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120314 Apostila Macro2 Parte1 v06 UnB

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APOSTILA 
 
TEORIA MACROECONÔMICA II 
ECO1217 
 
 
 
Professor: Márcio Garcia 
 
1º Semestre de 2012 
 
Apresentação do curso 
 Conteúdo – complemento de Macro I, 
com ênfase em política 
macroeconômica em duas etapas: 
economia fechada e economia aberta; 
 Livros – espera-se que, ao fim da 
sequência Macro I e II, o conteúdo de 
dois livros-texto (Dornbusch & Fischer 
e o Blanchard) esteja totalmente 
coberto. 
2 
Regras 
 Monitorias – complemento natural das 
aulas, conteúdo obrigatório; listas de 
exercícios 
 Material didático – aulas preparadas em 
ppt e listas de exercícios 
 Sistema de Aprovação – critério 4 de 
avaliação de disciplinas 
 Provas nos dias: 12/abril, 17/maio, 21/junho e 
28/junho. 
3 
Referência básica – O.Blanchard, capítulo 6 
A questão chave da macroeconomia é: 
O que determina o nível do produto agregado e 
outras variáveis-chave, como inflação e desemprego? 
1) Demanda Agregada 
2) Produto Potencial 
3) Determinantes de longo prazo da oferta agregada 
Qual das três é a resposta correta? 
 
4 
Todas as três respostas estão corretas: cada uma para 
um horizonte distinto. 
 
No curto prazo, a demanda agregada determina os 
movimentos do produto agregado. 
No médio prazo, a oferta agregada predomina. O 
produto tende a oscilar em torno do produto potencial. 
No longo prazo, predomina o produto potencial cujos 
determinantes são o estoque de capital, a tecnologia e a 
força de trabalho. 
 
 
5 
Nesta unidade, complementaremos o curso de Macro I, no 
qual a ênfase era no curto prazo, (IS-LM, Oferta Agregada 
e Demanda Agregada) com o estudo dos determinantes do 
produto no médio prazo. 
 Estes capítulos do Blanchard serão a referência: 
 Cap. 6: Mercado de Trabalho 
 Cap. 7: Modelo OA-DA - equilíbrio no mercado de 
 bens, no mercado financeiro e no mercado de 
trabalho 
 Caps. 8 e 9: usam tal modelo para explicar diversas 
questões de política macroeconômica, como a relação 
entre o produto e inflação e o papel das políticas fiscais e 
monetárias no curto e no médio prazo. 
6 
Capítulo 6 
- Equilíbrio no mercado de trabalho 
- Taxa natural de desemprego 
- Produto potencial 
Quando usamos o modelo IS-LM para determinar o 
nível de produto, estamos pressupondo, 
implicitamente, que as firmas podem produzir o que 
for demandado sem alterar o nível de preços. 
No curto prazo isto é aceitável. No médio prazo, 
contudo, uma sequência de eventos altera o nível dos 
preços (inflação), o que afeta o produto agregado. 
7 
A sequência pode ser a seguinte: 
- maior demanda requer aumento da produção, a qual 
requer um aumento no emprego; 
- menor desemprego pressiona os salários para cima; 
- maiores salários representam maiores custos de 
produção, fazendo com que as firmas, ao tentarem 
repassá-los, aumentem os preços dos produtos; 
-preços maiores levam os trabalhadores a demandarem 
maiores salários e assim por diante. 
 
Vemos neste exemplo que, nesta ótica, o mercado de 
trabalho representa um papel central no processo. 
8 
9 
Demanda Produção Emprego Desemprego 
Salários ... 
9 
Salários Preços ... 
Conceitos básicos do mercado de trabalho: 
PIA população em idade ativa (exclui as crianças e os 
idosos; razão de dependência). 
 IBGE (jan/2012) = 42,08 milhões (6 maiores regiões 
metropolitanas) 
PEA (Labor Force) parte da PIA que está empregada ou à 
procura de emprego; 
 PNAD (2009) = 95,4 milhões (Todo o Brasil) 
 PME (jan/2012) = 23,83 milhões (6 maiores regiões 
 metropolitanas) 
Taxa de participação (das RMs) PEA 56,63% (jan/2012) 
 PIA 
Taxa de desemprego no. de desempregados 
 PEA 10 
Dependency Ratio 
 
 Definition 
 
A measure of the portion of a population which is 
composed of dependents (people who are too 
young or too old to work). The dependency ratio 
is equal to the number of individuals aged below 
15 or above 64 divided by the number of 
individuals aged 15 to 64, expressed as a 
percentage. A rising dependency ratio is a 
concern in many countries that are facing an 
aging population, since it becomes difficult for 
pension and social security systems to provide for 
a significantly older, non-working population. 
 
11 
12 
Razão de Dependência - Brasil - 1950-2050
[UNPD 2008]
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050
por
 10
0 a
dul
tos
Total Crianças Idosos
Assim: 
Taxa de desemprego = PEA - E = 1 - __E___ 
 PEA PEA 
 
- desligamentos - voluntários (quits) 
 - demissões (layoffs) 
 
- duração do desemprego menor que 3 meses no 
Brasil 
 
-relação desemprego x nível de atividade 
13 
Fonte : IBGE e BCB 14 
-1,00%
0,00%
1,00%
2,00%
3,00%
4,00%
5,00%
6,00%
7,00%
8,00%
9,00%
3%
5%
7%
9%
11%
13%
Relação PIB Vs Desemprego
Desemprego PIB (YoY %a.a.)
Fonte: IBGE e BCB 
5%
6%
7%
8%
9%
10%
11%
12%
13%
-6,0%
-3,5%
-1,0%
1,5%
4,0%
6,5%
9,0%
11,5%
14,0%
De
se
mp
re
go
 (m
éd
ia 
do
s ú
lti
mo
s 1
2 m
es
es
)
IB
C-
BR
 (t
ax
a a
cu
mu
lad
a e
m 
12
 m
es
es
)
IBC-Br Vs Desemprego
IBC-BR Desemprego
OCUPADOS 
52.590.955 
DESEMPREGADOS 
1.345.105 
FORA DA PEA 
36.338.160 
2.955.292 
2.944.089 
1.043.963 
1.014.663 
994.755 
885.254 
MERCADO DE TRABALHO - BRASIL 
Fluxos médios mensais, 1982-96 
Fonte: Neri M. et alli, “ Aspectos Dinâmicos do Desemprego e da Posição na Ocupação”, 
Estudos Econômicos, vol.27, nº especial, pp. 137-159, 1997. 
16 
Fonte : IBGE 17 
16,5
17,5
18,5
19,5
20,5
21,5
22,5
23,5
24,5
mi
lhõ
es
 de
 pe
ss
oa
s
PEA e pessoas ocupadas
Pessoas Ocupadas PEA
DETERMINAÇÃO DOS SALÁRIOS: 
2 elementos comuns que permitem a criação de 
uma teoria geral de determinação dos salários 
1. Os trabalhadores recebem acima de seu salário de 
reserva. A maior parte dos trabalhadores recebe 
um salário ao qual eles preferem estar empregados 
a estarem desempregados. 
 
2. Os salários dependem do estado do mercado de 
trabalho. Quanto menor a taxa de desemprego, 
maior o salário que o trabalhador pode obter, menor 
o risco que corre de ficar desempregado e maior a 
dificuldade de reposição do trabalhador. 
 
 
18 
Como explicar tais fatos? 
 Com sindicatos fortes, é compreensível, que os 
processos de negociação coletiva possam explorar os 
efeitos da união dos trabalhadores para aumentar o 
poder de barganha. 
 Mas mesmo sendo a negociação coletiva uma exceção e 
não a regra, os trabalhadores sempre têm algum poder 
de barganha. 
 
 É do interesse das firmas pagarem mais do que o 
mínimo aceitável. Por quê? 
 
Vamos explorar essas duas explicações, uma de cada 
vez. 
 
19 
Poder de Barganha 
 O poder de barganha do trabalhador depende de dois 
fatores: 
 Quão difícil (custoso) é para a firma repor alguém em seu 
lugar; e 
 Quão difícil (custoso) é para o trabalhador achar um novo 
emprego. 
Quão mais custoso for para firma substituir o trabalhador e 
quão mais fácil for para o trabalhador encontrar um novo 
emprego, mais poder de barganha terá o trabalhador. 
O custo de substituir o trabalhador depende da natureza do 
trabalho (trabalhadores do McDonald’s x bons economistas 
da PUC); 
 O poder de barganha do trabalhador depende das 
condições do mercado de trabalho. Quando este está mais 
aquecido, mais difícilé para a empresa substituir o 
trabalhador e mais fácil é para o trabalhador encontrar 
outro emprego. Consequentemente, maior será seu poder 
de barganha. 
20 
SALÁRIO EFICIÊNCIA 
 
Turnover é alto caso se pague apenas o salário de 
reserva; pagar mais pode incentivar os bons 
trabalhadores a ficarem e isso pode baixar a rotatividade 
da mão-de-obra e aumentar a produtividade via redução 
do “shirking” e melhora da satisfação do trabalhador. 
Ex: Henry Ford mais do que dobrou os salários, 
conseguindo reduzir a taxa de rotatividade de 370% para 
16% a.a. e a taxa de demissões de 62% para zero em 
dois anos. A produtividade aumentou de 30 a 50% no ano 
do aumento e os lucros aumentaram. 
21 
SALÁRIO EFICIÊNCIA 
 A teoria de salário eficiência, tal como a de poder de 
barganha, ligam o salário à natureza do emprego e 
às condições do mercado de trabalho. 
 1.O trabalhador qualificado tem mais poder de 
barganha. 
 2. Menor desemprego afeta positivamente o 
salário. 
 Vamos formalizar estas idéias. 
 
 
22 
Equação de determinação dos salários: 
 
 W = P
e
.F(u,z) (6.1) 
 
W = salário nominal, 
P
e
 =nível esperado de preços, 
u = taxa de desemprego, 
z = outros fatores (qualificação, seguro 
desemprego,salário mínimo etc.) 
 
 dW/du <0 , dW/dz >0 
23 
DETERMINAÇÃO DE PREÇOS: 
 
Para determinar os preços dados os salários, temos que olhar para 
a função de produção: Y = A.N 
- trabalho é o único fator de produção; 
- a produtividade do trabalho é constante igual a A; 
Simplificando ainda mais: A = 1. 
 Y = N (6.2) 
(6.2) implica que o custo de produzir uma unidade adicional de 
produto é o custo do salário, W . O custo marginal de produção é W. 
Se considerarmos concorrência perfeita: P = CMg = W . 
Mas geralmente os mercados não estão em concorrência perfeita, 
assim: P = (1 + µ).W (6.3). 
onde µ é o poder de mercado das empresas (mark-up). 
24 
DETERMINAÇÃO DE SALÁRIOS 
 
 A relação de determinação de salários vem da eq. 
(6.1), substituindo o nível esperado de preços pelo nível 
realizado de preços: 
 W = P. F(u-,z+) 
 Dividindo ambos os lados pelo nível de preços, 
 W = F(u-,z+) (6.4) 
 P 
Esta é a relação de determinação de salários (WS). 
25 
DETERMINAÇÃO DE PREÇOS 
Pela relação de determinação de preços: 
 P = (1 + µ ) (6.5) 
 W 
 Logo, 
 W = __1__ (6.6) 
 P (1 + µ) 
A 
__1__ 
 (1+µ) 
WS 
W/P 
 
u 
 
PS 
26 
Dois tipos de fatores provocam a mudança de salários e 
preços de equilíbrio no modelo 
 Fatores que deslocam o salário eficiência, 
 são os fatores que deslocam a variável z: 
mudanças de regras que alterem o custo de 
busca por emprego – seguro desemprego, 
maior informação. 
 
