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09. Slides Queixa Crime

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ANA CRISTINA MENDONÇA
GEOVANE MORAES
OAB XIII Exame
Segunda Fase Penal
QUEIXA-CRIME
CRIMES DE AÇÃO PENAL PRIVADA NO
CÓDIGO PENAL
CRIMES CONTRA A HONRA
Calúnia (Art. 138)
Difamação (Art. 139)
Injúria (Art. 140)
Exceções:
• injúria real é crime de ação penal pública (havendo
discussão acerca da necessidade ou não de
representação) (art. 145, caput, do CP)
• injúria contra o Presidente da República é crime de
ação penal pública condicionada à requisição do
Ministro da Justiça (art. 145, parágrafo único, do CP)
• crime contra a honra de servidor público no exercício
das funções é crime de ação penal pública
condicionada à representação, devendo ser observada
a súmula 714 do STF (art. 145, parágrafo único, do CP)
USURPAÇÃO DE PROPRIEDADE PARTICULAR
(observar o§3º do art. 161)
Alteração de limites (Art. 161 caput)
Usurpação de águas (Art. 161 inc. I)
Esbulho possessório (Art. 161 inc. II) 82
DO DANO
Dano (Art. 163) (na modalidade simples – 163, caput)
Dano qualificado por motivo egoístico ou com
prejuízo considerável para a vítima (Art. 163, IV)
Introdução ou abandono de animais em
propriedade alheia (Art. 164)
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Fraude à execução (Art. 179)
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE
IMATERIAL
Violação de direito autoral (Art. 184 caput)
Exceções: Os§§1º e 2º do art. 184 são crimes
de ação penal pública incondicionada e o §3º
de ação penal pública condicionada à
representação.
DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO
Induzimento a erro essencial e ocultação de
impedimento (Art. 236)
ATENÇÃO: é o único crime de ação penal privada
personalíssima (que não admite representante legal ou
sucessor processual)
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA
JUSTIÇA
Exercício arbitrário das próprias razões (Art.
345) (salvo se há emprego de violência)
CRIMES DE AÇÃO PENAL PRIVADA NA
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
LEI Nº 9.279, DE 14 DE MAIO DE 1996. (Regula
direitos e obrigações relativos à propriedade
industrial).
ATENÇÃO: Os crimes contra a propriedade industrial
São de ação penal privada, salvo na hipótese do art.
191 da Lei 9.279/96, em que a ação penal será pública.
Art. 191. Reproduzir ou imitar, de modo que
possa induzir em erro ou confusão, armas,
brasões ou distintivos oficiais nacionais,
estrangeiros ou internacionais, sem a
necessária autorização, no todo ou em parte,
em marca, título de estabelecimento, nome
comercial, insígnia ou sinal de propaganda, ou
usar essas reproduções ou imitações com fins
econômicos.
CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA
CONDICIONADA NO CÓDIGO PENAL
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
Lesão corporal leve (Art. 129, caput, por força
do disposto no art. 90 da Lei 9.099/95)
Exceção: Lesão corporal em violência doméstica e
familiar contra a mulher é crime de ação penal pública
incondicionada. Decisão proferida pelo STF no
julgamento da ADC 19 e ADI 4424.
Perigo de contágio venéreo (Art. 130)
CRIMES CONTRA A HONRA
Calúnia (Art. 138 – somente quando praticado contra
servidor público no exercício de suas funções, por
força do parágrafo único do art. 145)
Difamação (Art. 139 - somente quando praticado contra
servidor público no exercício de suas funções, por
força do parágrafo único do art. 145)
Injúria (Art. 140 - somente quando praticado contra
servidor público no exercício de suas funções, por
força do parágrafo único do art. 145)
Injúria contra o Presidente da República é crime
condicionado a representação do Ministro da Justiça.
ATENÇÃO: Em regra esses crimes são de ação penal
privada
CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
Ameaça (Art. 147)
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE
CORRESPONDÊNCIA
Violação de correspondência (Art. 151 – em regra
são crimes de ação penal condicionada a
representação, com exceção de quem instala ou utiliza
estação ou aparelho radioelétrico, sem disposição de
disposição legal, bem como se o agente comete o
crime, com abuso de função em serviço postal,
telegráfico, radielétrico ou telefônico, de acordo com o
§ 4° do art. 151)
Correspondência comercial (Art. 152)
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE
DOS SEGREDOS
Divulgação de segredo (Art. 153 – em regra
somente se procede mediante representação, salvo
quando resultar prejuízo para a Administração Pública,
neste caso a ação penal será incondicionada de
acordo com o§ 2o do art. 153).
