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23/2/2014 1 XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 23/2/2014 2 Cálculo da pena Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. O cálculo da pena será feito por meio de um sistema de dosimetria pena, composto por três fases, onde em cada uma dessas fase a pena originalmente prevista no tipo penal será moldada de acordo com os critérios visto e estabelecidos no artigo 68 do CP. 23/2/2014 3 Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: a) Culpabilidade; b) Antecedentes; c) Conduta social; d) Personalidade do agente; e) Motivos; f) Circunstancias e consequências do crime; g) Comportamento da vítima. 23/2/2014 4 Homicídio simples Art 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. É a análise das circunstâncias judiciais que irá determinar se a pena base fica no mínimo ou não. Se favoráveis fica no mínimo, se desfavoráveis se fasta do mínimo. OBS – a contagem inicial é feita a parir da pena em abstrato prevista em lei. OBS – a dosagem desta pena é feita a parir da pena base fixada na 1ª fase. Circunstâncias agravantes Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: I - a reincidência; ** II - ter o agente cometido o crime: 23/2/2014 5 AntecedentesAntecedentesAntecedentesAntecedentesAntecedentesAntecedentesAntecedentesAntecedentes ≠≠≠≠≠≠≠≠ ReincidênciaReincidênciaReincidênciaReincidênciaReincidênciaReincidênciaReincidênciaReincidência Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Crime ACrime A Crime BCrime B Sentença T. J.Sentença T. J. AntecedentesAntecedentesAntecedentesAntecedentesAntecedentesAntecedentesAntecedentesAntecedentes Sentença T. J.Sentença T. J. Crime ACrime A Crime BCrime B Sentença T. J.Sentença T. J. ReincidênciaReincidênciaReincidênciaReincidênciaReincidênciaReincidênciaReincidênciaReincidência Sentença T. J.Sentença T. J. Circunstâncias agravantes Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: II - ter o agente cometido o crime: a) por motivo fútil ou torpe; b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; l) em estado de embriaguez preordenada. 23/2/2014 6 Circunstâncias atenuantes Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; II - o desconhecimento da lei; III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. 23/2/2014 7 •Motivos determinantes do crime – tais motivos referem-se às circunstâncias que motivaram a prática do crime, como, por exemplo, a vingança (motivo torpe). •Personalidade do agente – este por sua vez faz uma análise objetiva sobre a personalidade do agente, como por exemplo, sua idéia. •A reincidência – também como causa preponderando esta a reincidência, isso porque entendeu o legislador que sendo o individuo reincidente significa que a pena anteriormente aplicada não atingiu o seu fim ressocializador, tanto que voltou a delinquir. Logo, a prevalência da reincidência enquanto causa agravante se dá pela necessidade de ressocializar o agente, de forma que não volte a praticar infrações penais. “Ante a ausência de critérios previamente definidos pela lei penal, devemos considerar o princípio da razoabilidade como reitor para essa atenuação ou agravação da pena. Contudo, em face da fluidez desse conceito de razoabilidade, a doutrina tem entendido que “razoável” seria agravar ou atenuar a pena-base em ater um sexto do quantum fixado, fazendo-se, pois uma comparação com as causas de diminuição e de aumento de pena.” (GRECO, p.565, 2012) 23/2/2014 8 Depois de superada a análise sobre as circunstâncias judiciais (1ª fase) e das legais (2ª fase), resta apenas resolver a definição da pena. Nesta fase, serão consideradas as causas de aumento e de diminuição de pena espalhadas por toda legislação penal. Serve apenas para aumentar ou diminuir a pena previamente estabelecida no preceito secundário. Eleva ou diminui num quantum previamente estabelecido. Inova a punição prevista primariamente, estabelecendo uma nova punição dentro da mesma infração penal. Traz um novo preceito secundário. 