnar o plano
de recuperação extrajudicial é de 30 dias, seguintes à publicação do edital. Nos mesmos 30 dias,
o devedor requerente deve comprovar que comunicou, por carta, todos os credores sujeitos ao
plano, informando‐lhes a distribuição do pedido de homologação extrajudicial, as condições do
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plano apresentado e o prazo para a impugnação.
Impugnado  ou  não  o  plano,  o  juiz  decidirá  em  5  dias,  homologando  o  plano  de  recuperação
extrajudicial ou denegando a homologação.  
Além  da  homologação  facultativa,  há  também  a  homologação  obrigatória  do  plano  de
recuperação extrajudicial. Trata‐se da hipótese em que o devedor conseguiu obter a adesão de
parte significativa dos seus credores ao plano de recuperação, mas uma pequena minoria não
aderiu. Assim, com a homologação judicial do plano de recuperação extrajudicial, estende‐se os
efeitos do plano aos minoritários, suprimindo‐se a necessidade de sua adesão voluntária.
Para ser homologado com base no art. 163, o plano de recuperação extrajudicial deve conter a
assinatura  de  pelo  menos  3/5  de  todos  os  créditos  de  cada  espécie  por  ele  abrangidos.  Por
espécies de crédito se deve entender as classes referidas nos incisos II, IV, V, VI e VIII do art. 83:
1) crédito com garantia real; 2) crédito com privilégio especial; 3) crédito com privilégio geral; 4)
crédito  quirografário;  e  5)  crédito  subordinado.  A  adesão  ao  plano,  para  autorizar  sua
homologaçãoobrigatória,  deve  ser de  credores  titulares de pelo menos 3/5 dos  créditos  com
garantia  real,  de  pelo menos  3/5 dos  créditos  com privilégio  especial  e  assim por  diante  (art.
163, § 2º, da LF).
A instrução do pedido de homologação obrigatória deve ser mais complexa. Além da justificativa
e do plano  (com a  assinatura da maioria  aderente),  deve o devedor  apresentar  em  juízo  (art.
163, § 6º, da LF): a) exposição de sua situação patrimonial; b) demonstrações contábeis relativas
ao  último  exercício;  c)  demonstrações  contábeis  relativas  aos  3  últimos  exercícios  sociais
levantadas  especialmente  para  instruir  o  pedido  e  compostas  de  balanço  patrimonial,
demonstração de resultados acumulados, demonstração do resultado desde o último exercício
social; relatório gerencial de fluxo de caixa, bem como de sua projeção (inciso II, do art. 51, da
LRE);  d)  documentos  comprobatórios dos poderes dos  subscritores para novar ou  transigir;  e)
relação nominal completa dos credores.       
                               Pelo art. 162 da LRE, a  legitimação processual ativa para requerer a homologação
judicial do plano de recuperação é do devedor, pode ser pessoa natural (empresário) ou pessoa
jurídica  (sociedade empresária). No  tocante à  legitimação passiva, os  credores ocupam o pólo
passivo através de impugnações (art. 164).
                               Somente os credores que anuírem expressamente ao plano ficam sujeitos aos seus
efeitos. O papel dos credores que não aderirem será o de mera fiscalização, podendo quando o
plano já estiver em juízo para a homologação, manifestarem‐se sobre eventuais irregularidades
que recomedem sua rejeição. Nessa oportunidade também poderão aderir.  
Efeitos da Sentença:
                               A sentença homologatória do plano independe da manifestação dos credores e do
Ministério  Público.  Com  ou  sem  essa  participação,  o  juiz  julgará  a  regularidade  do  plano,
devendo verificar se não ocorreu conluio fraudulento entre o devedor e os credores signatários.
                Qualquer que seja a decisão judicial sobre o plano, o recurso cabível é de apelação sem
efeito suspensivo. Assim, se o juiz homologar o plano, embora haja recurso do Ministério Público
ou de algum credor dissidente, o que foi homologado começa a produzir efeitos.
                O plano de recuperação produz efeitos somente após sua homologação judicial, mas
nada  impede  (art.  165,  §1º,  da  LRE)  que  seja  estabelecida  a  produção de  efeitos  anteriores  à
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homologação, desde que tais efeitos se relacionem com a modificação do valor ou da forma de
pagamento.
                Se, após a distribuição do pedido de homologação, os credores signatários já receberem
parcelas de pagamento por conta, na hipótese de uma rejeição judicial, tais credores retornam à
condição original de exigibilidade de seus créditos, deduzidos os valores que já receberam.