 Fatores que deslocam o poder de mercado 
das empresas, dado o nível de demanda: 
legislação de proteção ao consumidor, 
concorrência, controles de preços e outros 
fatores que desloquem a variável µ. 
27 
RESULTADO MACROECONÔMICO: SALÁRIO REAL DE 
EQUILÍBRIO, EMPREGO E DESEMPREGO 
 Equilíbrio no mercado de trabalho requer que o salário 
real implicado pela determinação de salários (WS) 
seja igual ao implicado pela determinação dos preços 
(PS). 
 F(un,z) = ___ 1___ 
 (1 + µ) 
A taxa un que resolve esta equação é a taxa de 
desemprego de equilíbrio denominada taxa natural de 
desemprego. 
 
A 
PS 
U 
 
W/P 
 
WS 
Un 
28 
 Considere dois exemplos de como a relação de 
determinação de salários (WS) e a relação de 
determinação de preços (PS) dependem tanto de z 
quanto de µ. 
1. Aumento do seguro-desemprego (aumento em z, 
ou seja, nas variáveis que aumentam o poder de 
barganha ou baixam o custo do desemprego para o 
trabalhador) 
 Aumenta o salário para um mesmo nível de preços 
e desemprego. 
 
A 
PS 
WS 
W/P 
 
U 
 
WS` 
A` 
Un Un’ 
29 
2. Endurecimento da legislação anti-
truste: 
 O poder de mercado diminui reduzindo o 
mark-up. 
 
A 
PS 
WS 
W/P 
 
U 
 
A` 
PS` 
Un Un’ 
_1_ 
1+μ 
_1_ 
1+μ’ 
30 
DO DESEMPREGO PARA O PRODUTO 
 Associada à taxa natural de desemprego está a taxa natural de 
emprego, Nn: 
 u U = L – N = 1 – N 
 L L L 
Rearranjando os termos, 
 N = L(1 – u) Nn = L(1 – un) 
 
E como trabalho é o único fator de produção no 
modelo, o nível natural de produto é: 
 Yn = Nn = L(1 – un) 
 
Notem que tais taxas devem satisfazer a relação: 
 F( 1 – Yn, z) = ___ 1___ (6.8) 
 L (1 + µ) 
 
31 
Comparação do modelo de fixação de salários e 
preços com o modelo competitivo 
 
 A curva de determinação de salários parece com 
uma oferta de trabalho; à medida que aumenta o 
nível de emprego, o salário real pago aos 
trabalhadores também aumenta; 
 
32 
Comparação do modelo de fixação de salários e 
preços com o modelo competitivo (cont.) 
 Entretanto, o salário correspondente a um 
dado nível de emprego na curva de 
fixação de salários é o resultado de um 
processo de barganha entre trabalhadores 
e firmas, ou produto da fixação unilateral 
dos salários pelas firmas. 
 
 
33 
Comparação do modelo de fixação de salários e 
preços com o modelo competitivo (cont.) 
 Já a comparação entre a curva de determinação de 
preços com a demanda por trabalho é estranha. 
 A curva é horizontal, não respondendo ao aumento 
do salário real com a diminuição do emprego. 
 A razão é a hipótese simplificadora de retornos 
constantes na produção. Com rendimentos 
decrescentes, a curva de fixação de preços seria 
decrescente. À medida que o emprego cresce, o 
custo marginal de produzir também cresce, forçando 
as firmas a aumentarem seus preços dado o salário 
nominal. Em outras palavras, o salário real 
implicado pela fixação de preços seria decrescente 
com o aumento do emprego. 
 
34 
Comparação do modelo de fixação de salários e 
preços com o modelo competitivo (cont.) 
 A demanda por trabalho padrão gera o 
nível de emprego contratado pelas firmas 
para um dado salário real. 
 Essa relação é feita supondo que as 
firmas estão em mercados competitivos 
de bens e de trabalho, e, portanto, 
tomam o salário e o nível de preços como 
dados: F’(L)=W/P 
35 
Comparação do modelo de fixação de salários e 
preços com o modelo competitivo (cont.) 
 Já a curva de fixação de preços 
pressupõe que as firmas têm algum 
poder de mercado (concorrência 
monopolista ao invés de concorrência 
perfeita). 
 Fatores como o grau de competição no 
mercado de bens afeta a relação de 
fixação de preços através de sua 
influência sobre o mark-up. 
 Tais fatores inexistem na derivação da 
demanda de trabalho padrão. 
 
36 
Comparação do modelo de fixação de salários e 
preços com o modelo competitivo (cont.) 
 No arcabouço padrão de oferta e 
demanda por trabalho, os 
desempregados estão nessa situação 
porque querem. Ao salário real vigente, 
eles poderiam estar trabalhando se 
quisessem. 
 Já no arcabouço de fixação de salários-
determinação de preços, o desemprego 
é provavelmente involuntário. Esta 
característica Keynesiana parece 
adequar-se melhor à realidade. 
 
37 
Conclusão 
 Mostramos como o equilíbrio no mercado 
de trabalho determina a taxa de 
desemprego de equilíbrio que, por sua 
vez, determina o nivel de produto de 
equilíbrio. 
 Então, para que serviu o curso de Macro 1 
e o estudo do modelo IS-LM, que 
mostravaque o produto era determinado 
por fatores como política monetária, 
política fiscal, etc? 
38 
Conclusão (continuação) 
 A equação de equilíbrio no mercado de 
trabalho supõe que P=Pe. 
 Isso não necessariamente será verdade 
no curto prazo. Contudo, é improvável 
que as expectativas estejam 
sistematicamente ao longo do tempo. 
erradas no médio prazo. 
 Portanto, devemos esperar um retorno do 
produto para o seu nível natural 
39 
A Curva de Beveridge 
 Relação entre postos vagos de trabalho e a taxa de 
desemprego da economia. 
 Uma melhora nas condições econômicas faz com que as 
firmas expandam investimentos e abram mais postos de 
trabalho. Como existem fricções no mercado de trabalho, 
a taxa de desemprego tenderá a cair ao longo do tempo. 
 Nas recessões, a curva de Beveridge tende a se deslocar 
paralelamente para baixo – menos vagas para o mesmo 
nível de desemprego que em seguida se traduzirá em um 
aumento do desemprego. 
 E o que pode estar acontecendo quando as vagas 
aumentam e o desemprego também? 
40 
EUA: Curva de Beveridge
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0
De dezembro de 2000 a julho de 2007 
De agosto de 2007 a dezembro de 2010
Pós janeiro de 2009
Desemprego 
vagas 
42 
Objetivo: explorar os efeitos da correção 
dos preços sobre o nível de atividade 
Fatores a serem explorados: 
surpresas para cima do nível de 
preços (P-P
e
)>0 fazem com que 
haja, a curto prazo, mais 
emprego do que seria justificado 
pelo salário real resultante do 
estado da demanda por bens e 
por mão de obra. 
 
43 
MODELO OA – DA: 
JUNTANDO TODOS OS MERCADOS 
Diferença entre a determinação 
do produto e do emprego no 
curto prazo e no médio prazo 
resulta em possíveis 
inconsistências entre as 
variáveis. 
 
44 
Para podermos examinar a causa 
dessas inconsistências e o que pode 
resultar das correções, vamos 
agregar todos os mercados através 
de duas relações: 
 
1) Oferta Agregada (OA): equilíbrio 
no mercado de trabalho 
 2) Demanda Agregada (DA): 
equilíbrio nos mercados de bens e 
de moeda (financeiro). 
45 
A OFERTA AGREGADA (OA) 
A relação de oferta agregada 
captura o efeito do nível de 
produto sobre o nível de 
preços. O ponto de partida de 
sua derivação foi o equilíbrio no 
mercado de trabalho. 
46 
Revendo a derivação da OA a 
partir da determinação de salários 
e preços, 
 W = Pe.F(u,z) 
 P = (1 + µ )W 
 
Obtivemos 
P = Pe.(1 + µ ).F(u,z) (7.1) 
 
 
47 
 O nível de preços é uma 
função do nível esperado de 
preços e da taxa de desemprego 
(nível de atividade), dados o 
mark-up e os fatores estruturais 
que reduzem o custo do 
desemprego para o trabalhador. 
 
 
48 
A OFERTA AGREGADA (OA) 
 Para conveniência, vamos trocar 
a taxa de desemprego pelo nível 
de produto, seguindo a relação: 
 
 u U = 1 – N = 1 – Y 
 L L L 
 
 
49 
Assim, a relação de oferta 
agregada expressa em termos de 
produto é: 
 
P = Pe.(1 + µ ).F(1 – Y/L , z) (7.2) 
 
 
 
 
50 
A OFERTA AGREGADA (OA) 
Observe-se na equação acima que: 
 1) Pe P na mesma proporção. 
 
Como funciona? Se as firmas e 
trabalhadores (wage setters) 
esperam preços maiores, o 
resultado é aumento de salários 
nominais pretendidos. Este 
reajuste, por sua vez, leva a um 
aumento de preços: 
 Pe W P 
 
51 
A OFERTA AGREGADA (OA) 
2) Um aumento no produto 
requer um aumento no nível 
de preços: 
 Y P 
 
 
 
 
 
52 
Como funciona? 
 
Y N u W P 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
Y 
P 
Pe 
Yn 
OA 
A 
CARACTERÍSTICAS DA OA 
É monotonicamente crescente 
(para um dado preço 
esperado, um aumento de 
produto leva a um aumento do 
nível de preços), ou seja, P/ 
Y > 0. 
 
54 
55 
o Passa pelo ponto A, no qual Y = 
Yn e P = P
e. Portanto, se não 
houver surpresa na realização dos 
preços esperados, P = Pe o 
emprego é compatível com o 
produto ao seu nível natural 
Yn.. 
 
