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Questionário de Direito Penal I

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA – UNIPÊ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE DIREITO – DIREITO PENAL
MANOEL OTACÍLIO DA SILVA CLEMENTINO
Trabalho apresentado a Professora Sheyla Cristina como resultado de estudo para o cumprimento das atividades curriculares do conteúdo programático da disciplina Direito Penal I, da turma M do 3º período de Direito, do Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ.
JOÃO PESSOA – PB
2016
Respostas do primeiro questionário sobre o assunto, Antijuricidade.
O excesso nas causas excludentes da Antijuricidade só poderá ser dolosa ou poderá ser culposo? Explique.
Como está exposto na doutrina por Julio F. Mirabete e Renato N. Fabbrini, fica disposto no artigo 23, parágrafo único, que o agente responderá pelo excesso doloso ou culposo nas descriminantes, que será, o estado de necessidade, a legítima defesa, o estrito cumprimento de dever legal e exercício de direito. Em todas as justificativas é necessário que o agente não exceda os limites traçados pela lei. O excesso pode ser doloso, hipóteses em que o sujeito, após iniciar sua conduta conforme o direito, extrapola seus limites na conduta, querendo um resultado antijurídico desnecessário ou não autorizado legalmente. Um exemplo seria quando um agente para se defender de um tapa, mata seu agressor a tiros ou após o primeiro tiro que fere e imobiliza o agressor, continua a sua reação até ocasionar a morte de seu agressor. Será culposo o excesso quando o agente queria o resultado necessário, proporcional, autorizado e não o excessivo, que é proveniente de sua indesculpável precipitação, desatenção etc. 
É possível a legitima defesa recíproca?
Para o Código Penal e para os doutrinadores, como Guilherme de Souza Nucci, não é possível uma legitima defesa contra uma legitima defesa, pois a agressão não pode ser injusta, ao mesmo tempo, para duas partes distintas e opostas. Já Mirabete e Fabbrini vão afirmar que pressupondo a justificativa uma agressão injusta, não é possível falar-se em legitima defesa recíproca. Um dos contentores, ou ambos, estará agindo ilicitamente quando a iniciativa da agressão.
A doutrina estabeleceu espécies de Estado de Necessidade, assim defina: 
a) Estado de Necessidade Real e Putativa ou Imaginário; 
Segundo o doutrinador Fernando Capez, quando o aspecto subjetivo do agente for real se dará por uma situação de perigo é real, e quando for putativo é o agente que imagina a situação de perigo que não existe. Como está presente na obra de Mirabete e Fabbrini, esses autores estabelecem que, haverá estado de necessidade putativo se o agente supõe, por erro, que se encontra em situação de perigo.
b) Estado de Necessidade defensivo ou agressivo.
Capez estabelece quando se trata de um terceiro que sofre a ofensa será “defensivo”, quando agressão dirige se contra o provocador dos fatos, e será “agressivo”, no momento que o agente destrói bem de terceiro inocente.
Estabeleça diferenças entre o Estado de Necessidade e Legítima Defesa.
O doutrinador Capez em sua obra expõe cinco diferenças que são elas: 1º) no Estado de Necessidade há conflito entre dois bens jurídicos expostos a perigo, já na Legítima Defesa há uma repulsa ao ataque; 2º) no Estado de Necessidade, o bem jurídico é exposto ao perigo, na Legítima Defesa, o direito sofre uma agressão atual ou iminente; 3º) no Estado de Necessidade o perigo pode ou não advir da conduta humana, por outro lado, na Legítima Defesa a agressão só pode ser praticada por pessoa humana; 4º) a Estado de Necessidade em sua conduta pode ser dirigida contra terceiro inocente, no entanto, na Legítima Defesa será somente contra o agressor; 5º) no Estado de Necessidade a agressão não precisa ser injusta, já na Legítima Defesa só existe se houver injusta agressão.
Resposta do questionário sobre o assunto, Culpabilidade. 
Quais os elementos da Culpabilidade. Explique-os quais suas causas excludentes. Discorra sobre elas.
São elementos da culpabilidade segundo a teoria do Código Penal: Imputabilidade; potencial consciência da ilicitude; Exigibilidade de conduta diversa.
Imputabilidade é a capacidade de entender o caráter ilicitude do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento. O agente deve ter condições físicas, psicológicas, morais e mentais de saber que está realizando um ilícito penal. Além dessa capacidade plena de entendimento deve ter totais condições de controle sobre sua vontade. Imputável não é apenas aquele que tem capacidade de intelecção sobre o significado de sua conduta, mas também de comando da própria vontade de acordo com esse entendimento.