                O plano de recuperação extrajudicial não determina a suspensão de ações e execuções
contra o devedor.
                               A distribuição do pedido de recuperação extrajudicial não previne a  jurisdição para
qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência do mesmo devedor.   
Créditos Sujeitos ou não à Recuperação:    
                                Alguns  credores  estão  fora  da  recuperação  extrajudicial, mesmo  a  homologada
judicialmente.
                               Os credores que não fazem parte da recuperação extrajudicial são: a)  titulares de
créditos derivados da relação empregatícia ou de acidente do trabalho; b) credor tributário; c)
proprietário fiduciário, arrendador mercantil, vendedor ou promitente vendedor de imóvel por
contrato irrevogável e vendedor titular de reserva de domínio; d) instituição financeira credora
por adiantamento ao exportador (§ 1º, do art. 161, da LRE).
                Após a distribuição do pedido de homologação, o credor que tiver aderido ao plano de
recuperação extrajudicial não pode dele desistir, a menos que os demais signatários concordem.
A anuência do devedor e de todos os credores é condição para a existência, validade e eficácia
do acordo.
Execução do Plano de Recuperação Judicial:
                Durante a fase de execução do processo de recuperação judicial, dá‐se cumprimento ao
plano de  recuperação aprovado em  juízo.  Em princípio  é  imutável  esse  plano.  Se  a  sociedade
devedora dele se desviar corre o risco de ter a falência decretada. Porém, é possível a hipótese
de revisão do plano de recuperação, sempre que a condição econômico‐financeira da sociedade
devedora passar por  considerável mudança. Nesse  caso,  admite‐se o  aditamento do plano de
recuperação  judicial,  mediante  retificação  pela  Assembleia  dos  Credores.  A  retificação  está
sujeita ao mesmo quórum qualificado exigido para a aprovação do plano original.   
                A sociedade empresária em recuperação judicial mantém sua personalidade jurídica.
Continua existindo como sujeito de direito apto a contrair obrigações e titularizar crédito. Só há
uma  restrição  em  sua  personalidade  jurídica.  Os  atos  de  alienação  ou  oneração  de  bens  ou
direitos  do  ativo  permanente  só  podem  ser  praticados  mediante  prévia  autorização  do  juiz,
ouvido o Comitê (art. 66). Se, no entanto, o plano de recuperação judicial prever a alienação ou
oneração de bens, nesse caso, independe de qualquer outra formalidade ou anuência, posto que
a utilidade do ato é presumida em termos absolutos.
                Durante toda a fase de execução, a sociedade empresária acrescentará ao seu nome a
expressão  “em  recuperação  judicial”  (art.  69),  para  conhecimento  de  todos  que  com  ela  se
relacionam negocial  ou  juridicamente.   A  omissão  dessas  expressões  implica  responsabilidade
civil direta e pessoal do administrador que tiver representado a sociedade em recuperação no
ato em que ela se verificou. Também será levado à inscrição na Junta Comercial o deferimento
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do benefício (art. 69, parágrafo único).   
                Quanto à administração da sociedade beneficiada pela recuperação judicial, há duas
hipóteses a considerar. Se os administradores eleitos pelos sócios ou acionista controlador estão
se  comportando  lícita  e  utilmente,  não  há  razões  para  removê‐los  da  administração.  Caso
contrário, o juiz determinará seu afastamento.
                Cabe o afastamento dos administradores quando (art. 64): a) tiverem sido condenados,
mediante sentença definitiva, por crime cometido em anterior recuperação judicial ou falência,
contra o patrimônio, a economia popular ou a ordem econômica; b) houver  indícios  fortes de
terem cometido crime falimentar; c) existirem provas de ação dolosa, simulada ou fraudulenta
contra os interesses dos credores; d) incorrerem em condutas incompatíveis com a situação de
crise econômico‐financeira da empresa, por exemplo, a descapitalização injustificada ou graves
omissões  na  relação  dos  credores;  e)  negarem‐se  a  fornecer  informações  solicitadas  pelo
administrador  judicial  ou  Comitê,  atrapalhando  o  exercício  da  função  fiscal  desses  órgãos  da
recuperação; f) sua substituição estiver prevista no plano de recuperação judicial aprovado.
