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Recuperação Empresariais Conceito: Recuperação judicial é aquele momento que a empresa está em dificuldade financeira, mas esta dificuldade é temporária; Fundamento: Lei 11.101/2005; Há 3 tipos de recuperação judicial: Judicial geral, judicial especial e extrajudicial; 1. Recuperação Judicial Geral, também chamada de Recuperação Judicial - Encontra-se expressa no art. 47, ela abrange qualquer empresa que possa falir e recuperar. Deve ter no mínimo 2 anos de existência e que no mínimo em 5 anos não tenha sofrido nenhuma recuperação. Depende da aceitação dos credores, quanto ao plano que ela oferece 2. Recuperação Judicial Especial - Encontra-se expressa no art. 70. Somente as microempresas e empresas de pequeno porte podem requerer esta modalidade de recuperação. Só abrange créditos quirografários. A princípio é o juiz que defere, não indagando se o credor aceita ou não. Congela-se os créditos, divide-se em 36 vezes, com juros da selic, com 180 dias para começar a pagar. 3. Recuperação Extrajudicial - art. 161. Não se exige tanta burocracia. Podendo seu contrato de novação ser feito até “em uma mesa de bar”; Onde o devedor chama/reúne seus credores, faz o contrato colocando cláusula de falência/Convocação de falência caso as medidas não sejam cumpridas. Possui este nome, porque começa fora do juízo, mas ela tem que entrar em juízo, para que possa ser homologado. Logo ela é judicial também. 1 Recuperação Judicial Conceito: Tentativa de reestruturação de empresas economicamente viáveis que passam por uma crise momentânea , buscando a manutenção da atividade empresarial, da função social, dos empregos e dos interesses dos credores. É um estímulo à atividade econômica . Tem empresas que estão fora - art. 2º traz o rol daquelas que não podem recuperar e nem falir; Art. 2º Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista; II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. O art 48 determina quais os requisitos para requerer uma recuperação; ● Manter suas atividades a mais de 2 anos; ● Não ser falido (mas, se foi, devem estar declaradas extintas todas as responsabilidades decorrentes da falência); ● Não ter obtido concessão de recuperação judicial há menos de 5 anos; ● Não ter obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial há menos de 5 anos; ● Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por crimes previstos na Lei 11.101; 2 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/96893/lei-de-recupera%C3%A7%C3%A3o-judicial-e-extrajudicial-e-de-fal%C3%AAncia-lei-11101-05 Assim, inicia-se com a petição inicial - art. 51 ( Iniciado a recuperação, não é possível desistir. Já que a recuperação só irá se encerrar com a sentença de extinção). Uma vez que a petição inicial é protocolizada , não tem ainda o contraditório. O juiz ao analisar e verificar a falta de documentos, irá determinar a emenda da petição. Efeitos do Deferimento da RJ: art. 6º ● Suspensão do curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor; Essa suspensão, no entanto, não pode exceder o prazo de 180 dias (Stay Period). O período do Stay não é automático, devendo ser deferido pelo juiz. Como a suspensão se dá em face do devedor, as execuções contra os fiadores e avalistas não são suspensas. Conforme interpretação jurisprudencial, o juiz pode deferir a suspensão dos efeitos dos protestos, uma vez que se entende que protestar é um ato de restrição patrimonial contra o devedor. ● Prosseguimento às ações que demandarem quantia ilíquida. ● Créditos apurados pela Justiça do Trabalho terão prosseguimento na Justiça Trabalhista; 3 Contudo, o juiz não pode restringir bens da empresa em Recuperação Judicial. O que pode ser feito é um pedido de reserva de valor ao juízo universal, a fim de garantir o crédito. ● As execuções fiscais prosseguirão independentemente do deferimento da Recuperação Judicial; art. 7º Porém, segundo a jurisprudência, o fisco não pode executar patrimônio da empresa. Além disso, os processos de execução fiscal não participam da Recuperação Judicial. ● Prevenção da jurisdição para qualquer outro pedido de Recuperação Judicial relativo ao mesmo devedor; art. 8º ● Estão sujeitos à Recuperação Judicial todos os créditos existentes na data do pedido; art. 49 Os credores do devedor conservam seus direitos contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso (§ 1o). ● Não se submetem aos efeitos da Recuperação Judicial o proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade e de 4 proprietário em contrato de venda com reserva de domínio; art. 49, § 3º Verificando-se que atende todos os requisitos, expedirá um despacho de processamento.De forma expressa, o juiz dará a ordem, por meio do despacho para que a empresa comece formalmente o seu processo de proposição de recuperação. Neste Despacho o juiz já nomeia um administrador judicial, que irá fiscalizar os administradores da empresa. Este administrador indicado pelo juiz, atenderá os requisitos do art. 21; Este despacho suspende todas as prescrições contra a empresa, pelo prazo de 180 dias. Determina 60 dias para que a empresa apresente seu plano de recuperação Judicial, sob pena de não atendendo a determinação, falir; Prazo de 15 dias para habilitar créditos, no caso de algum credor ter se esquecido de habilitar-se; Com este despacho determina a realização da Assembleia. Nesta assembléia, pode ser escolhido o comitê, sendo composto por 4 pessoas que vão votar por todos os credores, sendo: 1 - trabalhista; 2- com garantia real; 3- crédito quirografário; e 4- microempresa/empresa de pequeno porte. O comitê de credores - art.7; Assembléia Geral - art.35; Habilitação de Créditos - do art. 7º ao art.12º; As habilitações serão julgadas pelo administrador da empresa. Que se for aprovada (s), terá prazo de 10 dias para apresentar impugnação. E se houver impugnação. aquele crédito impugnado terá o prazo de 5 dias para se defender. 