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PÓS-GRADUAÇÃO EM MBA EM GESTÃO E ESTRATÉGIA EMPRESARIAL - UNINORTE - Manaus,AM, Brasil, Fevereiro/2016 O conhecimento aplicado na gestão e estratégia empresarial. Fábio Vaz Franzosi (Uninorte), franzosi.fabio@gmail.com Myrian Abecassis Faber, Dra (Uninorte), mfaber@uea.edu.br Resumo Este artigo busca descrever o conhecimento em suas origens, o surgimento das formas iniciais de transmissão até a idade contemporânea, o computador a internet e as redes sociais. Neste processo nota-se a importância significativa que o conhecimento adquiriu de modo geral nas mais variadas organizações. Esta função assumida pelo conhecimento contribui para atestar a questão frequente, cada vez mais no mundo corporativo, tornando evidente a importante diferença da valoração dos ativos de uma corporação, o capital intelectual e o seu valor de mercado. Portanto, este artigo visa demonstrar a difusão na organização do conhecimento em seu modelo de criação. Apresentamos os principais conceitos inicialmente e logo a seguir alguns modelos existentes, com o objetivo de mensurar sua contribuição na efetiva aplicação dos resultados do conhecimento. Expomos a contribuição na avaliação de valor empresarial de uma organização, analisando a perspectiva do colaborador como responsável pela geração de conhecimento na organização. A estratégia empresarial com a inserção da gestão do conhecimento gera um valor agregado e vantagens competitivas, destacando-se no mercado como empresa moderna aliada a novos recursos e filosofias tecnológicas que garantem seu destaque e superioridade mercadológica. Palavras-chave: Gestão, Estratégia Empresarial, Conhecimento, Ambiente Corporativo, Capital Humano. 1. Introdução Nossa sociedade está na era do conhecimento, quebra de paradigmas são requeridos. Visando sobreviver a um mercado globalizado a implantação de modelos modernos de gestão, estratégia e no conhecimento, propiciando mudanças e aumentando, consideravelmente o valor agregado, imprescindíveis no mundo atual. O modelo de gestão responsável gerar riquezas, compartilhar e alavancar partindo do capital intelectual é tratado como gestão do conhecimento. Onde o saber organizacional ganha importância fundamental no resultado operacional das organizações. As empresas sentem cada vez mais a necessidade de investir em recursos humanos, tendo um mercado cada vez mais competitivo e exigente, acrescentar em seu capital o conhecimento, resultado de investimento em capital humano qualificado, cada dia mais escasso e valorizado no mercado corporativo. 2 As armas mais competitivas atualmente são a informação e o conhecimento substituindo comandos e controles largamente utilizados no passado. Em conjunto: gestão do conhecimento, globalização, avanço tecnológico, descentralização da informação, ocupam cada vez mais espaços relevantes nas organizações, desde o uso com fins estratégicos, compartilhamento de dados e geração de resultados. 2.1 O início 2.1.1 Os primórdios da escrita Segundo Queiroz (2004) uma das formas de adquirir informação é a escrita, que assim permite a comunicação tanto no espaço como no tempo. A escrita foi a base em que progrediu a humanidade. Encontram-se indícios do homem se manifestando por gráficos em seu meio ambiente que datam de 20 mil anos e a escrita como forma de comunicação a 6 mil anos aproximadamente. A organização de escrita deu-se em um passado recente, século IV a.C., sendo encontradas cavernas com pinturas e gravações em objetos provavelmente da era paleolítica, 20 mil anos a. C., A Caverna de Altamira, na Espanha, abriga inscrições de estilo rupestres com 14 mil anos aproximadamente. A forma de escrita mais antiga que consta nos registros foi em forma de cunha (cuneiforme), e que apenas no século XIX foi decifrado, tendo o povo que conquistou a Mesopotâmia, os sumérios, sendo durante 1500 anos o grupo dominante do Oriente Médio com uma literatura bastante evoluída que deixou, documentos e arquivos de um complexo sistema religioso, administrativo, jurídico e comercial. No início do terceiro milênio a.C., existe escrita deste tipo ainda nos remetendo a sua existência e utilização na linha do tempo. 