 
O afastamento do sócio ou acionista controlador ocorrerá pela suspensão do seu direito de voto
na Assembleia Geral da  sociedade anônima em  recuperação;  já do administrador, mediante a
destituição do cargo.
Ao destituir a administração da sociedade em recuperação, ojuiz deve convocar a Assembleia
dos Credores para a eleição do gestor judicial (art. 65). Trata‐se de pessoa que irá administrar a
empresa em  recuperação.  Ao  gestor  compete  dirigir  a  atividade  econômica  e  implementar  o
plano de recuperação, após a sua aprovação. Ele passa a ser o representante legal da sociedade
devedora  nos  atos  de  gestão  da  empresa  (assinatura  de  cheques,  contratação  de  serviços,
compra de insumos, prática de atos societários e etc.).
O gestor não se torna, porém, o representante da sociedade em recuperação para todos os fins.
Nos  atos  relativos  à  tramitação  do  processo  de  recuperação  judicial,  a  sociedade  devedora
continuará sendo representada nos  termos de seus atos constitutivos. Compete, por exemplo,
aos diretores apresentar o plano de recuperação, prestar informações ao administrador judicial
ou ao juiz, apresentar relatórios etc.
Duas são as formas de encerramento da fase de execução do processo de recuperação judicial:
1ª)  Cumprimento  do  plano  de  recuperação  no  prazo  de  2  anos  (art.  61).  Nesse  caso,  o  juiz
profere a sentença de encerramento, determinando a quitação dos honorários do administrador
judicial e das custas  remanescentes, a apresentação em 15 dias do  relatório do administrador
judicial,  a  dissolução  dos  órgãos  auxiliares  da  recuperação  judicial  e  a  comunicação  à  Junta
Comercial do término do processo (art. 63). 2ª) Pedido de desistência da devedora beneficiada,
que  poderá  ser  apresentada  a  qualquer  tempo  e  está  sempre  sujeita  à  aprovação  pela
Assembleia Geral dos Credores.  
                Com a homologação da desistência, a sociedade devedora retorna à condição jurídica 
em  que  se  encontrava  antes  de  ter  apresentado  seu  pedido  de  recuperação  judicial.  As
alterações e renegociações ocorridas no transcorrer do processo serão totalmente  ineficazes e
os  credores  poderão  requerer  seus  direitos  originários,  como  se  o  processo  de  recuperação
simplesmente não tivesse existido.
Recuperação Judicial de Microempresa e Empresa de Pequeno Porte
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                Microempresário é o que aufere receita bruta anual de R$ 244.000,00, e o empresário
de  pequeno  porte,  entre  esse  valor  e  R$  1.200.000,00  (Lei  nº  9.841/99).  Se  a  sociedade
empresária  devedora  tem  faturamento  que  se  enquadra  num  desses  parâmetros,  sua
recuperação  judicial  será  viabilizada  na  lei  e,  em  decorrência,  adotará  rito  processual
simplificado.
                Em função da pequena dimensão do passivo e da pouca complexidade da recuperação
de  microempresas  ou  empresas  de  pequeno  porte  em  crise,  a  lei  adota  procedimento
simplificado.  A  lei    define  que  a  recuperação  opera‐se,  via  de  regra,  pelo  parcelamento  das
dívidas quirografárias existentes na data da distribuição do pedido.
                                       As obrigações sujeitas ao Plano Especial poderão ser pagas em até 36 parcelas
mensais,  iguais  e  sucessivas,  vencendo‐se  a  primeira  em  180  dias  da  data  da  distribuição  do
pedido de  recuperação  judicial  (art.  71 da  LRE). O número exato de parcelas  será definido na
proposta que o microempresário ou empresário de pequeno porte apresenta com o pedido de
recuperação  judicial.  O  parcelamento  estabelecido  na  lei  diz  respeito  apenas  ao  passivo
quirografário. As dívidas trabalhistas e fiscais do microempresário e do empresário de pequeno
porte não se submetem aos efeitos da recuperação.
                              O procedimento da recuperação judicial da microempresa ou empresa de pequeno
porte  é  bastante  simplificado.  A  Assembleia  Geral  dos  credores,  por  exemplo,  não  será
convocada  para  deliberar  sobre  o  Plano  Especial,  cabendo  sua  aprovação  ou  rejeição
exclusivamente ao juiz (art. 72).
