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07. Revisão Criminal

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www.cers.com.br 
OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
1 
REVISÃO CRIMINAL 
1. CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E HIPÓTESES DE CABIMENTO. 
A revisão criminal é um instituto processual que tem a natureza jurídica de ação de 
impugnação, tendo em vista que não possui algumas características inerentes aos recursos 
que serão vistas a seguir: 
- A revisão criminal simplesmente NÃO possui prazo máximo para ser utilizada, podendo ser 
requerida a qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após, nos exatos temos do 
art. 622 do Código de Processo Penal, o que difere dos recursos em geral que sempre 
possuem prazo para serem interpostos sob pena de preclusão. 
- Ela desencadeia o surgimento de um novo processo, não sendo um meio de impugnação na 
mesma relação processual, como ocorre com os recursos em geral. 
- Além disso, só cabe revisão criminal de sentenças penais transitadas em julgado, o que 
também difere dos recursos em geral, em que o trânsito em julgado desencadeia a 
preclusão da utilização do recurso. Logo, antes do trânsito em julgado da sentença 
criminal NÃO há a necessidade de ingressar com a revisão criminal, pois existem recursos 
específicos para tal finalidade. 
- A revisão criminal PODE ser intentada durante a execução de pena OU após a execução, nos 
termos do art. 622 do CPP. 
Por sua vez, o objetivo da revisão criminal é rescindir uma sentença penal transitada em 
julgado, servindo ela como uma ação rescisória do âmbito processual penal, com 
características próprias. 
No tocante aos pedidos que podem ser requeridos na revisão criminal, podem ser 
alegados os seguintes, conforme preceitua o art. 626 do Código de Processo Penal: 
1º) Absolvição 
2º) Desclassificação Neste três pedidos há a substituição da sentença. 
3º) Diminuição da pena 
4º) Anulação Neste último pedido há a anulação da sentença. 
Uma característica muito peculiar da revisão criminal é o dela ser um instituto exclusivo 
da defesa, ou seja, o Ministério Público não é parte legítima para requerer a revisão criminal. 
Esta característica é uma dedução do próprio art. 623 do Código de Processo Penal que traz 
os seguintes legitimados para pedir a revisão criminal: 
 O próprio réu. 
 Procurador legalmente habilitado. 
 Cônjuge, ascendente, descendente ou irmão - CADI (no caso de morte do réu) 
 
OBS.: Se no curso da revisão criminal falecer a pessoa, cuja condenação tiver de ser 
revista, o presidente do Tribunal nomeará curador para a defesa, conforme previsão 
expressa do art. 631 do CPP. 
As hipóteses de cabimento da revisão criminal estão previstas de forma taxativa no art. 
621 do CPP: 
 
 
 
 
 
 
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OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
2 
QUANDO A SENTENÇA CONDENATÓRIA FOR CONTRÁRIA AO TEXTO EXPRESSO DA LEI 
PENAL OU À EVIDÊNCIA DOS AUTOS; (ART. 621, I, CPP) 
Neste caso especifico a sentença condenatória deve ser arbitrária, uma vez que afronta 
diretamente texto de lei, ou é contrária à evidência dos autos. 
OBS.: Vale salientar que, apesar de o inciso prever tão somente a possibilidade de 
afronta de lei penal, a abrangência do termo lei penal deve ser entendido como a 
possibilidade de a sentença penal condenatória vir a afrontar qualquer lei, devendo tal 
afronta ser relevante para a condenação. 
QUANDO A SENTENÇA CONDENATÓRIA SE FUNDAR EM DEPOIMENTOS, EXAMES OU 
DOCUMENTOS COMPROVADAMENTE FALSOS; (ART. 621, II, CPP) 
Neste caso específico existe a prova da condenação, como depoimentos, exames ou 
documentos, entretanto tais provas são comprovadamente falsas e foram decisivas para 
levar à condenação do réu, uma vez que o inciso II, do art. 621 do CPP diz que a sentença 
condenatória deve se fundar em tais provas falsas. 
QUANDO, APÓS A SENTENÇA, SE DESCOBRIREM NOVAS PROVAS DE INOCÊNCIA DO 
CONDENADO OU DE CIRCUNSTÂNCIA QUE DETERMINE OU AUTORIZE DIMINUIÇÃO 
ESPECIAL DA PENA. (ART. 621, III, CPP) 
 