Esta conclusão é consequência da 
definição de un taxa de desemprego 
que prevalece quando P = Pe e da 
definição de Yn como o produto 
correspondente a un. 
 
 
 
 
56 
CARACTERÍSTICAS DA OA 
 Tais características implicam que: 
 
1) Quando Y > Yn P > P
e : trata-se de um movimento 
ao longo da curva de oferta agregada OA, ou seja, 
reações da oferta a deslocamentos da demanda. 
 
 
 
 
Y 
P 
Pe 
P 
Y Yn 
OA 
57 
58 
2) Um aumento em Pe desloca a 
curva OA: Pe OA 
OA 
P 
OA` 
Pe` 
Pe 
Y Yn 
DEMANDA AGREGADA (DA) 
A demanda agregada captura o 
efeito do nível de preços no 
produto. É derivada, como foi 
visto em Macro I, a partir do 
equilíbrio no mercado de bens 
e nos mercados financeiros: 
 
 
59 
60 
Mercado de Bens: 
IS Y = C(Y – T) + I(Y,i) + G 
Mercado Financeiro: 
LM M/P = Y. L( i ) 
Lembrar: 
Movimentos ao longo da curva 
de demanda agregada 
refletem, assim, os efeitos 
contracionistas de aumentos 
do nível geral de preços. 
 
61 
A queda da liquidez real, ou seja 
excesso de demanda por moeda 
que contrai a LM, aumentando a 
taxa de juros requerida para 
equilibrar, a cada nível de 
produto, o mercado financeiro. 
 
 
62 
 
Fatores de deslocamento da 
curva de 
DEMANDA AGREGADA (DA) 
Exemplo: aumento do índice de 
confiança do consumidor, ou do 
investimento autônomo, 
resultam no deslocamento da 
curva IS para direita 
 
63 
Uma operação contracionista de 
open-market. 
 
64 
OUTRO EXEMPLO DE DESLOCAMENTO 
DA DA 
65 
DEMANDA AGREGADA (DA) 
A DA pode ser descrita algebricamente 
por: 
 Y = Y( M, G, T) 
 P 
 com 
 Y / (M/P) > 0, 
 Y / G > 0, 
 Y / T < 0. 
 
 
66 
PRODUTO DE EQUILÍBRIO NO CURTO 
PRAZO 
Examinemos agora o efeito 
conjunto de oferta e demanda 
agregada: A CURTO PRAZO, 
DADO Pe 
 OA : P = Pe.(1 + µ ).F(1 –Y/L, z) 
 
 DA : Y = Y(M/P, G, T) 
 
67 
Produto e o Nível de Preços de 
equilíbrio (ponto A): mercados de 
bens, financeiro e trabalho em 
equilíbrio. 
 
 
 
 
68 
69 
OA 
DA 
 A 
Yn 
Pe 
P 
P 
Y 
 B 
Modelo OA – DA 
Dinâmica do Produto e do Preço 
No curto prazo, o produto pode 
diferir do produto natural: Pe≠P. 
Nesse caso, o salário real que 
estava por trás dos contratos 
celebrados com salários 
nominais pode não se realizar. 
70 
o Mas o que ocorre ao longo do 
tempo, do curto para o médio 
prazo? 
 
o Vamos supor que o produto 
esteja maior que o seu nível 
natural e que as demais variáveis 
exógenas permaneçam 
constantes. 
 
 
71 
o Para estudar a dinâmica de Y e P, 
precisamos analisar como as 
expectativas se comportam. Pe pode 
variar ao longo do tempo. Se o nível 
de preços do período anterior não 
correspondeu à expectativa, este erro 
deve ser levado em consideração ao 
se formular as expectativas para o 
período corrente. 
 
 
72 
Modelo OA – DA 
Dinâmica do Produto e do Preço 
Vamos pressupor que Pe = Pt-1. 
 
Logo, teremos: 
 
 Oferta Agregada 
 
 
 
 
 
Pt = Pt-1 (1 + µ) F(1 – Yt, z) 
 L 
73 
 
o Demanda Agregada 
 
 Yt= Y(M, G, T) 
 Pt 
 
74 
Modelo OA – DA 
Dinâmica do Produto e do Preço 
Supondo Y>Yn no período t. 
Sob nossa hipótese sobre os 
preços, Pet=Pt-1.Então, no ponto 
B, temos (Yn, Pt-1), e no ponto 
A, (Yt, Pt). 
75 
 
o No período t+1, a curva OA deve 
se deslocar para cima, pois 
teremos o novo nível Pet+1= Pt. A 
curva se desloca para cima e 
atingimos os pontos B´ (Yn, Pet+1 
= Pt), e A (Yt+1, Pt+1). 
 
 
76 
77 
MODELO OA – DA 
DINÂMICA DO PRODUTO E DO PREÇO 
 Observe que a demanda 
agregada não se desloca, apenas 
há um deslocamento ao longo 
desta curva. Como Pt+1 é maior que 
Pt e Yt+1 é menor que Yt, A´ está 
mais próximo do produto natural. 
78 
Modelo OA – DA 
Dinâmica do Produto e do Preço 
Mas o que ocorre entre t e t+1? 
 Como em t o produto está acima do 
nível natural, o nível de preços está 
acima do esperado. No ano t+1, o 
preço esperado é maior, o que 
eleva o preço em t+1. Um preço 
maior reduz o estoque de moeda 
real o que aumenta o nível de juros 
e reduz a demanda por bens em 
t+1. 
79 
80 
o Em t+2, ainda temos Y>Yn, assim, 
Pet+2=Pt+1. A OA se desloca para cima 
novamente, repetindo o mesmo 
processo descrito anteriormente. 
 
o Enquanto o produto corrente for 
maior que o natural, o nível de preços 
continua crescendo e o produto 
continua decrescendo até que Y 
alcance Yn, e não haja mais pressão 
sobre os preços. 
Modelo OA – DA 
Dinâmica do Produto e do Preço 
81 
Modelo OA – DA 
Dinâmica do Produto e do Preço 
 Conclusão: 
 No curto prazo, o produto pode 
estar acima ou abaixo do produto 
natural, mas no médio prazo, o 
produto retorna para seu nível 
natural. O ajuste é feito via preços. 
Se o produto estiver acima do 
natural, os preços aumentam até 
que o produto alcance o nível 
natural. 82 
Características do ajuste via OA 
Dado que a variável de ajuste que 
vai fazer o nível de emprego se 
ajustar é o nível de preços, a 
direção do ajuste será dada pelo 
que acontece com o salário real no 
processo. 
 
83 
o Se o emprego em A for maior do 
que o natural, por exemplo, preços 
superiores fazem cair o salário real, 
e assim diminuem a oferta de 
emprego, deslocando a oferta 
global. 
 
84 
 
 
 
Até aqui vimos o arcabouço OA-DA que nos 
mostrou a dinâmica diferenciada da economia no 
curto prazo e no médio prazo. 
No curto prazo, o produto pode 
tanto estar acima quanto abaixo 
de seu nível natural. Mudanças em 
qualquer das variáveis que entram 
na relação de oferta ou na relação 
de demanda agregada levam a 
mudanças no produto e no nível 
de preços. 
 85 
o No médio prazo, entretanto, o 
produto tende a retornar para o seu 
nível natural. Quando o produto está 
acima de seu nível natural, o nível 
de preços aumenta. Preços maiores 
diminuem a demanda e o produto. 
Quando o produto se situa abaixo de 
seu nível natural, os preços caem, 
aumentando a demanda e o 
produto. 
 
86 
 
 
 
Vamos agora usar o modelo para 
investigar os efeitos dinâmicos de 
mudanças causadas pelas políticas 
macroeconômicas. 
 Veremos três políticas: 
Operação de Mercado Aberto 
oRedução no déficit fiscal 
o Aumento no preço do petróleo 
 
 
 
87 
 
 
 
EFEITOS DE UMA EXPANSÃO MONETÁRIA 
 
Quais os efeitos no curto prazo e 
no médio prazo de um aumento no 
estoque nominal de moeda de M 
para M’? 
O AJUSTE DINÂMICO 
Para um dado nível de preços Pt, o 
aumento em M eleva M/ Pt, levando a um 
aumento no produto (Y). No curto prazo, 
a economia vai para o ponto A`, com 
produto e nível de preços maiores. 
 88 
89 
No médio prazo, temos o efeito do 
produto sobre o nível esperado de 
preços. Vendo que P
e
, os 
trabalhadores pedem W . Isto 
deflagra novos aumentos de P. 
Conquanto Y > Yn, este processo 
continua. O equilíbrio no médio 
prazo é em A’’, com Y = Yn e Pt+j > 
Pto. 
90 
 
 
AS ’ ’ 
 
AS ’ 
AD ’ (M ’ > M) 
AD 
 
A 
A ’ ’ 
 
A ’ 
P 
Y 
P to 
Y n Y t 
 
 
 
EFEITOS DE UMA EXPANSÃO 
MONETÁRIA 
 Vejamos o que está ocorrendo com o 
modelo IS-LM subjacente: 
 
91 
 
AS 
AD’ (M’ > M) 
AD 
 
A 
A’’ 
A’ 
P 
Y 
P to 
Y n Y t 
Y n Y t Y 
LM 
 
LM ’ 
 
LM ’ ’ 
 
A e A’’ 
 
A’ 
B 
i 
i t 
i 
 
 
 
NEUTRALIDADE DA MOEDA 
 Em suma, vimos que: 
 No curto prazo, uma expansão monetária 
leva a um aumento no produto, e a um 
aumento no nível de preços. A repartição 
entre o efeito sobre preços e o efeito 
sobre o produto dependerá da inclinação 
da curva AS (OA). Quando se estudou 
inicialmente o IS-LM, presumiu-se que os 
preços fossem fixos, isto é, uma OA 
horizontal. Isto é uma simplificação, mas 
a evidência empírica indica que o efeito 
inicial de Y em P é pequeno. 
 
92 
À medida que o tempo passa, os 
preços aumentam e os efeitos da 
expansão monetária sobre o produto 
e a taxa de juros desaparecem. No 
médio prazo, o efeito da expansão 
monetária se reflete só em aumento 
dos preços. Não há qualquer efeito 
sobre o produto ou sobre a taxa de 
juros. 
 
93 
94 
A ausência de efeitos de médio 
prazo sobre o produto ou juros de 
uma variação de M é conhecida 
como a Neutralidade da moeda 
no médio prazo. Portanto, para 
fins de política econômica, pode-se 
usar a política monetária no curto 
prazo para, por exemplo, incentivar 
a economia. Não obstante, é inócuo 
tentar manter a economia 
permanentemente super aquecida 
(Y > Yn) via aumentos em M. 
 
 
 
QUÃO DURADOUROS SÃO OS 
EFEITOS DE M? 
 