2.1.2 O alfabeto a evolução Para os povos antigos, durante muitos séculos não houve como registrar precisamente a escrita por palavras faladas. Os sistemas de escrita existentes, baseado em sua maioria na ideografia, representando as ideias por meio de desenhos ou pinturas. O modelo de escrita cuneiforme e a hieroglífica são o sistema de escrita desenvolvido, sendo o ápice a utilização de sinais com valor fonético. Eis o surgimento do alfabeto, sendo um sistema de sinais que demonstram os ruídos básicos de uma linguagem. (QUEIROZ, 2004). E ainda parafraseando Queiroz (2004), o alfabeto foi inventado em solo da Palestina ou da Síria, porém, sem poder precisar sua data e nem o seu efetivo aparecimento. A propagação e o surgimento da escrita estão vinculados à evolução da memória. A utilização da memória escrita por grandes civilizações é considerada o resultado do progresso evolutivo. 2.2 O alfabeto e seu desenvolvimento Todas as ações do homem e os artefatos que estão postas no papel da escrita, da religião, do direito, da ciência, da literatura etc. Sendo a escrita, intimamente relacionada ao mundo de papel. Segundo Queiroz (2004), de todo progresso humano, sua fonte é a escrita. 3 2.2.1 A Prensa O prolongamento da escrita manual foi a princípio a prensa. Havendo a rivalidade entre os impressores e os copistas. Houve uma revolução provocada pela técnica baseada no uso da prensa e dos tipos móveis. A cópia à mão era a única forma de se reproduzir um texto até o ano de 1450. A redução do tempo de reprodução do texto, com a imprensa, diminuiu também o custo do livro. O principal mérito é atribuído ao alemão nato Johann Gensfleish Gutenberg (1397), pela invenção da prensa (tipografia). Sendo ele, Gutenberg, o responsável na época por tornar mecânicos os métodos de impressão e pelo aperfeiçoamento da prensa que até então fazia a impressão em tecido, espremia uvas e cunhava moedas. (QUEIROZ, 2004). 2.2.2 A escrita e sua evolução Dos tempos de Gutenberg, até 1783 não houve quase nenhuma mudança no processo. Tendo como limite as 300 folhas por dia nas prensas manuais. Já em 1819, houve a implantação de algumas sutis inovações eis que o método de impressão do cilindro contra a prancha já existia. Na Filadélfia, em 1846, foi registrado uma tiragem de 95 mil páginas por hora com uma prensa mais moderna. Porém, não foram visíveis imediatamente, os efeitos desta nova forma de fomentar a propagação do conhecimento. Isso devido à grande falta de qualificação da população em conseguir acompanhar a velocidade da evolução na aprendizagem e em sua grande maioria não ser nem alfabetizada. (QUEIROZ, 2004). 2.2.3 Da prensa ao computador Com a invenção de Gutenberg no século XV, a tipografia exerceu novos parâmetros. A leitura impressa é um tipo de socialização. O homem que não lê se difere do homem que lê. A leitura leva o homem ao lugar do texto, possibilitando outro ponto de vista sobre as mais diversas situações. Há aproximadamente vinte mil anos, através dos meios gráficos, o homem expressou seu planejamento e a aproximadamente 6 mil anos vem se expressando de forma escrita. A partir daí a escrita se tornou expressão de sucesso e a sua expansão histórica se torna maior a cada vez, conforme Queiroz (2004). 2.3 Ascenção 2.3.1 Redes Sociais e Comunidades Parafraseando Recuero (2004), como uma quantidade de nós interligadospor arestas. No entanto, os estudos sistemáticos das redes sociais surgem em meados de 1930, sendo que Moreno (1978, apud Recuero, 2004) deu início aos trabalhos que viriam a dar origem a abordagem. Descrevendo seu dinamismo, a rede dentro da organização funciona como espaço para o compartilhamento de conhecimento e informação. Além de influenciarem tanto na propagação do conhecimento e da informação, quanto na difusão de desenvolver as inovações. 4 Cada indivíduo tem conexão com outros indivíduos, enfatizado pelo conceito de rede, podendo essas conexões podem ser poucas, algumas ou muitas. 2.3.2 Capital social O conceito de capital social segundo alguns autores, (BURT, 2005; LIN, 2005; PORTES, 1998, apud COSTA, 2005), pode ser parafraseado da seguinte forma: a capacidade de informação dos seres, sua capacidade de interação com os mais próximos, amigos, parentes, colegas de trabalho, e também com os mais distantes podendo interagir remotamente. O significado de capital social, neste contexto, é a capacidade de os seres desenvolverem comunidades pessoais, ou seja, suas redes pessoais. Para Coleman (1990) e Putnam (1993), (apud COSTA, 2005), capital social é definido pela coerência social e cultural da sociedade, os valores e as normas que definem interações entre seres e as organizações em que estão envolvidos. 