                Inicia‐se o processo com a petição do devedor expondo as razões da crise e apresenta
proposta  de  renegociação  do  passivo,  conforme  os  parâmetros  legais  acima  indicados.  Na
maioria  das  vezes,  a  proposta  é  apresentada  de maneira mais  favorável  ao  devedor,  ou  seja,
dividindo o passivo em 36 parcelas. Apresentado e recebido o pedido de recuperação judicial, o
juiz  já  decide  de  pronto,  homologando  a  proposta  apresentada  pelo  microempresário  ou
empresário  de  pequeno  porte  ou  decretando  sua  falência.  Também  há  a  alternativa  de
determinar  a  retificação  do  Plano  Especial,  quando  estiver  em  desconformidade  com  os
parâmetros da  lei, hipótese em que a decretação da  falência caberá quando desobedecida ou
não atendida a determinação.           
                Desde o início do processo, cabe aos credores eventualmente interessados a iniciativa
de  apresentar  em  juízo  suas  objeções.  Não  serão  citados  ou  intimados,  nem  convocados  por
edital.  Sendo  apresentada  objeção,  cujo  conteúdo  só  pode  versar  sobre  a  adequação  da
proposta à lei, o juiz determinará ao requerente que se manifeste, oportunidade em que poderá
ocorrer a composição, mediante revisão da proposta por acordo entre as partes. Se, porém, a
empresa  devedora  questionar  a  manifestação  do  credor  e  insistir  na  proposta  inicial,  o  juiz
decidirá o conflito, determinando seu aditamento ou homologando‐a.
                Com a sentença de homologação da proposta de parcelamento, operam‐se os efeitos
do  benefício,  como  a  suspensão  das  ações  e  execuções  e  a  novação  das  obrigações
compreendidas no Plano Especial.
                As normas gerais estabelecidas para a recuperação judicial das empresas de médio ou
grande  porte  aplicam‐se  ao  procedimento  das  de  micro  ou  pequeno  porte,  quando  não
colidirem com as específicas deste.
Convolação em Falência:
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                A convolação da recuperação judicial em falência ocorre em 4 hipóteses (art. 73) :
a)            Deliberação  dos  credores.  A  convolação  em  falência  pode  decorrer  de  deliberação  da
Assembleia dos Credores (art. 42). Se a maioria do plenário calculada proporcionalmente ao
valor dos créditos dos presentes considerar que a situação de crise econômica, financeira ou
patrimonial da sociedade devedora é muito grave e que não há sentido em qualquer esforço
de  reorganização,  a  lei  lhe  concede  a  prerrogativa  de  abortar  o  processo  de  recuperação
judicial.  Tal  hipótese  se  verifica  nas  fases  de  postulação  e  deliberação.  Depois  de
homologado ou aprovado o plano pelo juiz, sendo este cumprido pelo devedor, os credores
não terão mais competência, para em Assembleia, votar a convolação em falência (inciso I).
b)      Não apresentação pelo devedor no prazo. A lei estabelece que a sociedade requerente deve
submeter ao juiz o plano de recuperação judicial no prazo de 60 dias, contados do despacho
que determina o processamento da recuperação (art. 53). Se não cumprir esse prazo, o juiz
deve decretar a falência, a lei veda qualquer tipo de prorrogação (inciso II).
c)       Rejeição de plano pela Assembleia dos Credores. A Assembleia dos Credores convocada pelo
juiz, apreciará, na mesma oportunidade, o plano de recuperação elaborado pela sociedade
requerente,  eventuais  planos  alternativos  (de  credor,  do  administrador  judicial  ou  do
Comitê)  e  as  objeções  apresentadas  em  juízo  (art.  56,  §  4º).  Se  da  deliberação  não  for
aprovado qualquer plano de recuperação, em razão da rejeição do plano apresentado pela
devedora, dos alternativos ou do acolhimento de objeção suscitada por credor, o  juiz deve
sentenciardecretando a falência (inciso III).
d)      Descumprimento do plano de recuperação. Na fase de execução, se a sociedade empresária
em recuperação judicial deixar de cumprir o plano homologado ou aprovado pelo juiz, tem
lugar  também  a  convolação  em  falência. Nessa  hipótese,  os  credores  serão  atendidos,  na
falência,  pelo  valor  e  classificação  dos  créditos  que  titularizavam  antes  do  processo  de
recuperação  judicial.  Há,  portanto,  uma  cláusula  resolutiva  tácita  em  qualquer  plano  de
recuperação judicial, que é o sucesso de sua implementação. Na hipótese de desobediência e
convolação da recuperação judicial em falência, opera‐se a resolução do plano. Em resumo, a
condição sob a qual os credores concordaram em rever seus direitos não se realizou e eles
retornam, por conseqüência, a situação anterior.