Uma forma de responder esta 
pergunta é recorrer a grandes 
modelos macroeconométricos que 
são usados para gerar previsões e 
estudar efeitos de políticas 
alternativas. 
95 
96 
o A figura a seguir mostra o efeito de 
um aumento em 3% da oferta 
monetária ao longo do tempo, no 
modelo construído por John Taylor – 
Stanford University. O aumento da 
moeda ocorre durante 4 trimestres 
(0.1%, 0.6%, 1.2% e 1.1%, 
respectivamente). 
97 
o O produto cresce e atinge um pico 
após os 4 períodos. O preço vai 
aumentando ao longo dos anos. Após 
4 anos, o preço aumentou 2.5% 
enquanto o produto retornou ao nível 
natural. 
Expansão Monetária no Modelo Taylor 
98 
QUÃO DURADOUROS SÃO OS EFEITOS DE M? 
 Esses modelos macroeconométricos requerem decisões sobre 
diversas variáveis e inclusões de equações. 
 Um método mais simples seria olhar para a resposta do produto em 
relação a mudanças na moeda, utilizando econometria (regressões). 
 Problema: A moeda pode estar afetando o produto ou o produto pode 
estar afetando a política monetária. 
 Em seu trabalho, Mishkin separa os movimentos na oferta monetária 
entre antecipados e não antecipados e observa a resposta do 
produto em relação aos dois tipos de movimentos. 
 Apesar dos resultados serem diferentes , apresentam as mesmas 
propriedades. Ambos os exercícios confirmam que o efeito da política 
monetária sobre o produto não pode ser sustentado no médio prazo. 
99 
Efeitos de uma expansão monetária de 1% 
sobre o produto (%) 
Trimestres 
 
0 2 4 6 12 16 
Mudança Antecipada 
na moeda 
1.3 1.9 1.8 1.3 0.7 -0.6 
Mudança não 
antecipada na 
moeda 
2.0 2.3 2.2 2.0 0.5 -0.4 
100 
 
 
 
REDUÇÃO NO DÉFICIT FISCAL 
 Vimos o que ocorre com a Política Monetária (LM). Vejamos agora o 
efeito de uma contração na política fiscal (IS): 
 
 
OA 
DA 
DA ’ (G ’ < G) 
 
A 
A’’ 
A’ 
P 
YY n 
Y n Y t Y 
LM 
 LM’ 
 
LM’’ 
 
A’ 
 
B 
 
i 
i t 
i 
A 
IS 
 IS ’ 
 
OA’ 
101 
 
 
 
REDUÇÃO NO DÉFICIT FISCAL 
 Resumindo os efeitos da política fiscal: 
Y = C(Y – T) + I(Y, i) + G 
 
 No curto prazo, G (mantendo M constante) leva a 
Y , e talvez a I . 
 
 No médio prazo, Y volta a Yn, e i cai 
permanentemente. Desse modo, I aumenta 
inequivocamente. Se considerássemos os efeitos 
de longo prazo, 
G I e Y 
102 
Mudanças nos Preços do Petróleo 
 Em 1973 o preço do petróleo subiu drasticamente. A formação da 
OPEC fez com que a oferta de petróleo fosse reduzida aumentando 
seu preço. Este preço quase triplicou entre 1970 e 1982 em relação 
ao PPI. Mas, como se espera de um jogo de coalizão, as quotas de 
produção foram sendo abandonadas e a oferta de petróleo foi 
crescendo causando uma redução no preço. 
 Observe que o petróleo não entra nem na oferta nem na demanda 
agregada, já que pressupomos que o único fator de produção é o 
trabalho. Poderíamos incluir diretamente a energia como fator de 
produção. Mas vale a pena manter o nosso modelo e considerar que 
o choque do petróleo correspondeu a um aumento no mark-up, µ. 
103 
Preços de Petróleo 
Fonte: Saint Louis FED 104 
Petróleo Brent (US$/Barril) - Fim de Período
0,000
20,000
40,000
60,000
80,000
100,000
120,000
140,000
160,000
ja
n/
67
ja
n/
68
ja
n/
69
ja
n/
70
ja
n/
71
ja
n/
72
ja
n/
73
ja
n/
74
ja
n/
75
ja
n/
76
ja
n/
77
ja
n/
78
ja
n/
79
ja
n/
80
ja
n/
81
ja
n/
82
ja
n/
83
ja
n/
84
ja
n/
85
ja
n/
86
ja
n/
87
ja
n/
88
ja
n/
89
ja
n/
90
ja
n/
91
ja
n/
92
ja
n/
93
ja
n/
94
ja
n/
95
ja
n/
96
ja
n/
97
ja
n/
98
ja
n/
99
ja
n/
00
ja
n/
01
ja
n/
02
ja
n/
03
ja
n/
04
ja
n/
05
ja
n/
06
ja
n/
07
ja
n/
08
ja
n/
09
ja
n/
10
Pr
eç
o 
do
 B
ar
ril
 (U
SD
)
Preço do Barril à vista Preço deflacionado
Mudanças nos Preços do Petróleo 
 Do capítulo 6, tínhamos que o mercado de trabalho era dado pelo 
gráfico abaixo. Um aumento no mark-up faz com que a curva de 
salário real (determinação de preços) se desloque para baixo o que 
aumenta a taxa de desemprego natural de equilíbrio. 
 
W 
 P 
A´ 
A 
un un´ 
PS 
PS’ 
WS 
105 
Mudanças nos Preços do Petróleo 
 O aumento da taxa de desemprego natural leva a uma queda do 
produto natural, ou seja, o aumento do preço do petróleo leva a uma 
queda do produto natural. 
 Vamos então supor que inicialmente a economia está num ponto 
como A tal que temos (Yn, Pt=Pt-1). 
 Um aumento no preço do petróleo leva a uma queda em Yn para 
Yn´. 
 Pela oferta agregada, um aumento no mark-up aumenta Pt para um 
dado nível de Yt, ou seja, a oferta se desloca para cima, no curto 
prazo. 
Pt = Pt-1 (1 + µ) F(1 – Yt, z) 
 L 
 
 
106 
Mudanças nos Preços do Petróleo 
 Após o aumento no preço do petróleo, a nova curva de oferta 
passa pelo ponto B onde temos (Yn´, Pt-1). Assim, a nova oferta 
é dada por OA`. 
 No curto prazo a economia se desloca para A´. O aumento do 
preço do petróleo aumenta os preços que as firmas cobram em 
seus produtos, o que reduz a demanda e o produto. 
 Observe que a demanda não se desloca neste modelo. Vários 
efeitos poderiam induzir um deslocamento da demanda, mas 
vamos considerar que esses efeitos se cancelam. 
 Vale ressaltar que num choque de demanda negativo, 
tínhamos como resultado um produto menor e um nível de 
preços menor. Num choque de oferta, o produto é menor e o 
preço é maior. 
107 
Mudanças nos Preços do Petróleo 
 Ao longo do tempo, no ponto A´ a economia 
ainda está acima de Yn´, então os preços 
aumentam até que a economia alcance o 
novo equilíbrio em A´´. 
108 
109 
DA 
OA` 
A 
A´ 
A´´ 
B 
Pt-1 
Yn´ Yn 
OA` 
OA 
Resumo 
110 
PRODUTO JUROS PREÇOS PRODUTO JUROS PREÇOS
EXPANSÃO MONETÁRIA AUMENTO REDUÇÃO AUMENTO SEM MUDANÇA SEM MUDANÇA AUMENTO
REDUÇÃO DO DÉFICIT FISCAL REDUÇÃO REDUÇÃO REDUÇÃO SEM MUDANÇA REDUÇÃO REDUÇÃO
CHOQUE DO PREÇO DO PETRÓLEO REDUÇÃO AUMENTO AUMENTO REDUÇÃO AUMENTO AUMENTO
CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO
Choques e Mecanismos de Propagação 
 As flutuações do produto (às vezes 
chamadas de ciclos econômicos) são 
variações do produto em torno de sua 
tendência. 
 A economia é constantemente afetada por 
choques na oferta agregada, na demanda 
agregada ou em ambas. 
 Cada choque tem efeitos dinâmicos sobre o 
produto e seus componentes. Esses efeitos 
são chamados de mecanismo de 
propagação do choque. 
 
111 
Uma descrição do ciclo econômico neste 
modelo 
 Expansão: suponhamos um choque de 
demanda (expansão temporária de M, por 
exemplo) – deslocamentos de preços e 
quantidades ao longo da curva de oferta, 
aumento temporário de emprego, com 
preços esperados constantes. 
 Propagação expansionista se esgota 
quando os preços convergem de volta para 
o valor esperado (ancorado, por exemplo, 
em uma tradição de estabilidade de 
preços). Choques com média zero gerariam 
oscilações em torno da taxa natural. 
112 
 Tentativa de Recuperação do emprego via 
política monetária expansionista. 
 Com preços esperados constantes, pode-
se explicar uma oscilação da economia 
em torno da taxa natural de desemprego. 
 Com preços esperados influenciados 
pelos erros, pode-se gerar espiral de 
salários e preços. 
 
113 
Com correção das expectativas 
 Como podem ser corrigidas? 
 Com mecanismos de correção a partir dos 
erros passados (adaptativas). 
 A partir de projeções quanto aos efeitos 
finais esperados das mudanças no 
ambiente. Novas trajetórias de equilíbrio 
podem resultar de expectativas que são 
formadas olhando-se para o futuro 
(“forward-looking”). 
114 
Correções de expectativas 
 Correções de expectativas poderiam ocorrer, 
por exemplo, como resultado da tentativa de 
sustentação da expansão monetária, o que 
converteria um choque temporário de 
demanda em permanente. 
 A curva de oferta move-se para o alto e para 
a esquerda (noroeste), via correção de 
expectativas, a taxa natural a médio prazo 
permanece constante (neutralidade da 
moeda) e o nível de preços subiria de forma 
permanente. 
 Salários e preços subiriam provocados pela 
tentativa de usar o estímulo monetário para 
alterar a taxa natural de desemprego. 
115 
Exemplos de choques 
 Efeitos de uma redução permanente do 
déficit – deslocamento temporário recessivo 
do produto, pela queda da demanda; 
propagação expansionista da oferta global 
por queda dos preços, que permitem 
aumento da oferta do emprego por 
aumento dos salários reais. 
 Choques de oferta positivos – melhorias na 
produtividade (modelar via quedas do 
mark-up). 
116 
Tema: Curva de Phillips 
 
 Referência básica 
(Capítulo 8 – O . Blanchard) 
Curva de Phillips 
 
O artigo de Phillips de 1958 identificou uma relação negativa entre 
aumentos de salários e desemprego para a economia inglesa 
através de uma longa série de dados (1861-1957). 
Dois anos depois, Samuelson e Solow (1960) reaplicam o 
exercício para os EUA, substituindo aumentos de salários por 
taxa de inflação e batizam a relação de Curva de Phillips. 
118 
A relação empírica deu a impressão de que os países podiam 
escolher entre inflação e desemprego, ou seja, determinar sua 
posição na curva. A Curvade Phillips seria um menu explorável 
de alternativas para a política macroeconômica. 
 Em 1968, Milton Friedman e Edmond Phelps – crítica aos 
fundamentos – “irracionalidade dos contratos nominais”, 
dependência dos erros permanentes. 
 