2.4 A gestão da informação 2.4.1 Definições da gestão da informação É a gestão de qualquer tipo de informação, gerenciadas e variando de acordo com uma rede. Tendo o objetivo de apoio a política da organização, tornando a mais eficiente e articulada entre os vários pontos de sua constituição, municiando a tomada de decisões dos gestores. Sendo instrumento que permitem novos moldes na gestão da informação, otimizando o fluxo de informações e possibilitando a transmissão mais eficiente de dados visando gastar menos tempo e recursos, facilitando decisões coorporativas. 2.4.2 A Inovação A internet, como um meio virtual facilitador de transmissão de informação, contribui para que as funções das redes sociais sejam cumpridas por meio das comunidades virtuais, segundo defende Recuero (2004). Castells (2006, p. 87) nos descreve que em 1990 os “não iniciados” na navegação na internet possuíam imensas dificuldades em utilizá-la, e essas dificuldades só eram minimizadas a partir do salto tecnológico e criação da Web. E ainda que, com a criação da teia mundial, inaugura-se a participação dos usuários na internet, inicialmente pouco interativa, basicamente com buscas de conteúdos e pouca troca de mensagens em e-mails, salas de bate papo. A internet em sua origem um imenso repositório de conteúdo se transforma em ambiente de intensa interatividade através da Web 2.0, termo cunhado inicialmente por Tim O’Reilly em 2005 e que significa sistema web baseado na colaboração e na construção coletiva. 5 3. A criação do conhecimento Antes de definir a gestão da informação, devemos conceituar termos que são empregados na gestão do conhecimento ou gestão da informação. No primeiro domínio, a gestão da informação é predominantemente vista como gestão do conhecimento. No segundo domínio, a gestão é vista como a gestão do “know-how” e frequentemente igualada à tecnologia da informação. No terceiro domínio, a gestão da informação evidencia a mudança de conceitos muito expressiva, da informação como recurso para o conhecimento, como uma capacidade. 3.1 Dados, informação, conhecimento e capital intelectual 3.1.1 Dados E parafraseando a definição de dados por Davenport (1998, p. 19), a observação sobre o estado do mundo é como defino dados. Seria como se observassem fatos brutos ou entidades mensuráveis, feita por pessoas ou pela tecnologia adequada. 3.1.2 Informação O conceito de informação defendido com eloquência, por Drucker (apud DAVENPORT, 1998, p. 19.) é: informações são “dados dotado de relevância e propósito”. Logicamente, os seres humanos são quem dota de tais atributos, ou seja, a transformação pelas pessoas de dados na informação. Tornando-se indispensável e com uma necessidade crescente em vários setores da atividade humana. 3.1.3 Conhecimento Ao entrar nesse terceiro componente, torna-se mais difícil a compreensão. Deve ser compreendido e associado como gestão da informação, à mesmo instante gestão do conhecimento. Grandes corporações utilizam a tecnologia da informação como ferramenta gerencial. As informações utilizadas na reposição de estoques, abastecimento de depósitos e demais ativos físicos, otimizando assim a utilização de mão de obra e recursos. Nonaka e Takeuchi (1997) em sua obra distinguem informação de conhecimento de três formas abaixo: O conhecimento está ligado a compromissos e crenças (ao contrário da informação); O conhecimento está relacionado à ação (ao contrário da informação); Assim como a informação, o conhecimento é relacional e diz respeito ao contexto. 3.1.4 Capital intelectual Segundo Silva (2004), o conjunto de informações e conhecimentos encontrados na organização, é o capital intelectual, que agrega ao produto ou serviço, valores mediante a aplicação de inteligência, e não do capital monetário. É também conhecido como capital humano, ativos intangíveis. Isso faz com que a empresa seja mais valiosa do que seu balanço contábil. 6 3.2 Características e gestão do conhecimento 3.2.1 Características da gestão do conhecimento A concepção conceitual de Gestão do Conhecimento possui a seguinte origem: nos EUA surgiu da inteligência artificial, observando-se que grande parte dos sistemas se tornarão objetos após 6 meses. Com isso avaliou-se: o conhecimento é primordial na condução dos negócios. 