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Direito Penal IDireito Penal I Prof. Felipe Carvalho drfcarvalho@yahoo.com.br Finalidade – É a proteção dos bens mais importantes e necessários para própria sobrevivência da sociedade. Segundo Luiz Reges Prado: “o pensamento jurídico moderno reconhece que o escopo imediato e primordial do Direito Penal radica na proteção de bens jurídicos – essenciais ao indivíduo e à comunidade. Seleção dos Bens Jurídico-Penais – Sendo a finalidade do direito penal a proteção dos bens essenciais ao convívio em sociedade, deverá o legislador fazer a sua seleção. Embora esse critério de escolha de bens fundamentais não seja completamente seguro, pois que nele há forte conotação subjetiva, natural da pessoa humana encarregada de levar a efeito tal seleção, podemos afirmar que a fonte de todos esses bens encontra-se na constituição. Códigos Penais Brasileiros – Após a proclamação da independência, em 1822, e depois de ter-se submetido às Ordenações Afonsinas, Manoelinas, e Filipinas, o Brasil editou, durante a sua história, os seguintes códigos: 1. Código Criminal do Império do Brasil – 11/10/1890; 2. Código Penal dos Estados Unidos do Brasil – 14/12/1932; 3. Código Penal – Decreto-Lei 2.848 – 07/12/1940- cuja parte especial, com algumas alterações, encontra-se em vigor até hoje ; 4. Código Penal – Lei 1.004 – 21/10/1969 – nunca entrou em vigor. 5. Código Penal – Lei 7.209 – 11/07/1984 – Revogou a parte geral do Código Penal de 1940. O Código atual é composto de duas partes: GERAL (art. 1° a 120) e ESPECIAL ( art. 121 a 361). PARTE GERAL – destinada à edição de normas que vão orientar o interprete quando da verificação da ocorrência, em tese, de determinada infração penal . Ali encontramos normas destinadas à aplicação da lei penal. PARTE ESPECIAL – é destinada, precipuamente, a definir os delitos e cominar as penas. Direito Penal Objetivo e Direito Penal Subjetivo – Direito Penal Objetivo – conjunto de normas editadas pelo Estado, definindo crimes e contravenções, isto é, impondo ou proibindo determinadas condutas sob a ameaça de sanção ou medida de segurança, bem como todas as outras que cuidem de questões de natureza penal, por exemplo, excluindo crimes, isentando de pena, explicando determinados tipos penais. (NORMAS DE CONDUTA , INTERPRETAÇÃO E A APLICAÇÃO DO DIREITO PENAL). DIREITO PENAL SUBJETIVO – é a possibilidade que tem o Estado de criar e fazer cumprir suas normas, executando as decisões condenatórias proferidas pelo Poder Judiciário. Fontes do Direito Penal – Fonte quer dizer lugar de procedência, de onde se origina alguma coisa. de produção Fontes Imediata conhecimento Mediata • FONTE DE PRODUÇÃO - A União é a nossa única fonte de produção do direito penal,conforme o art. 22 I CF. • FONTE DE CONHECIMENTO IMEDIATA – É a LEI. • FONTE DE CONHECIMENTO MEDIATO – São os costumes e princípios gerais de direito. Costumes – é uma regra de conduta praticada de modo geral, constante e uniforme, com a consciência de sua obrigatoriedade. Este não tem poder para revogar uma lei. Princípios Gerais de Direito – são normas fundamentais ou generalíssimas do sistema, as normas mais gerais. DA NORMA PENALDA NORMA PENAL A proibição e o mandamento, que vêm inseridos na lei são reconhecidos como normas penais, espécies e gênero norma jurídica, que na definição de Bobbio, são aquelas, “cuja execução é garantida por uma sanção externa e institucionalizada”. Teoria de BINDING – Conforme diz Luiz Reges Prado “a norma juridico-penal tem a natureza imperativa e endereça-se a todos os cidadãos genericamente considerados, através de mandatos ou proibições, implícita e previamente formulados, visto que a lei penal moderna não contém ordem direta ( exemplo não deixar de, não matar) mas sim vedação indireta, na qual se descreve o comportamento humano pressuposto da consequência jurídica. Essa técnica de redação fez com que Binding chegasse à conclusão de que o criminoso, na verdade, quando praticava a conduta descrita no núcleo do tipo (que é o verbo), não infringia a lei – pois que o seu comportamento se amoldava perfeitamente ao tipo penal incriminador -, mas sim a norma penal que se encontrava contida na lei penal e que dizias não mataras, como no citado exemplo do art. 121 CP. Para Binding, o criminoso, ao cometer um crime, não infringe a lei, mas sim, a norma penal nela contida. Como o tipo legal traz em seu bojo uma estrutura imperativa, o indivíduo, ao praticar a conduta típica, não desobedece a lei, amoldando-se a ela perfeitamente, o que evidencia que a ofensa é em relação à norma penal contida no enunciado legal. Partindo dessa premissa, Binding defendia a diferença entre norma penal e lei penal. Para ele, é a norma que contém caráter mandamental proibitivo, posto que a lei possui, apenas, mero caráter descritivo da conduta considerada ilegal. Damásio e Luiz Reges Prado não concordam com Binding – Pois entre lei e norma legal, não há esta diferença encontrada por Binding. Mais o correto é afirmar que a lei é a fonte da norma penal. A norma é o conteúdo da lei penal. Classificação das Normas Penais – • Normas Penais Incriminadoras (normas penais em sentido estrito) – É reservada a função de definir as infrações penais , proibindo ou impondo condutas, sob a ameaça de pena. Preceito das Normas Penais Incriminadoras- Preceito Primário – é o encarregado de fazer a descrição detalhada e perfeita da conduta que se procura proibir ou impor. Preceito Secundário – Cabe a tarefa de individualizar a pena, cominando-a em abstrato. • Normas Penais Não Incriminadoras – possuem conteúdo explicativo, tem a finalidade de excluir o crime ou isentar o réu de pena. Podendo ser subdivididas em: 1. Permissivas: Permissivas Justificantes – quando tem por finalidade afastar a ilicitude da conduta do agente, como aquelas previstas nos arts. 23, 24 e 25 CP. Permissivas Exculpantes – quando se destinam a eliminar a culpabilidade, isentando o agente de pena, como nos casos do art. 26 caput, e art. 28 §1° do C P. 2. Explicativas – são aquelas que visam esclarecer ou explicar conceitos . Exemplo – art. 327 e 150, §4° CP. 3. Complementares – são aquelas que fornecem princípios gerais para a aplicação da lei penal . Ex. art. 59 CP. Normas Penais em Branco – São aquelas em que há uma necessidade de complementação para que se possa compreender o âmbito de aplicação de seu preceito primário. Diz-se em branco a norma penal porque seu preceito primário não é completo. Existem 2 tipos de normas penais em branco: 1. Normas penais em branco homogênea (em sentido amplo) – quando o seu complemento é oriundo da mesma fonte legislativa que editou a norma que necessita desse complemento. 2. Normas penai em branco heterogêneas ( em sentido estrito) – quando o seu complemento é oriundo de fonte diversa daquele que a editou. Normas Penais Incompletas ou Imperfeitas – São aquelas que para saber a sanção imposta pela transgressão de seu preceito primário o legislador nos remete a outro texto legal. Exemplo – art. 1° da lei 2889/56. Anomia e Antinomia – Anomia – pode ser concebida de suas formas: em virtude da ausência de normas; ou, ainda, embora existindo essas normas, a sociedade não lhes dá o devido valor, continuando a praticar as condutas por elas proibidas como se tais normas não existissem, pois que confiam na impunidade. Antinomia – Situação que se verifica entre duas normas incompatíveis, pertencentes ao mesmo ordenamento jurídico e tendo o mesmo âmbito de validade. Com a finalidade de resolver o problema da antinomia jurídica, Bobbio propõe a aplicação dos seguintes critérios: a) o critério cronológico – devemos observar se houve entre as normas distância temporal, de modo que a segunda , editada posteriormente, revogue a primeira. b) Critério hierarquico – devemos aplicara hierarquia, segundo a visão piramidal. c) Critério especializado – no qual a lei especial afastará a aplicação daquela tida como geral. Concurso Aparente de Normas – Quando, para um determinado fato, aparentemente, existem duas ou mais normas que poderão sobre ele incidir. Como a própria denominação está a sugerir, o conflito existente entre normas de direito penal é meramente aparente. Se é tão somente aparente, quer dizer que, efetivamente, não há que se falar em conflito quando da aplicação de uma dessas normas ao caso concreto. Frederico Marques: “o concurso de normas tem lugar sempre que uma conduta delituosa pode enquadrar-se em diversas disposições da lei penal. Diz-se, porém, que esse conflito é tão só aparente, porque se