Este inciso contempla duas situações, na primeira são descobertas novas provas de 
inocência do condenado, podendo ser qualquer tipo de prova nova, sejam prova 
documentais, testemunhais, etc. e a segunda surgem novas provas de circunstância que 
determina ou autoriza a diminuição da pena do condenado. 
A competência para o julgamento da Revisão Criminal é sempre de Tribunal podendo ser 
organizada da seguinte forma: 
 Decisão penal transitada em julgada de Juiz Estadual ou Juiz Federal à compete ao 
Tribunal de Justiça e ao Tribunal Regional Federal julgar a revisão criminal, respectivamente. 
 Decisão penal transitada em julgada de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional 
Federal à compete ao próprio Tribunal de Justiça e ao Tribunal Regional Federal julgar a 
revisão criminal. (Isto ocorre como decorrência da previsão constitucional do art. 108, I, b da 
CF que prevê que o Tribunal Regional Federal processará a julgará originariamente as 
revisões criminais, e, pelo princípio da simetria, tal regra se estende aos Tribunais de Justiça.) 
 Decisão penal transitada em julgado proferida pelo Superior Tribunal de Justiça ou 
Supremo Tribunal Federal à compete ao próprio Superior Tribunal de Justiça ou Supremo 
Tribunal Federal proceder a revisão criminal de seus próprios julgados, nos exatos termos do 
art. 105, I, “e” e art. 102, I, “j” da Constituição Federal, respectivamente. 
• Decisão penal transitada em julgado proferida por Juizado Especial Criminal à compete a 
Turma Recursal Criminal julgar a revisão criminal. 
 
OBS.: No tocante a competência das Turmas Recursais em proceder à revisão criminal 
das sentenças penais proferidas em juizados especiais criminais, vale destacar que tal 
competência é uma construção da jurisprudência do STJ, neste sentido vale transcrever o 
teor do Conflito de Competência n. 47.718-RS, proferido pela 3ª Seção do STJ: 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 47.718 - RS (2005/0000421-7) 
RELATORA: MINISTRA JANE SILVA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG) 
 
 
 
 
 
 
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OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
3 
AUTOR: JUSTIÇA PÚBLICA 
RÉU: JOSÉ CARLOS RICCARDI GUIMARÃES 
ADVOGADO: NEY FAYET JÚNIOR E OUTRO 
SUSCITANTE: TURMA RECURSAL CRIMINAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
SUSCITADO: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
EMENTA 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA ENTRE TRIBUNAL DE JUSTIÇA E COLÉGIO RECURSAL – REVISÃO 
CRIMINAL – CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO – AMEAÇA – AÇÃO PENAL QUE TEVE CURSO PERANTE OS 
JUIZADOS ESPECIAIS – AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL EXPRESSA PARA A REVISÃO NO ÂMBITO DOS JUIZADOS 
– GARANTIA CONSTITUCIONAL – VEDAÇÃO TÃO-SOMENTE QUANTO À AÇÃO RESCISÓRIA – INCOMPETÊNCIA DO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA PARA REVER O DECISUM QUESTIONADO – IMPOSSIBILIDADE DE FORMAÇÃO DE GRUPO 
DE TURMAS RECURSAIS – UTILIZAÇÃO ANALÓGICA DO CPP – POSSIBILIDADE, EM TESE, DE CONVOCAÇÃO DE 
MAGISTRADOS SUPLENTES A FIM DE EVITAR O JULGAMENTO PELOS MESMOS JUÍZES QUE APRECIARAM A 
APELAÇÃO – COMPETÊNCIA DA TURMA RECURSAL. 
1. Apesar da ausência de expressa previsão legal, mostra-se cabível a revisão criminal no âmbito dos Juizados 
Especiais, decorrência lógica da garantia constitucional da ampla defesa, notadamente quando a legislação 
ordinária vedou apenas a ação rescisória, de natureza processual cível. 
2. É manifesta a incompetência do Tribunal de Justiça para tomar conhecimento de revisão criminal ajuizada 
contra decisum oriundo dos Juizados Especiais. 
3. A falta de previsão legal específica para o processamento da ação revisional perante o Colegiado Recursal não 
impede seu ajuizamento, cabendo à espécie a utilização subsidiária dos ditames previstos no Código de Processo 
Penal. 
4. Caso a composiçãoda Turma Recursal impossibilite a perfeita obediência aos dispositivos legais atinentes à 
espécie, mostra-se viável, em tese, a convocação dos magistrados suplentes para tomar parte no julgamento, 
solucionando-se a controvérsia e, principalmente, resguardando-se o direito do agente de ver julgada sua ação 
revisional. 
5. Competência da Turma Recursal. 
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, retomado o julgamento, após o voto-
vista divergente da Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura conhecendo do conflito e declarando competente 
o Suscitado, Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, no que foi acompanhada pelo Sr. Ministro 
Napoleão Nunes Maia Filho, acordam os Ministros da TERCEIRA SEÇÃO do Superior Tribunal de Justiça, por 
maioria, conhecer do conflito para declarar competente o Suscitante, Turma Recursal Criminal do Estado do Rio 
Grande do Sul, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. 
Vencidos a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura e o Sr. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, que davam 
pela competência do Suscitado.Votaram com a Relatora os Srs. Ministros Nilson Naves, Felix Fischer, Laurita Vaz, 
Arnaldo Esteves Lima e Jorge Mussi. Vencidos a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura e o Sr. Ministro 
Napoleão Nunes Maia Filho. Ausente, justificadamente, nesta assentada, o Sr. Ministro Og Fernandes. Presidiu o 
julgamento o Sr. Ministro Paulo Gallotti. 
Brasília, 13 de agosto de 2008. (Data do Julgamento). (Documento: 798459 - Inteiro Teor do Acórdão - Site 
certificado - DJe: 26/08/2008) 
No que se refere ao procedimento revisão criminal deve-se obedecer a seguinte 
sequência: 
 Petição Inicial – será instruída com a certidão de haver passado em julgado a sentença 
condenatória e com as peças necessárias a comprovação dos fatos arguidos, nos termos do 
art. 625, §1º, do Código de Processo Penal, sendo endereçada ao presidente do Tribunal 
competente. 
 O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor, devendo funcionar como 
relator um desembargador que não tenha pronunciado decisão em qualquer fase do 
processo. (art. 625, Código de Processo Penal) 
 O relator poderá determinar que se apensem aos autos originais, se daí não advir 
dificuldade à execução normal da sentença. (art. 625, §2º, Código de Processo Penal). 
 
