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Magistratura e Ministério Público CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Direito Ambiental Professor: Luiz Antônio Aula: 05 | Data: 08/06/2015 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 1. Espaços Territoriais Especialmente Protegidos – ETEP em sentido estrito 2. Padrões de Qualidade Ambiental 3. Zoneamento Ambiental 4. Sancionamento Administrativo INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 1. Espaços Territoriais Especialmente Protegidos – ETEP em sentido estrito (continuação) - Plano de Manejo: artigo 2º, XVII e artigos 27 e 28, todos da lei 9.985/00 – documento técnico que traz todas as normas que vão dispor sobre a unidade de conservação. Durante o plano de manejo assegura-se às populações tradicionais porventura residentes na área as condições e os meios necessários para a satisfação de suas necessidades materiais, sociais e culturais. - Zona de Amortecimento: exceto para APA e RPPPN. Artigos 15 e 21, lei 9.985/00. É uma área marginal que amortece os danos ambientais existentes. Artigo 49, lei 9.985/00: Art. 49. A área de uma unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral é considerada zona rural, para os efeitos legais. Parágrafo único. A zona de amortecimento das unidades de conservação de que trata este artigo, uma vez definida formalmente, não pode ser transformada em zona urbana. - Corredores Ecológicos: podem ou não existir, artigo 2º, XVIII, lei 9.985/00. Artigo 25, lei 9.985/00: As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos. Quem regra o corredor ecológico é o plano de manejo. É possível alterar o plano de manejo. Exemplo: resoluções da Secretaria do Meio Ambiente nº 32/2013 e 33/2013. 1) Modificação e Extinção: artigo 22, §§ 5º, 6º e 7º, lei 9.985/00: a) Modificação para melhor no sentido ambiental (exemplo: modifica UUS para UPI ou ampliação da área sem mexer no traçado original) pode usar o mesmo instrumento normativo utilizado para criar (se usou decreto usa decreto novamente; se usou lei usa lei novamente); b) Modificação para pior (exemplo: UPI para UUS ou diminuição da área) somente lei específica pode permitir modificação para pior. Página 2 de 5 2) Dispositivos Finais: a) populações tradicionais: artigo 3º, II, lei 11.428/06. São aquelas que vivem com a estreita relação com o solo e produtos naturais, devem ter um olhar protetivo por conta disso. Artigos 17, 18 e 20 da lei 9.985/00. Artigo 42 trata da indenização e remoção da população tradicional quando ela não pode permanecer na área: Art. 42. As populações tradicionais residentes em unidades de conservação nas quais sua permanência não seja permitida serão indenizadas ou compensadas pelas benfeitorias existentes e devidamente realocadas pelo Poder Público, em local e condições acordados entre as partes. § 1o O Poder Público, por meio do órgão competente, priorizará o reassentamento das populações tradicionais a serem realocadas. § 2o Até que seja possível efetuar o reassentamento de que trata este artigo, serão estabelecidas normas e ações específicas destinadas a compatibilizar a presença das populações tradicionais residentes com os objetivos da unidade, sem prejuízo dos modos de vida, das fontes de subsistência e dos locais de moradia destas populações, assegurando-se a sua participação na elaboração das referidas normas e ações. § 3o Na hipótese prevista no § 2o, as normas regulando o prazo de permanência e suas condições serão estabelecidas em regulamento. Decreto 4.340/02 – artigos 35 a 39: será feito termo de compromisso de ajustamento, ou seja, o deslocamento da população ocorre mediante acordo. O termo de compromisso será firmado pelo órgão e pelo representante de cada família e pode ser feito também pelo MP e pela defensoria. O judiciário só entra se houver ação civil pública. b) Gestão das unidades de conservação: artigos 34 e 35, 46 a 48 e 49 da lei 9.985/00. Uma vez por ano o MP pede um balancete de recursos financeiros, caso haja irregularidade haverá improbidade. 