Violação do segredo profissional (Art. 154)
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Furto de coisa comum (Art. 156)
ATENÇÃO: Não é punível a subtração de coisa comum
fungível, cujo valor não excede a quota a que tem
direito o agente, de acordo com o§ 2º do art. 156.
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
Outras fraudes (Art. 176 - Somente se procede
mediante representação, e o juiz pode, conforme as
circunstâncias, deixar de aplicar a pena, de acordo
com o parágrafo único).
DA RECEPTAÇÃO
Receptação (Art. 180) – quando em prejuízo do
“CADI”, veja nota a seguir.
ATENÇÃO: Nos crimes contra o patrimônio, previstos no
Título II, somente se procede mediante representação, se o
crime previsto neste título é cometido em prejuízo: do
cônjuge desquitado ou judicialmente separado; de irmão,
legítimo ou ilegítimo; de tio ou sobrinho, com quem o
agente coabita, de acordo com o art. 172, salvo se o crime é
de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja
emprego de grave ameaça ou violência à pessoa, bem como
não se aplica ao estranho que participa do crime e se o
crime é praticado contra pessoa com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos, de acordo com o art. 183, I, II
e III.
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE
IMATERIAL
Violação de direito autoral quando praticada
através de cabo, fibra ótica, satélite, ondas etc,
o crime será de ação penal pública
condicionada à representação (Art. 184, § 3o.,
c/c art. 186, IV, do CP)
ATENÇÃO: Quando a violação for de fonograma ou
videograma (art. 184, §§ 1o. e 2o.), o crime é de ação
pública incondicionada (art. 186, II, do CP).
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Estupro (Art. 213)
Violação sexual mediante fraude (Art. 215)
Assédio sexual (Art. 216-A)
ATENÇÃO:
Estupro praticado contra menor de 18 anos ou
vulnerável é de ação pública incondicionada (art.
225, parágrafo único, do CP)
Estupro praticado mediante violência real é crime
de ação pública incondicionada (Súmula 608 do
STF)
AÇÃO PENAL DE 
INICIATIVA PÚBLICA
AÇÃO PENAL DE 
INICIATIVA PRIVADA
Princ. da OFICIALIDADE --
Princ. da 
OBRIGATORIEDADE
Princ. da OPORTUNIDADE 
OU CONVENIÊNCIA
Princ. da 
INDISPONIBILIDADE
Princ. da DISPONIBILIDADE
Princ. da 
(IN)DIVISIBILIDADE
Princ. da INDIVISIBILIDADE
Princ. da 
INTRANSCENDÊNCIA
Princ. da 
INTRANSCENDÊNCIA
AÇÃO PENAL DE 
INICIATIVA PRIVADA
--
Princ. da OPORTUNIDADE 
OU CONVENIÊNCIA
Princ. da DISPONIBILIDADE
Princ. da INDIVISIBILIDADE
Princ. da 
INTRANSCENDÊNCIA
AÇÃO PENAL PRIVADA PONTOS RELEVANTES
OPORTUNIDADE E CONVENIÊNCIA
• RENÚNCIA EXPRESSA E TÁCITA
Arts. 49, 50 caput e parágrafo único, e 57 do CPP.
Art. 104 do CP.
• DECADÊNCIA arts. 103 do CP e 38 do CPP
(distinção entre decadência e prescrição)
 DISPONIBILIDADE
• PERDÃO EXPRESSO E TÁCITO
Arts. 51, 53, 55, 56, 57, 58 e 59 do CPP.
Arts. 105 e 106 do CP.
Atenção: Art. 52 e 54 do CPP (revogação tácita)
• PEREMPÇÃO
hipóteses de perempção (art. 60 CPP)
CONTAGEM DO PRAZO DECADENCIAL
PRAZO PENAL
deve-se observar o ART. 10 DO CP:
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo
do prazo. Contam-se os dias, os meses e os
anos pelo calendário comum.
e não o art. 798 do CPP, que se refere ao prazo
processual:
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartórioe
serão contínuos e peremptórios, não se
interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo,
incluindo-se, porém, o do vencimento.