5 Meios de Requerimento da Empresa: Tudo isso enquanto corre o prazo para o plano de recuperação. Este plano de recuperação, trás as medidas para a empresa sairdo “buraco”/ da dificuldade econômica. Pode ser qualquer medida lícita, Os meios de reerguimento da empresa estão elencados no art. 50. Entre dos mais utilizados destacam-se: ● Concessão de prazos e condições especiais para o pagamento das obrigações vencidas ou vincendas; Isso se dá em virtude da natureza bilateral da Recuperação Judicial, uma vez que se pode negociais as condições de pagamento. Pode-se estabelecer a ampliação dos prazos, remissão parcial da dívida, ou, até mesmo, o deságio. Tendo a aceitação da maioria dos credores, todos os créditos submetidos à Recuperação Judicial sofrerão o efeito da novação . ● Cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de quotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente; 6 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 Tratam-se de medidas mais drásticas, por isso devem ser bastante discutidas entre os sócios. ● Dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro; A dação em pagamento pode ser realizada a um (ou alguns) dos credores, contando que haja a aprovação dos demais. A novação não precisa necessariamente estar expressa no plano de Recuperação Judicial, uma vez que decorre da própria Lei (art. 59). ● Venda parcial dos bens; Pode-se vender um bem que constitua garantia real de um dos credores, contando que este concorde expressamente com a venda. ● Equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica; 7 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 Os encargos financeiros são, muitas vezes, a causa do pedido de Recuperação Judicial. A equalização dos encargos é uma alternativa, visto que beneficia tanto a empresa quanto os credores. ● Abertura da sociedade para novos sócios Muitas vezes é necessário o aporte de capital para permitir a continuidade de atividade empresária. Uma vez que este plano é apresentado, começa a correr o prazo de 30 dias, para impugnação. Quem irá determinar que a medida (s) é cabível (eis), são os credores ( a empresa fica na mão dos credores); Se passando os 30 dias, ocorrendo a impugnação, será feito a assembléia geral, conforme art.55, onde os credores irão decidir; O plano passará por vários coreos, onde pelo menos metade de cada classe ou então metade do geral, poderão aprovar este plano. Aprovado por maioria, até aqueles que não gostaram do plano vão ser obrigados a aceitar. A lei determina que pode haver pedido de modificação no plano, a empresa escolhe, entre modificar ou falir. Sendo assim aprovado o plano pelos credores, começa a fase de recuperação. A recuperação não tem prazo máximo, mas possui regras, art.61. 2anos ... 1 ano Nos primeiros dois anos é considerado como o período crítico, pois se houver descumprimento é decretado falência automaticamente. Sendo feita pelo juiz de ofício; 8 No primeiro ano deve ser pago todo o crédito trabalhista que estiver atrasado, conforme art. 54; Devendo pagar no prazo de 1 mês/ 30 dias, os três últimos meses de salário atrasado. Passado o período crítico, deve ser cumprido absolutamente aquilo que foi determinado no plano de recuperação judicial. Em caso de descumprimento os credores é quem decidem, se decretam falência ou executam a dívida. Decorrendo todo o tempo pedido e cumprido todo o plano, será recuperada a empresa, e terá fim a recuperação. Mais caso tenha ocorrido o descumprimento , ocorrerá a execução ou a falência. A recuperação pode ser iniciada como pedido da própria empresa ( de forma autônoma) ou pode ser requerida no prazo de 10 dias no momento do contraditório, quando se tratar de falência. Na falência é citada a empresa, onde tem 10 dias para se defender. Nestes 10 dias, a empresa pode confessar a situação econômica, e querendo pode pedir a recuperação Judicial. Hipóteses de Convolação em Falência : As hipóteses estão elencadas no art. 73: ● Por deliberação da assembléia-geral de credores, na forma do art. 42 desta Lei; Quando os credores acreditarem que o plano de Recuperação Judicial é inviável, pode-se converter a Recuperação em Falência. 9 ● Pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do art. 53 desta Lei; O devedor tem o prazo de até 60 dias, contados do deferimento do processo de Recuperação Judicial, e sua participação é fundamental. Se o plano não for apresentado no prazo, o juiz pode decretar a Falência. ● Quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 4o do art. 56 desta Lei; Art. 56. Havendo objeção de qualquer credor ao plano de recuperação judicial, o juiz convocará a assembléia-geral de credores para deliberar sobre o plano de recuperação. § 4o Rejeitado o plano de recuperação pela assembléia-geral de credores, o juiz decretará a falência do devedor. ● Por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, na forma do § 1o do art. 61 desta Lei. Conforme o Parágrafo único desse artigo, o inadimplemento de obrigação não sujeita à recuperação judicial não impede a decretação de falência. 