duas ou mais disposições se mostram aplicáveis a um dado caso, só uma dessas normas, na realidade, é que o disciplina”. O conflito, porque parente, deverá ser resolvido com a análise dos seguintes princípios: 1. Especialidade 2. Subsidiariedade 3. Consumação 4. alternatividade Interpretação e Integração da Lei Penal – Interpretar é tentar buscar o efetivo alcance da norma. Espécies –a interpretação pode ser distinguida quanto ao órgão (sujeito) de que emana, quanto aos meios que são utilizados para alcançá-la e, ainda, quanto aos resultados obtidos. A interpretação quanto ao sujeito: 1. Autêntica – é a interpretação realizada pelo próprio texto legal. Qualquer dúvida quanto a este ou aquele tema, resolve, ele próprio, no corpo da lei. Esta se subdivide: • Contextual – é a interpretação realizada no mesmo momento em que é editado o diploma legal que se procura interpretar. Exemplo – o art. 327 CP, que definiu o conceito de funcionário público no mesmo instante que previa os crimes praticados pelo funcionário público. • Posterior – é a interpretação realizada pela lei, após a edição de um diploma legal anterior. Surge a interpretação autêntica posterior para afastar qualquer dúvida de interpretação existente quanto a um outro diploma legal já editado anteriormente. 2. Doutrinária – é aquela realizada pelos estudiosos do Direito, os quais, comentando sobre a lei que se pretende interpretar, emitem suas opiniões pessoais. 3. Judicial – é a realizada pelos aplicadores do direito, ou seja, pelos juízes e tribunais. Quanto aos meios empregados, a interpretação pode ser: 1. Literal (ou gramatical) – é aquela em que o exegeta se preocupa, simplesmente, em saber o real e efetivo significado das palavras. O interprete, obrigatoriamente, deve buscar o verdadeiro sentido e alcance das palavras. 2. Teleológica – o interpreta procura alcançar a finalidade da lei, aquilo ao qual ela se destina a regular. 3. Sistemática – onde se analisa o dispositivo legal no sistema no qual ele será contido, e não de forma isolada. Interpreta-se com os olhos voltados para o todo, e não somente para as partes 4. Histórica – o interprete volta ao passado, ao tempo em que foi editado o diploma que se quer interpretar, buscando os fundamentos de sua criação, o momento pelo qual atravessava a sociedade e etc. Quanto aos resultados, a interpretação pode ser: 1. Declaratória –o interprete não amplia nem restringe o seu alcance, apenas declara a vontade da lei. Exemplo – art. 141 III CP. 2. Restritiva – é aquela que o interprete diminui, restringe o alcance da lei, uma vez que esta, à primeira vista, disse mais do que pretendia dizer, buscando, dessa forma, aprender o seu verdadeiro sentido. 3. Extensiva – Para que se possa conhecer a exata amplitude da lei, o intérprete necessita alargar o seu alcance, haja vista ter aquela dito menos do que efetivamente pretendia. Exemplo. Art. 235 CP. Interpretação Analógica – O legislador, em determinadas passagens do código Penal, por não poder prever todas as situações que poderiam o correr na vida em sociedade, e que seriam simples àquelas por ele já elencadas, permitiu, expressamente, a utilização de um recurso, que também amplia o alcance da norma penal. Exemplo. Art. 121, §2° III CP. Interpretação Conforme a Constituição – É o método de interpretação mediante o qual o interprete, de acordo com uma concepção penal garantista, procura aferir a validade das normas mediante o seu confronto com a Constituição. Na Dúvida – Princípio do in dubio pro reo. Analogia – Uma forma de auto-integração da norma, consistente em aplicar a uma hipótese não prevista em lei a disposição legal relativa a um caso semelhante. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito. Analogia in bonam partem; Analogia in malam partem; PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMAPRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA O direito penal só deve se preocupar com os bens mais importantes e necessários à vida em sociedade. Este princípio oriente e limita o poder incriminador do Estado, preconizando que a criminalização de uma conduta só se legitima se constituir meio necessário para a proteção de determinado bem jurídico. Direito Penal deve ser ultima ratio, isto é, deve atuar somente quando os demais ramos do direito revelarem-se incapazes de dar a tutela devida a bens relevantes na vida do indivíduo e da própria sociedade. PRINCÍPIO DA LESIVIDADEPRINCÍPIO DA LESIVIDADE Este princípio nos esclarecerá quais são as condutas que poderão ser incriminadas pela lei penal. “ninguém pode ser punido por aquilo que pensa ou mesmo por seus sentimento pessoais”. O direito penal não pode punir aquelas condutas que não sejam lesivas a bens de terceiros, pois que não excedam ao âmbito do próprio autor. A terceira função deste princípio é a de impedir que o agente seja punido por aquilo que ele é, e não pelo que fez. (CF/88, art. 5°, XXXIX; Código Penal, art. 13, caput) O princípio em análise ensina que somente a conduta que ingressar na esfera de interesses de outra pessoa deverá ser criminalizada. Não haverá punição enquanto os efeitos permanecerem na esfera de interesses da própria pessoa. Trazendo esse princípio para a prática, tem-se que o mesmo é o fundamento para a não punição das chamadas condutas desviadas, como a prostituição, a homossexualidade, etc. Aos olhos da modernidade pode soar absurdo, mas tais condutas foram criminalizadas durante muito tempo em vários rincões da Europa medieval. PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIALPRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL Apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal não será considerado típica se for socialmente adequada ou reconhecida (aceita), isto é, se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada. PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADEPRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE Uma vez escolhidos aqueles bens fundamentais, comprovada a lesividade e a inadequação das condutas que os ofendem, esses bens passarão a fazer parte de uma pequena parcela que é protegida pelo Direito Penal. A sua natureza fragmentária, isto é, nem tudo lhe interessa, mas tão-somente uma pequena parte, uma limitada parcela de bens que estão sob a sua proteção, mas que sem dúvida, pelo menos em tese, são mais importantes e necessários ao convívio em sociedade. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIAPRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA O bem juridicamente protegido pelo Direito Penal deve, portanto, ser relevante, ficando afastados aqueles considerados inexpressivos. O princípio da insignificância, introduzido por Claus Roxin, tem por finalidade auxiliar o intérprete quando da análise do tipo penal, para fazer excluir do âmbito de incidência da lei aquelas situações consideradas como bagatela. A aplicação deste princípio tem a finalidade de ajustar a aplicação da lei aos casos que lhe são apresentados, evitando a proteção de bens cuja inexpressividade, efetividade, não merecem a atenção do legislador penal. PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA –– ART. 5ART.5°° INCISO XLVIINCISO XLVI É a fase na qual cabe ao legislador, de acordo com um critério político, valorar os bens que estão sendo objeto de proteção pelo Direito Penal, individualizando as penas de cada infração penal de acordo com a sua importância e gravidade. É o princípio que garante que as penas dos infratores não sejam igualadas, mesmo que tenham praticado crimes idênticos. Isto porque, independente da prática de mesma conduta, cada indivíduo possui um histórico pessoal, devendo cada qual receber apenas a punição que lhe é devida. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADEPRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE Este princípio exige que faça um juízo de ponderação sobre a relação existente entre o bem que é lesionado ou posto em perigo, e o bem de que pode alguém ser privado. Toda vez que nessa relação, houver um desequilibrio acentuado, estabelece-se, em consequência, inaceitável desproporção. Este princípio rechaça, portanto, o estabelecimento de cominações legais e a imposição de penas que careçam de relação valorativa com o fato cometido considerado em seu significado global PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PESSOALPESSOAL Tal princípio está previsto no art. 5º, XLV da CF. Também denominado princípio da intranscendência ou da pessoalidade ou, ainda, personalidade da pena, preconiza que somente o condenado, e mais ninguém, poderá responder pelo fato praticado, pois a pena não pode passar da pessoa do condenado. PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO DAS PENASPRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO DAS PENAS A CF visando impedir a comissão de alguns tipos de penas preceitua no incíso XLVII do art. 5° algumas limitações de penas, como: • Pena de morte, salvo. • Pena de caráter perpétuo; • Trabalho forçado; - a CF visa impedir o trabalho humilhante, não podendo espancar p/ trabalhar ou cortar alimentos • De banimentos; - expulsão do território nacional Estas proibições atendem a um dos fundamentos de nosso Estado Democrático de Direito, que é a Dignidade da Pessoa Humana PRINCÍPIO DA CULPABILIDADEPRINCÍPIO DA CULPABILIDADE Culpabilidade é o juízo de censura, juízo de reprovabilidade que se faz sobre a conduta típica e ilícita do agente. Assis Toledo – “deve-se entender o princípio da culpabilidade como a exigência de um juízo de reprovação jurídica que se apóia sobre a crença – fundada na experiência da vida cotidiana – de que ao homem é dada a possibilidade de, em certas circunstâncias, agir de outro modo.” O princípio da culpabilidade possui 3 sentidos fundamentais: 1. Culpabilidade como elemento integrante do conceito analítico de crime – sob esse princípio, a culpabilidade exerce papel fundamental na caracterização da infração penal. 2. Culpabilidade como princípio mediador da pena – pois funciona como critério regulador da pena, conforme o juízo de que a pena não deve ultrapassar o marco fixado pela culpabilidade da respectiva conduta. 3. Culpabilidade como princípio impedidor da responsabilidade penal objetiva, ou seja, o da responsabilidade penal sem culpa – os resultados que não forem causados a título de dolo ou culpa pelo agente não podem ser a ele atribuídos, pois que a responsabilidade penal, de acordo com o princípio da culpabilidade, deverá ser sempre subjetiva. NÃO EXISTE RESPONSABILIDADE OBJETIVA. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PRINCÍPIO DA LEGALIDADE –– art. 5art. 5°° XXXIX CFXXXIX CF • NÃO HÁ CRIME SEM LEI ANTERIOR QUE O DEFINA, NEM PENA SEM PRÉVIA COMINAÇÃO LEGAL. A lei é a única fonte do direito penal quando se quer proibir ou impor condutas sob a ameaça de sanção. Funções do Princípio da Legalidade – • Proibir a retroatividade da lei penal; • Proibir a criação de crimes e penas pelos costumes; • Proibir o emprego de analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas; • Proibir incriminações vagas e indeterminadas. O princípio da legalidade veda o recurso a analogia in malam partem, que de alguma forma venha prejudicar o réu. OBS.: Somente a lei em sentido estrito pode criar tipos penais, proibindo condutas sob a ameaça de pena. PRINCÍPIO DA EXTRAPRINCÍPIO DA EXTRA--ATIVIDADE DA LEI PENALATIVIDADE DA LEI PENAL A Lei penal mesmo depois de revogada, pode continuar a regular fatos ocorridos durante a vigência ou retroagir para alcançar aqueles que aconteceram anteriormente à sua entrada em vigor. Essa possibilidade chama-se extra- atividade. Art. 5° XL CP Tempo do Crime – • Teoria da Atividade –Será o da ação ou omissão. O que importante é o momento da conduta • Teoria do Resultado – Será o da ocorrência do resultado. • Teoria Mista ou da Ubiquidade - Será o da ação ou omissão , bem como o momento do resultado. O Código Penal, art. 4°, adota a teoria da atividade. Espécies de Extra-Atividade: • Ultra-atividade – quando a lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os fatos ocorridos durante a sua vigência. • Retroatividade – seria a possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim de regular os fatos ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor. NOVATIO LEGIS IN MELLUS E NOVATIO LEGIS IN PEJUS – Art. 2° CP – a lei nova, editada posteriormente à conduta do agente, poderá conter dispositivos que o prejudiquem ou que o beneficiem. • NOVATIO LEGIS IN MELLUS – a lei nova beneficia. Sendo assim, será sempre retroativa. • NOVATIO LEGIS IN PEJUS – a lei nova prejudica. OBS. Em caso de crime continuado e permanente aplica-se a Sumula 711 STF. ABOLITIO CRIMINIS – Quando o legislador resolve não mais continuar a incriminar determinada conduta, retirando do ordenamento jurídico-penal a infração que previa, pois que passou a entender que o Direito Penal não mais se fazia necessário à proteção de determinado bem, ocorre o fenômeno jurídico conhecido como abolitio criminis. Art. 2° CP. Sucessão de Leis no Tempo – entre a data do fato praticado e o termino do cumprimento da pena podem surgir varias leis penais. Se a anterior for considerada mais favorável, gozará dos efeitos da ultra-atividade; se a posterior for mais favorável, será retroativa. Sucessão de Leis Temporárias ou Excepcionais – art. 3° CP. Considera-se temporária a lei quando esta traz expressamente em seu texto do dia do início, bem como o do término de sua vigência. Excepcional é aquela editada em virtude de situações também excepcionais (anormais), cuja vigência é limitada pela própria duração da aludida situação que levou à edição do diploma legal. Encerrado o período de vigência, ou cessadas as circunstâncias anormais que a determinaram, tem-se por revogadas as leis temporária e excepcionais. Competência para Aplicação da LEX MITIOR – pode acontecer que ainda durante a investigação surja uma outra lei, mais benéfica ao agente.O MP, ao receber os autos do inquérito policial, já deverá oferecer a denúncia tomando por base o novo texto. Se o processo já estiver em andamento, o juiz ou o tribunal poderão aplicar a lex mitior. Um vez transitada em julgado o competente é o juiz da Execução Penal OBS. A lei penal benigna tem aplicação imediata, não se sujeitando ao período de vacatio legis. PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE • LUGAR DO CRIME – três teorias têm como escopo a determinação do lugar do crime: 1. Teoria da atividade – lugar do crime seria o da ação ou omissão, ainda que outro fosse o da ocorrência do resultado. 2. Teoria do resultado – Despreza o lugar da conduta e defende a tese de que lugar do crime será, tão somente, aquele em que ocorrer o resultado. 3. Teoria Mista ou da Ubiquidade – adota as duas posições anteriores e aduz que o lugar do crime será o da ação ou da omissão, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. É ADOTADO NO CÓDIGO PENAL – art. 6° CP. • TERRITORIALIDADE – art. 5° do CP, determina a aplicação da lei brasileira, sem prejuízos de convenções, tratados e regrasde direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Mirabete assevera que o “território abrange o solo sem solução de continuidade e com limites reconhecidos, as águas interiores, o mar territorial, a plataforma continental e o espaço aéreo. §1° do art. 5° CP – considerou, para efeitos penais, como extensão do território nacional, as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto mar §2° do art. 5° CP – a aplicação da lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves e embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se as aeronaves em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente , e as embarcações em porto ou mar territorial. PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADEPRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE Preocupa-se com a aplicação da lei brasileira às infrações penais cometidas além de nossas fronteiras, em países extrangeiros. Extraterritorialidade Incondicionada – é a possibilidade de aplicação da lei penal brasileira a fatos ocorridos no estrangeiro, sem que, para tanto, seja necessário o concurso de qualquercondição. Art. 7° I CP Em qualquer das hipóteses do inciso I, o agente será punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. Extraterritorialidade Condicionada – art. 7° II do CP Condições para aplicação deste inciso II está no §2° §3°. DISPOSIÇÕES SOBRE A APLICAÇÃO DA LEI PENALDISPOSIÇÕES SOBRE A APLICAÇÃO DA LEI PENAL • ART. 9° CP • Art. 105 I i CF • Contagem de Prazo – art. 10 CP – Prazos que dizem respeito diretamente ao direito de liberdade. Se o indiciado ou réu estiverem presos, em virtude do direito de liberdade inerente a todo cidadão, aqueles prazos que seriam processuais, porque ligados diretamente a atos processuais, em virtude da prisão cautelar do agente, transformam-se em prazos penais. Frações Não Computadas – art. 10 CP – ninguém pode ser condenado, por exemplo, ao cumprimento de pena que tenha a duração de um mês e seis horas. Legislação Especial – art. 12 CP
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