 
Curva de Phillips 
119 
 Depois dos choques do início dos anos 70, entretanto, a 
“estagflação” pôs em cheque esta possibilidade de tradeoff, e reviveu 
as críticas de Friedman e Phelps. 
Nova relação surge: o que pode ser escolhido é entre a taxa de 
desemprego e a variação na taxa de inflação. Hoje em dia, não se 
acredita que um desemprego elevado leve a uma inflação baixa, mas 
a uma redução na inflação. 
Estudaremos a relação entre a Oferta Agregada e a Curva de Phillips 
e de que forma as mutações na Curva de Phillips foram 
compatibilizadas com o processo pelo qual pessoas e firmas formam 
expectativas. 
Curva de Phillips 
120 
 
Da curva de Oferta à Curva de Phillips 
 
 Fazendo a álgebra, seja F(ut,z)= 1- ut+z então, 
Pt=Pt
e(1+ )(1- ut+z) => Pt /Pt-1 = Pt
e /Pt-1 (1+ )(1- ut+z) 
Como Pt /Pt-1 = 1+ (Pt - Pt-1 )/Pt-1 =1+ t , temos que 
1+ t =(1+ t
e )(1+ )(1- ut+z) => (1+ t)/[(1+ t
e )(1+ )]= 1- ut+z 
Se t, t
e, não forem muito elevados, uma boa aproximação será 
1+ t- t
e- =1- ut +z => t= t
e + ( +z)- ut (8.1) 
Intuição: Inflação depende positivamente da inflação esperada e 
negativamente do desemprego. 
Dada a inflação esperada, quanto maior o markup escolhido pelas firmas, , 
ou maior o valor de z, maior a inflação. 
121 
122 
 A Curva de Phillips Reconstruída 
 
A novidade agora é que quanto maior o desemprego, menor a inflação, 
dada a inflação esperada. 
Comparando as versões empíricas da Curva de Phillips: 
A primeira versão refletia uma economia com inflação zero (na média) – 
irreal nos dias de hoje. 
Agentes que determinam os salários escolhem os salários nominais para o 
ano seguinte (período contratual) tendo de prever a inflação do período 
seguinte. Assim, como a média da inflação passada é zero, é razoável 
supor: t
e=0 
 
123 
 
 Substituindo na eq.(8.1), obtém-se: 
t=( +z) - ut 
Que é exatamente a relação que Phillips, Samuelson e Solow encontraram 
para o Reino Unido e para os EUA com os dados até a década de 50. 
Intuição: Dados os preços esperados, os quais são tomados pelos 
trabalhadores como iguais aos preços do ano anterior, baixo desemprego 
leva a salários mais altos. Salários mais altos levam a preços mais altos 
quando comparados aos preços do ano anterior, isto é , elevam a inflação. 
Este mecanismo é a espiral de preços e salários. 
124 
Evolução da Curva de Phillips 
modelando os fatos empíricos e a evolução da conjuntura 
Década de 60 – a queda do desemprego provoca aumento de inflação. 
Década de 70 – a relação é quebrada. Por quê? 
 A economia americana foi atingida duas vezes pelo aumento no 
preço do petróleo. Ou seja, aumenta, o que implica P mais alto para 
um dado nível de desemprego. Mas a razão principal não foi esta. 
 Os agentes responsáveis pela determinação dos salários (wage-
setters)—empresários e trabalhadores—alteraram o processo de 
formação de expectativas. Após 1960, a inflação fica 
constantemente positiva e mais persistente, sugerindo que o 
anterior processo de formação de expectativas pudesse ter ficado 
obsoleto. A persistência da inflação promoveu uma mudança na 
formação de expectativas. 
Vejamos os gráficos das curvas de Phillips para diferentes períodos. 
125 
Inflação e Desemprego – 1949 - 1969 
126 
Inflação e Desemprego – 1970 - 1998 
127 
 Curva de Phillips Aceleracionista 
Suponha que as expectativas sejam formadas da seguinte forma: 
 t
e= t-1 
Quanto maior , maior efeito de t-1 sobre t
e. 
No período estudado por Samuelson e Solow, tínhamos t
e=0, com bem 
próximo de zero. 
Com o aumento e a persistência da inflação, foi crescendo. Nos anos 70, a 
evidência era de que =1. 
Implicações do crescimento de : Substituindo t
e= t-1 na equação 8.1; 
 t= t-1 + ( +z) - ut 
Com =0, obtemos a curva de Phillips original . 
Quando >0, a inflação não depende só de ut . 
Quando =1, a relação se torna: 
 t - t-1= ( +z) - ut (8.4) . 
Ou seja, com =1, a taxa de desemprego afeta diretamente não a taxa de 
inflação, mas, sim, a variação (1ª diferença) da taxa de inflação. 
 Desemprego elevado leva à inflação decrescente, não necessariamente 
baixa, e desemprego baixo leva à inflação crescente, não 
necessariamente alta. 
128 
(8.4) é conhecida como: 
Curva de Phillips modificada, ou curva de Phillips com expectativas ou Curva 
de Phillips Aceleracionista. 
Vamos nos referir à (8.4) como a Curva de Phillips e à (8.2) como Curva de 
Phillips original. 
Em suma, 
Curva de Phillips original: ut sobe, t cai . 
Curva de Phillips (modificada): ut sobe, ( t- t-1) cai. 
 Isso nos mostra o que ocorreu nos anos 70. Conforme aumentou de 
tamanho, a relação entre inflação e desemprego desapareceu. A relação 
relevante passou a ser entre o desemprego e a variação da inflação. 
 
Curva de Phillips Aceleracionista 
129 
Variação na Inflação e Desemprego – 1970 - 1998 
130 
Curva de Phillips e Taxa Natural de Desemprego 
Pela Curva de Phillips original, não existe uma taxa natural de desemprego. 
Qualquer desemprego poderia ser atingido se o país estivesse disposto a 
assumir a (elevada) inflação necessária, e poder-se-ia manter desemprego 
baixo permanentemente. 
A taxa natural de desemprego é definida como a taxa à qual Pt=Pt
e ou t= t
e. 
Usando isso em (8.1), t= t
e + ( +z)- ut ,tem-se: 
0=( +z) - un , ou un =( +z)/ (8.6) 
Se aumenta, un aumenta e se z aumenta, un aumenta. 
Agora, de (8.6) [( +z)/ =un] e substituindo de volta em (8.1), temos: 
t- t
e = - (ut-un) (8.7) 
t- t-1= - (ut-un) (8.8) 
131 
t- t-1= - (ut-un) (8.8) 
 
A equação 8.8 nos dá outra forma de pensar sobre a Curva de 
Phillips. Agora, a variação na inflação depende da diferença 
entre a taxa de desemprego e a taxa de desemprego natural. 
 
 Quando ut>un, inflação cai. 
 
 Quando ut<un, inflação sobe 
 
 Quando ut=un, inflação está estabilizada. Ou seja, a taxa natural 
de desemprego pode ser vista também como a taxa de 
desemprego que mantém a inflação constante (Non-
accelerating inflation rate of unemployment - NAIRU). 
 
 
 
 
Curva de Phillips e Taxa natural de Desemprego 
 
132 
Como calcular a NAIRU? 
 Qual a Taxa natural de desemprego nos 
EUA desde 1970? 
 Fazer t= t-1 e isolar un => un = 6% (linha de 
regressão, ver gráfico slide 129). 
- A evidência sugere que a taxa de desemprego 
necessária para manter a inflação constante era 
de cerca de 6%. 
- No entanto, a taxa média de desemprego entre 
1995-2000 foi de 4,7% sem aumento da taxa de 
inflação, o que sugere que a NAIRU ao final da 
década de 90 devia estar abaixo de 6%. 
- Esta foi uma das evidências que levou Greenspan 
a relaxar a política monetária sem medo de elevar 
a inflação. Outros efeitos colaterais, entretanto, 
ocorrreram. 
133 
Observações 
A relação entre desemprego e inflação varia entre países e ao 
longo do tempo. 
Por que as taxas naturais de desemprego variam entre países? 
Dado a equação (8.6) un =( +z)/ , temos que a taxa natural de 
desemprego depende das variáveis ,z e que diferem entre 
países. 
Como un não é observado diretamente, mas, por hipótese, a 
economia flutua em torno dela, podemos estimar a taxa de 
desemprego natural como uma taxa média de desemprego ao 
longo de uma década. 
Ex: Japão (2%) x EUA (6,1%) – dados a partir de 1960.No entanto, em 2000, o Japão teve uma taxa de desemprego de 
4,7% contra 4% dos EUA. Isso deveu-se a uma recessão no 
Japão com ut>un e vice versa nos EUA. 
Qual o motivo para a taxa natural ser menor no Japão? 
Basicamente, menores fluxos de desligamentos e contratações. 
134 
Variações da Nairu ao longo do tempo 
 Até agora consideramos ( + z) como uma constante. O que 
não é verdade na realidade, pois o poder de monopólio das 
empresas, a estrutura das negociações salariais e o sistema 
de seguro-desemprego tendem a mudar com o tempo, 
alterando a taxa natural de desemprego (un). 
 
 Há ainda incertezas sobre os fatores que podem estar inclusos 
em z e o efeito de cada fator sobre o desemprego natural. 
Pode ser que uma variação em implique, também, 
mudanças em z. 
 Ex: Quando sobe, nos modelos de negociação trabalhista, 
os trabalhadores podem aceitar um corte de salário para evitar 
o aumento da taxa de desemprego, reduzindo z de modo que 
un fique inalterada. 
135 
Variações da Nairu ao longo do tempo 
 As variações de un são difíceis de medir. Por quê? 
 Porque un não é observado, apenas ut. No entanto, 
podemos observar tendências a partir da 
comparação da taxa média de desemprego ao longo 
das décadas. 
 Ex: Nos EUA, a taxa de desemprego médio caiu na 
década de 90 e em 2000 era de 4% quase sem 
aumento da inflação. No entanto, a partir de 2001, a 
taxa de desemprego começou a subir, ultrapassando 
6%. Podemos concluir que a taxa natural caiu e 
depois subiu? 
R: Não. Pois a economia americana entrou em 
recessão em 2001/2. 
136 
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
9%
10%
11%
Taxa de Desemprego - EUA
137 
Como distinguir entre uma taxa de 
desemprego alta de uma taxa natural alta? 
R: Examinando a variação da inflação dada pela 
equação t - t-1 = - (ut-un) (8.8). 
Se a inflação está em queda é sinal que o desemprego 
real está acima do nível natural. Já se a inflação está 
estável e o desemprego real está alto, isso indica 
que a taxa natural está elevada. 
Ex: União Européia – A curva de Phillips entre a 
variação da inflação e a taxa de desemprego aponta 
um aumento contínuo da taxa natural de 
desemprego desde 1960. 
138 
Processo inflacionário e a Curva de Phillips 
A regra de formação de expectativas pode mudar e também podem 
ocorrer mudanças institucionais. 
 