10 Art. 74. Na convolação da recuperação em falência, os atos de administração, endividamento, oneração ou alienação praticados; durante a recuperação judicial presumem-se válidos, desde que realizados na forma desta Lei. Falência Processo de execução coletiva onde todos os credores se reúnem no mesmo processo contra mesmo devedor, observando princípio da par conditio creditorum, visando a satisfação de seus créditos. Instituto destinado para os empresários, de acordo com art. 1º, LRE. O processo falimentar inicia-se com a sentença que decreta a falência. Até então, estamos diante da fase pré-falimentar. Para tanto, determinados pressupostos devem ser preenchidos: a) legitimidade passiva; b) legitimidade ativa; c) sentença. 11 Devedor empresário: art. 1º - sujeito que explora atividade econômica organizada (empresário individual; sociedade empresária; EIRELI). No entanto, art. 2º elenca grupo de pessoas que, mesmo explorando atividade econômica organizada, estão excluídos do regime falimentar. De acordo com I - as empresas públicas e sociedades de economia mista configuram-se como casos de não incidência absoluta;II - as sociedades ali elencadas, por força do disposto no art. 197, aplicam-se subsidiariamente a LRE enquanto não forem aprovadas as respectivas leis específicas. Atenção especial à críticas ao art. 2º, críticas estas feitas tanto em relação ao inciso I quanto em relação ao inciso II. No que s refere ao inciso I, a doutrina concorda no entendimento de que empresas públicas e sociedades de economia mista não se valerão do instituto da recuperação judicial e extrajudicial; no entanto, existem controvérsias no que se refere à incidência da falência. Parte da doutrina prega a inconstitucionalidade de referida norma por ferir art. 173, CF. Para tais autores, deste modo, aplica-se o instituto da falência às empresas públicas e sociedades de economia mista. Parte da doutrina, por sua vez, prega a incidência do instituto falimentar para as empresas públicas e sociedades de economia mista que exploram atividade econômica organizada, estando, portanto, excluídos do instituto da falência, as prestadoras de serviço público. Por fim, tem-se entendimento doutrinário que, por força do disposto no II, art. 2º, não há que se falar em incidência da Lei n. 11.101 para as empresas estatais. No que se refere ao inciso II, no que se refere à recuperação judicial e extrajudicial o entendimento é no sentido de que não se aplicam às sociedades ali elencadas. No entanto, no que se refere à falência, mais uma vez existem posicionamentos divergentes no sentido de que, a depender da sociedade trabalhada a falência poderá ser pedida pelo credor, pelo credor e interventor ou somente se observará o procedimento especial. Legitimidade ativa - art. 97: atenção! caso o credor se configure como empresário, para que ele requeira a falência de seu devedor, deverá estar devidamente registrado na Junta Comercial (art. 97, §1º). 12 Autofalência - arts 105 a 107: raro de ocorrer em termos práticos. Não há procedimento próprio, sendo a falência requerida pelo próprio devedor que entende que não possui os meios mínimos para buscar sua recuperação, antecipando-se, assim, ao pedido de falência dos seus credores. Foro competente: art. 3º - principal estabelecimento do devedor. Divergência doutrinária acerca de conceito de principal estabelecimento. Para STJ principal estabelecimento pode significar a) centro vital das principais atividades do devedor; b) local onde devedor mantém suas principais atividades e seu principal estabelecimento; c) local onde a atividade se mantém centralizada. De acordo com Enunciado 465, CJF: “para fins de Direito Falimentar, o local do principal estabelecimento é aquele de onde partem as decisões empresariais, e não necessariamente a sede indicada no registro público”. Pedido de Falência: art. 94 Resposta do Devedor (art. 96) - dez dias, podendo ser apresentado pedido de recuperação judicial, o que não significa dizer que o pedido incidental de recuperação judicial se assemelha à antiga concordata preventiva. Depósito Elisivo (art. 98) - efetuado durante o prazo de contestação e tem como finalidade evitar a decretação da falência. Possível nas hipóteses do art. 94, I e II. Decretação da Falência - efetivamente inicia o processo falimentar e os efeitos daí decorrentes. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação (art. 100), devendo, de qualquer modo, a sentença ser devidamente fundamentada (art. 203, §1º, CPC). O art. 99 elenca quais são os conteúdos específicos da sentença declaratória da falência. Atenção ao II, art 99 que cuida do termo legal da falência. 13 Nomeação do administrador judicial - pessoa natural ou pessoa jurídica especializada. Preferencialmente advogado, economista, contador ou administrador de empresa. Efeitos da decretação da falência Processo falimentar: o grande responsável pelo bom desenvolvimento do processo falimentar é o administrador judicial, que deverá proceder a arrecadação dos bens do falido e realizar o procedimento de verificação e habilitação dos créditos. Feita a arrecadação dos bens, deve-se realizar a sua arrematação para fins de pagamento dos credores devidamente habilitados, com base no art. 83 - credores concursais (vide art. 84 - credores extraconcursais). 14
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