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Homeopatia na Medicina Veterinária

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CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
FAYGA PÂMELA MENTI
HOMEOPATIA VETERINÁRIA:
PRINCÍPIOS E APRESENTAÇÃO DE CASO CLÍNICO DE FELINO
Professoras: Evelin Azevedo
Viviane Pinto
CANOAS
2013/02
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	2
HISTÓRICO DA HOMEOPATIA	3
HOMEOPATIA VETERINÁRIA	4
DINÂMICA ENTRE SAÚDE E DOENÇA	5
DOENÇA AGUDA versus DOENÇA CRÔNICA	5
TERRENO	5
	Constituição	6
	Temperamento	6
	Diátese	6
PRINCÍPIOS CLÁSSICOS	7
	Lei Da Similaridade	7
	Vitalismo	7
	Lei Da Experimentação No Ser Vivo Saudável	7
	Lei Da Infinitesimalidade	8
	Lei Do Medicamento Único	8
	Lei Da Cura	8
MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO	9
	Farmacotécnica	9
	Potencialização	10
	Mecanismos de Ação	10
Física Quântica	11
Hormesis ou Lei de Arndt-Schultz e Regulação Cibernética	11
A teoria dos Significados Corporais e o Conceito de Biossemiótica	12
 Transferência da Frequência Energética Farmacológica e Memória da Água	12
Nanotecnologia	13
ANAMNESE HOMEOPÁTICA 	13
PRESCRIÇÃO DO MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO	14
AS TRÊS CORRENTES DA HOMEOPATIA	15
 APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO DA CLARINHA	16
ABORDAGEM HOMEOPÁTICA DA GENGIVO-ESTOMATITE CRÔNICA DA CLARINHA	18
PRESCRIÇÃO HOMEOPÁTICA PARA A CLARINHA	19
FIGURAS	21
CONCLUSÃO 	22
BIBLIOGRAFIA	23
	
	
			
INTRODUÇÃO
A homeopatia foi pensada e desenvolvida pelo médico alemão Samuel Hahnemann no final do século XVIII quando decepcionado com a alopatia idealizou a homeopatia, utilizando China officinalis (de onde se extrai a quinina) em si mesmo, que produziram os sintomas brandos da malária. Constatando o que Hipócrates há vários séculos havia enunciado: Similia similibus curentur, ou seja, semelhante cura o semelhante. Primeiramente a homeopatia foi utilizada em humanos e posteriormente em animais.
A homeopatia veterinária tem sido utilizada na Grã-Bretanha desde 1900, e nos últimos 20 anos, seu uso tem aumentado na América do Norte.
A terapêutica homeopática trabalha sobre as forças vitais de cada individuo para manter a homeostase fisiológica. Baseando-se que o fenômeno da vida inclui outras dimensões que precisam ser integradas e compreendidas, geram polêmica a cerca da eficiência da homeopatia. Atualmente o corpo ainda é visto de modo cartesiano, isto é, visto pelos seus aspectos mecânicos e químicos. Existindo cientistas dedicados aos estudos de energia e física quântica relacionando à homeopatia.
A intenção do presente trabalho é mostrar os princípios da homeopatia como opção válida de tratamento. Este trabalho também trás um caso clínico como demonstração da eficácia da homeopatia.
A paciente é um felino, chamada Clarinha, 4 anos de idade, apresenta uma gengivo-estomatite associada a calicivírus. Durante 2 anos foi tratada com alopatia sem resposta efetiva, proprietária recorre a homeopatia e a resposta torna-se efetiva.
A gengivo-estomatite é a causa mais frequente de doenças orais em felinos. caracterizada por uma inflamação difusa ulcero-proliferativa que acomete a mucosa alveolar, jugal, lingual e os palatos (mole e duro). Devido ao elevado período refratário e numerosas recidivas esta doença requer um tratamento individualizado.
HISTÓRICO DA HOMEOPATIA
Começa com Samuel Hahnemann, acadêmico de medicina em 1775 quando termina a faculdade em 1790, em Leipzig, inicia seus estudos sobre os diferentes efeitos dos componentes da natureza como animais, plantas e minerais em si, amigos e colegas voluntários, anotando tudo o que sentiam, física e emocionalmente. Depois de decepcionar-se com a alopatia.[1: (Lobão, 1994)]
Com seus estudos constatou que determinadas substâncias criavam efeitos brandos de sintomas de certas doenças, sendo assim, cada medicamento é único. Comprovando a Lei da Semelhança. [2: (Hamilton, 1999)]
No século XIX, a homeopatia disseminou-se por toda a Europa, Ásia e por toda a América.[3: (Lockie, 2001)]
Nos Estados Unidos, Constantine Hering (1800-1880), foi convidado a escrever um livro elucidando as teorias homeopáticas de Hahnemann, colocando-as em prática e confirmando seus resultados, passando a defender a prática homeopática.