3.2.2 A Gestão do conhecimento e da informação O termo gestão do conhecimento é similar a gestão nas organizações da era moderna, é um repensar dos modelos de gestão para as corporações na era do conhecimento. Em sua grande maioria o que se intitula como gestão do conhecimento é na verdade da informação. Que é apenas um dos elementos e o ponto de partida para a mesma. Essa dinâmica é inerente à organização e ao indivíduo corporativo. Daí a necessidade de gerenciar eficientemente a informação e o conhecimento. 3.3 Criação do conhecimento Na prática, a gestão e a criação do conhecimento requer que seja enfatizada a habilidade necessária para o gestor identificar o conhecimento solicitado e as demandas e condições organizacionais da empresa que possibilitam a criação de conceitos novos e o compartilhamento do conhecimento existente. Existem, ainda estudos que buscam a concepção de um modelo de gestão do conhecimento: 1) O modelo de cinco forças competitivas de Porter; 2) Os tipos de habilidades organizacionais; 3) Os cinco elementos que constituem a competência profissional; 4) O processo organizacional de criação do conhecimento; 5) As cinco disciplinas que aprendem. Os itens 4 e 5 serão abordados como referencial para tornar exposto como ocorre nas empresas modernas a gestão do conhecimento com enfoque no atingimento dos objetivos estratégicos. 3.3.1 Conhecimento tácito e explicito Nonaka e Takeuchi (1997), em sua primeira obra dedicada a criação do conhecimento, demonstram o sucesso alcançado por corporações japonesas deve-se as técnicas em criação e aprimoramento do conhecimento corporativo. Os renomeados escritores e professores classificam o conhecimento em dois tipos: o explicito e o tácito. O conhecimento explícito é aquele formal, expresso manual. Pode ser transmitido facilmente, são as palavras e os números.E o tácito, o mais importante, é o que se incorpora a modelos intangíveis como crenças e valores. 7 3.3.2 Dimensões da criação Na organização, o conhecimento e sua criação é um processo de indivíduos que amplia corporativamente o conhecimento, materializando-o como parte integrante da rede da empresa. Já na visão da dimensão epistemológica o que entra em análise é a distinção do conhecimento tácito do explicito. São duas linhas de abordagem, em relação ao tipo de conhecimento. O oriental que enfatiza o conhecimento tácito e o do ocidente, que enfatiza o conhecimento explícito. 3.3.3 Os quatro modos de conversão Na teoria de Nonaka e Takeuchi (1997) na interação entre os conhecimentos tácito x explícito, a conversão do conhecimento possui quatro modos: socialização, internalização combinação, e externalização. Estes modos constituem, segundo o autor, o “motor” do processo de criação como um todo, sempre lembrando que o indivíduo experimenta estes modos e que através destes mecanismos o conhecimento individual é amplificado na organização. A socialização consiste na conversão destes conhecimentos. Ela liga-se as teorias dos processos do grupo e da cultura da empresa. 4. Difusão do conhecimento A concepção de um modelo de gestão do conhecimento, se resume a cinco grandes estudos. São disciplinas de aprendizagem: pensamento sistêmico, aprendizado em equipe, visão compartilhada, modelos mentais e domínio pessoal. No entendimento de Senge (2009), a aprendizagem é o resultado das cinco interconectadas. A aprendizagem é, no conceito do especialista, a capacidade de nos recriar, tornando-nos capazes inovar. Permite, a aprendizagem, perceber novamente o ambiente e nossa interação com ele porque ela aumenta a capacidade de criar (aprendizagem generativa), além de visar a sobrevivência (aprendizagem adaptativa) necessária. 4.1 As disciplinas essenciais 4.1.1 Domínio pessoal O núcleo da filosofia empresarial deve ser sempre “pessoas”. Senge (2009, p. 177), exemplifica ao trazer palavras do presidente da empresa Kyocera, em 1995: Seja em pesquisa e desenvolvimento, na gerencia da empresa, ou congressos entre aspectos do negócio, a força ativa é “pessoas”. E pessoas têm vontade própria, mente própria e uma forma de pessoas próprias. Se os próprios funcionários não estivessem motivados (....) não há crescimento. 8 A competência vai além do domínio pessoal e da habilidade, mas baseia-se nelas. Significa abordar as situações cotidianas da vida como um aprendizado criativo, e não reativo. As pessoas com alto nível de domínio pessoal vivem em um estado de aprendizagem contínua. O domínio pessoal não é o que se tem. 4.1.2 Modelos mentais Os modelos mentais, chamados assim por Senge, (2009), também podem ser determinados de paradigmas. São formas de agir das pessoas. Os modelos moldam as ações, ou, seja, o que fazemos. Mas a sua causa está no que pensamos, porque o pensamento se transforma em ação. Modelos mentais são fundamentais para a organização, pois o que está em alta nestas organizações são a visão, os valores e os modelos mentais, ao contrário das empresas tradicionais, onde a administração é focada em administrar, organizar e controlar. 4.1.3 Visão compartilhada A visão compartilhada tenta explicar o que se quer criar, a partir de visões pessoais. São as metas e objetivos que se constroem a partir do compartilhamento de ideias. Isso só acontece quando as pessoas têm a mesma imagem ou visão, e assumem em conjunto mantê-la. Ao compartilhar a visão, no entendimento de Senge (2009), as pessoas se sentem conectadas e ligadas por uma aspiração comum. O poder da visão compartilhada vem de um interesse comum. 4.1.4 Aprendizagem em equipe Parafraseando Senge (2009, p.288), que concebe o conceito de aprendizagem em equipe sendo o método de alinhamento e desenvolvimento da capacidade dos colaboradores de alcançar os resultados que seus colaboradores realmente desejem. Atualmente está em alta a necessidade de domínio da aprendizagem em equipe nas empresas. Isto porque a maioria das decisões são tomadas em equipe. Esta é uma disciplina coletiva. O aprendizado tem dois níveis. Todo o aprendizado é julgado pelo que o aprendiz sabe fazer, os resultados que ele obtém. 4.2 A quinta disciplina A quinta disciplina para Senge (2009) é a que integra as outras: visão sistêmica. Sem ela, não é possível analisar as relações entre as outras. A quinta disciplina pode ser exemplificada como a soma das partes sendo maior que o todo. As cinco disciplinas permitem, nas organizações que aprendem, tornar o lugar em que os indivíduos se convençam de que elas podem criar sua realidade, bem como mudá-la. Em três níveis podem ser pensadas cada uma das cinco disciplinas. Quanto às práticas, (o que se faz); quanto aos princípios, (ideias que orientam); e quanto à essência (estado de ser dos que dominam a disciplina). Diante de tanta complexidade, é cada vez mais necessário possuir pensamento sistêmico. O ditado que reza “ver a floresta além das arvores” nem sempre conseguimos aplicá-lo na prática do dia a dia. 9 4.3 Modelo de cinco fases Nonaka e Takeuchi (1997) elaboraram um processo de criação e difusão do conhecimento na empresa estruturando o modelo em cinco fases. O modelo consiste em: I. Compartilhamento do conhecimento tácito; II. Criação de conceito; III. Justificação dos conceitos; IV. Construção de um arquétipo; V. Difusão interativa do conhecimento. Na primeira fase o autor insiste na premissa de que a empresa não cria conhecimento sozinha, é o indivíduo quem cria. Ele é a base. Como o conhecimento tácito é criado através de experiências na transmissão, não se torna fácil por meio de palavras. E por isso é uma etapa crítica na criação. E o núcleo desta primeira etapa de transmissão é a concepção de um campo de interação, aonde os funcionários trocam experiências. Geralmente este campo, como já mencionado no decorrer desta obra, se localiza externo a empresa (socialização). Na segunda fase, a criação de conceito é mais intensa da anterior, pois no campo interativo é expressado pelo diálogo e reflexão o conhecimento, que corresponde a externalização (do tácito para o explicito). Nesta fase, os conceitos são criados pelo diálogo. A terceira fase é marcada pela justificação dos conceitos criados a etapa anterior. Aplica-se a crítica para validá-los. Estes conceitos e suas justificativas na vida profissional nada mais é do que a defesa dos interesses em várias áreas. Por exemplo, a margem de lucro, penetração em algum segmento específico do mercado, taxa de crescimento, definição de metas, etc. É a estratégia em ação. Esta etapa é fortalecida, principalmente quando há a redundância de informações. Na quarta fase, os conceitos validados (justificados) se transformam em protótipo no caso de um produto. Se for um serviço, este passa a ser um modelo operacional, ou um procedimento. Por ser uma fase complexa, esta exige a participação cooperativa entre os departamentos. E por último, mas não menos importante, é a fase de difusão interativa, que ocorre em espiral, passando ser a contínuo internamente (entre setores, filiais), ou externo (com clientes, fornecedores e parceiros). É o movimento da roda do conhecimento. 