Buscar

ILEGALIDADE E DELINQUÊNCIA Copia

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Vigiar e Punir- Foucault
ILEGALIDADE E DELINQUÊNCIA
Fimlme
Filme
filfilfilmes
1
O que importa no delinquente não é o ato em si, mas sua história. Todos nós somos estudados como potenciais infratores e transgressores da lei, isso é especialmente verdadeiro em zonas de exclusão social ou minorias étnicas e religiosas (aqui nascem, por exemplo, as figuras do terrorista e do “trombadinha”). Talvez daí a sensação constante de nos sentirmos culpados, a técnica disciplinar cria um modelo de conduta que mede indivíduos singulares para colocá-los em uma linha estatística de periculosidade e culpabilidade.
O delinquente nasce como justificativa para a disciplina e a disciplina é parteira desde nascimento. Não interessa mais a lei, não interessa se ele vai cometer um crime ou não, a disciplina já está lá atuando, em maior ou menor grau, e justificada por meio de programas policiais que mostram os perigos de se sair na rua. O securizado é a figura subjetiva que brota desta relação.
“A delinqüência era por demais útil para que se pudesse sonhar com algo tão tolo e perigoso como uma sociedade sem delinqüência. Sem delinqüência não há polícia. O que torna a presença policial, o controle policial tolerável pela população se não o medo do delinquente?” Foucault, Microfísica do Poder
Qualquer figura serve para preocupar o homem de bem, cujos bons costumes estão sempre em perigo. Para além da lei, a prisão. 
Para além das linhas morais, a produção constante, através das técnicas disciplinares, de indivíduos politicamente dóceis e economicamente rentáveis. 
O delinquente constitui o elo de ligação entre o indivíduo perdido, monstruoso, quebrador do pacto social, subversor dos costumes, e o indivíduo integrado, homem de família, defensor dos bons costumes; ele costura o tecido social de cima a baixo. 
Temos medo deles e de nós mesmos, afinal, todos somos criminosos em potencial, ou pelo menos aprendemos a conviver com esta sensação. 
Mesmo assim, a figura do delinquente não pode ser eliminada de nossa estrutura geral de nosso cotidiano. Nossa sociedade precisa da figura do delinquente tanto quanto a igreja precisa da figura do Diabo.
Prisoners Exercising (1890),
 by Vincent van Gogh
A lápide de um prisioneiro que ou fosse executado ou morreu de outra maneira na prisão do Victorian (século XIX) nas terras do castelo normando construído em Lincoln por William depois que conquistou Inglaterra em 1066
Retorno ao tema do suplício, aos exemplos de execuções feitas na França.
Análise da necessidade de romper com esses ritos públicos, de transpor a condenação ao âmbito do pudor administrativo.
Prisão (do século XIX) vitoriano nas terras do castelo normando construído em Lincoln por William depois que conquistou Inglaterra em 1066.
Pilha na prisão do victorian (século XIX) nas terras do castelo normando construído em Lincoln por William depois que conquistou Inglaterra em 1066
Interior da prisão do victorian (século XIX) nas terras do castelo normando construído em Lincoln por William depois que conquistou Inglaterra em 1066
O maior objetivo da prisão foi ter fabricado a delinquência, fazendo-a legítima, aceita, por isso até hoje a prisão perdura.
Atualmente a prisão ao tentar corrigir não pune; a prisão gasta muito para fazer um trabalho ineficaz.
 Foucault ressalta que a prisão não diminuía a taxa de criminalidade, mas aumentava, provocava reincidência.
para Foucault não há uma separação entre ilegalidades e legalismo, mas entre ilegalidade e delinquência.
O  delinquente pode ser definido em oposição ao cidadão normal, primeiro como louco, depois como meliante, malvado, e finalmente como anormal.
Projeto de Penitenciária de N. Harou-Romain, 1840. Sistema panóptico: detento reza em sua cela, diante da torre de vigilância central.
Prisão de Petite Roquette (sistema panóptico)
- Instituição eficaz: principio da correção; da classificação; da modulação das penas; do trabalho como obrigação e como direito; da educação penitenciária; do controle técnico da detenção; das instituições anexas.