Com Hering surgiu uma nova visão de cura: “Os pacientes apenas permanecem bem e realmente curados, quando se livram dos seus sintomas na ordem inversa à dos seu desenvolvimento”. Esta ideia demonstra os movimentos de cura do organismo: de dentro para fora, de cima para baixo, dos órgãos mais vitais para os menos, a reversão da ordem de aparecimento. [4: (Hamilton, 1999)]
Após a morte de Hahnemann, em 1843, a homeopatia já havia difundindo-se, embora com resistência. De 1860 a 1890, a homeopatia progrediu devido ao surgimento de hospitais e escolas homeopáticas, bem como novos ensaios medicamentosos.[5: (Lockie, 2001)]
Na primeira metade do século XX a homeopatia assiste um declínio devido a influência crescente da American Medical Association e da British Medical Association. Nos anos 90, professores britânicos difundem os cursos de homeopatia para a Europa Oriental e Rússia. Na América do Sul a homeopatia é ensinada em escolas de medicina.[6: (Lockie, 2001)]
HOMEOPATIA VETERINÁRIA
A palavra tem origem a partir de duas gregas, homios e pathos, que significam, respectivamente, semelhante e sofrimento, então, homeopatia significa semelhante ao sofrimento. (Clover, 1993).
A homeopatia é a forma holística de medicina, uma perspectiva sistêmica, com o intuito de auxiliar o corpo na sua cura tratando toda a individualidade do animal, para além dos sintomas físicos através da estimulação dos seus mecanismos naturais de defesa. [7: (Demers, 2007; Chappell, 1997)]
A homeopatia pode ser relacionada com a Teoria Geral Dos Sistemas, criada pelo biólogo alemão, Ludwig von Bertalanffy em 1954. A teoria consiste na inter-relação e interdependência entre os componentes que formam um sistema, um todo integrado no qual é impossível estudar seus elementos isoladamente e qualquer mudança numa das partes afetará todo o conjunto.[8: (Vanderlei, 2010)]
Ela também admite a existência de uma “força organizadora” que ajuda a manter os indivíduos saudáveis, chamada de força vital. Força vital é considerada “uma forma de exprimir a compreensão de que a estrutura visível no exterior é sempre dirigida por uma força invisível, residente no interior”. Para Demers, o sistema imunitário do corpo físico relaciona-se intrinsecamente com a força vital, e afirma que: “a força vital é a energia biomolecular que flui através do corpo e controla as suas funções.”[9: (Clover, 1993)]
A homeopatia veterinária surgiu na segunda metade do século XVIII, em uma época em que surgiram na Europa epidemias em animais como as pestes bovina e equina. Hahnemann diz que se a sua medicina funciona para humanos também funcionará para animais. (Silva, 2006).
Seguem-se muitas publicações nesta área em várias partes do mundo. 
DINÂMICA ENTRE SAÚDE E DOENÇA
Hahnemann afirma: “no estado de saúde, a força vital imaterial que dinamicamente anima o corpo material reina com o poder ilimitado e mantem todas as suas partes em admirável atividade harmônica, nas suas sensações e funções.”
O equilíbrio da força vital reflete na integridade dos órgãos e na regularidade das funções, nos costumes e nos comportamentos adequados de acordo com a sua espécie. Que, quando desequilibrada implica no aparecimento de doenças. 
Assim, quando há uma estimulação externa ou interna invadindo o organismo, primeiro o seu campo eletromagnético altera-se e adapta-se para neutralizar a ação desse estímulo, ativando os mecanismos de defesa. Se o organismo estiver suscetível a ação do estímulo, esta barreira pode não ser suficiente, ocorrendo alteração ao nível físico, emocional e mental, dependendo da intensidade do estímulo e da resistência do campo eletromagnético do organismo vivo em questão.[10: (Vithoulkas, 1980)]
DOENÇA AGUDA versus DOENÇA CRÔNICA
Doença aguda é aquela com causa definida, sintomas similares, surge rápido, tem a evolução característica e fim definido, ou seja,possui tendência para a cura ou a morte.
Doença Crônica é aquela com sintomas individualizados, surgem de forma lenta e gradual, com evolução imprevisível podendo os sintomas agravarem-se e o fim é indeterminado. Hahnemann explica como uma expressão da predisposição que existe em cada individuo para determinada doença. Esta suscetibilidade é chamada de diátese, que é a modalidade reacional patológica, especifica de um organismo, relativa a uma agressão patogênica indiferenciada.[11: (Alves,2005)]
TERRENO
É a noção de componentes que descrevem as diferentes características morfo-fisiopatológicas de cada indivíduo. É assentada na dinâmica de que cada indivíduo possui uma sensibilidade particular para cada doença e possibilidades reacionais própria ao patógeno. Sendo 3 famílias de quadros suscetíveis conforme o conceito de terreno, são elas:[12: (Barbara, 2000).]
Constituição:
Conhecimento profundo de cada paciente. Resultante da morfofisiologia hereditária que traduz a disposição reacional do paciente. Deduzida através da observação óssea (constituição e forma) contrária ao comportamento. 
A importância da identificação da constituição de cada paciente determinará os possíveis riscos de saúde a qual o paciente está exposto, a natureza da doença e a tendência reacional do organismo. Sendo constituída de 3 formas:
- Carbônica, tendência à obesidade, levando a lentidão de movimentos. Membros curtos e arcada dentária larga.
- Fosfórica: caracterizada pela magreza, movimentos rápidos, tendência a hipotrofia muscular. Membros longos e arcada dentária estreita. Os indivíduos apresentam hiperatividade seguida por períodos de prostração. 
- Fluórica: tamanho minimizado e assimetria dos segmentos corpóreos. São caracteristicas do indivíduo: instabilidade, desequilíbrio e irregularidade. 