Convolada a recuperação judicial em falência, os credores posteriores à distribuição do pedido
serão reclassificados. Os quirografários serão tratados, na falência, como titulares de privilégio
geral, e os demais (com garantia real, com privilégio especial, subordinados, empregados etc.),
como credores extraconcursais. A reclassificação dos créditos constituídos após a distribuição do
pedido  de  recuperação  judicial  deve‐se  à  importância  deles  para  os  objetivos  desta.  Mesmo
frustrados esses com a falta ou o insucesso do plano e conseqüente decretação da falência, há
de se reconhecer que esses credores concederam crédito a uma empresa declaradamente em
crise, assumindo riscos consideráveis.   
 
Exercício resolvido:
Quais são os requisitos legais para a homologação da recuperação extrajudicial?
Os  requisitos  legais  para  a  homologação  do  plano  de  recuperação  extrajudicial  são  de  duas
ordens:  subjetivos  (relativos  à  sociedade  empresária  requerente)  e  objetivos  (pertinentes  ao
plano submetido à homologação).
25/06/2015 UNIP ­ Universidade Paulista : DisciplinaOnline ­ Sistemas de conteúdo online para Alunos.
http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 13/14
 
Exercício 1:
São critérios de verificação da viabilidade da empresa para uma possível recuperação judicial.
        I.            Importância social
      II.            Mão‐de‐obra e tecnologia empregadas
    III.            Volume do ativo e passivo
    IV.            Tempo da empresa
      V.            Porte econômico
A ­ apenas as assertativas I e II estão corretas. 
B ­ apenas as assertativas II e III estão corretas. 
C ­ apenas as assertativas III e IV estão corretas. 
D ­ Todas as assertativas estão corretas 
E ­ nenhuma das assertativas está correta. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
A ­ .................
B ­ .................
C ­ .................
D ­ .................
Exercício 2:
São requisitos objetivos para Recuperação Extrajudicial:
A ­ a abrangência, no plano de recuperação, dos créditos constituídos até a data do pedido de
homologação 
B ­ não estar em trâmite nenhum pedido de recuperação judicial da sociedade devedora 
C ­ não lhe ter sido concedida, há menos de 2 anos, recuperação judicial ou extrajudicial 
D ­ nenhuma das alternativas anteriores 
E ­   o plano de recuperação não pode abranger os créditos constituídos até a data do pedido de
homologação. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A ­ .......................
Exercício 3:
A lei, no art. 161, reclama a observância dos requisitos previstos no art. 48 da LRE, ao
estabelecer que o pretendente à recuperação extrajudicial deve:
 
 
 
25/06/2015 UNIP ­ Universidade Paulista : DisciplinaOnline ­ Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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I.  exercer  regularmente  suas  atividades  há  mais  de  2  anos,  ou  seja,  estar  inscrito  no  Registro  de
Empresas nesse período;
II. não ser falido;
III. se falido, que estejam extintas as obrigações, por sentença transitada em julgado;
IV. não ter, há pelo menos 5 anos, obtido concessão de recuperação judicial;
V. não ter, há pelo menos 8 anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial
para micro e pequenas empresas; e não ter sido condenado por crime falimentar
 
qual ou quais assertativas são falsas?
A ­ apenas as assertativas II, III e VI estão incorretas 
B ­ apenas a assertativa I está incorreta 
C ­ apenas a assertativa V está incorreta 
D ­ todas as assertivas estão incorretas 
E ­ nenhumas das assertivas anteriores 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
A ­ .................
C ­ ......................
D ­ ......................
E ­ ......................
Exercício 4:
Sobre a decisão concessiva da recuperação judicial não se pode afirmar que:
A ­ constitui título executivo judicial; 
B ­ o Ministério Público tem legimidade da propor a medida cabível contra essa decisão; 
C ­ contra a decisão concessiva caberá recurso de agravo; 
D ­ contra a decisão concessiva caberá recurso de apelação; 
E ­ no recurso contra a decisão concessiva não se poderá abordar o mérito do plano de recuperação
aprovado. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
A ­ ..................
B ­ ..................
C ­ ..................
D ­ ..................

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