 
 
 
 
 
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OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
4 
 Se o relator julgar insuficientemente instruído o pedido e inconveniente ao interesse 
da justiça que se apensem os autos originais, indeferi-lo-á in limine, dando recurso para as 
câmaras reunidas ou para o tribunal, conforme o caso (art. 624, parágrafo único) – Logo, 
existe a possibilidade indeferimento liminar da revisão criminal, nos exatos termos do art. 
625, §3º, do Código de Processo Penal. 
 Se o requerimento não for indeferido in limine, abrir-se-á vista dos autos ao 
procurador-geral, que dará parecer no prazo de dez dias. Em seguida, examinados os autos, 
sucessivamente, em igual prazo, pelo relator e revisor, julgar-se-á o pedido na sessão que o 
presidente designar. (art. 625, § 5º, Código de Processo Penal) 
 Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, 
absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo. De qualquer maneira, não poderá ser 
agravada a pena imposta pela decisão revista. (art. 626, Código de Processo Penal e 
parágrafo único) 
 A absolvição implicará o restabelecimento de todos os direitos perdidos em virtude 
da condenação, devendo o tribunal, se for caso, impor a medida de segurança cabível. (art. 
627, Código de Processo Penal) 
 O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa 
indenização pelos prejuízos sofridos. (art. 630, Código de Processo Penal). Por essa 
indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União, se a condenação tiver sido 
proferida pela justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se o tiver sido pela 
respectiva justiça. (art. 630, §1º, Código de Processo Penal). A indenização não será devida: a) 
se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio 
impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder; b) se a acusação houver 
sido meramente privada. (art. 630, §2º, Código de Processo Penal). 
OBS.: Existe controvérsia doutrinária sobre a possibilidade de revisão em sede de 
decisão proferida pelo tribunal do júri, tendo em vista que a revisão criminal ofenderia a 
soberania dos veredictos, pois bem, o STJ, mais precisamente a 5ª Turma, decidiu que é 
cabível a revisão criminal em decisões do Tribunal do Júri, entretanto, deve-se proceder a 
novo julgamento para se respeitar a soberania dos veredictos, neste sentido: 
Processo REsp 1172278 / GO 
RECURSO ESPECIAL 2009/0246886-9 
Relator(a) Ministro JORGE MUSSI (1138) 
Órgão Julgador T5 - QUINTA TURMA 
Data do Julgamento 26/08/2010 
Data da Publicação/Fonte DJe 13/09/2010 
Ementa 
RECURSO ESPECIAL. CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA. CONDENAÇÃO PELO TRIBUNAL DO JÚRI. 
RETIFICAÇÃO DE DEPOIMENTO TESTEMUNHAL. REVISÃO CRIMINAL JULGADA PROCEDENTE. 
DETERMINAÇÃO DE NOVO JULGAMENTO PELO TRIBUNAL POPULAR. POSSIBILIDADE. RECURSO 
DESPROVIDO. 
1. Ao Tribunal do Júri, conforme expressa previsão constitucional, cabe o julgamento dos crimes dolosos 
contra a vida, sendo-lhe assegurada a soberania dos seus veredictos. 
2. Por outro lado, o ordenamento jurídico assegura ao condenado, por qualquer espécie de delito, a 
possibilidade de ajuizar revisão criminal, nas hipóteses previstas no art. 621, do Código de Processo Penal. 
 