Quando a inflação está muito elevada, em geral, sua variabilidade 
aumenta. Os trabalhadores evitam contratos de trabalho que fixem 
os salários por muito tempo. Nestes casos, os contratos são 
firmados por um curto período de tempo e a indexação dos salários 
prevalece. 
 
Essas mudanças implicam aumento da resposta da inflação ao 
desemprego. Vamos ver isso remodelando nossa economia 
supondo agora que haja 2 tipos de contratos de trabalho: Uma 
proporção desses contratos tem salário nominal indexado (salário 
nominal variam de acordo com o preço realizado no período) e uma 
proporção 1- de salários não indexados (salários são baseados 
nas expectativas de inflação). 
139 
Indexação dos salários 
= proporção de contratos indexados. 
t= [ t+ (1- ) t-1]- (ut-un) 
Se =0 voltamos a equação (8.8). 
Para >0, temos: 
t- t-1= -( /(1- ))(ut-un) 
 
Quanto maior , maior o efeito do desemprego sobre a 
inflação. Intuição: Com indexação, um desemprego menor 
aumenta os salários não somente no próximo mas também 
neste período. E assim, maior o efeito sobre inflação. 
Se tende a um, pequenas variações em ut causam grandes 
variações em t- t-1 
 
Tema: Efeitos da Política Monetária sobre 
Produto, Desemprego e Inflação 
 
 
 Referência básica 
(Capítulo 9 – O . Blanchard) 
141 
Motivação: Em outubro de 79, a inflação nos EUA andava perto de 
14% ao ano, quando o FED decidiu reduzir o crescimento da 
moeda para derrubar a inflação. Após 5 anos e também depois de 
uma grande recessão, a inflação estava de volta a 4% a.a. 
 - Como ele conseguiu reduzir a inflação? 
 - Por que houve uma recessão? 
Ou seja, queremos estudar os efeitos do crescimento monetário 
na inflação e no nível de atividade. Esta é uma área de muita 
pesquisa recente, tanto em teoria quanto em econometria. 
Efeitos da Política Monetária sobre Produto, 
Desemprego e Inflação 
141 
142 
 São três os blocos componentes do nosso arcabouço 
teórico que nos permite pensar sobre as inter-relações 
entre produto, desemprego e inflação, a saber: 
Demanda Agregada: relaciona a taxa de crescimento 
nominal da moeda ao crescimento do produto; 
Lei de Okun: relaciona o crescimento do produto à 
variação no desemprego; 
Curva de Phillips: relaciona a taxa de desemprego à 
variação na inflação. 
 
Produto, Desemprego e Inflação 
142 
143 
Lei de Okun: Crescimento do produto e 
variações no desemprego 
 
Até aqui, por simplicidade, presumimos que: 
 Y = N Y = N 
 L = constante N = - U 
Vamos agora abandonar essas hipóteses excessivamente distantes 
da realidade em favor de outra que a melhor descreve. Por que 
as abandonar? 
Porque implicam comportamentos diferente dos observados 
Se Y=N, 1% de aumento de Y 1% de aumento em N 
Se N= - U 1% de aumento N/L 1% de queda em U. 
 
143 
144 
Seja gyt a taxa de crescimento do produto. Então, até agora temos que: 
 ut - ut-1 = -gyt (9.1) 
Ou seja, se o produto cresce a 4%, por exemplo, o desemprego deve 
cair 4%! 
Na verdade, isso é uma aproximação, pois: 
 u =U/L = 1-N/L, 
Com L=constante, u = U/L = - N/L = - ( N/N)(N/L) 
Assim, se N/L = 0.95, então N/N = 1% causa u = -0.95%. 
O resultado acima só seria exato se N/L=1. 
V. sabe a diferença entre um porcento e um ponto porcentual? 
Lei de Okun: Crescimento do produto e 
variações no desemprego 
144 
145 
 
Empiricamente, nos EUA, temos: 
ut – ut-1 = -0.4(gyt-3%) (9.2) 
A equação (9.2) difere da equação (9.1) de duas formas: 
1- A taxa de crescimento anual do produto tem que ser de pelo 
menos 3% para impedir que a taxa de desemprego aumente. (por 
9.1 bastava não haver crescimento negativo) 
Isto ocorre devido a dois fatores: 
1.1- A força de trabalho (PEA) nos EUA tem crescido a 1.7% ao 
ano. Para manter uma taxa constante de desemprego, o emprego 
precisa crescer à mesma taxa da força de trabalho, 1.7% ao ano. 
Lei de Okun: Crescimento do produto e 
variações no desemprego 
145 
146 
1.2- Suponha também que a produtividade do trabalho (o produto por 
trabalhador) esteja crescendo a 1.3% ao ano. Se o emprego crescer 
a 1.7% e a produtividade crescer a 1.3%, o produto crescerá a 1.3% 
+ 1.7% = 3%. 
Em outras palavras, para manter u constante, gy tem que igualar a 
3%. Nos EUA, a soma do crescimento da produtividade do trabalho 
com o crescimento da PEA tem sido, em média, igual a 3% desde 
1960. Esta é a razão pela qual o número 3% aparece na lei de 
OKUN. Denominaremos de taxa de crescimento normal do produto 
aquela necessária para manter uma taxa de desemprego constante. 
Lei de Okun: Crescimento do produto e 
variações no desemprego 
146 
147 
2- A segunda diferença entre a equações (9.2) e (9.1) está no 
coeficiente que relaciona a diferença entre o crescimento do produto e 
a taxa normal de crescimento com a variação do desemprego. Em 
(9.2) este coeficiente é de –0.4% em (9.2), em contraste com –1 em 
(9.1). 
Isto ocorre por 2 razões: 
2.1- As firmas ajustam o emprego em menos do que um para um em 
resposta a desvios na taxa de crescimento do produto. Por exemplo, 
se gy está 1% acima do normal por um ano, a taxa de emprego 
aumenta só em 0.6%. Isto ocorre porque algumas funções não 
dependem do nível de produção(depto. de contabilidade, por 
exemplo). Outra razão é que firmas preferem horas-extras, para evitar 
custos de treinamento (labor hoarding). 
Lei de Okun: Crescimento do produto e 
variações no desemprego 
147 
148 
 
 2.2- Um aumento na taxa de emprego não leva a um 
decréscimo de um para um na taxa de desemprego. Mais 
especificamente, um aumento de 0.6% na taxa de emprego leva a 
uma queda de somente 0.4% na taxa de desemprego. 
 A razão é um aumento na taxa de participação. Quando o 
emprego aumenta nem todas as vagas são preenchidas pelos 
desempregados. Alguns vêm diretamente de fora da PEA. Outro 
efeito é que à medida que o mercado de trabalho se aquece, 
trabalhadores que não estavam mais procurando emprego (portanto 
fora da PEA) passam a fazê-lo, e passam a ser classificados como 
desempregados. Por ambos os motivos, o desemprego cai menos do 
que o aumento do produto. Nem todos os novos postos de trabalho 
são ocupados pelos desempregados que já estavam no mercado. 
Lei de Okun: Crescimento do produto e 
variações no desemprego 
148 
149 
 Algebricamente, a Lei de Okun é: 
 ut – ut-1 = - (gyt –g
c
y) (9.3) 
 
 A inclinação ( ) da lei de Okun reflete a organização interna das 
firmas, bem como as restrições legais e sociais quanto a 
demissões e contratações. A evidência internacional é : 
 
 
1960-1980 1981-2006 
País 
EUA 0,39 0,42 
Reino Unido 0,15 0,51 
Alemanha 0,20 0,29 
Japão 0,02 0,11 
149 
Lei de Okun: 
151 
Lei de Okun: Crescimento do produto e 
variações no desemprego 
 
 O crescimento do produto acima do normal 
provoca uma redução da taxa de desemprego; o 
crescimento do produto abaixo do normal leva a 
um aumento da taxa de desemprego. Esta é a lei 
de Okun: 
1
β
t t yt y
u u ( g g )
-
- = - -
g g u uyt y t t 1g g u uyt y t t 1
151 
152 
A Curva de Phillips: Desemprego e Mudança na Inflação 
 Na aula passada, derivamos a seguinte relação entre inflação, 
inflação esperada e desemprego. 
t = 
e
t - (ut – un) 
Supusemos, então, que et t-1 para os EUA. Com essa hipótese, 
a relação entre inflação e desemprego passa a ser: 
t - t-1 = - (ut – un) 
Onde: 
 
 
 
 
u ut n t t 1
u ut n t t 1
152 
153 
A Relação de Demanda Agregada: Crescimento 
Monetário, Inflação e Crescimento do Produto 
Sabemos que: Y = Y(M/P, G , T) , com Y/ (M/P) >0, Y/ G>0 e 
Y/ T<0 
 
 Vamos agora, ignorar outros fatores que não a moeda e 
adicionar indicadores de tempo: 
 
Yt = .(Mt/Pt), onde > 0 (9.6) 
 
 Esta equação nos diz que um aumento em (M/P) causa um 
aumento proporcional na demanda por bens e, por conseguinte, 
no produto. Por trás deste efeito está o modelo IS-LM: 
M/P i I Y 
 
153 
154 
 Temos agora que transformar a equação (9.6) em uma 
equação na qual apareça taxa de crescimento: 
 
ln(Yt) = ln( ) + ln(Mt) – ln(Pt) 
 dln(Yt)/dt = d ln( )/dt + d ln(Mt)/dt - d ln(Pt)/dt 
 (dYt/dt)/Yt = (dMt/dt)/Mt – (dPt/dt)/Pt 
 gyt = gmt - t 
 
 A taxa de crescimento do produto é igual à taxa de crescimento 
nominal da moeda menos a taxa de inflação. Dado o crescimento 
da moeda, a alta inflação leva a uma queda no estoque de 
moeda real e a uma queda no produto. Onde: 
 
g gmt t yt 0
g gmt t yt 0
154 
155 
O Médio Prazo 
 Agora que vimos as três relações entre inflação, desemprego e 
produto, vamos utilizá-las em conjunto para determinar os efeitos 
do crescimento monetário em Y, u e . 
 