5. Do conhecimento para a estratégia Nas organizações modernas a gestão do conhecimento desenvolve um papel principal base de valorização. A principal dificuldade em sua adoção é o famoso fantasma que assombra o mundo coorporativo. Avaliando as pessoas como despesas e não como capital.5.1 Vantagem competitiva e o conhecimento Facilitar o fluxo interativo e agregar valor à informação na organização foi a proposta de surgimento da gestão do conhecimento. Desenvolvendo processos e sistemas que partilhem e adquiriram ativos intelectuais. Considerando obrigatoriamente o uso pleno do conhecimento, agregando-o como diferencial estratégico coorporativo do sucesso. Priorizando as 10 informações úteis e significativas, promovendo atividades, aumentando o aprendizado individual e coletivo. Maximizando o valor agregado com o conhecimento da corporação em funções diversas e localização diferente. O capital intelectual é o diferencial no tratamento especifico da organização com seus clientes. A gestão do conhecimento acumula o capital intelectual, que cria competências exclusivas e essenciais e produz melhores resultados. 5.2 Gestão de informações estratégicas Um controle eficaz da informação pode melhorar a qualidade, a integridade e a disponibilidade das informações de uma empresa ao estimular a colaboração entre organizações e a criação de políticas. Isso requer o estabelecimento de uma organização corporativa específica cuja missão é definir as políticas e as práticas para gerenciamento e proteção de ativos críticos de informação ao longo do seu ciclo de vida. 5.3 A essência da estratégia Antes de abordar a gestão estratégica define-se a gestão como sendo o ato de gerir, gerenciar, administrar. Gestão é a forma como uma empresa atingi o resultado esperado, planejado por ela apesar das dificuldades. A palavra estratégia foi incorporada ao mundo dos negócios na década de 60 e 70 tendo sua origem no meio militar. Na obra de Sun Tzu, “A Arte da Guerra”, idealizada no século V a.C., as ações estratégicas foram utilizadas e hoje sua importância pode ser observada na sua adaptação para o meio corporativo e também nas forças armadas. As empresas começaram a adotar uma postura estratégica, particularmente a partir da segunda metade do século XX, adaptando diversas estratégias dos militares ao mundo dos negócios. 5.4 Administração estratégica A gestão estratégica ou planejamento estratégico tem evoluído com o passar dos anos. Entretanto, de acordo com Ansoff (1993 apud ALDAY, 2000) ainda persiste a falta de consenso sobre o significado preciso do termo. O processo atual de administração em organizações menores especialmente, é dominado pelo presidente da companhia. Ele é também considerado como o principal responsável pelo sucesso do processo. Basicamente podem-se ser divididas em cinco grupos: na primeira etapa, é feita ou executada uma análise de ambiente. São analisados nesta etapa os ambientes internos e externos, tudo que pode influenciar o processo da corporação, visando mitigar a interferência no resultado de execução dos objetivos. Em seguida, na segunda etapa, é definida ou estabelecida uma diretriz organizacional. É neste momento que são definidas as metas da empresa. Há ainda dois indicadores estabelecidos nas corporações: visão e valores. Na sequência a estratégia organizacional desenvolvimento da. Sendo definida como uma meta de ação, visando a obtenção dos objetivos pela corporação. Para o autor, os objetivos organizacionais sendo realizados dependem da projeção e seleção de estratégias. Posteriormente a terceira etapa, sucede a implementação da estratégia. É na quarta etapa que se colocam em ação as 11 estratégias elaboradas nas etapas anteriores. E por último, mas não menos importante, a quinta etapa, que consiste no controle estratégico, um controle que se concentra na monitoração e avaliação continua do processo estratégico garantindo se correto funcionamento e visando melhorá-lo continuamente. 