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AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 1 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br Olá pessoal, Chegamos à última aula deste curso de auditoria para o concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, que trata dos seguintes assuntos: � Representações da Administração: objetivo, conteúdo. � Uso do Trabalho de Outros Profissionais: outro Auditor Independente, Auditor Interno, Especialista de Outra Área. � Eventos Subsequentes. � Relatório de Auditoria. Tipos, Estrutura, Elementos. REPRESENTAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO: OBJETIVO, CONTEÚDO 1) (SEFAZ/SP/ESAF/2009) Sempre que não possa ter expectativa razoável quanto à existência de outra evidência de auditoria pertinente, deve o auditor obter declarações por escrito da administração, sobre os assuntos significativos para as Demonstrações Contábeis, por meio da(o) chamada(o): a) Carta de Representação da Administração. b) Circularização dos Consultores Jurídicos. c) Carta de Responsabilidade da Administração. d) Termo de Diligência. e) Carta de Conforto. SOLUÇÃO: Quando do concurso para a Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo, estava em vigor a NBC T 11.17, aprovada pela Resolução CFC nº 1.037, de 2005. Segundo esta norma, a carta de responsabilidade da administração é o documento que deve ser emitido pelos administradores da entidade, cujas demonstrações contábeis estão sendo auditadas. Por conclusão, a letra “c” é a correta. Como a atual norma do CFC (NBC TA 580) estabelece que as representações formais devem ter a forma de carta de representação dirigida ao auditor, no atual contexto, a letra “a” também estaria correta. 2) Com relação às representações formais em auditoria, é correto afirmar que A) são declarações feitas pela administração aos auditores, de forma verbal ou escrita. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 2 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br B) incluem as demonstrações contábeis, as afirmações nelas contidas ou livros e registros comprobatórios. C) similarmente às respostas às indagações, são evidências de auditoria. D) sozinhas, fornecem evidência de auditoria apropriada e suficiente a respeito dos assuntos dos quais tratam. E) sempre afetam a natureza ou extensão de outras evidências de auditoria que o auditor obtenha a respeito da responsabilidade da administração ou de afirmações específicas. SOLUÇÃO: De acordo com a NBC TA 580, representação formal é uma declaração escrita pela administração, fornecida ao auditor, para confirmar certos assuntos ou suportar outra evidência de auditoria. Representações formais, neste contexto, não incluem as demonstrações contábeis, as afirmações nelas contidas ou livros e registros comprobatórios. Logo, as letras A e B estão incorretas. As representações formais são informações necessárias que o auditor exige relativamente à auditoria das demonstrações contábeis da entidade. As representações formais são importantes fontes de evidência de auditoria. Portanto, similarmente às respostas às indagações, as representações formais são evidências de auditoria. Logo, a letra C está correta e constitui o gabarito da questão. Embora forneçam evidência de auditoria necessária, as representações formais, sozinhas, não fornecem evidência de auditoria apropriada e suficiente a respeito de nenhum dos assuntos dos quais tratam. Além disso, o fato de que a administração forneceu representações formais confiáveis não afeta a natureza ou extensão de outras evidências de auditoria que o auditor obtenha a respeito da responsabilidade da administração ou de afirmações específicas. Logo, as letras D e E estão incorretas. 3) No decorrer da auditoria, a administração da entidade auditada faz declarações ao auditor, espontaneamente ou em resposta a indagações específicas. Quando essas declarações estão relacionadas com assuntos que sejam significativos para as Demonstrações Contábeis, o auditor deve cumprir determinados procedimentos. Assinale a alternativa que NÃO constitui um desses procedimentos. A) buscar evidência comprobatória de auditoria com base em fontes dentro da entidade. B) avaliar se as declarações feitas pela administração são razoáveis e consistentes com outras evidências de auditoria obtidas, incluindo outras declarações. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 3 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br C) buscar evidência comprobatória de auditoria com base em fontes fora da entidade. D) substituir uma evidência de auditoria por uma declaração da administração. E) analisar se as pessoas que fazem as declarações podem ser consideradas bem informadas sobre assuntos específicos sob os quais emitiram suas declarações. SOLUÇÃO: A única alternativa que não constitui um procedimento a ser adotado pelo auditor diante de declarações relacionadas com assuntos significativos ou relevantes para as demonstrações é a “D”, pois as declarações da administração não substituem outras evidências de auditoria que o auditor independente deve obter. Quanto às demais alternativas, todas representam medidas a serem adotadas pelo auditor, quais sejam: � o auditor deve buscar evidência comprobatória de auditoria com base em fontes dentro e fora da entidade. � o auditor deve avaliar se as declarações feitas pela administração são razoáveis e consistentes com outras evidências de auditoria obtidas, incluindo outras declarações. Caso haja alguma inconsistência ou incoerência, o auditor deve reavaliar a confiança depositada nas declarações da administração. � o auditor deve analisar se as pessoas que fazem as declarações podem ser consideradas bem informadas sobre assuntos específicos sob os quais emitiram suas declarações. 4) (AFRFB/ESAF/2009) O auditor, ao realizar auditoria na empresa Construção S.A., aplicou todos os procedimentos de auditoria necessários ao trabalho, realizando os trabalhos em conformidade com as normas de auditoria. Ao solicitar a carta de responsabilidade da administração da empresa, esta deve ser emitida na data a) de encerramento das demonstrações contábeis. b) do término dos relatórios de revisão. c) da publicação das demonstrações contábeis. d) de emissão do parecer dos auditores. e) em que o auditor finalizar os trabalhos em campo. SOLUÇÃO: A questão foi elaborada pela ESAF, tendo como referência a então vigente NBC T 11.17. Segundo aquela norma, uma carta com as declarações AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 4 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br de responsabilidade da administração da entidade deveria ter a mesma data do parecer dos auditores independentes sobre essas Demonstrações Contábeis, uma vez que um dos itens cobertos nessa carta diz respeito aos eventos subsequentes ocorridos entre a data das Demonstrações Contábeis e a data do parecer dos auditores independentes. Portanto, a letra “d” é a correta. Ela deve ter a mesma data do parecer dos auditores. OBSERVAÇÃO: De acordo com a NBC TA 580, como as representações formais são evidências de auditoria necessárias, a opinião do auditor não pode ser expressa e o relatório não pode ser datado, antes da data das representações formais. Além disso, como o auditor está interessado em eventos que ocorram até a data do seu relatório e que possam exigir ajuste ou divulgação nas demonstrações contábeis, as representações formais são datadas o mais próximo possível da data do seu relatório sobre as demonstrações contábeis, mas não após a data do relatório. 5) (AFRE/MG/ESAF/2005) O não fornecimento, pela administração da empresa auditada, da Carta de Responsabilidade ao auditor independente caracteriza a) limitaçãode escopo. b) impossibilidade de auditoria. c) suspensão da auditoria. d) fraude em auditoria. e) a renúncia ao trabalho. SOLUÇÃO: A recusa da administração em fornecer parcial ou totalmente a carta de responsabilidade constitui-se numa limitação de escopo, e o auditor deve expressar uma opinião com ressalva ou com abstenção de opinião. No caso de declaração parcial, o auditor deve reavaliar a confiança depositada em outras declarações feitas pela administração no decorrer da auditoria. A letra “a” é a opção correta. 6) (ICMS/SP/FCC/2009) A carta de responsabilidade da administração é um documento que compõe os papéis de auditoria. Dessa forma, NÃO seria seu objetivo (A) impedir que o auditor possa ser processado societária ou criminalmente. (B) delimitar as responsabilidades do auditor independente e da administração. (C) dar maior credibilidade às informações verbais recebidas durante a auditoria. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 5 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br (D) dar garantia ao auditor independente quanto às suas responsabilidades, após a publicação das demonstrações. (E) atender as normas de auditoria independente. SOLUÇÃO: A carta de responsabilidade da administração não possui o objetivo de impedir que o auditor possa ser processado societária ou criminalmente. As declarações e responsabilidades assumidas pela administração oferecem garantia quanto às suas responsabilidades, mas se o auditor agir com negligência, imperícia e/ou imprudência e ocasionar prejuízos a terceiros, poderá ser processado. O gabarito é a letra “A”. 7) (ISS/SP/FCC/2012) A empresa Resistente S.A. não concordou em apresentar a carta de responsabilidade da administração. Nesse caso, o auditor A) deve denunciar a empresa aos órgãos competentes e recusar a auditoria. B) deve aceitar o trabalho, estabelecendo a limitação de escopo e evidenciando a recusa no relatório da auditoria. C) não deve aceitar o trabalho a menos que seja exigido por lei ou regulamento. D) deve ressalvar o parecer, apresentando nota de ênfase em qualquer situação. E) não deve aceitar o trabalho, em qualquer situação, ainda que exigido por lei. SOLUÇÃO: De acordo com a NBC TA 210, as normas requerem que o auditor solicite que a administração forneça representações formais de que cumpriu determinadas responsabilidades. Quando a administração não reconhecer sua responsabilidade, ou não concordar em fornecer as representações formais, o auditor não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente (NBC TA 580, item A26). Nessas circunstâncias, não seria apropriado que o auditor aceitasse o trabalho de auditoria, a menos que seja exigido por lei ou regulamento. Logo, o gabarito é a letra C. 8) Quanto às normas de auditoria independente das demonstrações contábeis acerca das representações formais, assinale a opção correta. A) a data das representações formais deve ser tão próxima quanto praticável, mas não anterior à data do relatório do auditor sobre as demonstrações contábeis. B) as representações formais devem ter a forma de carta de representação, elaboradas pelo auditor e dirigidas à administração e aos responsáveis pela governança. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 6 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br C) não é possível que a administração faça representações públicas formais a respeito de suas responsabilidades. D) caso o auditor tenha dúvida a respeito da integridade da administração, de tal modo que as representações formais não sejam confiáveis, pode abster-se de emitir opinião sobre as demonstrações contábeis. E) o auditor não deve solicitar representações formais dos responsáveis pela governança. SOLUÇÃO: A data das representações formais deve ser tão próxima quanto praticável, mas não posterior à data do relatório do auditor sobre as demonstrações contábeis. Durante os exames, o auditor pode solicitar representações formais à administração. A letra A está incorreta. As representações formais devem ter a forma de carta de representação, elaboradas pela administração e, eventualmente, pelos responsáveis pela governança e dirigidas ao auditor. A letra B está incorreta. Se lei ou regulamento exigir que a administração faça representações públicas formais a respeito de suas responsabilidades e o auditor determinar que tais representações fornecem alguma ou todas as representações requeridas pelas normas, os assuntos relevantes abrangidos por tais representações não precisam ser incluídas na carta de representação. A letra C está incorreta. O auditor pode abster-se de emitir opinião no relatório sobre as demonstrações contábeis em conformidade com a NBC TA 705 se a) o auditor concluir que há dúvida suficiente a respeito da integridade da administração, de tal modo que as representações formais exigidas não sejam confiáveis; ou b) a administração não fornecer as representações formais exigidas pelas normas. A letra D está correta. O auditor solicita representações formais dos responsáveis pela elaboração e apresentação das demonstrações contábeis. Estas pessoas podem variar dependendo da estrutura de governança da entidade e de lei ou regulamento relevante; contudo, a administração (e não os responsáveis pela governança), é frequentemente a parte responsável. Podem, portanto, ser solicitadas representações formais do diretor executivo e do diretor financeiro da entidade ou outras pessoas equivalentes nas entidades que não usam tais títulos. Em algumas circunstâncias, porém, outras pessoas, tais como os responsáveis pela governança, também são responsáveis pela elaboração e apresentação das demonstrações contábeis. Nesse caso, o auditor solicita representações formais dos responsáveis pela governança. A letra E está incorreta. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 7 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br USO DO TRABALHO DE OUTROS PROFISSIONAIS: OUTRO AUDITOR INDEPENDENTE, AUDITOR INTERNO, ESPECIALISTA DE OUTRA ÁREA 9) (CONSULTOR LEGISLATIVO/SENADO/FGV/2008) No processo do planejamento da auditoria deve ser considerada a participação de auditores internos e de especialistas na execução do trabalho na entidade auditada, e a possibilidade de as controladas e coligadas serem examinadas por outros auditores independentes. Ao determinar a necessidade de utilizar-se do trabalho de especialistas, o auditor independente não deve considerar: (A) a relevância do item da demonstração contábil que está sendo analisada. (B) o risco de distorção ou erro, levando em conta a natureza e a complexidade do assunto que está sendo analisado. (C) o conhecimento da equipe de trabalho e a experiência prévia dos aspectos que estão sendo considerados. (D) a quantidade e qualidade de outras evidências de auditoria disponíveis para sua análise. (E) a medição do estágio de trabalhos completados ou a completar em contratos em andamento. SOLUÇÃO: A questão foi elaborada com base nas normas do CFC vigentes à época do concurso (NBC T 11) e trata dos aspectos a serem considerados pelo auditor, quando decide utilizar o trabalho de especialistas (advogados, engenheiros, etc). Em conformidade com a norma, ao determinar a necessidade de utilizar-se do trabalho de especialistas, o auditor independente deve considerar: a) a relevância do item da demonstração contábil que está sendo analisada; b) o risco de distorção ou erro levando em conta a natureza e a complexidade do assunto sendo analisado; c) conhecimento da equipe de trabalho e a experiência prévia dos aspectos que estão sendo considerados; e d) a quantidade e qualidade de outras evidências de auditoria disponíveis para suaanálise. Portanto, a alternativa incorreta é a “E”. A medição do estágio de trabalhos completados ou a completar em contratos em andamento não é um AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 8 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br elemento decisivo e/ou indicado na norma na determinação do uso de especialistas. OBSERVAÇÃO QUANTO ÀS NOVAS NORMAS DO CFC: Atualmente está em vigor a NBC TA 620, sobre o uso do trabalho de especialistas, aprovada pela Resolução CFC 1.230/09. Segundo esta norma, se a especialização em área que não contabilidade ou auditoria é necessária para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, o auditor deve determinar a necessidade de utilizar o trabalho de especialista. O auditor deve avaliar a adequação do trabalho do especialista para fins da auditoria, incluindo: (a) a relevância e razoabilidade das constatações ou conclusões desse especialista, e sua consistência com outras evidências de auditoria; (b) se o trabalho do especialista envolve o uso de premissas e métodos significativos, a relevância e a razoabilidade dessas premissas e desses métodos nas circunstâncias; e (c) se o trabalho do especialista envolve o uso de dados-fonte significativos para o seu trabalho, a relevância, integridade e precisão desses dados-fonte. 10) (SEFAZ/CE/ESAF/2006) Quando da utilização de serviços de especialista, não há responsabilidade do auditor a) em confirmar se o especialista é habilitado. b) em questionar a capacidade do especialista, desde que habilitado. c) quando o especialista for funcionário da empresa auditada. d) se o especialista for independente e não possuir vínculo com a empresa. e) em divulgar o fato em parecer sem ressalva. SOLUÇÃO: Vejam que as letras “a” e “b” referem-se à capacidade profissional do especialista e as letras “c” e “d” correspondem à necessária independência e objetividade do especialista. Todos esses aspectos o auditor verifica, quando decide utilizar o trabalho do especialista, tendo em vista que a responsabilidade pelo trabalho é sempre do auditor. Por outro lado, não há responsabilidade do auditor em divulgar o uso de especialista em parecer de auditoria, particularmente se o parecer ou relatório é sem ressalva (ou opinião não-modificada). Assim, o gabarito é a letra “e”. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 9 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br Cabe apenas alertar que é possível o auditor fazer referência ao uso de especialista em seu relatório/parecer quando relevante para o entendimento de ressalva, opinião adversa e abstenção de opinião. VEJA O QUE DISPÕE A NBC TA 620 A ESSE RESPEITO: � O auditor não deve fazer referência ao trabalho do especialista do auditor em seu relatório que contenha opinião não modificada (sem ressalva). � Se o auditor fizer referência ao trabalho de especialista do auditor em seu relatório porque essa referência é relevante para o entendimento de ressalva ou outra modificação na sua opinião, o auditor deve indicar no relatório que essa referência não reduz a sua responsabilidade por essa opinião. 11) (ISS/Rio/ESAF/2010) A respeito do uso de especialista de outra área em auditoria, é correto afirmar, exceto: a) na avaliação do trabalho do especialista, não cabe ao auditor revisar ou testar a fonte de dados utilizada. b) na emissão de parecer sem ressalva, o auditor não pode fazer referência ao trabalho de especialista no seu parecer. c) a certificação profissional, licença ou registro em órgão de classe é um dos elementos de verificação da competência do especialista. d) a responsabilidade, quanto à qualidade e propriedade das premissas e métodos utilizados, é do especialista e não do auditor. e) É atribuição do auditor obter evidência adequada de que o alcance do trabalho do especialista é suficiente para os fins da auditoria. SOLUÇÃO: A letra “a” está incorreta, pois na avaliação do trabalho do especialista, cabe sim ao auditor revisar ou testar a fonte de dados utilizada. A letra “b” está correta. Em se tratando de um relatório/parecer sem ressalva, o auditor independente não pode fazer referência do trabalho de especialista no seu parecer. Já em um parecer com ressalva, adverso ou com abstenção de opinião, o auditor pode fazer referência ao trabalho de um especialista, se for relevante para o entendimento da modificação na sua opinião. A letra “c” está correta, pois a certificação profissional, licença ou registro em órgão de classe é um dos elementos de verificação da competência do especialista por parte do auditor para se assegurar de sua experiência e competência. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 10 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br A letra “d” está correta, pois a responsabilidade, quanto à qualidade e propriedade das premissas e métodos utilizados, é do especialista e não do auditor. Por fim, a letra “e” também está correta, pois o auditor tem que obter evidência adequada de que o trabalho do especialista atende os objetivos da auditoria. Portanto, o gabarito é a letra “a”. EVENTOS SUBSEQUENTES 12) (Auditor/São Paulo/FCC/2007) Considere as afirmações a seguir, relativas a transações e eventos subsequentes ao término do exercício social a que se referem as demonstrações contábeis auditadas: I. A emissão de debêntures e ações não é considerada evento subsequente relevante. II. Eventos subsequentes, após a divulgação das demonstrações contábeis, não devem ser considerados pelo auditor, uma vez que ele não pode emitir um novo parecer. III. Caso os eventos subsequentes não sejam revelados adequadamente pela companhia, o auditor deve mencioná-los, como ressalva ou em parágrafo de ênfase, em seu parecer. IV. A desapropriação de bens da companhia pelo Poder Público é considerada um evento subsequente relevante. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e II. (B) I e III. (C) II e III. (D) II e IV. (E) III e IV. SOLUÇÃO: A afirmação I está incorreta, pois o auditor deve indagar a administração sobre se ocorreu qualquer evento subsequente que possa afetar as demonstrações contábeis. Os exemplos de assuntos a serem indagados incluem: 1. situação atual de itens contabilizados com base em dados preliminares ou não-conclusivos; 2. assunção de novos compromissos, empréstimos ou garantias concedidas; 3. vendas de ativos; 4. emissão de debêntures ou ações novas ou acordo de fusão, incorporação, cisão ou liquidação de atividades, ainda que parcialmente; AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 11 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br 5. destruição de ativos, por exemplo, por fogo ou inundação; 6. desapropriação por parte do governo; 7. evolução subsequente de contingências e assuntos de maior risco de auditoria; 8. ajustes contábeis inusitados; e 9. ocorrência ou probabilidade de ocorrência de eventos que ponham em dúvida a adequação das práticas usadas nas demonstrações contábeis, como na hipótese de dúvida sobre a continuidade normal das atividades da entidade. A afirmação II está incorreta, pois o auditor ao tomar conhecimento de eventos subsequentes após a divulgação das demonstrações contábeis deve considerá-los, discutindo com a administração e verificando se são cabíveis ajustes e/ou divulgação nas DC. A afirmação III está correta. Nos termos da então vigente NBC T 11, o auditor independente deve considerar em seu parecer os efeitos decorrentes de transações e eventos subsequentes relevantes ao exame das Demonstrações Contábeis, mencionando-os como ressalva ou em parágrafo de ênfase, quando não-ajustadas ou reveladas adequadamente. A afirmaçãoIV está correta. A desapropriação de bens da companhia pelo Poder Público é considerada um evento subsequente relevante que deve ser objeto de divulgação em nota explicativa. Portanto, a alternativa correta é a E. 13) (SEFAZ/SP/ESAF/2009) As seguintes opções constituem exemplos de transações e eventos subsequentes, exceto: a) perda em contas a receber decorrente de falência do devedor. b) alteração do controle societário. c) aporte de recursos, inclusive como aumento de capital. d) variação sazonal dos custos com insumos. e) destruição de estoques em decorrência de sinistro. SOLUÇÃO: Na questão em comento, verifica-se que a alternativa “a” refere-se a um evento subsequente que requer ajuste nas demonstrações contábeis, pois se a falência ocorreu logo após a data das demonstrações, a condição falimentar já existia e, mesmo que o fato seja conhecido depois, obriga a empresa a reconhecer os efeitos dessa falência no balanço. As alternativas “b”, “c” e “e” referem-se a eventos relevantes que não dizem respeito às demonstrações contábeis que estão sendo examinadas, mas compreendem assuntos importantíssimos que devem ser divulgados em notas AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 12 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br explicativas para que os usuários das demonstrações possam tomar decisões acertadas com base nas demonstrações. A única alternativa que não corresponde a um evento subsequente e constitui o gabarito da questão é a “d”. A variação sazonal dos custos com insumos é um aspecto normal, que não requer divulgação e tampouco ajuste. 14) (Auditor/Pref. Jaboatão dos Guararapes/FCC/2006) NÃO se caracterizam como eventos subsequentes, aqueles ocorridos (A) entre a data do término do exercício social e a data da emissão do parecer. (B) após o término do trabalho de campo, com a emissão do parecer, e a data da divulgação das demonstrações contábeis. (C) durante o exercício social, mas contabilizados após o término do exercício social, como ajuste das demonstrações contábeis. (D) após a publicação das demonstrações contábeis pela empresa auditada. (E) após a emissão do parecer pela firma de auditoria, antes da publicação das demonstrações contábeis. SOLUÇÃO: Segundo a NBC TA 560, para efeito da auditoria, eventos subsequentes são eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente e fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data do seu relatório. Analisando os itens da questão, verifica-se que as letras A, B, D e E correspondem a eventos subsequentes ocorridos e que devem ser identificados pelo auditor (letra A) ou levados em consideração pelo auditor, quando chegarem ao seu conhecimento (letras B, D e E). O gabarito da questão é a letra C, pois os eventos ocorreram durante o exercício social auditado e foram contabilizados após o término do exercício social, como ajuste das demonstrações contábeis. Portanto, as demonstrações foram ajustadas e estão refletindo adequadamente esses fatos, o que não enseja medida alguma por parte do auditor, ou seja, não constituem eventos subsequentes. 15) (AUDITOR/TCM/PA/FGV/2008) O período compreendido entre o término do exercício social e a emissão do parecer é denominado período subsequente, e o auditor de considerá-lo parte normal da auditoria, consoante a Resolução CFC 839. Isto ocorre porque, dependendo da natureza e da materialidade dos eventos, ajustes contábeis nas demonstrações contábeis podem ser requeridos. Como AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 13 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br exemplo disso, é possível citar perdas significativas em contas a receber e sentenças judiciais. As condições para contabilização e divulgação dos eventos subsequentes são regulamentadas por meio da Resolução CFC 1088. Especificamente em relação aos eventos e transações ocorridos após a divulgação das demonstrações contábeis, o CFC dispõe o seguinte, na NBCT 11-IT 04: A) o auditor tem responsabilidade e deve fazer indagações sobre as demonstrações contábeis. B) ao tomar conhecimento, após a divulgação das demonstrações contábeis, de fato anterior à data de seu parecer que, se fosse conhecido, poderia tê-lo levado a emitir documento com conteúdo diverso do que foi, deverá decidir se as demonstrações contábeis precisarão de revisão. C) o auditor ficará impedido de emitir um parecer “sem ressalvas”. D) o parecer a ser emitido deverá estar obrigatoriamente enquadrado na modalidade “sem ressalvas”. E) quando a administração alterar as demonstrações contábeis divulgadas, o auditor deve ignorar essas alterações, uma vez que já concluiu seu parecer sobre elas. SOLUÇÃO: Cabe ressaltar inicialmente que a Banca utilizou como referência para solução da questão a NBC T 11 – IT 04, que, na época, estava revogada pela Resolução CFC nº 1.040/05, quando aprovou a NBC T 11.16 – Transações e Eventos Subsequentes. Segundo a norma citada, após a divulgação das demonstrações contábeis, o auditor não tem responsabilidade de fazer qualquer indagação sobre essas demonstrações. Contudo, se após a divulgação das demonstrações contábeis, o auditor tomar conhecimento de fato anterior à data do seu parecer - e que, se fosse conhecido naquela data, poderia tê-lo levado a emitir o documento com conteúdo diverso do que foi -, ele deve decidir se as demonstrações contábeis precisam de revisão, discutir o assunto com a administração e tomar as medidas apropriadas às circunstâncias. Quando a administração não tomar as medidas necessárias para assegurar que qualquer pessoa que tenha recebido as demonstrações contábeis anteriormente divulgadas, juntamente com o correspondente parecer do auditor, seja informada da situação e, quando a administração não alterar as demonstrações contábeis nas circunstâncias em que o auditor considera necessária sua alteração, ele deve informar à administração que AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 14 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br poderá tomar medidas para impedir que seu parecer seja utilizado por terceiros, resguardando, assim, seus direitos e obrigações legais. Portanto, a alternativa que satisfaz o enunciado da questão é a “B”. Em que pese o auditor não ser obrigado a aplicar procedimentos nesse sentido após a emissão de seu parecer, caso ele tome conhecimento, de fato anterior à data de seu parecer que, se fosse conhecido, poderia tê-lo levado a emitir documento com conteúdo diverso do que foi, deverá, em uma primeira medida, decidir se as demonstrações contábeis precisarão de revisão. 16) (ANALISTA/TRE/SE/FCC/2007) O auditor da Empresa Confim S.A. toma conhecimento de fato relevante em que a empresa perdeu seu principal cliente após o encerramento das demonstrações contábeis e emissão de seu parecer. Neste caso, o auditor deve (A) considerar o fato em seu parecer por meio de parágrafo de ênfase ou ressalva, quando não ajustadas ou reveladas pela empresa. (B) exigir que a empresa faça carta aberta ao mercado relatando os fatos, mantendo seu parecer por já ter encerrado os trabalhos. (C) manter o seu parecer, tendo em vista o fato ter ocorrido após o encerramento dos seus trabalhos e a respectiva emissão do parecer. (D) sempre emitir parecer adverso após o conhecimento dos fatos, cancelando o parecer anterior. (E) acordar com a empresa para que o fato relevante não seja divulgado ao mercado, mantendo a divulgação das demonstrações contábeis na forma anterior. SOLUÇÃO: Após a data do relatório ou parecer, o auditor não tem responsabilidade de fazer qualquer indagação sobre essas demonstrações. Todavia, se tomar conhecimento de eventoapós a data de emissão de seu parecer que possa afetar de maneira relevante as Demonstrações Contábeis, ele deve decidir se elas devem ser ajustadas, discutir o assunto com a administração e tomar as medidas apropriadas às circunstâncias. Portanto, o mais correto seria uma alternativa que apontasse essas medidas. Todavia, o examinador aponta diretamente para as medidas a serem adotadas em termos de parecer ou relatório do auditor. Nesse sentido, a regra geral é a de que o auditor independente considere em seu parecer os efeitos decorrentes de transações e eventos subsequentes relevantes ao exame das Demonstrações Contábeis, mencionando-os como ressalva ou em parágrafo de ênfase, quando não-ajustadas ou reveladas adequadamente. Assim, verifica-se que a alternativa correta é a “A”. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 15 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br As demais alternativas apresentam medidas e procedimentos inadequados e não previstos na norma, sendo que alguns são bem absurdos, como o que se aponta nas letras “B” e “E”. Quanto ao parágrafo de ênfase, cabe alertar que esse é cabível também quando o auditor emite um novo parecer, com referência à nota explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão da alteração das demonstrações contábeis emitidas anteriormente. Portanto, mesmo que a empresa auditada resolva divulgar adequadamente o evento relevante, o auditor enfatiza em seu relatório/parecer o evento e os seus efeitos nas DC. 17) (TCE/AM/FCC/2008) A empresa Contesta S.A., após o encerramento do balanço e a conclusão da elaboração das demonstrações contábeis, foi informada pelos seus advogados que uma causa tributária, questionando a cobrança da COFINS, havia sido julgada improcedente em sua totalidade. Esta causa representa um ajuste relevante nas provisões constituídas, que não havia considerado a possibilidade de perda. A divulgação das demonstrações demorou mais de um mês, em virtude do atraso de sua Assembleia Geral. Desta forma, a administração deve (A) atualizar as demonstrações contábeis para que reflitam a posição adequada reconhecendo o evento. (B) determinar a inclusão de nota explicativa apresentando nas demonstrações contábeis os efeitos do evento. (C) desconsiderar toda a provisão efetuada e contratar novo consultor jurídico para fornecer parecer sobre as causas e os processos. (D) estabelecer que a auditoria complemente os trabalhos e ressalve o parecer. (E) manter as demonstrações e publicá-las, por já ter ocorrido a autorização para a conclusão da elaboração das demonstrações contábeis. SOLUÇÃO: A questão refere-se à existência de uma contingência passiva não registrada em função de um litígio envolvendo questão tributária. Como o evento subsequente foi conhecido pela administração e refere-se a uma condição que já existia na data das demonstrações contábeis (31 de dezembro), com impacto relevante nas demonstrações, estas devem ser ajustadas (deve-se refazer o Balanço). Portanto, a alternativa correta é a “A”. Caso a administração se recusasse a ajustar as demonstrações, caberia ao auditor emitir opinião com ressalva ou adversa. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 16 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br 18) (Analista Técnico/SUSEP/ESAF/2006) O auditor ao identificar eventos subsequentes deve considerar a) somente eventos que gerem ajustes nas demonstrações contábeis. b) eventos que demandem de ajustes nas demonstrações contábeis e no parecer de auditoria. c) eventos que demandem de ajustes nas demonstrações contábeis ou a divulgação de informações nas notas explicativas. d) fato não objeto da auditoria por ocorrer após o fechamento dos trabalhos de auditoria. e) exclusivamente, ajustes que modifiquem o parecer de auditoria. SOLUÇÃO: Ao identificar eventos subsequentes, o auditor deve considerar eventos que demandem ajustes nas demonstrações contábeis (correção de balanço) e/ou a divulgação de informações em notas explicativas. Alguns eventos subsequentes podem ser objeto apenas de divulgação, pois não se referem ao exercício auditado ou a condições que existiam na data das demonstrações. Pelo exposto, a alternativa “c” é a correta. 19) (AFRFB/ESAF/2009) A empresa Grandes Negócios S.A. adquiriu a principal concorrente, após o encerramento do balanço e a emissão do parecer pelos auditores. No entanto, a empresa ainda não havia publicado suas demonstrações com o parecer. Nessa situação, a firma de auditoria deve: a) manter o parecer com data anterior ao evento, dando encerramento aos trabalhos. b) obrigatoriamente, rever o parecer considerando o fato relevante. c) estabelecer que a empresa inclua o evento relevante nas notas explicativas. d) refazer o parecer considerando as novas informações, determinando nova data para publicação das demonstrações contábeis. e) decidir se as demonstrações devem ser ajustadas, discutir o assunto com a administração e tomar as medidas apropriadas às circunstâncias. SOLUÇÃO: Essa questão poderia levar o candidato a escolher a opção “c”, pois a compra da empresa é um evento subsequente que requer divulgação em nota explicativa. Contudo, o auditor não estabelece, determina ou obriga a administração. Por outro lado, a norma define como primeira medida por parte do auditor, quando ele já emitiu o parecer e toma conhecimento de evento subsequente relevante por terceiro, que ele decida se as demonstrações devem ser ajustadas, discuta o assunto com a administração e tome as AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 17 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br medidas apropriadas às circunstâncias. Portanto, a alternativa mais correta é a “e”. 20) Quanto às obrigações do auditor perante eventos subsequentes, é incorreto afirmar que A) o auditor não tem responsabilidade em fazer indagações sobre eventos subsequentes entre a data de conclusão do trabalho de campo e a efetiva emissão do relatório de auditoria. B) o auditor deve discutir com a administração a possibilidade de alteração das demonstrações contábeis, quando toma conhecimento de evento subsequente relevante após a data da divulgação das demonstrações contábeis. C) o chamado período subsequente é aquele que vai da data do balanço até a data de divulgação das demonstrações contábeis. D) se eventos subsequentes não forem contabilizados ou adequadamente divulgados em notas explicativas, o auditor não poderá emitir opinião sem ressalva. E) dentre os procedimentos de auditoria para obter evidências sobre eventos subsequentes inclui-se a obtenção de uma representação formal do cliente de que todos os eventos subsequentes que, segundo a estrutura de relatório financeiro aplicável, requerem ajuste ou divulgação, foram ajustados ou divulgados. SOLUÇÃO: A alternativa A está correta. Conforme ensinam Boynton e outros, geralmente existe um intervalo de uma a três semanas entre a conclusão do trabalho de campo e a emissão do relatório de auditoria. O auditor não tem responsabilidade em indagar a administração ou aplicar procedimentos de auditoria durante esse período, para descobrir eventos subsequentes relevantes. Contudo, se algum evento subsequente relevante chegar a seu conhecimento, ele deve considerar se tal evento deve ser revelado em nota explicativa ou se é necessário que as demonstrações contábeis sejam ajustadas. A alternativa B está correta. Após a divulgação das demonstrações contábeis, o auditor