A uma distinção entre imputabilidade e capacidade, onde temos a noção que, a capacidade é gênero do qual a imputabilidade é espécie. Em uma distinção entre dolo e imputabilidade, o dolo é a vontade e imputabilidade é a capacidade de compreender essa vontade. Na distinção entre imputabilidade e responsabilidade, a responsabilidade é a aptidão do agente para ser punido por seus atos e exige três requisitos, dentro desses está a imputabilidade.
Vale ressaltar que em regra todo agente é imputável, a não ser que ocorra causa excludente da imputabilidade.
Há quatro causas que excluem a imputabilidade, são elas: Doença mental; Desenvolvimento mental incompleto; Desenvolvimento mental retardado; Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior.
Doença mental é a perturbação mental ou psíquica de qualquer ordem, capaz de eliminar ou afetar a capacidade de entender o caráter criminoso do fato ou a de comandar a vontade de acordo com esse entendimento. O desenvolvimento mental incompleto é o desenvolvimento que ainda não se concluiu, devido à recente idade cronológica do agente ou à sua falta de consciência em sociedade, ocasionando imaturidade mental e emocional. No Desenvolvimento Mental Retardado é o incompatível com o estágio de vida em que se encontra a pessoa, estando, portanto, abaixo do desenvolvimento normal para aquela idade cronológica. E podemos ter Embriaguez, que poderá ser: “não acidental”, que se subdivide em voluntaria (dolosa ou intencional) que será quando o agente ingere a substância alcoólica ou de efeitos análogos com a intenção de embriaguez. Há, portanto, um desejo de ingressar em um estado de alteração psíquica. E em culposa quando o agente quer ingerir a substância, mas sem a intenção de embriaga-se, isso vem acontecer em virtude da imprudência de consumir doses excessivas. Na Embriaguez “acidental” pode ocorrer de caso fortuito ou força maior. No caso fortuito o sujeito não se embriagou porque quis, nem porque agiu com culpa, já a força maior deriva de uma força externa ao agente, que o obriga a consumir a droga.
A Potencial consciência da ilicitude terá o erro de direito onde nada adiantará o agente alegar que não sabia que determinada conduta era tipificada como infração penal, pois há uma presunção absoluta em sentido contrário. O erro de proibição é a errada compreensão de uma determinada regra legal pode levar o agente supor que certa conduta injusta seja justa, a tomar uma errada por certa, a encarar um anormal como normal, e assim por diante.
Para se ter uma noção mais clara sobre a distinção entre erro de tipo e erro de proibição é que, no erro de tipo, o agente tem uma visão distorcida da realidade, não vislumbrando na situação que se lhe apresenta a existência de fatos descritos no tipo como elementares ou circunstâncias. Já no erro de proibição, ao contrário, há uma perfeita noção acerca de tudo o que se está passando. O sujeito conhece toda a situação fática, sem que haja distorção da realidade.
A exclusão da potencial consciência da ilicitude, o erro de proibição sempre exclui a atual consciência da ilicitude. No entanto, somente aquele que não poderia ter sido evitado elimina a potencial consciência. As espécies de erro de proibição são: inevitável (ou escusável) quando o agente não tinha como conhecer a ilicitude do fato. E evitável (ou inescusável) é quando o agente desconhecea ilicitude do fato, mas tinha condições de saber dentro das circunstancias que contrariava o ordenamento jurídico.
Exigibilidade de conduta diversa consiste na expectativa social de um comportamento diferente daquele que foi adotada pelo agente. Somente haverá exigibilidade de conduta diversa quando a coletividade podia esperar do sujeito que tivesse atuado de outra forma.
Há duas causas que levam à exclusão da exigibilidade de conduta diversa, a primeira é coação moral irresistível, que tem como espécies a coação física (consiste no emprego de força física) e coação moral (consiste no emprego de grave ameaça).
Espécies de Coação moral: Irresistível (o coato não tem condições de resistir) e resistível (o coato tem condições de resistir). 
A Física exclui a conduta, uma vez que elimina totalmente a vontade do agente. A Moral irresistível há crime, pois, o mesmo sendo grave a ameaça, ainda subsiste um resquício de vontade que mantém o fato típico. Na Moral resistível há crime, pois, a vontade restou intangida, e o agente é culpável, uma vez que sendo resistível a ameaça, era exigível a conduta diversa.
Referências Bibliográficas
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Volume 1: parte geral. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
MIRABETE, Julio F.; FABBRINI, Renato N. Manual de Direito Penal. Volume 1: Parte Geral. 25ª ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009.

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