Aula 01_Iniciação à pesquisa científica

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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA
Curso Superior de Tecnologia em Radiologia – UTFPR
Profa. Priscila Resmer
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OBJETIVO DA DISCIPLINA
Planejar, executar, avaliar e descrever, atendendo as normas técnicas, uma pesquisa social.
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EMENTA 
O processo de produção do conhecimento. 
Métodos e tipos de pesquisas. 
Planejamento e execução de pesquisas.
Textos científicos: tipos e características. 
Técnicas de elaboração e redação de relatórios.
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CRONOGRAMA
Estudo da teoria da Iniciação à Pesquisa Científica;
Desenvolvimento de questionários de pesquisa;
Aplicação prática;
Desenvolvimento de um artigo;
Revisão por pares;
Apresentação do artigo.
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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Artigo – avaliado pela professora 
Valor 10,0 - Peso 5.
Revisão de Pares – sem saber quem escreveu o artigo
Valor 10,0 - Peso 3.
Apresentação. 
Valor 10,0 – Peso 3
Valor 10,0 – Peso 2 (consenso dos avaliadores)
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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Nota final = (10x5)+(10x3)+(10x3)+(10x2)+ 0,5 APS's
 (5+3+3+2)
Serão aprovados os alunos que tiverem média de 6,0, e freqüência de 75% nas aulas. 
Número de faltas superior ao limite de 75% serão automaticamente reprovados.
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Iniciação à pesquisa científica
FUNDAMENTOS	
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O que é o método científico?
O termo “método científico” designa princípios e procedimentos para a busca sistemática do conhecimento, reconhecendo que:
Existem problemas.
Processo de experimento: planejamento de experimentos e procedimentos de observação, coleta e interpretação de dados.
Formulação e teste de hipóteses.
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Teoria
Princípios hipotéticos, conceituais e pragmáticos que → definem como a pesquisa foi realizada.
Como teorias podem ser consideradas úteis a comunidade científica?
Thomas Kuhn → Uma teoria permite a formulação de hipóteses a serem testadas. 
Uma teoria permite previsões (resultado de experimentos) e permite avaliar premissas infundadas ou fracamente fundamentadas.
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Teoria 
A teoria descreve aspectos da pesquisa ressaltando aspectos importantes do problema e sem levar em conta aspectos irrelevantes (podemos dizer que existe abstração e generalização na teoria).
Para validar uma teoria avalia-se as previsões realizadas e sua aplicabilidade.
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Análise quantitativa	
Para tanto utiliza-se de análises quantitativas que permitam fundamentar a teoria.
As medidas quantitativas são essenciais, sobretudo em ciências biológicas, físicas e químicas permitem repetir um mesmo experimento mais de uma vez e asseguram a veracidade dos experimentos. 
Medidas quantitativas permitem que sejam realizados:
Documentos baseados com exatidão nas pesquisas realizadas; 
Justificativa para parâmetros experimentais;
Validação de experimentos, e comparação com a teoria;
Previsões sobre o comportamento do sistema sob investigação.
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Análise quantitativa
As descrições quantitativas são essenciais na linguagem científica uma vez que definem, caracterizam e permitem que dados sejam experimentalmente reproduzidos. 
Por esse motivo a importância de descrevermos até mesmo a marca de uma câmara fotográfica
				utilizada no projeto, assim como 			marca do equipamento, 				materiais utilizados e adendos → 				reprodutibilidade 
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Métodos Científicos
Sir Francis Bacon (1561-1626):
– Teoria da indução.
Idéia: coletar um grande número de observações a respeito do assunto sob investigação, e observar:
“situações onde algo ocorre”, 
“situações onde algo não ocorre” e 
“situações onde algo varia”.
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Segundo Sir Francis Bacon: fenômeno investigado após processo de indução aleatória.
Eliminação de hipóteses impossíveis. 
Críticas a este pensamento: imprecisão na conclusão→ nunca tem dados o suficiente.
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Karl Popper (1902-1994): 
Propôs que a teoria sem observações é impossível. 
Idéia defendida: não se pode apenas observar sem saber o que observar.
DEFINIR UM PROBLEMA
TER UMA PERGUNTA A SER RESPONDIDA (Hipótese) 
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Segundo Karl Popper a hipótese deve ser investigada até ser refutada1. 
Uma vez que a teoria não seja refutada depois de toda a investigação experimental ela é 				provisoriamente adotada como 			verdadeira. 
	 
 Verdade absoluta: hipótese 					falsa!
1Refutável: passível de contestação, de ser negada. 
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Como a comunidade científica aceita ou rejeita teorias?
Através do paradigma já aceito: preenchendo-o com lacunas existentes. 
Supressão de novidades fundamentais que não se encaixam no paradigma pré-existente. 
Discrepâncias entre fato e teoria: observação e são ignorados a priori. Podem criar peso e serem aceitos. 
→ Estas observações são consideradas como definição da CIÊNCIA NORMAL.
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Quando a comunidade deixa de acreditar em um paradigma existente: crise → leva à uma revolução científica. 
