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Direio Administrativo Aula 1 04 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Administrativo 
 Professor: Celso Spitzcovsky 
Aula: 04 | Data: 13/05/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
1. Concessões/Permissões dos serviços públicos 
2. Diferenças entre concessão e permissão 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
1. Concessões/Permissões dos serviços públicos 
 
Lei 8.987/95. São instrumentos através dos quais o Poder Público (titular do serviço) transfere via licitação a 
execução de serviços e obras públicas para particulares. 
 
1) Política Tarifária: artigos 8 a 15 da lei. 
 
a) natureza jurídica da tarifa: embora alguns digam que tarifa seja modalidade de tributo não é o entendimento 
adotado pela maioria, afinal o anúncio do aumento da tarifa vem por simples ato administrativo, desta forma, 
tarifa tem natureza jurídica de preço público e é cobrada pela Administração. 
 
b) competência para fixar o valor da tarifa e promover majorações: a competência não é do concessionário 
porque ele apenas executa o serviço, a competência pertence ao titular, ou seja, ao Poder Público. 
 
Fontes alternativas: Artigo 11 da lei criou as fontes alternativas de arrecadação que tem como objetivo manter o 
valor da tarifa a preços módicos, ou seja, a preços acessíveis aos usuários. Para que essas fontes sejam utilizadas a 
lei estabelece requisitos: 
 
1º - autorização do Poder Público: usar fontes alternativas sem autorização é sinônimo de ilegalidade; 
2º - previsão expressa no contrato e previsão expressa no edital de licitação: para que não se fraude o certame. 
 
Exemplo de fonte alternativa: exploração de publicidade. 
 
2) Responsabilidade por danos resultantes de uma concessão/permissão: artigo 25 da lei. 
 
a) legitimidade – quem responde pelos danos resultes: quem responde é o concessionário/permissionário. Um 
eventual dano resultante de má-fiscalização (ou falta de fiscalização) do Poder Público em nada afasta essa 
responsabilidade que será sempre de quem prestou o serviço. 
 
b) extensão da responsabilidade: os concessionários e os permissionários respondem por: 
 
- danos causados aos usuários dos serviços (ônibus não vê um ciclista na faixa da ciclovia, freia bruscamente e um 
passageiro bate a cabeça na janela); 
 
- danos causados a terceiros (exemplo: ciclista atingido por um ônibus); 
 
 
 
 
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- danos causados ao Poder Público (exemplo: o ônibus atropela o ciclista e bate num poste de luz, gerando a falta 
de energia em toda a vizinhança). 
 
c) perfil da responsabilidade – como responde? STF – a responsabilidade é objetiva, a vítima não terá comprovar 
culpa ou dolo, a vítima deve comprovar apenas o nexo de causalidade ou nexo causal, ou seja, deve comprovar 
que o dano que ela sofre (a consequência) teve como causa a prestação de um serviço público (íntima ligação 
entre o dano e o fato gerador). 
 
Exemplo: o ciclista atropelado pelo ônibus não precisa comprovar negligência, imprudência ou imperícia. O 
ciclista deve comprovar, porém, que todos os danos causados no corpo dele foi decorrente de um serviço público. 
 
STF – quando o dano experimentado pela vítima resulta da prestação de um serviço público a responsabilidade 
será sempre objetiva, sendo irrelevante saber quem causou o dano e quem sofreu. 
 
Quando o dano é causado pelo Poder Público a responsabilidade será objetiva. Se o Poder Público transferir a 
execução do serviço para particulares haverá concessão ou permissão e a responsabilidade continua sendo 
objetiva, o que importa é que a natureza da atividade é serviço público. 
 
Não importa também saber se a vítima era usuária ou não do serviço, mesmo sendo a vítima um terceiro a 
responsabilidade continua sendo objetiva. 
 
Essa responsabilidade objetiva se apresenta na variante do risco administrativo, ou seja, acessados em juízo pela 
vítima, o concessionário/permissionário só responderão pelos danos que efetivamente tenham causado a ela, 
podendo assim usar em sua defesa caso fortuito, força maior ou culpa da vítima para excluir ou atenuar a sua 
responsabilidade (excludentes ou atenuantes de responsabilidade). 
 
Exemplo: vítima ingressa com ação contra o concessionário/permissionário, a vítima deve provar o nexo de 
causalidade. Em sua defesa o concessionário/permissionário pode invocar caso fortuito, força maior ou culpa da 
vítima para atenuar ou excluir sua responsabilidade. 
 
Artigo 37, §6º, CF e artigo 7º da lei 8.987/95 (a lei relaciona os direitos dos usuários as regras do CDC, afinal no 
CDC a responsabilidade do fornecedor do serviço é objetiva para favorecer o consumidor). 
 
3) Subconcessões: artigo 26 da lei. Subconcessão é a transferência do objeto da concessão para terceiros, a 
subconcessão existe desde que preenchidas determinadas exigências: 
 
1ª – autorização do Poder Público; 
2ª – previsão no contrato e no edital de licitação; 
3ª abertura de licitação. 
 