§ 2o (...)
§ 3o O prazo que terminar em domingo ou dia
feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil
imediato.
QUANDO DO OFERECIMENTO DE UMA QUEIXA-
CRIME, DEVEMOS TER ATENÇÃO AOS
SEGUINTES ASPECTOS:
1) COMPETÊNCIA!!!!!
Dependendo do caso, a competência poderá ser:
• dos JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
• da VARA CRIMINAL
• do JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
• FAMILIAR CONTRA A MULHER
• do TRIBUNAL DO JÚRI
2) PROCURAÇÃO COM PODERES
ESPECIAIS!!!!!
Dispõe o art. 44 do CPP:
Art. 44. A queixa poderá ser dada por
procurador com poderes especiais, devendo
constar do instrumento do mandato o nome
do querelante e a menção do fato criminoso,
salvo quando tais esclarecimentos
dependerem de diligências que devem ser
previamente requeridas no juízo criminal.
3) LEGITIMIDADE!!!!!
Caso seja a própria vítima a oferecer a queixa:
NOME DA VÍTIMA, nacionalidade, estado civil,
profissão, portador da carteira de identidade
nº ____, inscrito no CPF sob o nº ___,
residência e domicílio, por seu advogado
abaixo assinado, conforme procuração com
poderes especiais em anexo, em conformidade
com o art. 44 do Código de Processo Penal,
vem a Vossa Excelência oferecer...
Em caso de vítima menor ou por outro motivo
incapaz:
NOME DA VÍTIMA, menor ou incapaz, neste ato
representada por NOME DO REPRESENTANTE
LEGAL, nacionalidade, estado civil, portador da
carteira de identidade nº ___, inscrito no CPF
sob o nº ___, residência e domicílio, por seu
advogado abaixo assinado, conforme
procuração com poderes especiais em anexo,
em conformidade com o art. 44 do Código de
Processo Penal, vem a Vossa Excelência,
oferecer...
Caso seja um dos sucessores (CADI) a
oferecer a queixa:
NOME DO SUCESSOR, nacionalidade, estado
civil, portador da carteira de identidade nº
___, inscrito no CPF sob o nº ___, residência
e domicílio, por seu advogado abaixo
assinado, conforme procuração com
poderes especiais em anexo, em
conformidade com o art. 44 do Código de
Processo Penal, vem a Vossa Excelência, na
forma do art. 31 do Código de Processo
Penal, oferecer....
OU
NOME DO SUCESSOR, nacionalidade, estado
civil, portador da carteira de identidade nº
___, inscrito no CPF sob o nº ___, residência
e domicílio, por seu advogado abaixo
assinado, conforme procuração com
poderes especiais em anexo, em
conformidade com o art. 44 do Código de
Processo Penal, vem a Vossa Excelência,
oferecer....
OBS:
Antes dos fatos incluir uma preliminar
explicando que a vítima morreu e que o
querelante oferece a queixa na forma do ar. 31
do Código de Processo Penal.
4) PRAZO
Como já exaustivamente indicado, atenção ao
prazo decadencial. Deve-se levar em
consideração o art. 10 do CP.
Assim, lembre-se que se o conhecimento da
autoria ocorreu num dia não útil, ainda assim
este será o primeiro dia.
Mas, caso o último dia do prazo caia, por
exemplo, num sábado, e a questão indique
pelo oferecimento da queixa no último dia do
prazo, a mesma deverá ser oferecida na sexta-
feira anterior.
QUEIXA CRIME
- DICAS -
ENDEREÇAMENTO:
Verificar se o crime é infração de menor potencial
ofensivo.
Em caso positivo, endereçar ao
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO
DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA
_____
Em caso negativo, endereçar ao
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO
DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ______
Observação IMPORTANTE:
Em caso de concurso material de duas ou mais
infrações de menor potencial ofensivo, verificar o
somatório das penas máximas dos crimes e, caso o
total ultrapasse DOIS anos, a competência será da
Vara Criminal.
PEDIDO:
Se a queixa foi oferecida perante o JECrim, o
procedimento será o da Lei 9.099/95.
Consequentemente, devemos observar se já
ocorreu ou não a audiência preliminar.
Caso a audiência preliminar já tenha ocorrido,
e não tenha havido conciliação, o pedido a ser
formulado é o tradicional, ou seja:
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante
seja recebida a presente, citado o querelado
para responder aos termos da ação penal e, ao
final, julgado procedente o pedido para
condenar o querelado como incurso nas penas
do art. ….