 
 
 
 
 
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OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
5 
3. In casu, o recorrente foi condenado pelo delito de homicídio qualificado, tendo transitado em julgado a 
sentença. Com base na retificação de depoimento testemunhal, foi apresentada revisão criminal, em que se 
pleiteava a absolvição do requerente, por ausência de provas. 
4. Considerando-se que o Tribunal de Justiça julgou procedente a revisão criminal para determinar a 
realização de novo julgamento popular, com fundamento na soberania dos veredictos, não merece reparo 
o aresto objurgado por estar em consonância com julgado desta Corte Superior. 
5. Recurso desprovido. 
2. ESTRUTURA DA REVISÃO CRIMINAL. 
Endereçamento: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO 
DE__________ 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 
____ REGIÃO (Crimes da Competência da Justiça Federal) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 
Identificação 
(Fazer parágrafo – regra dos dois dedos) Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de 
Identidade número _______________, expedida pela ________________inscrito no Cadastro de Pessoa Física do 
Ministério da Fazenda sob o número ____________________, residência e domicílio, por seu advogado abaixo 
assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem oferecer 
REVISÃO CRIMINAL 
com fundamento no art. 621 (indicar inciso correspondente), do Código de Processo Penal, não se conformando 
com a sentença ________________(indicar o tipo da sentença), já transitada em julgado, conforme certidão em 
anexo, pelas razões de fato e direito a seguir expostas. 
1. Dos Fatos. 
Falar os pontos principais dos fatos que ensejam a interposição da revisão criminal. 
No final dos fatos, é para, sem pular linhas, fazer um parágrafo com o seguinte teor: 
“A respeitáveldecisão proferida merece ser rescindida pelos motivos de fato e direito a seguir aduzidos.” 
2. Do Direito. 
Fale inicialmente qual foi o equívoco cometido pelo juiz para depois mencionar o direito aplicado ao caso 
concreto que será o fundamento da Revisão Criminal. 
3. Do Pedido. 
Deve-se fazer o pedido pleiteando o deferimento do pedido revisional e a reforma da decisão (indicando 
qual é o tipo de reforma que se quer nos termos do art. 626 do CPP – absolvição; desclassificação; diminuição da 
pena; anulação da sentença). 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
3. CASOS PRÁTICOS 
CASO PRÁTICO RESOLVIDO 
Caio foi condenado definitivamente, em sentença transitado em julgado, a uma pena 
de 9 anos de reclusão em regime prisional inicialmente fechado, tendo em vista que, 
segundo prova dos autos, cometeu o crime de estupro, art. 213, caput, do Código Penal, pois 
teria constrangido Carla a praticar atos diversos da conjunção carnal, utilizando-se de 
violência. 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
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6 
Após 2 anos do trânsito em julgado da sentença condenatória, estando Caio cumprindo 
a pena privativa de liberdade imposta, Carla confidenciou a sua amiga íntima Tatiana que, 
na verdade, Caio não praticou atos diversos da conjunção carnal com violência, tendo em 
vista que Caio era seu namorado, só que ninguém poderia saber disso. Carla disse, ainda, 
que consentiu na prática dos atos diversos da conjunção carnal, e como Caio não queria 
manter o relacionamento às escondidas, como era a intenção de Carla, ele acabou 
terminando o relacionamento, o que causou uma grande raiva em Carla e a fez procurar a 
delegacia e inventar que tinha sido vítima de estupro. 
Tatiana ficou horrorizada com a confidência de sua amiga e foi, de imediato, procurar o 
pai e a mãe de Caio, tendo ela informado todos os fatos para estes dois. Caio também ficou 
sabendo da confidência por intermédio de seus pais e resolveu contratar um advogado. 
Na qualidade de advogado contratado por Caio apresente a medida processual cabível 
para impugnar a decisão. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO 
DE____ 
 