Exemplo: O Poder Público celebra um contrato de concessão e para isso deve haver licitação, celebrado o 
contrato o objeto é passado para um terceiro. 
 
O terceiro para quem o objeto é transferido se sub-roga em direitos e obrigações perante o Poder Público. 
A transferência ilegal pode gerar a extinção prematura da concessão. 
 
 
 
 
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4) Intervenção: artigos 32 a 34 da lei. É o processo através do qual o Poder Público interfere na execução do 
contrato para coibir irregularidades que estejam sendo praticadas. Esse processo de intervenção deve ser feito 
através de um processo administrativo, assegurando-se a ampla defesa. Como resultado desse processo 
administrativo há duas possibilidades: 
 
1ª – ao término do processo não se verifica nenhum irregularidade: a concessão tem continuidade como se nada 
tivesse ocorrido; 
 
2ª ao término do processo configura-se a irregularidade: a depender da gravidade pode gerar sanções e pode 
chegar até à extinção prematura da concessão. 
 
5) Extinção das concessões: 
 
a) causas: artigo 35 e seguintes da lei: 
 
1ª – termo: causa de extinção por força do término do prazo inicialmente previsto, é a única hipótese de extinção 
natural, todas as demais são causas de extinção prematuras; 
 
2ª – encampação: causa de extinção das concessões durante a sua vigência (prematura) por razões de interesse 
público. O concessionário terá direito à indenização, encampação sem indenização será ilegal. Terá legitimidade 
apenas o Poder Público, a legitimidade é unilateral. Exige-se aprovação de uma lei específica para a encampação; 
 
3ª – caducidade: causa de extinção das concessões durante a sua vigência por descumprimento de obrigações 
pelo concessionário que não terá direito à indenização, mas terá direito a abertura de processo administrativo, 
assegurando-se a ampla defesa. Tem legitimidade para promover a caducidade o Poder Público de forma 
unilateral. Uma das hipóteses de caducidade é a subconcessão sem autorização do Poder Público (artigo 27 da 
lei). Outra hipótese de caducidade ocorre se durante a execução da concessão houver mudança no contrato 
social sem a ciência ao Poder Público; 
 
4ª – rescisão: causa de extinção das concessões durante a sua vigência por descumprimento de obrigações 
contratuais pelo Poder Público, a legitimidade pertence ao concessionário que só poderá fazer a rescisão pelo 
Poder Judiciário, sozinho o concessionário não pode promover a rescisão; 
 
5ª – anulação: causa de extinção das concessões durante a sua vigência por razões de ilegalidade, a medida pode 
ser tomada pelo Poder Público de ofício ou por provocarão de terceiros; 
 
6ª – falência: causa de extinção das concessões durante a sua vigência por falta de condições financeiras do 
concessionário em continuar arcando com suas obrigações, através de processo administrativo, asseguradaa 
ampla defesa; 
 
7ª – morte do concessionário: a morte do concessionário pessoa física encerra a concessão. 
 
b) consequências da extinção de uma concessão: artigo 35 e §§ da lei: 
 
1ª – reassunção: é a retomada da execução do serviço pelo Poder Público, uma vez extinta a concessão (por uma 
das razões acima); 
 
 
 
 
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2ª – reversão de bens: com a extinção da concessão os bens considerados essenciais para a continuidade do 
serviço são transferidos para o Poder Público. Os bens considerados essenciais que podem ser transferidos para o 
Poder Público (lei 8987/95) devem ser estipulados: 
 
- no momento da publicação do edital: a lista de bens reversíveis está numa cláusula especial, artigo 18, X da lei; 
- no momento da celebração do contrato de concessão com o vencedor da licitação, artigo 23, X. 
 
2. Diferenças entre concessão e permissão 
 
Artigo 2º, II e IV, lei 8987/95. 
 
1) Concessão: é o contrato administrativo através do qual transfere-se, por prazo determinado, mediante 
licitação, na modalidade única de concorrência pública a execução de serviços e obras públicas para particulares 
(só pessoa jurídica ou consórcio de empresas) que demonstrem capacidade de desempenho (comprovada através 
de licitação) por sua conta e risco (a responsabilidade durante a execução pertence ao concessionário). 
 
a) natureza jurídica: natureza contratual, deve ter prazo determinado, nenhum contrato administrativo pode ser 
celebrado por prazo indeterminado e como consequência não pode ser desfeito a qualquer momento sem 
pagamento de indenização. 
 
A transferência na concessão só pode ser feita através de concorrência pública. 
 
2) Permissão: artigo 2º, IV da lei – é o ato administrativo precário, através do qual transfere-se, mediante 
licitação, a execução de serviços ou obras públicas para particulares (pessoa física ou jurídica) que demonstrem 
capacidade de desempenho por sua conta e risco (a responsabilidade por danos é do permissionário de forma 
objetiva). 
 
a) natureza jurídica: é ato precário, ou seja, não tem prazo determinado e como consequência pode ser desfeita 
a permissão a qualquer momento sem o pagamento de indenização. 
 
Aqui vale qualquer modalidade de licitação. 
 
Próxima aula: dúvidas quanto à natureza jurídica da permissão.