5.5 A estratégia da informação A informação, na defesa de Davenport (1998), é nitidamente imprecisa. Ele ainda resiste em esclarecer que existem diversas distinções entre as informações e os conhecimentos. A criação de estratégias de informação deve ser focalizada em quais tipos de informação a usar, quais ações executar e priorizar e como ajudar a empresa atingir seus objetivos (estratégicos). A reflexão sobre a necessidade de estratégias da informação, é embasada pelos seguintes principais motivos: • Os ambientes de informação, na maioria das empresas, são um desastre; • Os recursos de informação sempre podem ser mais bem alocados; • As estratégias da informação ajudam as empresas a se adaptar a mudança; • As estratégias da informação tornam a informação mais significativa; Agregar valor significa estabelecer vínculos com a cadeia de relacionamento, geralmente com parceiros, clientes ou fornecedores. Na estratégia há benefícios para ambos os lados vinculados. É uma relação ganha-ganha. Por exemplo, pode-se citar um contrato de exclusividade ao longo do tempo, entre fornecedor e distribuidor. Assim, com a garantia da sustentabilidade da demanda, o fornecedor pode (geralmente faz) reduzir seus custos de produção. Esta situação pode ser chamada de vantagem competitiva. 5.6 Organizações modernas O núcleo das organizações modernas é o indivíduo, a pessoa, e não a tecnologia. A tecnologia veio par agilizar os processos, mas não para substituir pessoas. Assim, nas organizações modernas, o destaque, o foco, sempre será a pessoa. Esta, como descrito, é capaz de gerar, difundir e gerenciar o conhecimento com ideias de aplicação corporativa afim de atingir os objetivos estratégicos na atuação da empresa na sociedade. 6. Conclusão Devido as alterações sociais, políticas, econômicas e tecnológicas foi alterado os e valores e a estrutura da sociedade. O conhecimento, nessa nova era, passou a ter fundamental importância nas atividades econômicas. A grande questão ou problema do conhecimento consiste em saber como identificar, mensurar e disseminar, o mesmo, gerando e promovendo a transformação dentro da empresa e garantindo uma trajetória exponencial de crescimento e desenvolvimento. Os ativos baseados no capital intelectual, ou conhecimento, exigem cautela em sua avaliação pelo seu impacto sobre o destino das organizações. É criada uma vantagem competitiva com a implantação da gestão do conhecimento. 12 Dentre os principais desafios apresentados nas corporações, na adoção da gestão do conhecimento, os que dizem respeito à cultura na organização, criação do contexto de capacitação e comportamento humano se destacam. O conhecimento foi o foco deste visando demonstrar como se cria, difunde e se utiliza. Enfatizando a importância da gestão do conhecimento em empresas que adotam posturas modernas de gestão, fazendo uso das redes sociais para maximizar sua eficiência. A escolha de ativos intangíveis, também entendidos como capital social, de relacionamento ou estratégico, e identificados através sob a ótica de análises ambientais externas (oportunidades e ameaças) e internas (pontos fortes e pontos fracos), permitem maior eficiência na formulação da estratégia corporativa. Por sua vez, a estratégia, quando elaborada a longo prazo e aliada a tais capacidades ou fontes intangíveis, constitui fator positivo de contribuição e caminha em busca da obtenção de vantagem competitiva sustentável, cujo cenário é desejado pelas organizações modernas que anseiam retornos acima da média. Referências ANSOFF, H. Igor. Implantando a Administração Estratégica. São Paulo: Atlas, 1993. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede - A era da informação: economia, sociedade e cultura. 9ª ed. São Paulo: Paz e Terra. 2006. COSTA, Rogério da. Por um Novo Conceito de Comunidade: Redes Sociais, Comunidades Pessoaise Inteligência Coletiva. Interface (Botucatu). 2005. DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da Informação: Porque só a tecnologia não basta na era da informação. São Paulo: Futura, 1998. QUEIROZ, Rita. Manuscritos, Livros e Computador: o progresso cultural da humanidade. Tribuna Feirense, Feira de Santana, 2004. NONAKA, Ikugiro; TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de Conhecimento na Empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1997. RECUERO, Raquel da Cunha. Considerações sobre a Difusão de Informações em Redes Sociais na Internet. São Leopoldo/RS, 2004. SENGE, Peter M. A Quinta Disciplina: Arte e Prática da Organização que Aprende. 25 Ed. São Paulo: Best Seller, 2009. SILVA, Larissa Milena Campelo. Capital Intelectual. São Paulo: Atlas, 2004. TZU, Sun. A Arte da Guerra. São Paulo: Martin Claret, 2001.
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