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas
abaixo arroladas.
Caso a audiência preliminar ainda não tenha
ocorrido:
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante
seja designada audiência preliminar, na forma
do artigo 72 da Lei 9.099/95, e, em caso de
impossibilidade de conciliação, requer seja
recebida a presente, citado o querelado para
responder aos termos da ação penal e, ao final,
julgado procedente o pedido para condenar o
querelado como incurso nas penas do art. ….
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas
abaixo arroladas.
TRATANDO-SE DE CRIME CONTRA A HONRA,
a queixa poderá ser oferecida tanto no JECrim
como na Vara Criminal, dependendo da pena
da conduta imputada.
Contudo, crimes contra a honra dependem
sempre de uma audiência de conciliação
prévia, prevista no art. 520 do CPP.
Como nos Juizados o próprio procedimento
contempla um momento para conciliação, esta
necessidade já é, de certa forma, suprida.
Mas, se a queixa por crime contra a honra está
sendo oferecida perante uma Vara Criminal,
onde será adotado o rito sumário, deve-se
formular o pedido da seguinte forma:
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante
seja designada audiência de conciliação, na
forma do artigo 520 do Código de Processo
Penal, e, em caso de impossibilidade de
conciliação, requer seja recebida a presente,
citado o querelado para responder aos termos
da ação penal e, ao final, julgado procedente o
pedido para condenar o querelado como
incurso nas penas do art. ….
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas
abaixo arroladas.
Queixa oferecida pela própria 
vítima perante os Juizados 
Especiais Criminais, após a 
audiência preliminar:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE
DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL
DA COMARCA _____
NOME DA VÍTIMA, nacionalidade, estado civil,
profissão, portador da carteira de identidade nº
____, inscrito no CPF sob o nº ___, residência e
domicílio, por seu advogado abaixo assinado,
conforme procuração com poderes especiais
em anexo, em conformidade com o art. 44 do
Código de Processo Penal,
vem a Vossa Excelência, na forma artigos 30 e
41 do Código de Processo Penal, e art. 100, §
2º do Código Penal, oferecer
QUEIXA CRIME
em face de ______, brasileiro, casado,
jornalista, identidade número ___, inscrito no
CPF sob o n°__, residência e domicílio, pelos
fatos e fundamentos jurídicos a seguir
expostos.
DOS FATOS
(Apresentar os fatos indicados no enunciado da
questão, motivadores da ação penal privada.)
DO DIREITO
(Indicar as razões jurídicas que justificam a
tipificação da conduta.)
DO PEDIDO
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante seja
recebida a presente, citado o querelado para
responder aos termos da ação penal e, ao final,
julgado procedente o pedido para condenar o
querelado como incurso nas penas do art. ….
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas
abaixo arroladas.
Nestes termos,
Espera deferimento.
Comarca, data.
Advogado, OAB.
Rol de testemunhas:
1)
2)
3)
Caso prático proposto
Joana, solteira, de 19 anos, estudante, divide-se
entre a faculdade de publicidade e o
treinamento de patinação, esporte que pratica
desde os 04 anos de idade. Comos seus
tempos, conseguiu entrar no mundial,
comprando todo o material para participar da
competição. Como era uma das favoritas do
Brasil para ganhar a competição, investiu um
valor relativamente alto para o seu padrão de
vida, pois só os patins custaram mais de R$
10.000,00 (dez mil reais).
Além disso, investiu a sua renda e a da sua
família, no intuito de realizar um treinamento
fora do seu país de origem. Também para a
competição, vendeu o seu carro para pagar as
despesas com a viagem e os custos do
evento. Elizabete, concorrente de Joana e
com vontade de retirar a favorita da
competição, aproveita-se de um momento em
que Joana está treinando na pista para
destruir todo o material que Joana usaria
durante sua apresentação, impedindo Joana
de participar da competição e lhe causando
um prejuízo considerável.
Diante dos fatos narrados, Joana decide
procurar um advogado para responsabilizar
Elizabete judicialmente. Em face dessa
situação hipotética, na condição de
advogado(a) contratado(a) por Joana, redija a
peça processual que atenda aos interesses da
sua cliente, considerando recebida a pasta de
atendimento da cliente devidamente instruída
com procuração com poderes especiais e
testemunhas.
Caso prático resolvido
Em 25/3/2014, Marília de Souza, brasileira,
divorciada, com 52 anos de idade, médica,
residente e domiciliada no município de Maceió
- AL, contratou seus serviços advocatícios para
que adotasse as providências judiciais em face
de conhecido jornalista local, João Futriqueiro,
brasileiro, casado, com 43 anos de idade, que,
a pretexto macular a imagem profissional de
Marília, publicou, em matérias jornalísticas de
sua autoria, ser ela a responsável pela morte
de determinada paciente, de nome Luzia D.,
por negligência e imperícia, durante o parto, no
Hospital Municipal de Maceió.
De fato, Luzia D. deu entrada no referido
nosocômio, em trabalho de parto, já com
avançada pressão arterial e caso evidente e
irreversível de eclampsia, durante horário em
que Marília de Souza era um dos vários
médicos em plantão, não tendo sido por ela
atendida, uma vez que Marília já se encontrava
na sala de parto, realizando cesariana em outra
paciente parturiente.
Além disso, ficou amplamente comprovado
não ter ocorrido, no caso de Luzia D., qualquer
negligência ou imperícia médica, tratando-se,
por certo, de uma fatalidade, o que foi,
inclusive, constatado pelo Conselho Regional
de Medicina.
Entretanto, ainda assim, insistiu o referido
jornalista em atacar Marília de Souza,
divulgando além da matéria original, da qual
foi extrajudicialmente interpelado por Marília,
bem como pelo Hospital Municipal de Maceió,
através de sua Direção Geral,
mais duas matérias, nas duas semanas
subsequentes, insistindo em responsabilizar
Marília criminalmente pela morte de Luzia D.,
com o intuito de ofender objetiva e
subjetivamente sua honra, bem como sua
imagem profissional perante a população local.
Nas referidas matérias, mesmo sabendo não
serem verdadeiras as afirmações, afirmou
João Futriqueiro que "era claro o verdadeiro
assassinato praticado no Hospital de Maceió,
pelas mãos da sempre negligente Dr. Marília de
Souza".
E continuou afirmando "A Dra. Marília, se é que
pode ser chamada assim, deveria ser caçada
pelo CRM, já que não possui condições de
exercer o sagrado ofício da medicina".
Como se não bastasse, João Futriqueiro
prosseguiu com os ataques e ofensas
impressas, ao escrever e publicar que "a
suposta médica Marília matou Luzia D. e não
se sabe quantos mais", sendo esta última
publicação veiculada na edição de 23/03/2014.
Entre os documentos coletados pela cliente e
pelo escritório encontram-se as edições
impressas do jornal, com as matérias em
referência, todos os laudos médico-
hospitalares a demonstrar que não houve
negligência ou imperícia médica, os
documentos do Conselho Regional de
Medicina no mesmo sentido, e os documentos
comprobatórios de que Marília se encontrava
em procedimento cirúrgico quando do
atendimento de Luzia D. no hospital.
Em face dessa situação hipotética, na
condição de advogado(a) contratado(a) por
Marília de Souza, redija a peça processual que
atenda aos interesses de sua cliente,
considerando recebida a pasta de atendimento
da cliente devidamente instruída, com todos os
documentos pertinentes, suficientes e
necessários, procuração com poderes
especiais e rol de testemunhas.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE
DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE MACEIÓ – ALAGOAS
MARÍLIA DE SOUZA, brasileira,
divorciada, portadora da carteira de identidade
n°__, inscrita no CPF sob o n°__, residente e
domiciliada no endereço __, município de
Maceió - Alagoas, por seu advogado abaixo
assinado, conforme procuração com poderes
especiais em anexo, em conformidade com o
artigo 44 do Código de Processo Penal, vem a
Vossa Excelência, com fundamento nos
artigos 30 e 41 do Código de Processo Penal, e
art. 100,§ 2º do Código Penal, oferecer
QUEIXA CRIME
em face de JOÃO FUTRIQUEIRO, brasileiro,
casado, jornalista, identidade número ___,
inscrito no CPF sob o n°__, residência e
domicílio, pelos fatos e fundamentos jurídicos
a seguir expostos.