Temperamento:
Abrange as características físicas, comportamentais e fisiológicas. É uma condição adquirida com a idade, sendo o temperamento classificados em 4 tipos, conforme Hipócrates:
- Sanguíneo: ativo, rápido, fervoroso e com movimentos precipitados.
- Bilioso: agitado, hiperativo e dominante.
- Nervoso: reservado, introspectivo e modesto.
- Linfático: passivo, vulnerável e adaptável.[13: (Luna, 2007; Perestrelo, 2001; Barbara, 2000).]
Diátese:
Conhecimento dobre a doença que acomete o paciente se é crônica ou aguda.
PRINCÍPIOS CLÁSSICOS 
Lei da similaridade:
O tratamento homeopático deve estimular a resposta imunológica do paciente produzindo sintomas semelhantes ao da doença, tendo energia superior a da doença a ponto de despertar a sua energia vital contra o medicamento reestabelecendo sua saúde. Quando administrado em um animal doente resulta na cura, mas em um animal saudável produz os sintomas.
Vitalismo:
	Segundo a filosofia vitalista, a força vital é a união de energias físicas, ou seja, a união das forças elétrica, eletromagnética, atômica e química com as forças mais brandas como a psíquica, espiritual e cósmica. Essa união é responsável pelo funcionamento fisiológico do indivíduo. A força vital é uma energia material, mas não corpórea, que é capaz de mover o corpo material nas suas funções orgânicas.[14: (Luna, 2007)]
	O medicamento homeopático atua perturbando a força vital para que o organismo entre em homeostasia.
	Este conceito esta em vários parágrafos de Organon (uma das obras de Hahnemann) como, por exemplo: 
“Durante a condição de saúde, a força imaterial (autocracia), que dinamicamente animo o corpo material (organismo), reina com poder ilimitado e mantêm todas as suas partes em admirável atividade harmônica, nas suas sensações e funções de maneira que o espirito dotado de razão que reside em nós, pode livremente dispor desse instrumento livre e são para atender aos mais altos fins da nossa existência”.
Lei da Experimentação no Ser Vivo Saudável:
	Os estudos dos medicamentos homeopáticos são realizados em pessoas ou animais saudáveis, avaliando as perturbações dinâmicas mentais, gerais e locais provocadas pelo medicamento diluído e potencializado, constituindo a patologia do medicamento.
“Portanto, para averiguar os efeitos peculiares dos medicamentos, não há outra maneira possível, nem caminho mais seguro e natural do que administrar os diversos medicamentos, em doses moderadas a pessoas ou animais sadios a fim de descobrir o que, graças a sua influência individual, produzem na saúde física e mental [...] deve-se investigar que elementos mórbidos os medicamentos são capazes ou tendem a produzir, visto que, como já foi mostrado: “toda a potência curativa dos medicamentos reside unicamente no seu poder de alterar o estado de saúde do homem””. (Hahnemann, na obra Matéria Médica).
Lei da Infinitesimalidade:
	Os medicamentos homeopáticos são diluídos a mínimas doses, atenuados e dinamizados, segundo a uma farmacotécnica específica, seguros para o paciente.[15: (Lockie, 2001)]
	Hahnemann conhecia o elevado grau de toxicidade de certas substâncias, sendo assim resolveu diluí-las de modo que eliminasse os efeitos tóxicos sem a perda das propriedades de cura. A potencia do medicamento esta ligado com o número de diluições e sucussões realizadas. 
“No que diz respeito às curas homeopáticas, a experiência ensina-nos que as doses extraordinariamente pequenas de medicamentos, fundamentais neste método de “tratamento pela semelhança sintomática”, são suficientes para vencer e remover doenças naturais semelhantes [...]. Após a destruição da doença natural, certamente, resta alguma doença medicinal no organismo. Mas, devida à extraordinária pequenez da dose ele pe tão pequena e passageira que desaparece por si rapidamente. [...] A força vital apenas emprega contra este distúrbio artificial da saúde a reação necessária e suficiente para levar o estado atual para o nível habitual de saúde. Isto é, usa apenas o que falta para o reestabelecimento completo. [...] Para alcançar o perfeito equilíbrio, após a extinção da alteração mórbida, ela necessita apenas de um pequeno esforço.” (Hahnemann)
Lei do Medicamento Único:
O ideal é que seja administrado um único medicamento homeopático por vez, que englobe todo o quadro sintomático do animal doente. Avaliando os resultados ao final do tratamento recomendado, e caso seja necessário, prescreve-se um novo medicamento. 
Lei da Cura:
	Cura significa restituir o animal da sua anterior condição de equilíbrio da força vital. A força da doença tem sentido centrípeto, ou seja, acomete primeiro o centro vital sensitivo, a afetividade, emotividade, sensações gerais e sensibilidade que, com o desenvolvimento, afeta os órgãos vitais podendo levar a morte. A cura segue no sentido centrífugo.[16: (Luna, 2007)]
	Constantine Hering observou atentamente que o desenvolvimento da doença e da cura, espontâneo ou por ação medicamentoso homeopática, dá-se a cura: De cima para baixo; do interior para o exterior; dos órgãos de maior para os de menor importância; na ordem cronológica inversa, ou seja, desaparecem na ordem inversa da do seu aparecimento; agravação inicial é a exacerbação dos sintomas existentes (bom sinal no ponto de vista curativo).