2. Padrões de Qualidade Ambiental Lei 6.938/81. 1) natureza jurídica: instrumento da política nacional do meio ambiente. 2) importância: artigo 3º, III e lei 6.938/81. 3) Artigo 8º, VI e VII + artigo 6º, §§ 1º e 2º: Página 3 de 5 Art. 8º Compete ao CONAMA: VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes (competência exclusiva); VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos. Art 6º - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: § 1º - Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaborarão normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA. § 2º Os Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior. 3. Zoneamento Ambiental 1) instrumento da política ambiental do meio ambiente. Artigo 9, II da lei 6.938/81. 2) Conceito: trata-se de procedimento pelo qual o Poder Público regra o uso e a ocupação do solo, instaurando regras em níveis específicos de proteção, inclusive medidas de controle ambiental, limitando a atividade econômica e o direito de propriedade para que atendam a sua função socioambiental, de forma a garantir a saúde e o bem- estar da população. 3) Espécies: a) agroclimático: também chamado de zoneamento agrícola-climático; b) costeiro: existe o plano nacional de zoneamento costeiro (lei 7661/88) e o plano estadual de zoneamento costeiro (lei 10.019/98); c) zoneamento industrial: lei 6.803/80: Art. 1º Nas áreas críticas de poluição a que se refere o art. 4º do Decreto-lei nº 1.413, de 14 de agosto de 1975, as zonas destinadas à instalação de indústrias serão definidas em esquema de zoneamento Página 4 de 5 urbano, aprovado por lei, que compatibilize as atividades industriais com a proteção ambiental. Art. 3º As zonas de uso predominantemente industrial destinam-se, preferencialmente, à instalação de indústrias cujos processos, submetidos a métodos adequados de controle e tratamento de efluentes, não causem incômodos sensíveis às demais atividades urbanas e nem perturbem o repouso noturno das populações. Artigo 2º, VI, lei 10.257/01. d) municipal ou urbano: artigo 30, VIII, CF, 182, caput, CF, artigos 39 a 42 da lei 10.257/01; e) zoneamento em unidade de conservação: artigo 2º, XVI, lei 9.985/00; f) zoneamento ecológico econômico: decreto federal nº 4.297/2002, artigo 3º, caput – são macrozoneamentos de área destinado a organizar, de forma veiculada, as decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais. Decreto 49.215/04. Decreto 58.996/13. 4. Sancionamento Administrativo É um instrumento da política nacional do meio ambiente. Lei 6938/81, artigo 9º, IX. Imposição de responsabilizaçãoadministrativa. Art. 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. CF, artigo 225, §3º - toda atividade ou conduta lesiva ao meio ambiente sujeitarão os infratores (pessoas físicas ou pessoas jurídicas) a uma tripla responsabilidade (administrativa, civil e penal). 1) Legislação Federal: - lei 9.605/98, artigos 70 a 76 (parte geral da matéria); - decreto 6.514/08, artigos 24 a 93 (infrações e sanções respectivas – parte especial). 2) Legislação Estadual: - resolução da Secretaria do Meio Ambienta nº48/14. 3) Legislação Municipal: - decreto 54.421/13. 4) Infração Administrativa Ambiental: Página 5 de 5 a) conceito: artigo 70, caput, lei 9.605/98 – considera-se infração administrativa ambiental toda conduta de ação ou omissão que viola regra jurídica de proteção ambiental. Basta dano jurídico, não precisa haver necessariamente dano material. Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente. Artigo 72, §1º: se o autor cometer duas ou mais ações haverá concurso material. § 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas. b) princípio da tipicidade e legalidade: CF, artigo 5º, II e artigo 37, a Administração Pública sempre opera obedecendo esses princípios. Tipificação: artigos 24 a 93 do decreto 6514/08. Basta que seja lei em sentido amplo, ou seja, pode haver decreto tipificando – STJ. Em São Paulo o auto de infração ocorre através de resolução.
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