O sistema carcerário junta, numa mesma figura, programas para corrigir a delinquência e mecanismos que a solidificam.
A prisão, como se sabe e se espera, não se destina a suprimir as infrações, mas sim a distingui-las e utilizá-las. 
A transgressão da lei é uma tática geral de sujeição, a penalidade serve para gerir as ilegalidades, para riscar limites de tolerância, pressionar, excluir, neutralizar, tirar proveito.
Por que e como a prisão “fabrica” delinquentes quando deveria combater? Para alguns o autores, esse é um meio de controlar a delinquência, no sentido de organizar, classificar e adotar medidas de acordo com as formas mais perigosas e menos perigosas para a ordem social.
“Ora, o que foi adotado, em julho de 1837, para substituir a cadeia, não foi a simples carroça coberta de que se falara um momento, mas uma máquina bem cuidadosamente elaborada. Uma carruagem concebida como prisão ambulante. Um equivalente móvel do Panóptico...
Não há seqüência lógica na cronologia da história do encarceramento.
Uma constatação pelos dados analisados: a detenção provoca a reincidência. Depois de sair da prisão, se têm mais chance que antes de voltar para ela, os condenado são, em proporção considerável, antigos detentos... 
No fim das contas a prisão fabrica delinqüentes. 
Foucault traça o mesmo caso para os clubes anti-sociais para a educação do jovem delinqüente.
“Enfim, a prisão fabrica indiretamente delinqüentes, ao fazer cair na miséria a família do detento.
Princípios que são as 7 máximas universais da boa “condição penitenciária”.
1) A detenção penal deve então ter por função essencial a transformação do comportamento do indivíduo (princípio da correção)
2) Os detentos devem ser isolados ou pelo menos repartidos de acordo com a gravidade penal de seu ato, mas principalmente segundo sua idade, suas disposições, as técnicas de correção que se pretende utilizar para com eles, as fazes de sua transformação
(princípio da classificação)
3) As penas, cujo desenrolar deve poder ser modificado segundo a individualidade dos detentos, os resultados obtidos, os progressos ou as recaídas.
(princípio da modulação das penas)
4) O trabalho deve ser uma das peças essenciais da transformação e da socialização progressiva dos detentos. O trabalho penal. (princípio do trabalho como obrigação e como direito)
5) A educação do detento é, por parte do poder público, ao mesmo tempo uma precaução indispensável no interesse da sociedade e uma obrigação para com o detento.
(princípio da educação penitenciária)
6) O regime da prisão deve ser, pelo menos em parte, controlado e assumido por um pessoal especializado que possua as capacidades morais técnicas de zelar pela boa formação dos indivíduos. (princípio do controle técnico da detenção)
7) O encarceramento deve ser acompanhado de medidas de controle e de assistência até a readaptação definitiva do antigo detento. Seria necessário não só vigiá-lo à sua saída da prisão. 
“...seria hipocrisia ou ingenuidade acreditar que a lei é feita para todo mundo em nome de todo mundo; que é mais prudente reconhecer que ela é feita para alguns e se aplica a outros; que em princípio ela obriga a todos os cidadãos, mas se dirige principalmente às classes mais numerosas e menos esclarecidas; que, ao contrário do que acontece com as leis políticas ou civis, sua aplicação não se refere a todos da mesma forma que nos tribunais não é a sociedade inteira
que julga um de seus membros, mas uma categoria social encarregada da ordem sanciona outra fadada à desordem.”
 A selvageria completa dessa “civilização” é apontada na indisciplina, por exemplo, quando a criança não suporta a escravidão da educação. É tudo, menos ordem
Bibliografias
resumo: http://tempossafados.blogspot.com.br/2014/07/resumo-completo-de-vigiar-e-punir-parte_22.html?m=1
http://profrobertovictor.jusbrasil.com.br/artigos/121943031/vigiar-e-punir-ideias-sociais-e-juridicas-na-obra-de-foucault 
http://criticaambulante.blogspot.com.br/2010/11/fichamento-com-resenha-foucault-vigiar.html 
Youtube – videos

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais