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Teoria da pena II

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Teoria da Pena
Cristiane Brandão
Profa. Adjunta FND/UFRJ
Monitor: Tomaz Moreira
Sistemas Penitenciários
Espécies: Reclusão X Detenção
Regimes Penais
Fechado(Art. 34 do CP)
Semiaberto(Art. 35 do CP)
Aberto(Art. 36 do CP)
Penas Privativas de Liberdade
Prisão Domiciliar
Regime inicial
Súmula 269 STJ: “É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.”
Progressão e Regressão de Regime
Requisitos
Objetivos (art. 112, LEP ou art. 2º, par. 2º., Lei 8072/90)
Subjetivos (bom comportamento)
Penas Privativas de Liberdade
Progressão per saltum
“Trata-se de habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado por Fábio Menezes Ziliotti e outro, em favor de FÁBIO LUIS SGOTTI, contra decisão do então relator Ministro Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ/RS), que indeferiu a liminar pleiteada no HC 210.526/SP do Superior Tribunal de Justiça. Os impetrantes sustentam, preliminarmente, ser o caso de superação da Súmula 691 desta Corte, ao fundamento de que “a teratologia da decisão proferida pela autoridade coatora é tão flagrante que autoriza o conhecimento do presente habeas corpus, muito embora tenha sido impetrado contra decisão denegatória de liminar”. Narram, em seguida, que o paciente foi condenado pela prática do crime previsto no art. 330 (desobediência) do Código Penal à pena de 3 meses de detenção, em regime semiaberto, convertida em prestação pecuniária no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Infere-se dos autos que, em função do descumprimento da pena restritiva de direitos, a reprimenda foi convertida em pena privativa de liberdade, sendo expedido o competente mandado de prisão em desfavor do paciente.(...) Em 14/8/2012, deferi a medida liminar requerida para garantir ao paciente o direito de aguardar em regime aberto o surgimento de vaga em estabelecimento adequado ao regime semiaberto de cumprimento de pena. (...)” HC STF 114607
Penas Privativas de Liberdade
A progressão nos crimes hediondos
PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSÃO - RAZÃO DE SER. A progressão no regime de cumprimento da pena, nas espécies fechado, semi-aberto e aberto, tem como razão maior a ressocialização do preso que, mais dia ou menos dia, voltará ao convívio social. PENA - CRIMES HEDIONDOS - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSÃO - ÓBICE - ARTIGO 2º, § 1º, DA LEI Nº 8.072/90 - INCONSTITUCIONALIDADE - EVOLUÇÃO JURISPRUDENCIAL. Conflita com a garantia da individualização da pena - artigo 5º, inciso XLVI, da Constituição Federal - a imposição, mediante norma, do cumprimento da pena em regime integralmente fechado. Nova inteligência do princípio da individualização da pena, em evolução jurisprudencial, assentada a inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90. HC STF 82.959
Penas Privativas de Liberdade
Regime disciplinar diferenciado
Para Paulo César Busato: “A imposição de uma fórmula de execução da pena diferenciada segundo características do autor relacionadas com ‘suspeitas’ de sua participação na criminalidade de massas não é mais do que um ‘direito penal do inimigo’, quer dizer, trata-se da desconsideração de determinada classe de cidadãos como portadores de direitos iguais aos demais a partir de uma classificação que se impõe desde as instâncias de controle. A adoção do regime disciplinas diferenciado representa o tratamento desumano de determinado tipo de autor de delito, distinguindo evidentemente entre cidadãos e ‘inimigos’”.
Penas Privativas de Liberdade
Exame Criminológico
Exame criminológico e exame de personalidade
Obrigatoriedade do exame criminológico
EXECUÇÃO PENAL - PROGRESSÃO DE REGIME - EXAME CRIMINOLÓGICO - SÚMULA 
VINCULANTE Nº. 26 DO STF SÚMULA 439 DO STJ - DECISÃO DESFUNDAMENTADA 
- ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA Disciplina a lei penal que as penas privativas 
de liberdade deverão ser cumpridas de forma progressiva, tratando-se de medida 
de política criminal que objetiva estimular o condenado durante o cumprimento da 
pena. A progressão de regime se materializa mediante a satisfação de pressupostos 
de caráter objetivo e subjetivo, aquele relativo ao cumprimento de um sexto da 
pena, este relacionado ao mérito do condenado. Com o advento da Lei 10792/03, 
não mais passou a ser obrigatória a realização do exame criminológico para o 
deferimento do benefício da progressão de regime, sendo o requisito subjetivo 
avaliado de acordo com o mérito carcerário atestado pelo diretor da unidade 
prisional. Foi à vontade do legislador, firmando a jurisprudência no sentido de que o 
juiz da execução, de forma fundamentada em dados concretos, poderá determinar 
excepcionalmente a realização do exame criminológico. O exame passou a ser 
facultativo. Tanto o Supremo Tribunal Federal (súmula vinculante nº 26) como o 
Superior Tribunal de Justiça (súmula 439) estão pacificados no sentido de ser válida
a exigência do exame quando fundamentada a sua necessidade. No caso concreto, 
a decisão que determinou a realização do exame não apresenta qualquer 
fundamentação, apenas se escorando na gravidade em abstrato do delito praticado, 
o que é insuficiente, por si só, para ser adotado o procedimento excepcional, até 
porque o deferimento da progressão para o semi-aberto, por si só, não acarreta 
automaticamente a saída do apenado do cárcere, como consignado na decisão 
atacada. TJRJ Processo No: 0022688-05.2010.8.19.0000
Penas Privativas de Liberdade
Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIMES DE TRÁFICO DE ENTORPECENTES. ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA. NÃO INCIDÊNCIA. CONFISSÃO DE FATO DIVERSO. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE SUPERIOR A 4 (QUATRO) ANOS E NÃO EXCEDENTE A 8 (OITO) ANOS. REGIME INICIAL SEMIABERTO (ART. 33, § 2º, ALÍNEA B, DO CP). FIXAÇÃO DE REGIME INICIAL FECHADO COM FUNDAMENTO APENAS NO ART. 2º, § 1º, DA LEI 8.072/90. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO PLENÁRIO DESTA CORTE NO HC 111.840. IMPOSIÇÃO DE REGIME INICIAL MAIS SEVERO. INEXISTÊNCIA DE MOTIVAÇÃO IDÔNEA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 719 DO STF. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS PARCIALMENTE PROVIDO. 1. A atenuante da confissão espontânea, para efeito de redução da pena, não é aplicável se o réu denunciado e condenado por tráfico de drogas confessa apenas que portava o entorpecente para uso próprio. Precedentes: HC 108.148/MS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, DJe 1º/7/2011; HC 94295/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 1ª Turma, DJe 31/10/2008. 2. O artigo 2º, § 1º, da Lei 8.072/90 – que determina o início do cumprimento da pena privativa de liberdade imposta em razão da prática de crime hediondo, necessariamente, no regime fechado – foi declarado inconstitucional pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no julgamento do HC 111.840, Pleno, Relator o Ministro Dias Toffoli, sessão de 27 de junho de 2012. 3. O artigo 33, § 2º, alínea b, do Código Penal determina que “o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto”. 4. “A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea” (Súmula 719 do STF). 5. A decisão sub judice merece correção parcial, para impedir que o regime prisional fechado (art. 2º, §1º, da Lei nº 8.072/90) seja automaticamente imposto aos recorrentes, sob pena de violação ao princípio constitucional da individualização da pena (CRFB, art. 5º, XLVI), consoante interpretação do plenário do Supremo Tribunal Federal. 6. In casu, a) o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais condenou os recorrentes à pena de 5 (cinco) anos e 6 (seis) meses de reclusão, pelo cometimento do crime de tráfico de entorpecentes, fixando o regime fechado para o início do cumprimento da pena, com fundamento tão somente no disposto no artigo 2º, § 1º, da Lei 8.072/90. b) No caso sub examine, não há nos autos qualquer
circunstância apta para vedar a aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006, uma vez que os recorrentes são primários, de bons antecedentes e não há prova nos autos que se dediquem às atividades criminosas nem integre organização criminosa. 7. Destaque-se que conforme consta no parecer da Procuradoria Geral da República, “o caso revela uma fragilidade probatória da prática do tráfico bastante significativa, eis que os Pacientes foram surpreendidos comprando maconha em uma favela. A sentença não apontou nenhuma apreensão de equipamentos, de armas, de objetos ou mesmo de relações interpessoais que evidenciassem a prática do tráfico ilícito ou habitualidade. Estribou-se unicamente na quantidade de droga (920g de maconha) adquirida pelos três pacientes para presumir o tráfico. Também a sentença reconhece a primariedade dos pacientes (...) não indicando nada mais de relevante, além dos argumentos que são próprios do tipo penal”. 8. Recurso ordinário parcialmente provido para determinar ao Juízo processante ou, se for o caso, ao Juízo da execução penal, que aplique a causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006, e avalie o grau de diminuição a ser aplicado no caso, bem como afastado o óbice constante do artigo 2º, § 1º, da Lei 8.072/90, verifique se os recorrentes preenchem, ou não, os requisitos necessários à fixação do regime diverso de fechado.
Regime Especial
Direito dos presos
Remição pelo trabalho e pelo estudo
Penas Privativas de Liberdade
Legislação Especial
Superveniência de doença mental
Detração
Prisão provisória
Prisão Administrativa
Internação em casa de saúde
Penas Privativas de Liberdade
Critérios de cominação
Critérios de Fixação (critério trifásico)
Pena-base: circunstancias judiciais. (Art. 59 do CP)
STJ Súmula nº 444  - Vedação - Utilização de Inquéritos Policiais e Ações Penais em Curso para Agravar a Pena-Base
Pena-provisória: Atenuantes e Agravantes. (Art. 61 ao 66 do CP)
STJ Súmula nº 231 - A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal.
Pena definitiva: Majorantes e Minorantes.
Minorantes da parte geral: Arts. 14, § único; 16; 21, caput, 2ª. parte; 24, §2º; 26, §único; 28, §2º; 29, §1º 
Majorantes da parte geral: Arts. 29, §2º, 70 e 71. 
Minorantes da parte especial: Ex. Art. 155, §2º.
Majorantes da parte especial: Ex. Art. 121, §4º.
Penas Privativas de Liberdade
Agravantes(Art. 61)
I - a reincidência(Art. 63 e 64)
II - ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
Penas Privativas de Liberdade
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; 
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
A pena será ainda agravada em relação ao agente que(Art. 62):
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;
II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.
Penas Privativas de Liberdade
Atenuantes(Art. 65)
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença;
II - o desconhecimento da lei;
III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
Penas Privativas de Liberdade
A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. (Art. 66)
Limite das penas:
Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos
Penas Privativas de Liberdade

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