independente não tem obrigação de executar nenhum procedimento de auditoria em relação às demonstrações contábeis. Entretanto, se, após a divulgação das demonstrações contábeis, o auditor independente tomar conhecimento de fato que, se fossedo seu conhecimento na data do relatório do auditor independente, poderia tê-lo levado a alterar seu relatório, o auditor independente deve: AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 18 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br a) discutir o assunto com a administração e, quando apropriado, com os responsáveis pela governança; b) determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas e, caso afirmativo; c) indagar como a administração pretende tratar do assunto nas demonstrações contábeis. A alternativa C está incorreta e constitui o gabarito da questão. Período subsequente é aquele em que o auditor possui responsabilidade por revelar eventos subsequentes e vai da data do balanço até a data do relatório de auditoria. A alternativa D está correta. Em virtude de evento subsequente relevante, se a administração não alterar as demonstrações contábeis nas circunstâncias em que o auditor considerar necessário, e o relatório do auditor independente ainda não tiver sido fornecido à entidade, o auditor independente deve modificá-lo, conforme exigido pela NBC TA 705 – Modificações na Opinião do Auditor Independente, e depois fornecê-lo. Por fim, a alternativa E também está correta. O auditor independente deve solicitar à administração e, quando apropriado, aos responsáveis pela governança, uma representação formal de que todos os eventos subsequentes à data das demonstrações contábeis e que, segundo a estrutura de relatório financeiro aplicável, requerem ajuste ou divulgação, foram ajustados ou divulgados. 21) (Analista/TSE/CONSULPLAN/2011) Um auditor planeja entregar seu parecer sem ressalvas em relação à auditoria de 2010 de uma empresa, em 20 de janeiro de 2011. No dia 15 de janeiro de 2011, ele recebe a informação de que o principal cliente da empresa auditada, responsável por 80% de suas vendas, e que já estava em má situação em 2010, pediu concordata. Considerando que não há risco de descontinuidade da empresa, o auditor deve (A) determinar um ajuste na conta perdas estimadas para créditos de liquidação duvidosa no balanço patrimonial de 2010. (B) determinar um ajuste na conta perdas estimadas para créditos de liquidação duvidosa no balanço patrimonial de 2011. (C) incluir no parecer de 2010, um parágrafo de ênfase destacando a nova informação e suas consequências. (D) incluir no parecer de 2010, uma ressalva sobre a ocorrência. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 19 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br SOLUÇÃO: O enunciado afirma que está sendo realizada uma auditoria nas demonstrações contábeis de 2010 e, no início de 2011 e antes do encerramento dos trabalhos de campo, o auditor toma conhecimento de que o principal cliente da empresa auditada, responsável por 80% de suas vendas, e que já estava em má situação em 2010, pediu concordata. Portanto, a perda do principal cliente da empresa é um evento subsequente relevante que requer ajuste nas demonstrações, pois se refere a uma condição que potencialmente já existia ao final de 2010. Logo, a empresa precisa ajustar o valor contábil da conta a receber, apropriando a perda na conta créditos de liquidação duvidosa no balanço de 2010. O gabarito é a letra A. Vale notar que o enunciado da questão deixa claro que, apesar da perda, não há risco de descontinuidade da empresa. Caso houvesse risco de descontinuidade, a empresa deveria refazer o balanço com todos os ativos reconhecidos ao valor líquido de realização, bem como deveriam ser provisionados todos os gastos relativos à desativação da empresa, e não apenas o ajuste na conta devedores duvidosos no Balanço Patrimonial. RELATÓRIO DE AUDITORIA. TIPOS, ESTRUTURA, ELEMENTOS 22) (ACE/TCE/TO/CESPE/2009) O relatório em forma longa normalmente inclui detalhes de itens das demonstrações, dados estatísticos, comentários explicativos e, às vezes, uma descrição da extensão do exame do auditor. Pode coexistir com o relatório em forma breve. Nesse caso, A) o relatório em forma breve não pode omitir informações consideradas relevantes contidas no relatório em forma longa. B) os dois relatórios devem conter o mesmo tipo de informação, diferindo apenas no detalhamento. C) o relatório em forma longa deve incluir informações que constituam ressalvas. D) recomendações e sugestões constam apenas do relatório em forma longa. E) providências que devam ser adotadas, em caso de irregularidades, só devem constar do relatório em forma breve. SOLUÇÃO: O auditor independente, quando realiza a auditoria das demonstrações contábeis, emite obrigatoriamente um relatório curto ou parecer de auditoria, mas pode também elaborar um relatório em forma longa ou carta-comentário sobre os controles internos. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 20 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br Franco e Marra apresentam as seguintes observações caso sejam emitidos dois relatórios, um em forma curta e outro em forma longa: � o auditor deve certificar-se de que o relatório em forma longa não contenha informações adicionais que, por sua ausência no relatório em forma breve, indicasse ser este deficiente; � nenhum dos comentários do relatório em forma longa deve prestar-se a ser interpretado como ressalva; � o auditor deve decidir se os outros dados do relatório em forma longa estão apresentados de maneira que possam ser interpretados como opinião sobre as demonstrações contábeis e não apenas como exposição de fatos. A alternativa “A” é a correta. O relatório em forma breve não pode omitir informações consideradas relevantes contidas no relatório em forma longa, pois essa omissão significaria ser aquele deficiente. Cabe alertar que a alternativa “D” pode ter causado certa confusão nos candidatos, pois como Franco e Marra consideram que o relatório curto seria o parecer, então, estaria correto afirmar que recomendações e sugestões constam apenas do relatório em forma longa. Todavia, Sergio Jund, ao classificar os relatórios quanto à extensão em sintéticos e analíticos, caracteriza o relatório de forma curta como um relatório sintético que não contém todos os tópicos recomendados para o relatório formal do auditor, mas apenas alguns, como por exemplo: introdução, síntese dos assuntos tratados e recomendações apresentadas, conclusões e opinião. 23) (TCE/TO/CESPE/2009) O parecer dos auditores independentes é o documento mediante o qual os mesmos expressam sua opinião acerca das demonstrações contábeis nele indicadas. Acerca desse assunto, assinale a opção correta. A) Por meio do parecer, o auditor assume responsabilidade de ordem privada, de natureza estritamente contratual. B) O parecer deve ser assinado por contador ou técnico de contabilidade regularmente registrado em CRC. C) A data do parecer deve corresponder a das demonstrações que tenham sido auditadas. D) O auditor, mesmo abstendo-se de emitir opinião a respeito das demonstrações, é responsável por mencionar qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário das informações. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 21 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br E) Em caso de incerteza acerca de fato relevante, o auditor deve abster-se de opinar, desde que haja nota explicativa da administração relacionada ao fato. SOLUÇÃO: A alternativa “A” está incorreta, pois além da responsabilidade de ordem privada e contratual, o auditor assume também uma responsabilidade profissional e coletiva. Cabe lembrar que existem muitos usuários interessados no relatório do auditor. A alternativa “B” está incorreta, pois somente o contador com registrono CRC pode assinar o relatório. A alternativa “C” está incorreta, pois, segundo a então vigente NBC T 11, a data do parecer deve corresponder ao dia de encerramento dos trabalhos de campo. Lembro que as normas atualmente em vigor estabelecem que o relatório do auditor não pode ter data anterior aquela em que o auditor obteve evidência de auditoria suficiente e apropriada. A alternativa “D” está correta, pois a abstenção de opinião não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar qualquer desvio relevante que normalmente seria incluído como ressalva no seu relatório e que, portanto, possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. O gabarito é a letra D. A alternativa “E” está incorreta, pois a abstenção de opinião não está relacionada à divulgação do fato em Nota Explicativa da Administração. Diante de uma incerteza relevante, cujos fatos estejam devidamente divulgados em Notas Explicativas, o auditor pode deixar de incluir ressalva em seu relatório, optando por um parágrafo de ênfase. A abstenção de opinião ocorre se o auditor não conseguir reunir evidências suficientes para fundamentar sua opinião e, nesse caso, independe se os fatos estejam devidamente divulgados em Notas Explicativas. 24) (ICMS/SP/FCC/2009) O auditor externo, ao se deparar com algum passivo que represente para a empresa uma incerteza relevante, deve emitir parecer (A) com ressalva e limitação de escopo do trabalho. (B) sem ressalva e com limitação de escopo do trabalho. (C) adverso, evidenciando a incerteza constatada. (D) sem ressalva e com parágrafo adicional de ênfase. (E) com negativa de opinião e limitação de escopo. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 22 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br SOLUÇÃO: Conforme os ensinamentos de Franco e Marra, incertezas são ocorrências que podem influenciar as demonstrações contábeis ou as revelações nelas contidas, mas que não se prestam a estimativas razoáveis. Podem estar relacionadas a fatos específicos, cujos possíveis efeitos podem ser isolados, ou a fatos complexos, com impacto, nas demonstrações contábeis, difícil de avaliar. Muitos candidatos confundem incerteza relevante com uma distorção relevante, concluindo que a opinião do auditor, nesse caso, seria com ressalva ou até mesmo com abstenção de opinião. Não é verdade. Se o enunciado mencionar apenas incerteza relevante ou de possível efeito relevante, o relatório a ser emitido pelo auditor deve acrescentar um parágrafo de ênfase ao final, fazendo referência à nota explicativa da administração, que deve descrever de forma mais extensa, a natureza e, quando possível, o efeito da incerteza. Nesse caso, o relatório permanece na condição sem ressalva. A letra D é a correta. 25) Dadas as situações a seguir, identifique, na respectiva ordem, quais os tipos de opinião do auditor mais adequados a cada situação: I - O auditor constatou que a empresa Alpha S.A somente faturava parte de suas mercadorias vendidas e que boa parte das mercadorias compradas entravam sem documentação hábil. II - O auditor constatou que a empresa Beta S.A não estava reconhecendo os juros e as variações monetárias de seus contratos de financiamento junto ao Banco Empresa Tudo S.A, efetuando a contabilização somente no pagamento do empréstimo. III - O auditor, ao executar os trabalhos na empresa Gama S.A encontrou divergências no cálculo da provisão para contigências trabalhistas. Ao analisar a relevância dos números, percebeu que os mesmos não afetavam as demonstrações contábeis. IV - O auditor, ao avaliar as demonstrações financeiras da empresa Omega S.A, não conseguiu compor o saldo das contas de financiamento concedidos, nem das contas de investimentos. A) com ressalva, adversa, abstenção de opinião e sem ressalva. B) adversa, abstenção de opinião, sem ressalva e com ressalva. C) adversa, com ressalva, sem ressalva e abstenção de opinião. D) abstenção de opinião, sem ressalva, com ressalva e adversa. E) com ressalva, com ressalva, sem ressalva e adversa. SOLUÇÃO: Vamos analisar cada afirmativa da questão: Item I - O auditor constatou que a empresa Alpha S.A somente faturava parte de suas mercadorias vendidas e que boa parte das mercadorias AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 23 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br compradas entravam sem documentação hábil. Assim, o enunciado dá a entender que a irregularidade correspondia a um ato fraudulento e a afirmação de que não havia documentação hábil para boa parte das mercadorias compradas pela empresa é forte e, obviamente, com impacto relevante e extenso nas demonstrações, razão pela qual, o parecer do auditor mais adequado ao caso seria o adverso. Item II - O auditor constatou que a empresa Beta S.A não estava reconhecendo os juros e as variações monetárias de seus contratos de financiamento junto ao Banco Empresa Tudo S.A, efetuando a contabilização somente no pagamento do empréstimo. Perceba que a empresa está descumprindo o princípio contábil da competência, deixando de reconhecer as despesas com juros e encargos financeiros no momento de sua ocorrência. Portanto, o parecer do auditor poderia ser com ressalva ou adverso, dependendo da extensão e impacto nas demonstrações contábeis. Como a irregularidade ocorre apenas nas contas a pagar, a opinião mais adequada é com ressalva. Item III - O auditor, ao executar os trabalhos na empresa Gama S.A encontrou divergências no cálculo da provisão para contingências trabalhistas. Ao analisar a relevância dos números, percebeu que os mesmos não afetavam as demonstrações contábeis. Considerando que as divergências encontradas pelo auditor não afetavam as demonstrações, ou seja, estavam compatíveis com o nível de relevância estabelecido e, portanto, não distorciam significativamente as demonstrações a ponto de prejudicar os usuários, o parecer deveria ser sem ressalva. Item IV - O auditor, ao avaliar as demonstrações financeiras da empresa Omega S.A, não conseguiu compor o saldo das contas de financiamento concedidos, nem das contas de investimentos. Portanto, significa que o auditor, em função de uma limitação em seus procedimentos, não conseguiu coletar evidências sobre o saldo das contas de financiamento e de investimentos. Em função da relevância desta restrição e de sua extensão, o parecer seria com abstenção de opinião. Assim, a única alternativa que expressa corretamente os possíveis tipos de opinião/parecer em função das circunstâncias informadas nos itens da questão é a letra “C”. 26) Sobre as normas relativas ao relatório do auditor independente, podemos afirmar: A) a data do relatório não pode ser posterior ao dia em que o auditor obteve evidência de auditoria suficiente e apropriada. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 24 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br B) a discordância com a administração da entidade a respeito do conteúdo e forma de apresentação das demonstrações contábeis deve conduzir à opinião com ressalva ou à abstenção de opinião, com os esclarecimentos que permitam a correta interpretação dessas demonstrações. C) a limitação na extensão do trabalho deve conduzir à opinião com ressalva ou adversa. D) o auditor deve expressar opinião adversa quando verificar que as demonstrações contábeis estão corretas, em tal magnitude, que impossibilite uma opinião com ressalva. E) a opinião sem ressalva indica que o auditor está convencido de que as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, consoante a estrutura de relatório financeiro aplicável. SOLUÇÃO: Na letra A, o correto seria: a data do relatório do auditor não pode ser anterior à data que oauditor obteve evidência de auditoria suficiente e apropriada. Na letra B, a discordância com a administração da entidade a respeito do conteúdo e forma de apresentação das demonstrações contábeis deve conduzir à opinião com ressalva ou adversa. Na letra C, a limitação na extensão deve conduzir à opinião com ressalva ou com abstenção de opinião. Na letra D, o auditor deve emitir opinião adversa quando verificar que as demonstrações contábeis estão incorretas, em tal magnitude, que impossibilite a emissão do parecer com ressalva. A letra E é a única alternativa correta. A opinião sem ressalva é expressa quando o auditor conclui, sobre todos os aspectos relevantes, que as demonstrações contábeis foram preparadas de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável e de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. 27) (Auditor/São Paulo/FCC/2007) Um auditor independente foi contratado pela Cia. Metalúrgica ABC, em 10.01.2006, para examinar as demonstrações contábeis da sociedade relativas ao exercício findo em 31.12.2005. Em virtude do atraso de sua contratação, ele não pôde acompanhar o inventário físico dos estoques de matérias-primas, de produtos em elaboração e dos produtos acabados da companhia. Essa limitação na extensão de seu trabalho, que ele considerou bastante relevante, deve conduzir à emissão de um parecer AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 25 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br (A) sem ressalva. (B) adverso. (C) com abstenção de opinião. (D) com ressalva. (E) com parágrafo de ênfase. SOLUÇÃO: Considerando a natureza da empresa, ou seja, uma indústria, e, portanto, da relevância e materialidade da conta estoques, caso o auditor não possa acompanhar o inventário físico dos estoques de matérias-primas, de produtos em elaboração e dos produtos acabados da companhia, essa limitação na extensão de seu trabalho (que ele considerou bastante relevante) deve conduzir à emissão de um relatório com abstenção de opinião. O gabarito é a letra C. Vale notar, no entanto, que as atuais normas do CFC sobre emissão de relatório indicam que a opinião pela ressalva ou pela abstenção, em caso de limitação ou ausência de evidência, dependerá da generalização da distorção para as DC como um todo. Caso essa mesma questão constasse da prova para AFRFB que se aproxima, o candidato seria obrigado a optar por um tipo de opinião e a mais adequada à situação hipotética colocada no enunciado da questão continuaria sendo, a meu ver, o parecer (relatório) com abstenção de opinião, dada a relevância e a magnitude da limitação. 28) (ICMS/PB/FCC/2006) O emprego de parágrafo de ênfase no parecer para ressaltar uma incerteza quanto ao sucesso da empresa, que questiona a inconstitucionalidade de um tributo que afeta relevantemente as demonstrações contábeis da empresa auditada, leva o auditor a emitir o parecer (A) com ressalva e parágrafo de ênfase. (B) com limitação de escopo e parágrafo de ênfase. (C) sem ressalva e parágrafo de ênfase. (D) adverso e parágrafo de ênfase. (E) com abstenção de opinião e parágrafo de ênfase. SOLUÇÃO: Diante de incerteza com possível efeito relevante sobre as DC, o auditor deve enfatizar a situação em seu parecer/relatório, com opinião sem ressalva, pois não se trata de uma distorção causada por erro ou fraude, mas apenas uma dúvida quanto ao deslinde de um litígio. O gabarito é a letra C. 29) (AUDITOR INFRAERO/FCC/2009) De acordo com a Interpretação Técnica 5 da NBC T 11, aprovada pelo Conselho Federal de Contabilidade pela Resolução 830, de 1998, quando houver limitação na extensão do trabalho do auditor, seja ela imposta pela AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 26 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br administração da entidade ou circunstancial, o profissional pode ser obrigado a emitir um parecer (A) com ressalva ou abstenção de opinião, dependendo da extensão da limitação. (B) adverso, qualquer que seja a extensão da limitação. (C) sem ressalva, mas com um parágrafo intermediário indicando como a limitação pode ter distorcido as demonstrações contábeis da entidade auditada. (D) sem ressalva, desde que baseado nas informações do auditor interno, que lhe afirma que a limitação não terá efeito relevante nas demonstrações contábeis. (E) com abstenção de opinião, mesmo que a limitação tenha ocorrido em item das demonstrações contábeis de pouca relevância. SOLUÇÃO: De acordo com a norma de auditoria, quando houver limitação na extensão do trabalho do auditor, seja ela imposta pela administração da entidade ou circunstancial, o profissional pode ser obrigado a emitir uma opinião com ressalva ou com abstenção de opinião, dependendo da extensão da limitação. A alternativa A é a correta. 30) (AUDITOR/Jaboatão dos Guararapes/FCC/2006) Ao auditar as demonstrações contábeis de uma empresa, o auditor constata que o saldo da conta outros créditos, no ativo circulante, representa mais de 10% do total deste grupo. Ao discutir o ponto relevante com a administração da empresa, seus diretores afirmam que é prática da empresa divulgar desta forma e que não realizará as modificações solicitadas pela auditoria. Desta forma a auditoria deverá (A) recusar-se a emitir parecer pois evidencia uma limitação de escopo. (B) emitir parecer sem ressalva, pois não passa de uma formalidade. (C) emitir parecer com negativa de opinião, por não conseguir concluir seus trabalhos. (D) emitir parecer adverso por evidenciar que as demonstrações contábeis não representam a situação econômico-financeira da empresa. (E) emitir parecer com ressalva, por haver discordância com a administração da entidade a respeito de conteúdo e forma de apresentação. SOLUÇÃO: Repare que se trata de uma discordância do auditor em relação a uma prática contábil e a respeito de conteúdo e forma de apresentação da demonstração contábil. Como a administração se recusou a proceder aos ajustes e correções, restaria ao auditor modificar a sua opinião, emitindo AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 27 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br opinião com ressalva ou adversa. Contudo, como a distorção é específica, em um grupo das demonstrações contábeis, a opinião deveria ser com ressalva. O gabarito é a letra E. 31) (AFRFB/ESAF/2009) Na emissão de parecer com abstenção de opinião para as demonstrações contábeis de uma entidade, pode-se afirmar que: a) elimina a responsabilidade do auditor de emitir qualquer parecer devendo este comunicar à administração da empresa da suspensão dos trabalhos. b) não suprime a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio, independente da relevância ou materialidade, que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. c) exclui a responsabilidade do auditor de se manifestar sob qualquer aspecto das demonstrações. d) não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. e) extingue a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. SOLUÇÃO: A abstenção de opinião é adequada quando o auditor não teve condições de reunir evidências suficientes para permitir-lhe formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis objeto de seu exame. Em outras palavras, o relatório com abstenção de opinião por limitação na extensão é emitido quando houver limitação significativa na extensão do exame que impossibilite o auditor de formar opinião sobre as demonstrações contábeis, por não ter obtido comprovação suficiente para fundamentá-la,ou pela existência de múltiplas e complexas incertezas que afetem um número significativo de rubricas das demonstrações contábeis. Porém, atenção: Quando o auditor aplica os exames, com alcance suficiente para detectar irregularidades ou desvios relevantes em relação às normas e princípios contábeis ele deve expressar uma opinião adversa e não com abstenção de opinião. A abstenção de opinião em relação às demonstrações contábeis tomadas em conjunto não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no relatório, qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. A alternativa correta é a “d”. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 28 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br 32) (Defensoria Pública/SP/FCC/2009) O auditor externo que estava realizando o processo de auditoria na empresa Erfra S.A., constatou um desvio no processo de pagamento de funcionários. Funcionários demitidos continuavam na folha de pagamentos com contas bancárias de outras pessoas, para as quais eram efetuados os créditos. Neste caso, deve o auditor (A) relatar em seus papéis de trabalho, informando a administração no encerramento do processo de auditoria e dependendo da relevância do desvio emitir parecer com ressalva ou adverso. (B) suspender os trabalhos por tratar-se de ponto de auditoria que limita a conclusão dos trabalhos, impedindo que o auditor externo possa emitir parecer ou opinião. (C) comunicar a administração da entidade e sugerir medidas corretivas, informando sobre os possíveis efeitos no seu parecer, caso elas não sejam adotadas. (D) informar os responsáveis pela área para avaliação e verificação do processo, de forma a identificar os responsáveis pelo desvio, que deverão constar dos papéis de trabalho, sendo providenciado os procedimentos legais. (E) encerrar os trabalhos, emitindo parecer com abstenção de opinião fundamentada no desvio, incluindo parágrafo no parecer identificando os desvios e o montante estimado. SOLUÇÃO: A situação constatada pelo auditor caracteriza uma fraude, obrigando o auditor, imediatamente, comunicar à administração da entidade e informar sobre os possíveis efeitos no seu relatório, caso não sejam adotadas as medidas corretivas. O gabarito é a letra C. Anoto que, à luz das atuais normas, o gabarito continuaria sendo a letra C, ressaltando, no entanto, que as NBC TAs exigem apenas que o auditor dê conhecimento das distorções à administração da entidade auditada e, em alguns casos, aos responsáveis pela governança, não mais constando, expressamente, a obrigação de sugerir ou recomendar medidas corretivas. 33) (TCE/AM/FCC/2009) A empresa de Auditoria Garantia solicitou a seu cliente que realizasse, com seu consultor jurídico, a circularização de seus processos e litígios em andamento. O auditor, não se sentindo seguro em relação à posição por este apresentada, recomendou à empresa uma segunda opinião de consultor jurídico independente, o qual se recusou a emitir opinião. Desta forma, o auditor deve (A) expedir o parecer sem ressalva respaldando-se na posição do primeiro consultor jurídico. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 29 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br (B) emitir o parecer com ressalva porque representa uma limitação na extensão da auditoria. (C) determinar que sejam evidenciados em notas explicativas os reflexos que a demonstração sofreria. (D) estabelecer a relevância do fato e, caso não tenha representatividade, desconsiderá-lo. (E) emitir parecer com abstenção de opinião, independentemente da relevância do fato. SOLUÇÃO: A questão trata dos procedimentos que o Auditor Independente deve considerar na realização de um exame, de acordo com as normas de auditoria para identificar passivos não-registrados e contingências ativas ou passivas relacionados a litígios, pedidos de indenização ou questões tributárias, e assegurar-se de sua adequada contabilização e/ou divulgação nas Demonstrações Contábeis examinadas. De acordo com as normas, o auditor deve enviar carta de circularização aos consultores jurídicos encarregados dos processos e litígios em andamento, como forma de obter e evidenciar o julgamento desses profissionais acerca do grau da probabilidade de um resultado favorável ou desfavorável e do montante envolvido. Caso considere necessário, o auditor, baseado nas informações obtidas dos consultores jurídicos, tendo em vista eventuais incertezas e relevância do assunto, deve solicitar à administração a opinião de outro consultor jurídico independente. A recusa de um consultor jurídico em fornecer a informação solicitada, por meio de circularização ou em reunião ou a ausência de opinião de outro consultor jurídico independente nas condições consideradas necessárias é uma limitação na extensão da auditoria suficiente para impedir a emissão de uma opinião sem ressalvas. Essa limitação relevante na execução dos procedimentos deve levar o auditor a avaliar a necessidade de emitir uma opinião com ressalva relacionada a essa limitação ou, ainda, emitir parecer com abstenção de opinião sobre as Demonstrações Contábeis tomadas em conjunto. Portanto, a única alternativa correta seria a “B”, pois o auditor pode emitir o relatório com ressalva em função da limitação na extensão da auditoria. O outro tipo de opinião, no caso, seria com abstenção de opinião. Todavia, a alternativa “E” está incorreta, pois a limitação teria que ser AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 30 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br relevante e, segundo as atuais normas de auditoria, de possível efeito generalizado. A propósito, lembramos que a relevância (materialidade), além de critério de definição dos testes a serem aplicados e da quantidade de evidência necessária, é critério fundamental para avaliar os resultados obtidos, os impactos sobre os objetivos da auditoria e demonstrações contábeis e, por consequência, para definição do tipo de opinião a ser expressa pelo auditor. 34) Assinale a alternativa INCORRETA quanto às normas de relatório e opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis. A) O relatório do auditor independente não pode ter data anterior à data em que ele obteve evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar a sua opinião sobre as demonstrações contábeis. B) Se as demonstrações contábeis elaboradas de acordo com os requisitos de uma estrutura de apresentação adequada não atingem uma apresentação adequada, o auditor deve emitir necessariamente uma opinião adversa. C) Em todos os casos em que não for possível obter segurança razoável e a opinião com ressalva no relatório do auditor for insuficiente nas circunstâncias para atender aos usuários das demonstrações contábeis, o auditor deve abster-se de emitir sua opinião ou renunciar ao trabalho, quando a renúncia for possível de acordo com lei ou regulamentação aplicável. D) A decisão sobre que tipo de opinião modificada é apropriado depende da relevância da distorção e da opinião do auditor sobre a disseminação dos efeitos do assunto sobre as demonstrações contábeis. E) O auditor deve expressar uma opinião com ressalva quando, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes, porém, não generalizadas para as demonstrações contábeis. SOLUÇÃO: A alternativa incorreta é a B, pois se as demonstrações contábeis elaboradas de acordo com os requisitos de uma estrutura de apresentação adequada não atingem uma apresentação adequada, o auditor deve discutir o assunto com a administração e, dependendo das medidas a serem tomadas,pode emitir opinião sem ressalva, com ressalva ou adversa. Quanto ao que dispõe a letra A, vale lembrar que a asseguração razoável é alcançada quando o auditor obtém evidência de auditoria suficiente e apropriada, portanto, a data de encerramento dos trabalhos e, AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 31 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br consequentemente, do relatório do auditor não pode ser anterior à data em que ele obteve evidência de auditoria apropriada e suficiente. No que concerne à letra C, como consequência da ausência de segurança razoável por parte do auditor e da impossibilidade de uma opinião com ressalva, dadas as circunstâncias, o auditor deverá abster-se de expressar opinião ou renunciar ao trabalho. Neste último caso – da renúncia – a condição é que a renúncia seja possível de acordo com lei ou regulamentação aplicável. Caso lei ou norma não permita a renúncia, restaria ao auditor emitir relatório com abstenção de opinião. Quanto às letras D e E, vale lembrar que a decisão sobre que tipo de opinião modificada é apropriado – com ressalva, adversa ou abstenção de opinião - depende da relevância da distorção e da opinião do auditor sobre a disseminação dos efeitos do assunto sobre as demonstrações contábeis. Assim, o auditor deve expressar uma opinião com ressalva quando, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes, porém, não generalizadas para as demonstrações contábeis. Por exemplo, apesar da relevância da distorção, ele afeta apenas uma conta do Balanço Patrimonial. Caso as distorções afetassem mais de uma conta ou demonstração, a opinião deveria ser adversa. OBSERVAÇÃO: A tabela a seguir mostra como a opinião do auditor sobre a natureza do assunto que gerou a modificação, e a disseminação de forma generalizada dos seus efeitos ou possíveis efeitos sobre as demonstrações contábeis, afeta o tipo de opinião a ser expressa. Natureza do assunto que gerou a modificação Julgamento do auditor sobre a disseminação de forma generalizada dos efeitos ou possíveis efeitos sobre as demonstrações contábeis Relevante, mas não generalizado Relevante e generalizado As demonstrações contábeis apresentam distorções relevantes OPINIÃO COM RESSALVA OPINIÃO ADVERSA Impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada OPINIÃO COM RESSALVA ABSTENÇÃO DE OPINIÃO AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 32 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br e suficiente 35) (AFRFB/ESAF/2009) A empresa de Transportes S.A. é uma empresa que tem seus registros contábeis e procedimentos estabelecidos por agência de fiscalização. A agência estabeleceu procedimento para registro das concessões que diverge significativamente, do procedimento estabelecido pelo Conselho Federal de Contabilidade. Nessa situação, deve o auditor emitir parecer: a) sem abstenção de opinião. b) adverso. c) com ressalva. d) sem ressalva, mas evidenciando em nota explicativa a divergência. e) com abstenção de opinião. SOLUÇÃO: A ESAF apontou a alternativa “b” como correta em seu gabarito preliminar, para depois, quando do gabarito definitivo, alterar o gabarito para a letra “c”. Entendo acertada a decisão da banca, pois o procedimento de registro contábil adotado pela entidade guardou conformidade com que estabeleceu a agência reguladora, que é o caso de entidades de atividade regulamentada ou sujeitas à legislação específica. A então vigente Interpretação Técnica 05, aprovada pela Resolução CFC 830/93, definia que o modelo de parecer também é aplicável a essas entidades regulamentadas e que os desvios dos Princípios Fundamentais de Contabilidade originados na legislação ou nas normas regulamentares específicas devem ser tratados de maneira idêntica à observada nas demais entidades, contendo ressalva ou opinião adversa, sempre que relevante. Porém, o enunciado é decisivo para saber qual seria o tipo de opinião mais adequada à situação hipotética. O fato de a divergência ser significativa em relação à norma (princípio) estabelecida pelo CFC só indica que a opinião mais adequada seria com ressalva, pois, se a divergência não fosse relevante/significativa, o parecer seria sem ressalva. A alternativa correta é a “c”. Para que ficasse caracterizado o parecer adverso, haveria necessidade do enunciado indicar que, além da divergência ser relevante, o efeito fosse generalizado e as demonstrações restassem enganosas e erradas a ponto de não ser adequado que o auditor emitisse apenas opinião com ressalva. 36) (Analista de Controle Interno/SEFAZ/RJ/FGV/2011) Qual das situações abaixo impede que o auditor emita um parecer sem ressalva? AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 33 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br A) O auditado efetuar os ajustes recomendados pelo auditor. B) Chance remota de determinado ativo não ser realizado. C) Incapacidade de a entidade auditada continuar suas operações. D) Discordância junto à administração quanto a procedimentos contábeis de efeitos relevantes nas demonstrações. E) Ausência de limitação da extensão do seu trabalho. SOLUÇÃO: Das alternativas, a única situação que impediria o auditor de emitir uma opinião não modificada ou sem ressalva seria a discordância junto à administração quanto a procedimentos contábeis de efeitos relevantes nas demonstrações. Nesse caso, a opinião poderia ser com ressalva ou adversa. O gabarito é a letra D. Na letra A, se o auditado efetua os ajustes recomendados pelo auditor, não há motivos para que o auditor altere a sua opinião. Na letra B, a chance remota de determinado ativo não ser realizado significa apenas que não se trata de uma contingência ativa, não sendo suficiente para caracterizar uma distorção. Na letra C, a incapacidade de a entidade auditada continuar suas operações por si só não caracteriza objeto de ressalva ou opinião adversa, pois precisaria que houvesse a indicação se as demonstrações contábeis foram ou não ajustadas de forma a refletir essa descontinuidade. Por fim, na letra E, a ausência de limitação da extensão do trabalho não enseja modificação no parecer do auditor. 37) (Analista de Controle Interno/SEFAZ/RJ/FGV/2011) Quando houver uma limitação no escopo do trabalho do auditor provocado pela entidade auditada, o parecer deverá ser emitido na(s) modalidade(s) A) adverso ou com abstenção de opinião. B) sem ressalvas. C) com parágrafo de ênfase. D) adverso ou com ressalva. E) com ressalva ou com abstenção de opinião. SOLUÇÃO: Quando houver uma limitação no escopo do trabalho do auditor provocado pela entidade auditada, a consequência será a ausência de evidência e a emissão de relatório/parecer de auditoria nas modalidades com ressalva ou com abstenção de opinião. O gabarito é a letra E. AUDITORIA PARA AFRFB (EXERCÍCIOS COMENTADOS) 34 Prof.: Marcelo Aragão www.pontodosconcursos.com.br 38) (Analista de Controle Interno/SEFAZ/RJ/FGV/2011) O auditor, durante a aplicação dos testes, identificou a existência de fraudes envolvendo montante significativo, situação que, se não fosse ajustada, demandaria a emissão de parecer adverso. Após reunião com os gestores, recebeu as demonstrações contábeis devidamente ajustadas, tendo sido acatadas todas as recomendações que havia feito. Nesse caso, o parecer a ser emitido é A) sem ressalva. B) com ressalva ou com parágrafo de ênfase. C) adverso ou com ressalva. D) com abstenção de opinião ou com ressalva. E) com limitação de opinião ou adverso. SOLUÇÃO:
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