23/2/2014 9 Circunstâncias Judiciais Art. 59 do CP Circunstâncias Legais Arts. 61, 62 e 65 do CP Causas de aumento e diminuição de pena. (...) Com tal diagnóstico, na 1ª. fase, em relação ao crime do art. 121, 2°, I, III e IV, do CPB com preponderância das circunstâncias desfavoráveis e reconhecidas as qualificadoras do motivo torpe, do emprego de asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima, fixo a pena base em 20 (vinte) anos de reclusão. Na 2ª fase, registro que durante todo o processo o réu negou qualquer envolvimento no crime, inclusive por ocasião do seu interrogatório ocorrido na data de ontem. Naquele depoimento, prestou esclarecimentos, identificando o executor do homicídio. Hoje, o réu, pediu para ser novamente ouvido, oportunidade em que reconheceu que sabia que a vítima ElisaSamúdio iria morrer. Não quis mais responder às perguntas. Data vênia, mas essa lacônica confissão não merece a mesma redução concedida ao corréu Luiz Henrique Ferreira Romão, no julgamento passado como quer a defesa. Naquela ocasião consignei que a admissão do réu Luiz Henrique de que realmente tinha levado Elisa Samúdio para ser executada, ao afirmar que a levou ao encontro com a morte, colocou uma pá de cal na discussão criada desde o início pela defesa dos acusados que sempre afirmou que Elisa estava viva. 23/2/2014 10 Dessarte, dou à confissão do réu Bruno Fernandes hoje no Plenário valoração que permite a redução pela atenuante em 03 (três) anos, ficando, pois, fixada em 17 (dezessete) anos de reclusão. Reconheço a agravante do art. 62, I, CPB, eis que sustentado no Plenário pela acusação que o réu agiu na qualidade de mandante da execução da vítima, fato este comprovado nos autos pela prova oral, mormente pela delação do corréu Luiz Henrique às f. 15898/15.909, de modo que majoro a pena de 06 (seis meses). A pena final, portanto, perfaz 17 (dezessete) anos e 06 (seis) meses de reclusão. Na 3º fase, registro que não há causas especiais de oscilação. A pena será cumprida em regime inicialmente fechado. No tocante ao crime do art. 148, § 1º, IV, do CP, já analisadas as circunstâncias judiciais, na sua maioria desfavoráveis, na 1ª. fase, fixo a pena base em 3 (três) anos de reclusão. Na 2ª fase, registro que não há atenuantes, havendo a agravante do art. 61, II, “e”, do CPB, eis que o crime foi praticado contra descendente, motivo pelo qual, majoro a pena de 03(três) meses. Na 3ª fase, não há causas especiais de oscilação, motivo pelo qual, fica a reprimenda, concretizada em 3 (três) anos e 3 (três) meses de reclusão.A pena será cumprida em regime aberto. No tocante ao crime do art. 211 do CP, já analisadas as circunstâncias judiciais, na sua maioria desfavoráveis, na 1ª. fase, fixo a pena base em 1 (um) ano e 06 meses de reclusão. Na 2ª fase, registro que não há atenuantes ou agravantes. Na 3ª fase, não há causas especiais de oscilação, motivo pelo qual, fica a reprimenda, concretizada em 1 (um) ano e 6 (seis) meses de reclusão. A pena será cumprida em regime aberto. Ficam, pois, as penas totalizadas em 22 (vinte e dois) anos e 03 (três) meses de reclusão, nos termos do art. 69 do CPB. (...) 23/2/2014 11 Em relação ao cálculo da pena, é correto afirmar que: (A) a análise da reincidência precede à verificação dos maus antecedentes, e eventual acréscimo de pena com base na reincidência deve ser posterior à redução pela participação de menor importância. (B) é defeso ao juiz fixar a pena intermediária em patamar acima do máximo previsto, ainda que haja circunstância agravante a ser considerada. (C) o acréscimo de pena pela embriaguez preordenada deve se feito posteriormente à redução pela confissão espontânea. (D) é possível que o juiz, analisando as circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal, fixe pena-base em patamar acima do máximo previsto. Exame de Ordem Unificado – 2011.1 DIREITO PENAL – QUESTÃO Nº 63
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