Transição da pesquisa normal para pesquisa extraordinária. 
Depois de aceita um novo paradigma este assume o papel de paradigma aceito e o processo se repete até que uma nova revolução cientifica desacredite no mesmo. 
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Mas o que são paradigmas científicos?
Teorias que foram aceitas e:
Geram perguntas;
Definidas por métodos específicos;
Capazes de criar vias de investigação (refutação);
Definem áreas de pesquisas. 
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E como nasce um paradigma?
Experimento dos 5 macacos em uma jaula e a banana no alto de uma escada. 
Jato de água fria quando um dos macacos subia na escada e pegava a banana. 
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Experimento dos macacos na jaula
Macacos param de subir na escada, apesar da tentação das bananas. 
Novo macaco na jaula
Subiu as escadas:
Surra dos veternos!
Mais um macaco 
novo na jaula: o novato
 participa da surra!
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Um terceiro macaco foi trocado e o mesmo ocorreu. O quarto e depois o último dos veteranos foi substituído.
Os cientistas ficaram então com um grupo de cinco macacos que mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas. E se pudéssemos perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:
 “Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui”.
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NASCEU UM PARADIGMA!
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Antes de realizar uma pesquisa o que precisamos fazer?
Saber e ter foco no procedimento que será realizado, como serão avaliados, como a pesquisa será divulgada e quais são os resultados esperados. 
Perguntar-se:
O que espera-se desta pesquisa?
Como iniciá-la?
Quais serão os experimentos? 
Quais procedimentos são adotados na comunidade científica? 
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Imagem adaptada do site: http://portalvocacional.com.br/ 
SER CLARO, CONCISO E CONCLUSIVO!
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Ponto de partida
HIPÓTESE: Ter uma pergunta a ser respondida! 
Espera-se uma resposta e acaba-se definindo um propósito para a pesquisa, assim como o objetivo do estudo. 
Sem a hipótese do que se espera encontrar fica difícil imaginar aonde irá se chegar e com quais propósitos se fará aquela pesquisa. 
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Para auxiliar a encontrar este ponto de partida..mas perguntas devem ser feitas; tais como: 
E quais são os objetivos específicos? 
Existe uma resposta correta esperada encontrar?
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Questionamentos da própria hipótese?
A pesquisa é justificável?
A hipótese é testável e refutável? 
Qual é o resultado esperado? 
Diferentes resultados a serem encontrados são relevantes para a pesquisa?
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Experimentos
Que experimentos são mais eficazes para a resposta que eu espero encontrar?
Como os dados serão coletados? 
Quantas vezes os experimentos serão realizados? 
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Classificação das hipóteses:
As hipóteses podem ter caráter:
Casual:
visam explicar a causa de um fenômeno.
Descritivo: 
Pretendem explicar um fenômeno que ocorre em uma determinada característica e/ou situação. 
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Casual
Às vezes, a hipóteseque norteia a pesquisa pode ser tão dominante que o cientista procura gerar resultados que a confirmem, em vez de procurar refutá-la!
Segundo Popper exatamente o contrário é que deve ser feito!
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Testes e Refutação de Hipóteses
Segundo Popper devido ao caráter infinito do universo, hipóteses científicas jamais podem ser provadas, podem apenas ser refutadas.
Sendo assim é importante que qualquer hipótese científica possa ser testada e revisada (deve ser testável e refutável).
Sem estas condições: a hipótese não permite investigação científica.
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Popper tinha o conhecimento que os testes escolhidos podem ser “a favor” de uma resposta esperada → fuga da refutabilidade. 
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Qual é o objetivo das pesquisas?
SATISFATORIEDADE
Encontrar respostas que sejam satisfatórias as questões inexplicáveis. 
Sendo assim podemos dizer que a hipótese por trás da pesquisa define o quanto uma explicação é satisfatória ou não. 
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Como podemos dizer que temos “boas hipóteses”?
A comunidade cientifica preferem teorias que:
Resolvam dificuldades empíricas enfrentadas em outras teorias;
Resolva problemas que não haviam sido resolvidos;
Deixem claros contra-exemplos em problemas resolvidos; 
Resolvam os problemas anteriormente resolvidos e novos; 
Resolvam o maior número de problemas enquanto geram o menor número de anomalias e dificuldades conceituais importantes. 
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Boas hipóteses
Resumindo... 
Um bom paradigma científico é aquele que é capaz de ser testável, e refutável estando baseado em alto poder explicativo, clareza e coerência:
SER CLARO, CONCISO E CONCLUSIVO.
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Referências
Materiais da aula de Metodologia Cientifica do Programa de Pós Graduação CPGEI – por Hugo Vieira
 Köche, José Carlos, Fundamentos de Metodologia Científica: Teoria da Ciência e Prática da Pesquisa, 15 a Edição, Petrópolis: Vozes, 1999.
 Marconi, Marina de Andrade; Lakatos, Eva Maria, Metodologia do Trabalho Científico, 6 a Edição, São Paulo: Atlas, 2001.