 Lei de Okun 
 ut – ut-1 = - (gyt – g
c
y) 
 Curva de Phillips 
 t - t-1 = - (ut – un) 
 Demanda Agregada 
 gyt = gmt - t 
 
 
155 
156 
O Médio Prazo 
 Qual o efeito de um decréscimo em gmt? 
 Da Demanda Agregada, dada a inflação, gmt menor 
implica queda em gyt. 
 Da Lei de Okun: gyt ut 
 Da Curva de Phillips: ut 
 
 Então,o efeito inicial de uma redução no 
crescimento da moeda é: diminuir o produto; 
aumentar o desemprego; e diminuir a inflação. 
156 
157 
O Médio Prazo 
 Mas o que ocorre depois disso? 
 O desemprego continua a aumentar? 
 O que acontece com a inflação? 
 O modo de responder a essas indagações é trabalhar com as 
variáveis ao longo do tempo. Começaremos no médio prazo, que 
é o nosso ponto final depois de toda a dinâmica, e depois, então, 
voltaremos à dinâmica entre o curto e o médio prazo. 
 
 Exercício: Pressuponha que o BC mantenha uma taxa constante 
de crescimento da moeda, gcm. Quais serão os valores de gyt, ut e 
t no médio prazo? 
157 
158 
 
 No médio prazo, u tem que estar estabilizada, pois não podemos 
ter desemprego crescendo ou caindo para sempre. Fazendo ut = 
ut-1, na lei de Okun obtemos: 
gyt = g
c
y, 
 ou seja, no médio prazo, o produto crescerá à sua taxa normal 
de crescimento, gcy. 
 
Com crescimento da moeda e do produto dados por gcm e g
c
y , a 
demanda agregada fica: 
gcy = g
c
m - 
 Reorganizando a equação, temos: = gcm – g
c
y 
 
 No médio prazo, a inflação é igual à expansão monetária 
nominal ajustada (pelo crescimento do produto). 
 
O Médio Prazo 
158 
159 
Um modo de interpretar este resultado é a seguinte: 
 
Um nível mais alto de produto implica maior número de 
transações, o que aumenta a demanda por moeda. Se o 
produto cresce a 3%, o estoque real de moeda deve 
crescer a esta taxa para cobrir o aumento da demanda. 
Qualquer crescimento monetário diferente de 3% vai ser 
refletido em mais ou menos inflação (ou deflação, se a 
inflação vier a ser negativa). 
Y nº de transações Md mas, 
se gm > gy 
Se a inflação é constante, então t = t-1. Colocando na curva 
de Phillips, obtém-se ut=un. Assim, no médio prazo, ut=un. 
 
O Médio Prazo 
159 
160 
Resumindo os resultados em um gráfico... 
160 
161 
 
 No capítulo 7 vimos que alterações em M eram neutras no médio 
prazo. Agora, vemos que mudanças em (dM/dt)/M também são 
neutras, isto é, não têm efeitos sobre Y ou em u no médio prazo, 
mas somente sobre . 
 Portanto, o único determinante de no médio prazo é o 
crescimento da moeda. Este resultado é uma forma de justificar 
a frase famosa de Milton Friedman, na década de 60, que se 
tornou na época um símbolo do chamado “monetarismo” 
 
“Inflation is always and everywhere a monetary phenomenon” 
 
161 
 Desinflação: quais as implicações do modelo estudado? 
Primeiro passo 
Suponha que a economia está no seu equilíbrio de médio prazo 
 u=un e g=gy , 
mas é considerada alta e queremos reduzi-la, como fazê-lo? 
Aprendemos com o modelo que se deve reduzir gm. 
Mas, se gm cair, fará, inicialmente gy cair e u subir. 
Pela equação de Demanda: 
E pela Lei de Okun: 
E pela Curva de Phillips: 
Qual seria, então, a forma ótima de deflacionar (rápida ou lentamente)? 
 
 
g g gm m y( )
g uy
u
Efeitos de 
Curto Prazo 
162 
Desinflação 
Quanto desemprego e por quanto tempo? 
Comecemos com a Curva de Phillips: 
t - t-1 = - (ut-un) 
Para cair, ( t- t-1)< 0 (ut-un)>0 
Mas a Curva de Phillips nos diz algo mais profundo. Não importa se a desinflação 
é gradual ou repentina, o desemprego requerido para atingir a inflação 
desejada é sempre o mesmo. 
Vejamos o porquê? 
 Defina-se ano-ponto de excesso de desemprego como sendo a diferença 
entre as taxas de desemprego efetiva e natural de um ponto percentual por 
ano. 
 
163 
Desinflação 
 
EXEMPLO: 
 Se a taxa natural for de 6.5%, uma taxa efetiva de desemprego de 9% 
durante4 anos seguidos corresponde a 4*(9 - 6,5) = 10 anos-ponto de 
excesso de desemprego. 
 Suponha que o BC queira reduzir a inflação de 14% para 4%, ou seja, uma 
redução de x= 10 %. Vamos também supor que =1. 
 Se o BC quiser obter tal redução em somente um ano, a curva de Phillips 
nos diz que o que se requer é um desemprego 10% acima de un, por um 
ano. 
 Agora, suponha que se queira realizar a redução em dois anos. A curva de 
Phillips nos diz que será necessário um desvio (u – un) = 5% por 2 anos, 
decrescendo a inflação 5% no primeiro ano e 5% no segundo ano, 
perfazendo os 10% almejados. 
 Podemos aplicar o mesmo raciocínio para 5 anos, 10 anos etc. 
164 
Desinflação 
Em todos os casos, o número de anos-ponto de excesso de desemprego é sempre o 
mesmo, independentemente do período de ajuste escolhido. Portanto, o BC poderia 
decidir qual será a distribuição temporal do desemprego excessivo, mas não pode 
mudar o número anos-ponto de excesso de desemprego. 
Esta conclusão pode ser expressa de outra maneira. Defina-se taxa de sacrifício como o 
número de anos-ponto de desemprego necessários para se obter uma 
desinflação de 1%. Então, a curva de Phillips implica que tal taxa independe da 
política, sendo igual a (1/ ). Se 1, então a razão de sacrifício é 
aproximadamente 1. 
Por exemplo, uma taxa de sacrifício de 1,32 significa que uma 
desinflação de 10% requer 13,2 anos-ponto de excesso de 
desemprego. 
 
 TAXA DE SACRIFíCIO = nº de anos-ponto = _1_ 
 redução de Inflação 
165 
 
 Desinflação 
Se a taxa de sacrifício é constante, será que isto quer dizer que a velocidade da 
desinflação é irrelevante? 
 NÃO. 
Por quê? 
Suponha que o BC queira reduzir a inflação de 14% para 4% em um ano. 
( =1) 
Se un = 6,5% ut = 6,5% + 10% = 16,5% 
Usando a lei de Okun com = 0,4 e gcy = 3% , o gyt seria: 
ut – ut-1 = -0,4*(gyt – 3%) 
gyt = (- 10% / 0,4) + 3% = -22% 
A maior queda do PIB já ocorrida nos EUA foi de 15% em 1931, durante a grande 
depressão. Uma política monetária como esta descrita acima exigiria uma 
queda de 22% do produto! 
166 
 
 Trajetória da Desaceleração Monetária 
Suponhamos que se pretenda obter uma redução de 14% para 4% na inflação 
em 5 anos. 
 
BC não controla nem u nem diretamente. Controla gm. Qual deve ser a 
trajetória de gm para obter a redução de 10% em nos 5 anos? 
 
Podemos encontrar, dada a trajetória desejada de , a trajetória requerida de u e 
gy, e, finalmente, derivar a trajetória requerida de gm. 
 
Vejamos um exemplo: 
167 
 
 Trajetória da Desaceleração Monetária 
 
Linha 1: meta de trajetória inflacionária 
Linha 2: trajetória de desemprego implicada pela curva de Phillips 
Linha 3: trajetória de crescimento do produto determinado pela lei de Okun 
Linha 4: trajetória requerida de crescimento monetário, a partir da relação de 
 demanda agregada: gyt = gmt - t 
 
168 
 
 
Trajetória da Desaceleração Monetária 
Ano 
Antes Desinflação Depois 
0 1 2 3 4 5 6 7 8 
Inflação 14 12 10 8 6 4 4 4 4 
Taxa de 
Desemprego 
6,5 
Crescimento do 
Produto 
3 
Crescimento 
Monetário 
17 
169 
 
 
Trajetória da Desaceleração Monetária 
Curva de Phillips 
Ano 
Antes Desinflação Depois 
0 1 2 3 4 5 6 7 8 
Inflação 14 12 10 8 6 4 4 4 4 
Taxa de 
Desemprego 
6,5 8,5 8,5 8,5 8,5 8,5 6,5 6,5 6,5 
Crescimento do 
Produto 
3 
Crescimento 
Monetário 
17 
170 
 
 
Trajetória da Desaceleração Monetária 
Lei de Okun 
Ano 
Antes Desinflação Depois 
0 1 2 3 4 5 6 7 8 
Inflação 14 12 10 8 6 4 4 4 4 
Taxa de 
Desemprego 
6,5 8,5 8,5 8,5 8,5 8,5 6,5 6,5 6,5 
Crescimento do 
Produto 
3 -2 3 3 3 3 8 3 3 
Crescimento 
Monetário 
17 
171 
 
 
Trajetória da Desaceleração Monetária 
Demanda Agregada 
Ano 
Antes Desinflação Depois 
0 1 2 3 4 5 6 7 8 
Inflação 14 12 10 8 6 4 4 4 4 
Taxa de 
Desemprego 
6,5 8,5 8,5 8,5 8,5 8,5 6,5 6,5 6,5 
Crescimento do 
Produto 
3 -2 3 3 3 3 8 3 3 
Crescimento 
Monetário 
17 10 13 11 9 7 12 7 7 
172 
Trajetória da Desaceleração Monetária 
 
u 6,5 8,5 
Ano 0 
Ano 1 
Ano 2 
Ano 3 
Ano 4 
Ano 5 Ano 6+ 
173 
 
Trajetória da Desaceleração Monetária 
No médio prazo, o crescimento monetário e a inflação são menores e a taxa de 
desemprego e de crescimento do produto voltam ao normal, mas a transição 
para um menor crescimento monetário e inflação menor é associada com um 
período de desemprego mais alto. 
 
A análise que desenvolvemos é muito similar à experiência do FED no final dos 
anos 70. O modelo econométrico que eles usaram, como a maioria dos 
modelos utilizados naquela época, tinha a mesma propriedade de nosso 
simples modelo: a política macroeconômica pode determinar a distribuição 
temporal, mas não o número de anos-ponto de excesso de desemprego. 
Esta abordagem tradicional, foi questionada por dois grupos de economistas 
acadêmicos como veremos a seguir. 
174 
Expectativas, Credibilidade e Contratos Nominais 
O foco de ambos os grupos de críticos é o papel das expectativas e de que 
forma, alterações na formação de expectativas podem afetar o custo do 
desemprego e da desinflação. Desafiam a noção tradicional de que a 
política pode mudar o timing, mas não o número de anos-ponto de 
excesso de desemprego. 
 