Caio, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número ___, expedida pela 
____inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número ______, residência e domicílio, 
por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem oferecer 
REVISÃO CRIMINAL 
com fundamento no art. 621, III, do Código de Processo Penal, não se conformando com a sentença condenatória 
já transitada em julgado, conforme certidão em anexo, pelas razões de fato e direito a seguir expostas. 
1. Dos Fatos. 
O revisionando foi condenado definitivamente, em sede de primeiro grau, em sentença transitado em 
julgado, a uma pena de 9 anos de reclusão em regime prisional inicialmente fechado, tendo em vista que, segundo 
prova dos autos, teria supostamente cometido o crime de estupro, art. 213, caput, do Código Penal, pois teria 
constrangido a vítima Carla a praticar atos diversos da conjunção carnal, utilizando-se de violência. 
Ocorreu que surgiu nova prova de inocência do revisionando, tendo em vista que, após 2 anos do trânsito 
em julgado da sentença condenatória, estando o revisionando cumprindo a pena privativa de liberdade imposta, 
a vítima confidenciou à sua amiga íntima Tatiana que, na verdade, o revisionando não praticou atos diversos da 
conjunção carnal com violência, tendo em vista que o revisionando era seu namorado, só que ninguém poderia 
saber disso. 
A vítima disse, ainda, que consentiu na prática dos atos diversos da conjunção carnal, e como o revisionando 
não queria manter o relacionamento às escondidas, como era a intenção da vítima, ele acabou terminando o 
relacionamento, o que causou uma grande raiva na vítima e a fez procurar a delegacia e inventar que tinha sido 
vítima de estupro. 
A respeitável decisão proferida merece ser rescindida pelos motivos de fato e direito a seguir aduzidos. 
2. Do Direito. 
No caso concreto, após a sentença, surgiram novas provas de inocência do réu, nos termos do art. 621, III, 
do Código de Processo Penal, o que irá acarretar a absolvição do revisionando, nos termos do art. 626 do Código 
de Processo Penal. 
A vítima confidenciou a sua amiga Tatiana, que, na verdade, o revisionando não praticou atos diversos da 
conjunção carnal com violência contra a vítima, tendo esta consentido na prática dos atos. 
Ora, para que se possa falar no crime de estupro, deve-se haver a prática de conjunção carnal ou de atos 
diversos da conjunção carnal com violência ou grave ameaça contra a vítima. No caso concreto, como o 
revisionando não praticou atos diversos da conjunção carnal com violência contra a vítima, o revisionado cometeu 
um fato atípico, não estando configurado o crime de estupro. 
Desta forma, surgiram novas provas de inocência do revisionado que ensejam a sua absolvição, pois o fato 
atribuído ao réu não constitui infração penal. 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
7 
3. Do Pedido. 
Diante do exposto, requer-se o deferimento do pedido revisional e a reforma da decisão para absolver o 
revisionando, pois o fato atribuído a este não constitui infração penal, nos termos dos artigos 386, III, 621, III e 
626 do Código de Processo Penal. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
CASO PRÁTICO PROPOSTO 
Mévio foi denunciado e pronunciado por ter matado sua amiga Maria, uma famosa 
jornalista, tendo desferido 5 facadas na vítima, e ao final do processo foi condenado pelo 
Tribunal do Júri a 17 anos de reclusão em regime inicialmente fechado de cumprimento da 
pena. 
Após o transito em julgado da sentença condenatória, Mévio tomou conhecimento, 
através de familiares que foram lhe visitar na penitenciária, que o verdadeiro autor do crime 
foi um fã de Maria que tinha uma paixão doentia por esta, tendo tal fã sido capturado pelas 
autoridades policiais com uma faca utilizada no homicídio e confessado a prática do crime. 
Diante da situação hipotética, na qualidade de advogado contratado por Mévio, 
apresenta a medida processual cabível. 
 Peça – Revisão Criminal, nos termos do art. 621, III, do Código de Processo Penal. 
 Endereçamento – EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR 
PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ___________ 
 
 Tese – Alegar que o revisionando não é o autor do crime de homicídio, tendo em vista 
que surgiu nova prova comprovando sua inocência e que ele não concorreu para o 
cometimento da infração penal, o que deveria ter acarretado a absolvição do réu. 
 Pedido – deferimento do pedido revisional e a reforma da decisão para que o 
revisionando seja submetido a novo julgamento pelo tribunal do júri.

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