Na prática homeopática, é necessário avaliar a cura segundo estes parâmetros para que se possa determinar a resposta ao tratamento. Se o animal não responder desta maneira, o tratamento homeopático deve ser trocado, reavaliando o caso.[17: (Demers, 2007)]
MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO
O medicamento homeopático é preparado a partir de substâncias extraídas da natureza. Após serem preparados, os medicamentos homeopáticos são constituídos pela energia molecular das substâncias expandidas na solução, mas diminuídas (diluídas) em termos químicos o número de moléculas existentes de cada substância.
Farmacotécnica:
A seleção da substância baseia-se na matriz em que se pretende diluir, partes utilizadas, época do ano, localização e condições atmosféricas em que devem ser escolhidas.
As substâncias inicialmente são maceradas em álcool 90%, e seguidamente filtradas para seextrair o líquido que será a “tintura-mãe”. Conforme o seu estado natural, as substâncias podem ser preparadas de formas diferentes.
Para substâncias oriundas de animais, como a abelha, pode ser utilizada inteira ou uma parte do corpo, ou ainda somente o produto desse animal, como os venenos de cobras.
Quando substâncias provenientes de vegetais utiliza-se as plantas inteiras ou parte delas frescas e se exóticas ou não pertencentes aquela época do ano ou região, utiliza-se as plantas secas.
As substâncias químicas minerais, caso sejam insolúveis, tritura-se com lactose.
As substâncias nósodicas são culturas preparadas a partir da cultura de bactérias, fungos, vírus, tecidos orgânicos ou secreções patológicas. 
Colocam-se os solutos em determinados veículos (solventes) conforme a necessidade de utilização homeopática, que podem ser: Água destilada que dilui quase todos os solutos; Álcool ou mistura hidroalcoólica 20% coloca-se grânulos de lactose 80-90% para serem embebidos; Glicerina é utilizada para organoterápicos ou nósodios e produtos de origem biológica diluídas em água para uso tópico; Cera é utilizados para pomadas; e a gelatina é um veículo utilizado para géis de uso dermatológico.
Potencialização:
	Este processo engloba diluição e consequente sucussão ou dinamização (agitação energética em sentido vertical da solução diluída). Este processo confere a energia da substância de origem para o solvente.
	Existem três escalas de diluição: centesimal (C ou CH), decimal (D, DH ou X) e cinquenta milesimal (M). Diferenciando-se pelo número de vezes que a tintura-mãe é diluída.[18: (Luna, 2007)]
	Pela escala centesimal, uma gota de tintura-mãe é diluída em 99 gotas solvente, obtendo assim um medicamento homeopático de potência 1CH, ou seja, 100 vezes diluída. Para obter uma substância de potência 2CH, retira-se uma gota da solução 1CH e dilui-se em 99 gotas de solvente. Para a escala decimal, onde é diluído uma gota de tintura-mãe em 9 gotas de veículo, adquirindo um medicamento homeopático de potência 1DH. Para a escala cinquenta milesimal, dilui-se uma gota de 3CH em 50 mil gotas de solvente.[19: (Chambreau, 2005a)]
	Quando a solução atinge a potencia prescrita colocam-se as gotas no veículo próprio para o tratamento por difusão, garante uma impregnação eficaz, devendo ser guardados em frascos escuros.
	O método plus consiste em diluir 2 grânulos em 30 ml de solvente e dinamizar, agitando 10 vezes.
	O método Korkasov proposto por Siméon Korkasov consiste em diluições efetuadas em um único frasco, pois a cada diluição e dinamização, retira-se o conteúdo, e o restante aderido às paredes do frasco é suficiente para uma nova diluição. Desta forma, há uma mistura do solvente com o soluto aderido às paredes, facilitando diluições mais altas.[20: (Luna, 2007; Barbara, 2000)]
Mecanismos de Ação:
	A energia cinética, que é a energia em movimento em que ocorre vibração molecular, fornecida aos medicamentos homeopáticos durante a dinamização, amplifica o campo eletromagnético.
	Vários avanços em pesquisas científicas foram realizadas sobre a energia, ajudando a compreender a ação da homeopatia, elucidando sobre as diluições a partir de 10-12CH, que são soluções não moleculares conforme a Lei de Avogadro, que define que o número existente de moléculas em uma substância é igual a aproximadamente 6,02x10²³.
Física Quântica:
Segundo as leis da física contemporâneas a energia da matéria é emitida através do conjunto de fótons; a natureza da matéria é incontestavelmente formada por partículas e por ondas; cada partícula está ligada a uma onda que é um mecanismo ondulatório e as partículas são suscetíveis de transmitir informação. Na física quântica, matéria e campo eletromagnético são vistos como campos quânticos por fótons. 
	O medicamento homeopático enquadra-se nas características descritas acima por ser de natureza eletromagnética ondulatória, a qual, durante as dinamizações efetuadas no preparo é liberada da substância (soluto) para o solvente, continuando presente quando deixa de existir a estrutura molecular do soluto no solvente. A semelhança entre a informação ondulatória ou energética do medicamento homeopático e a natureza energética do doente provoca uma interferência como a que se observa quando dois fenômenos ondulatórios se relacionam.[21: (Barbara, 2000)]
	Estudos em preparações dinamizadas em culturas celulares mostrou que elevadas diluições dos medicamentos homeopáticos utilizados na experimentação, 30CH e 200CH, exerceram atividade citotóxica nas culturas celulares usadas.