1. DOS FATOS
A querelante, médica, exercendo sua
profissão, foi surpreendida nas últimas
semanas com três matérias jornalísticas
informando ter sido a mesma a responsável
pela morte de Luzia D., paciente que deu
entrada no hospital Municipal de Maceió,
Alagoas, em trabalho de parto, na data ___,
tendo a médica, ora querelante, segundo a
referida matéria, sido negligente e imperita,
sendo matéria veiculada de autoria do
jornalista João Futriqueiro.
Na divulgação da matéria original, o ora
querelado afirmou, mesmo sabendo que eram
inverídicas as informações, ter a médica
praticado um assassinato no hospital de
Maceió, sendo negligente na realização do parto
de Luzia D., fato que ofendeu a honra objetiva e
subjetiva da querelante, bem como sua imagem
profissional perante a população local.
Além disso, na última matéria veiculada na
edição do dia 23/3/2014, foi divulgado pelo
querelado que a Dra. Marília de Souza não
poderia ser chamada de médica, dizendo o
jornalista que:
"era claro o verdadeiro assassinato praticado
no Hospital de Maceió, pelas mãos da sempre
negligente Dr. Marília de Souza",
afirmando ainda "A Dra. Marília, se é que pode
ser chamada assim, deveria ser caçada pelo
CRM, já que não possui condições de exercer
o sagrado ofício da medicina".
Por fim, ainda informou que "a suposta
médica Marília matou Luzia D. e não se sabe
quantos mais" .
É importante ressaltar que todos os
laudos médico-hospitalares demonstram a
inocorrência de negligência ou imperícia por
parte da médica, bem como os documentos do
Conselho Regional de Medicina, afirmando no
mesmo sentido, já que a ora querelante se
encontrava em procedimento cirúrgico quando
do atendimento de Luzia D. no hospital.
2. DO DIREITO
É evidente que a ora querelante foi,
através das absurdas alegações do querelado
em suas publicações através da imprensa
escrita, alvo de ofensas caluniosas e
difamatórias, sendo evidente ter o querelado
agido com a vontade de caluniar e difamar a
querelante, ofendendo sua reputação pessoal
e profissional.
As matérias publicadas foram, à toda
evidência, divulgadas de maneira
irresponsável e leviana, sem o necessário
cunho informativo como aduzia o seu título.
Trata-se, na verdade, de artigo ou matéria não
apenas opinativa, mas sim ofensiva, induzindo
a sociedade a um julgamentototalmente
avesso à realidade.
Pior, foi endereçada à população na qual
a querelante atua, em um combate diário pela
saúde da população.
Tal matéria, leviana, falsa e irresponsável,
não só atingiu a honra da querelante, como
também abalou, de forma considerável, o
apreço que goza a mesmo junto ao meio
social. Ressalte-se que, ao contrário do que
afirma o querelado, a querelante sequer se
encontrava responsável pela paciente em
questão, e, ainda que estivesse, todos os
documentos comprovam que não houve
qualquer negligência ou imperícia médica que
desse causa a sua morte, conforme
demonstram os documentos anexos.
Até a vil publicação, gozava a querelante
do apreço da sociedade, apreço este
conquistado com muito trabalho, dedicação,
respeito e acima de tudo com o
profissionalismo e a responsabilidade com que
sempre exerceu sua profissão.
Torna-se, assim, nítida a configuração dos
crimes de CALÚNIA e DIFAMAÇÃO por parte do
querelado, sem perder de vista que o fato tornou-
se efetiva a absurda publicidade da matéria
caluniosa e difamatória publicada, uma vez que a
mesma foi divulgada através da via jornalística.
Assim, encontra-se o querelado incurso nas
penas dos artigos 138 e 139 do Código Penal,
ambos com o aumento de pena previsto no artigo
141, inciso III, também do Código Penal, já que as
infrações foram praticadas por meio que facilitou
a divulgação daquelas informações.
3. DO PEDIDO
DIANTE DO EXPOSTO, requer a
querelante seja designada audiência de
conciliação, na forma do artigo 520 do Código
de Processo Penal, e, em caso de
impossibilidade de conciliação, requer seja
recebida a presente, citado o querelado para
responder aos termos da ação penal e, ao final,
julgado procedente o pedido para condenar o
querelado como incurso nas penas dos artigos
138 combinado com 141, III, e 139 combinado
com 141, III, todos do Código Penal.
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas
abaixo arroladas.
Nestes termos,
Espera deferimento.
Maceió, data.
Advogado
OAB

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