 A Crítica de Lucas: Expectativas e seus efeitos sobre a Credibilidade da 
Política 
 Rigidez Nominal de Preços e Natureza dos Contratos 
 
175 
Expectativas e Credibilidade: a Crítica de Lucas 
 - Robert Lucas e Thomas Sargent – University of Chicago 
 
 -Tomar a equação t - t-1 = - (ut – un) como dada equivaleria a supor que 
aqueles que negociam os salários em termos nominais continuariam a 
esperar que a inflação do futuro fosse a mesma do passado, 
independentemente da ação do governo. Ou seja, que a formação de 
expectativas não se alteraria em resposta a mudanças na política. 
 
 -Crítica: Por que os agentes que determinam os salários não deveriam levar 
em conta as alterações de política? 
176 
Expectativas e Credibilidade: a Crítica de Lucas 
 A lógica do argumento de Lucas pode ser visto retornando à equação: 
 
 t = 
e
t - (ut – un) 
 
 - Se os agentes que determinam os salários continuassem a adotar 
expectativas adaptativas ( et = t-1), então o único modo de diminuir a inflação 
seria aceitar um desemprego maior por algum tempo, como vimos 
anteriormente. Mas se os agentes que determinam os salários pudessem ser 
convencidos de que a inflação iria de fato ser menor do que no passado, eles 
diminuiriam suas expectativas de inflação. Isso, por sua vez, diminuiria a 
inflação corrente sem a necessidade de se promover nenhuma alteração na 
taxa de desemprego. 
177 
Expectativas e Credibilidade: a Crítica de Lucas 
 Lucas e Sargent não acreditavam que a desinflação pudesse realmente 
ocorrer sem algum aumento do desemprego. Mas Sargent, após examinar os 
dados históricos relativos ao custo do desemprego associado à eliminação de 
diversos episódios de hiperinflação, concluiu que o aumento do desemprego 
poderia, de fato, ser bem menor. 
 
 O fator essencial da desinflação bem-sucedida seria a credibilidade. Caso 
fosse possível aumentar a credibilidade da política, os agentes que 
determinam os salários poderiam alterar o modo como formam suas 
expectativas, e assim, abreviariam os custos da desinflação. Ainda, os 
autores argumentam que um programa de desinflação rápido e transparente 
tem maiores chances de ter credibilidade maior. 
178 
Rigidez Nominal e Contratos 
Uma outra críticaà trajetória da inflação associada à desaceleração 
monetária foi adotada por Stanley Fischer (MIT, hoje presidente do banco 
central de Israel), Edmond Phelps e John Taylor (ex- sub-secretário do 
Tesouro dos EUA para assuntos internacionais na administração Bush, 
então da Columbia University). Algumas dessas questões vinham sendo 
estudadas no Brasil nos anos 70. 
Rigidez Nominal: muitos salários e preços são fixados em termos nominais 
por algum tempo e não costumam ser reajustados quando há mudanças 
de política. Os contratos se estendem por vários períodos e retratam o 
passado. 
Assim, mesmo com credibilidade total, mesmo com redução brusca do 
crescimento da moeda, teria de haver aumento do desemprego. Haveria 
contratos estabelecidos previamente que ainda estariam carregando as 
expectativas anteriores para inflação. O programa de ajuste deveria então 
ser anunciado com muita antecedência. 
179 
Rigidez Nominal e Contratos 
Taylor e Phelps destacaram a imbricação dos contratos salariais. 
Nem todos os contratos salariais são assinados na mesma época, o que 
impõe fortes limitações na forma pela qual uma desinflação rápida poderia 
ser implementada, sem deflagrar o aumento do desemprego, ainda que a 
redução da inflação futura seja totalmente crível. 
Se os trabalhadores se preocupam com o salário real, então, cada contrato 
de trabalho determina um salário não muito diferente dos demais 
contratos que já estão no mercado. Assim, uma queda no crescimento da 
moeda não gera queda proporcional na inflação levando à recessão e ao 
aumento do desemprego. 
 
180 
Rigidez Nominal e Contratos 
Taylor mostrou que existe uma trajetória de desinflação tal que, quando 
totalmente crível, poderia não alterar a taxa de desemprego. 
A melhor política para o FED seria avançar lentamente no início, e anunciar 
que prosseguirá mais rápido no futuro. Esse anúncio fará com que os novos 
acordos salariais levem a nova política em consideração. 
Essa trajetória inicial lenta deveria ser adotada pois no curtíssimo prazo, a 
inflação já está pré-determinada. Os contratos já foram efetuados e uma 
política monetária muito restritiva só geraria recessão. Com credibilidade total, 
a autoridade monetária poderia anunciar a mudança de política para os 
próximos períodos e esta mudança seria incorporada nos novos contratos. 
 
 
181 
Rigidez Nominal e Contratos 
Assim como Lucas e Sargent, Taylor e Phelps não acreditavam que a 
desinflação pudesse ser implementada sem aumentar o desemprego. Em 
primeiro lugar, eles percebiam que a trajetória de desinflação poderia não 
ser crível. Sem credibilidade, as expectativas a respeito da inflação podem 
custar a mudar, o que diminui as esperanças de se promover uma 
desinflação sem aumentar a taxa de desemprego. A análise de Taylor, 
porém, tinha duas mensagens claras. 
 - importância potencial das expectativas 
 - desinflação gradual pode ter um custo mais baixo do que o 
 implicado pela abordagem tradicional 
182 
A experiência da desinflação americana, 1979 a 1985 
 Em 1979, o desemprego estava em 5,8%, o produto crescia a 2,5% e 
a inflação estava em 13,3%. 
 O Fed anunciou diversas alterações para contornar esta situação. 
Em particular, anunciou que mudaria a política monetária de forma a 
ter como instrumento principal o crescimento da moeda e não mais 
os juros de curto prazo. 
 O Fed não explicitou meta alguma para inflação ou mesmo para sua 
trajetória, mas a mudança de política monetária foi interpretada como 
um comprometimento com o combate à inflação mesmo que fosse 
necessário um aumento de juros. 
183 
A experiência da desinflação americana, 1979 a 1985 
 Nos 7 meses seguintes, a taxa de juros subiu de 11,4% para 17,6%. 
Mas a economia apresentou sinais de recessão e houve retrocesso 
na política monetária restritiva. 
 Com sinais de que a economia estava se recuperando, em 1981, 
novamente a taxa de juros voltou a subir e mais uma vez apareceram 
sinais de recessão. 
 Desta vez, porém, o Fed optou por se manter firme em sua política e 
não reduziu os juros. 
 O ponto central deste episódio é o papel da credibilidade. Paul 
Volcker tinha credibilidade em 1979, porém, esta credibilidade foi 
reduzida quando, em 1980, o Fed optou por abandonar a política 
restritiva. A credibilidade só foi restaurada em 1981/82 quando o Fed 
se manteve firme frente aos sinais de recessão. 
184 
 Desinflação Americana 
 
185 
A experiência da desinflação americana, 1979 a 1985 
1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 
Crescimento 2,5 -0,5 1.8 -2.2 3.9 6.2 3.2 
Desemprego 5.8 7.1 7.6 9.7 9.6 7.5 7.2 
Inflação 13.3 12.5 8.9 3.8 3.8 3.9 3.8 
Desinflação 
acumulada 
0.8 4.4 9.5 9.5 9.4 9.5 
Desemprego 
acumulado 
1.1 2.7 6.4 10 11.5 12.7 
Taxa de Sacrifício 1.37 0.61 0.67 1.05 1.22 1.33 
186 
A experiência da desinflação americana, 1979 a 1985 
 Credibilidade foi adquirida, mas não ocorreu nenhum milagre nas 
expectativas. As primeiras linhas da tabela mostram que a 
desinflação veio associada a um substancial desemprego. 
 Na visão tradicional, para cada ponto de desinflação teríamos que ter 
1 ano-ponto de excesso de desemprego em relação ao desemprego 
natural de 6,5%. A linha 4 computa o número de anos-ponto 
acumulado de 1980 em diante. E as linhas 5 e 6 mostram a 
desinflação acumulada e a taxa de sacrifício, respectivamente. 
 A tabela nos mostra que não há ganhos óbvios com a credibilidade. 
A curva de Philips baseada na variação da inflação e na variação do 
desemprego parece ser bem mais robusta que muitos economistas 
esperavam. 
187 
A experiência da desinflação americana, 1979 a 1985 
 Será que o modelo tradicional está apresentando força porque há 
pouca credibilidade ou porque a credibilidade não é suficiente para 
reduzir inflação? 
 Ball estudou casos de desinflação em países da OECD. 
 Concluiu que: 
 1) A desinflação em geral causa desemprego alto por algum tempo. 
 2) Desinflações mais rápidas estão associadas a menores taxas de 
sacrifício, o que indicaria efeito positivo de credibilidade. 
 3) Taxas de sacrifício são menores em países com contratos mais 
curtos, o que enfatiza o ponto de Taylor. 
188 
Tema: A Nova Macroeconomia 
 
 Referência básica 
(Capítulo 12 – DFS) 
A Nova Macroeconomia 
 Nos últimos anos, quatro novas teorias foram desenvolvidas 
e revolucionaram o estudo da macroeconomia. 
 Expectativas Racionais 
 Passeio Aleatório como trajetória para o PIB 
 Teoria dos Ciclos Reais 
 Modelos de rigidez de preço neo-keynesianos 
190 
A Nova Macroeconomia – Expectativas Racionais 
• Modelos Macroeconômicos de Expectativas Racionais foram 
uma construção dos anos 70 e 80 em reação à desconfiança na 
Curva de Phillips como instrumento para a análise de políticas 
alternativas. 
• Estratégia básica dos modelos ER: partem da manutenção da 
visão de mercados que se equilibram, retém o interesse no que 
chamamos de médio e longo prazo e concluem pelo pessimismo 
acerca do que a política monetária possa fazer para afetar o 
emprego ou o produto. Os modelos de expectativas racionais 
acrescentam novas características aos modelos neo-clássicos. 
 
191 
Referências básicas 
 DF Capitulo 12 
 Crítica de Friedman (AER 68 Role of Monetary Policy) e 
Phelps (JPE 68 e livro 70) aos modelos com desequilíbrios 
prolongados 
 Artigo de Muth ( Econometrica 1961) que introduz o conceito 
na modelagem econométrica dos movimentos de preços 
 Lucas-Rapping, equilíbrium searching e curva de oferta “de 
Lucas” 
 Lucas (JET 72 – expectativas e equilíbrio geral), base teórica 
para o artigo no volume Otto Eckstein

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