Hormesis ou Lei de Arndt-Schultz e Regulação Cibernética:
	Os biólogos Arndt e Schultz, demonstraram que a resposta de um estímulo na célula viva é inversamente proporcional à sua intensidade ou quantidade e que os estímulos fracos aceleram ligeiramente a atividade vital, estímulos moderados suspendem-na e os estímulos fortes detêm-na.
	Hormesis é um termo recente, proposto por Southam & Erhlich em 1943 e Stebbling em 1982, para descrever os efeitos estimuladores de concentrações sub-inibitórias de qualquer susbtâncias tóxicas em um organismo. Considerando um fenômeno que demosntra a reversão da ação tóxica de uma substância que se torna um estímulo em concentrações beixas.
	A regulação cibernética funciona como uma rede informativa em que são necessários sinais moleculares para o processamento da resposta biológica, para manter a homeostasia. 
A Teoria dos Significados Corporais e o Conceito de Biossemiótica:
	Estabelecida por Madeleine Bastide e Agnés Lagache nos anos 90, a teoria dos significados corporais assenta-se na ideia de troca de informação entre os sistemas vivos em diferentes níveis, desde o molecular ao cognitivo. Englobando a noção de similitude, que é uma característica da homeopatia.
	O primeiro nível de comunicação dos sistemas biológicos estabelece-se entre moléculas e receptores das células. O segundo nível de comunicação molecular pe realizado através da regulação cibernética em que as interações entre as moléculas ocorrem em rede, mantendo a auto-regulação do sistema. A este nível, surgem as seguintes questões: o que determinar os diferentes padrões de combinação entre os elementos bioquímicos de um determinado processo biológico e se seria possível muda-los sem necessariamente alterar a bioquímica dos seus elementos.
	Então surgiram as terceiro e quarto níveis que explicam a informação não molecular, sugerindo que no terceiro nível o princípio da identidade ou isopatia e o quarto nível refere-se a similitude, ambos num sentido informacional e não molecular. Esta informação é entendida pro um receptor sensível a essa informação. 
	Esta ciência tem sido aplicada na compreensão de mecanismos vivos complexos, que aparentemente se consideram incoerentes, podendo assim fornecer uma base explicativa racional para a interpretação dos resultados experimentais das pesquisas do mecanismo homeopático.
Transferência da Frequência Energética Farmacológica e Memória da Água
	A Transferência da Frequência Energética Farmacológica (TFF) refere-se a atividade terapêutica através de campos magnéticos. A ação de um solvente que sob determinadas condições alteram a atividade sobre os receptores celulares.
	Na década de 90, Masaru Emoto desenvolveu o fenômeno HADO, significando onda em movimento, ou seja o padrão de vibração intrínseco e nível atômico da matéria. Demonstrou que os pensamentos e sentimentos afetam a realidade física, em particular na água cristalizada. Captou a expressividade da água congelada ao microscópio eletrônico, concluindo que a substância se altera conforme a vibração.
	Em 1997, Shui-Yin Lo e seus colaboradores californianos, descobriram a formação de clusters de água ao estudar o comportamento molecular dela. Estes clusters foram encontrados em soluções diluídas acima do número de Avogadro e dinamizadas, detectando o aumento de clusters a cada diluição efetuada, com isso forma-se um campo eletromagnético. 
Nanotecnologia
	Recentemente, na Índia demonstrou-seatravés da Microscopia eletrônica de Transmissão, da difração de elétrons de área selecionada e análise química através de espectrometria de emissão atômica por plasma acoplado indutivamente, a presença de nanopartículas de matéria nas diluição de 30CH e 200CH. Através desta tecnologia detectou-se a retenção de partículas em diluição elevadas que ultrapassam o número de Avogadro, em amostras de medicamentos homeopáticos derivados de variados metais. As conclusões deste estudo poderão mudar a percepção da comunidade cientifica referente aos tratamentos homeopáticos.
ANAMNESE HOMEOPÁTICA
	A consulta homeopática envolve extrema dedicação do clínico homeopata, através da anamnese pormenorizada de todo o histórico de progresso e das condições clínicas da animal. Incluindo a concomitância de sintomas, doenças, tratamentos anteriores e recidivas. 
“O médico deve dar assistência a partir do conhecimento dos fatos relativos à causa mais provável que desencadeia a doença aguda, assim como os pontos mais significativos de toda a história no caso da doença crônica, para assim estar habilitado a descobrir a sua causa fundamental, que em regra é devido quase sempre uma diátese crônica. Em conexão com isto, a constituição física do paciente (particularmente no caso da doença crônica), as características da sua mente e temperamento, a sua ocupação, o seu modo de vida e hábitos, relação social e doméstica, a idade, etc., devem ser consideradas” (Hahnemaan)
	Este conceito de homeopatia veterinária atenta na simetria, postura, olhar, marcha, atitude, aspecto do pelo, apetite, eliminação, respiração e qualquer outra manifestação visível. Cada animal é individual pelas suas suscetibilidades, comportamentos e preferências, assim distinguindo-se dos outros animais da mesma espécie e até mesmo da mesma raça.
	 Deve-se pesquisar também a forma como a condição climática afeta o animal, a sede, o sono, a alimentação, as sensibilidades, o banho, a transpiração, o ciclo reprodutivo, a postura mais comum, a forma como as estações do ano o afetam, sintomas residuais, forma como dorme e exames laboratoriais e de diagnósticos por imagem.[22: (Sanchéz, 2006)]
A observação de todos estes aspectos fornece condições para que encontrem-se o medicamento homeopático e facilitar a caracterização da forma como o paciente em particular ira responder a terapêutica.
Pode acontecer de o paciente não melhorar nem agravar, havendo um bloqueia da medicação homeopáticas, que podem ser por várias razões como, por exemplo, barreiras medicamentosas anteriores impedem a ação eficaz do medicamento homeopático, abuso de medicamentos alopáticos utilizados anteriormente ou concomitantemente, má preparação do medicamento homeopática, erros de administração e dinamização inapropriada, toxinas, vacinação, estilo de vida e ainda nutrição.
A cura dá-se quando os sintomas correntes desaparecem, na direção da Lei de Hering, de forma definitiva. O animal apresenta-se ativo, desperto, atento e com a força vital equilibrada. Ou seja, quando o paciente volta a ter as características que o distingue dos outros animais de antes da doença.
PRESCRIÇÃO DO MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO
	A escolha do medicamento homeopático baseia-se na investigação do quadro sintomatológico completo e detalhado da doença no momento, das doenças passadas, o seu comportamento e reações próprias, constituindo assim a história biográfica do animal. Todo este quadro individual convém ser englobado no medicamento constitucional ou similar, compatível com o princípio dos semelhantes. Este medicamento deve ter elevada afinidade com o animal, tratando simultaneamente as várias doenças que o acometem, sendo bastante eficaz quando se tratam de doenças crônicas.
	Existem duas totalidades a considerar para a correta prescrição: a que expressa o quadro de reatividade do doente como unidade psico-funcional, e a totalidade patogenética do medicamento homeopático, que permita correlação similar. Isto é, identificar a totalidade característica medicamentosa, homóloga à totalidade característica do doente.[23: (Kossak-Romanach, 2003)]
	O medicamento homeopático deve envolver as semelhanças quantitativas e qualitativas entre o medicamento e os sintomas do paciente. Os sintomas mais comuns como anorexia, febre e prostração devem ser levados em conta, mas o que deve ser realmente destacado é o sintoma peculiar, pois este é a raiz de todos os outros sintomas.
	O medicamento homeopático deve ser escolhido conforme o repertório da Matéria Médica (obra de Hahnemann onde encontram-se o nome das substâncias da natureza em ordem alfabética correlacionando com os sintomas do paciente).
	Depois de escolhido o medicamento apropriado, deve-se escolher a potência. As potências altas (acima de 200CH), correspondem a diluições maiores, utilizadas para doenças crônicas. As potências baixas (até 6CH) são usadas frequentemente para as doenças agudas, orgânicas e lesionais, administrando-se várias vezes ao dia. As potencias médias (12CH – 30CH) são utilizadas em estágios ou doenças não muito graves e funcionais, administrando-se uma a duas vezes por dia.[24: (Luna, 2007)]
AS TRÊS CORRENTES DA HOMEOPATIA
Unicismo utiliza um único medicamento homeopático que abrange todo o quadro sintomático. É administrado numa dose apenas, com potência alta, como anteriormente já havia sido caracterizado por Hahnemann.
O pluralismo prescreve vários medicamentos homeopáticos conforme a sintomatologia do doente, não excluindo o medicamento único, através da administração alternada. Assim, é fornecido o medicamento único, agregando outros medicamentos episódicos ou drenadores que são fármacos que proporcionam a expulsão contínua de liquído de uma ferida ou cavidade.
O complexismo associa medicamentos homeopáticos que possuem a mesma similaridade para a mesma doença, podendo administrar dois ou mais simultaneamente.
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO DA CLARINHA
	Clarinha é um felino com cerca de 5 anos. Foi abandonada num hotel do distrito de Coimbra, Portugal, junto com outras duas gatas da mesma ninhada. Quando deram entrada no hotel as três foram vacinadas para panleucopenia, calicivírus, herpesvírus e leucemia felina, e testadas para leucemia felina (FeLV) e imunodeficiência felina (FIV), aos quais eram negativas. No gatil do hotel todas foram separadas por boxes de vidro, sem poderem ter contato entre si e com outros animais de diferentes proprietários. 
	A Clarinha posteriormente foi adotada pelos funcionários do hotel devido as manifestações da doença.
	De janeiro de 2009 a fevereiro de 2011 a Clarinha efetuou várias terapêuticas com alopatia.
	De janeiro de 2009, a Clarinha começou a desenvolver falta de apetite, anorexia e intensa salivação. Foi levada ao médico veterinário que rapidamente identificou com o quadro clínico como sendo uma Gengivo-estomatite.
	Inicia-se o tratamento com Enrofloxacina 15mg via oral a cada 12 horas e Prednisola injetável, seguida de oral respeitando a dose de 4mg a cada 48 horas. Após 45 dias não apresentando melhora, inicia-se Ciclosporina 25mg a cada 12 horas. Sendo descontinuada por agravamento dos sintomas. Reiniciando a Enrofloxacina 15mg via oral a cada 12 horas.
	Após 10 dias, em abril, é internada por apresentar desidratação, falta de apetite e prostração. Após 4 dias tem alta, com Prednisolona 4mg a cada 24 horas, Prozyme® e Bucagel®, por dificuldade de aplicação pelo proprietário do Bucagel® é retirado da prescrição.
Em junho de 2009 é realizada destartarização com a respectiva antibioterapia e corticoterapia. Em outubro, sem haver progresso clínico e aparecimento de novos sintomas opta-se pela extração dentária, sendo extraídos os dentes molares e pré-molares superiores e inferiores do lado esquerdo. Alta com Amoxicilina-Ácido Clavulânico 50mg a cada 12 horas, Tramadol 20mg a cada 24 horas e alimentação forçada com dieta a/d da Hill’s.
Os corticoides passam a ser a metade da dose, sendo desenvolovida pela Clarinha falta de apetite e salivação intensa,sendo retornada a dose inicial.
Em dezembro de 2009, a mucosa oral continua hiperemica e a zona de extração dentária continua por cicatrizar, reiniciando antibioterapia, desta vez com Cefadroxil 40mg a cada 12 horas.
Sem evolução em janeiro de 2010 realiza-se radiografia intra-oral, onde constatasse que há resquícios das raízes dos dentes extraídos. Levando a uma nova cirurgia odontológica onde extrai-se os resquícios dos dentes previamente extraídos e mais a extração dos molares e pré-molares superiores e inferiores do lado direito. 
Clarinha é submetida ao teste de Calicivírus através da técnica reação de polimerase em cadeia, dando resultado positivo.
Corta-se a terapêutica com corticoides, iniciando Meloxicam 0,4mg/kg a cada 24 horas. Sem melhoras. Inicia-se Virbagen® por um período de dois meses, que apresenta eficácia somente associada à anti-inflamatórios não esteroides (AINES). Em junho de 2010, suspende-se esta medicação.
Reiniciando Ciclosporina 25mg a cada 12 horas, obtendo-se resultados mais satisfatórios em setembro, onde a Clarinha começa a apresentar autonomia e apetite. Ainda apresentava algum grau de inflamação nas gengivas, na faringe e na laringe. alternadamente, apresentava obstrução nasal, salivação intensa e espirros. Começou a arrancava os pelos dos membros, na zona do períneo, cauda e zona lombar distal.
Uma vez por mês a Clarinha passava por análise de controle realizando-se hemograma e dosagem sérica de Ciclosporina.
Para uma melhor qualidade de vida, reduz-se a dose de Ciclosporina de 25mg para 10mg a cada 24 horas, em outubro.
Em dezembro de 2010, não houve grandes melhoras, começou a desenvolver crises de hipotermia, que clinicamente não foram justificadas, e baixa-se a dose da Ciclosporina para 10mg a cada 48 horas por precaução.
Por tentativas ineficazes e de resolução do problema da Clarinha a proprietária responsável decidi procurar solução alternativa na homeopatia, recorrendo ao médico veterinário com experiência na área em fevereiro de 2011.
A prescrição fornecida foi: Mercuruis solubilis 9CH, 3 grânulos, 4 vezes ao dia e Histaminocel-S (suplemento alimentar, composto por: Sabadilla off.; Allium cepa; Pulsatilla vulgaris), 3 grânulos, 4 vezes ao dia e mais tarde Dulcamara 9CH, 4 vezes ao dia, Sílicea 15CH, 3 grânulos, 3 vezes ao dia aos sábados e Influmed® (suplemento alimentar, composto por: Equinácea, Propólis e Aconitum nappelus), um tubo de glóbulos às quintas-feiras.
Manteve-se a Ciclosporina 10mg a cada 48 horas, notava-se que sempre que administrado a Clarinha prostrava-se. Procedeu-se a retirada terapêutica até a suspensão do medicamento alopático.
Após 15 dias de tratamento homeopático, a Clarinha apresentava melhoras, sendo reajustado o tratamento no final de março de 2011, da seguinte forma: Mercurius solubilis 9CH, Histaminocel-S e Dulcamara 15CH, 2 vezes ao dia. Em abril de 2011 começa-se a reduzir a terapêutica de 2 vezes ao dia para uma vez ao dia. E a 25 de maio de 2011 a cada 2 dias.
Referente ao fato da Clarinha arrancar os pelos, foi prescrito uma solução de cobre mais manganês e Agaricus 9CH, mas não obtendo melhoras, iniciou-se suplemento alimentar de zinco que deu controle à situação.
Pela salivação que continua intensa administra-se Dulcamara 15CH, demonstrando bons resultados.
ABORDAGEM HOMEOPÁTICA DA GENGIVO-ESTOMATITE CRÔNICA DA CLARINHA
	A cavidade oral é uma região de contato com microorganismos, que passa para todo o trato gastrointestinal. A saliva contem dois tipos de componentes, os íons tiocianato e lisozima, que inibem o crescimento bacteriano.
	Quando o sistema imunitário enfraquece, os microorganismos começam a invadir o corpo, inicialmente pela gengiva. Gengivas hiperemicas indicam a profundidade da invasão, já que os íons que inibem o crescimento bacteriano desregulam-se. Com o continuo enfraquecimento do sistema imunitário, a invasão intensifica-se e por ultimo instala-se a gengivite.
	Além dos aspectos sintomáticos relativos à doença, o clinico deve questionar e observar as características comportamentais, de forma a definir o comportamento exibido pelo animal com gengivo-estomatite crônica. Há sempre que reconhecer quais os sintomas ligados à doença e quais os caraterísticos do animal.[25: (Sánchez, 2006; Hamilton, 1999)]
	Durante o exame físico deve observar-se o aspecto geral e mais localmente as características das lesões na cavidade oral, como: a presença de dor nas gengivas, a presença de hemorragia, a existência e localização de ulceração, halitose e pús e saber se existem interferências da condição oral na alimentação.[26: (Hamilton, 1999)]
	Podem ser associados a outros medicamentos homeopáticos, como já referido nas 3 correntes da homeopatia.
PRESCRIÇÃO HOMEOPÁTICA PARA A CLARINHA
No momento da consulta homeopática da Clarinha, em 10 de fevereiro de 1022, ela encontrava-se prostrada e era alimentada a cada 4 horas. A mucosa oral apresentava-se hiperêmica e ulcerada. A Clarinha também apresentava um pequeno edema no nariz e olhos, prurido facial, falta de apetite, salivação excessiva, espirros e corrimento nasal.
Investigou-se o histórico da Clarinha e as características individuais. No momento da consulta homeopática foi difícil traçar um quadro característico, pois desde o inicio do tratamento alopático ela encontrava-se prostrada. O proprietário foi importante para descrever as características dela antes de adoecer para que o quadro comportamental fosse estudado.
Sendo descrita como meiga, carinhosa, mimada, amigável, ronrona a todas as pessoas, gosta de colo, carinho e dormir com o dono, assustasse com o aspirador de pó. Ao início do tratamento alopático manifestava agressividade ao tentar abrir a boa, dormia por muito tempo tapada e quando acordada passava deitada, sem demonstrar interesse por brinquedos, comida ou vontades. Pesando 3,95kg. Os sintomas agravavam-se com o tempo úmido e melhorava em clima seco e quente. Mostrava melhora e recaia logo em seguida com o tratamento alopático. 
A abordagem utilizada foi da corrente plurista, com diátese luetitista, devido a tendência ulcerativa da gengivo-estomatite. Atribuindo-se a constituição carbônica atraves da observação da morfologia peculiar. Com esta analise chegou-se ao medicamento Mercurius solubilis na potência 9CH.
Devido a doença ser crônica convém compreender o modo de reação do organismo da Clarinha na interação com a doença com intuito de realizar o tratamento mais completo e individualizado. Assim, com base nas características comportamentais, sintomas expressados, modalidades de agravamento e de melhora, indicou-se Sílicea na potência 15CH. Caracteriza-se para indicação em animais tímidos, desconfiados, que procuram lugares ou pessoas que possam proteger-lhes, carinhosos, limpos, solitários, friolentos e que dormem muito. Para animais que apresentam agravamento de sintomas com clima úmido e temperaturas baixas.[27: (Sanchéz, 2006)]
Devido ao excesso salivar da Clarinha foi prescrito Dulcamara na potência 15CH. Sendo um medicamento homeopático de eleição em casos de distúrbios desenvolvidos em temperaturas baixas e clima úmido. 
Para os pelos que ela arrancava indicou-se Agaricus e suplemento alimentar de cobre com manganês, mas sendo que a situação foi controlada quando foi introduzido o suplemento alimentar de zinco. Sendo indicados para sintomas de pele, unhas, pelos, problemas nervosos, convulsões, espasmos e tremores.
O Influmed® foi prescrito no intuito de estimular o sistema imunitário. É um medicamento homeopático comporto por Equinácea, Propólis e Aconitum nappelus.
O Histaminocel-S contem histamina que tem ação de elimar o prurido.
Com 15 dias de tratamento eram notórios os resultados positivos. Manteve-se o tratamento com ajuste contínuo de administrações diárias. De quatro tomas diárias iniciais, passaram a ser duas e depois uma dia sim e dia não, por fim de três em três dias.
A Clarinha voltou a ter qualidade de vida, voltou a ser ativa, brincalhona, interagindo com outros animais, mostravontade própria, passa menos tempo deitada não tolerando mais ser tapada e já come ração seca sozinha, não ficando entusiasmada com a dieta úmida. 
 
FIGURAS
Figura 1 – Gata Clarinha
Figura 2: A e B – Fase Aguda da Doença da Mucosa Oral
Figura 3: A – Cavidade oral 6 semanas após terapêutica homeopática. B – Cavidade oral após terapêutica homeopática. 
CONCLUSÃO
O presente trabalho trouxe conceitos e técnicas da homeopatia aplicada à medicina veterinária para que possa ser usada na clínica veterinária como método terapêutico em primeira ou segunda estância. O caso da Clarinha elucida como medicamentos alopáticos às vezes não dão o resultado esperado no paciente e a homeopatia entrou como último recurso para tentar reestabelecer a qualidade de vida da Clarinha, tendo obtido resultado muitíssimo satisfatório. 
Espera-se que o preconceito contra a homeopatia acabe com a tecnologia que tem descoberto a ação desta terapêutica. Pois muitas alopatias são produzidas de forma sintética e a homeopatia busca as substâncias provenientes da própria natureza. 
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