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Normas de Direito Ambiental no Brasil

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DIREITO AMBIENTAL
NORMATIZAÇÃO BÁSICA
Artigos 20, 21, 22, 23, 24, 30, 170, 215, 216, 216-A e 225 da Constituição Federal; 
· Lei 6.938/1981 (Política Nacional do Meio Ambiente); 
· Lei 12.651, de 25.05.2012 (novo Código Florestal) alterada pela Lei 12.727/2012; 
· Lei 9.433/1997 (Política Nacional de Recursos Hídricos); 
· Lei 9.605/1998 (Crimes e Infrações Ambientais); 
· Lei 9.985/2000 (Sistema Nacional das Unidades de Conservação-SNUC); 
· Lei 11.284/2006 (Gestão de Florestas Públicas); 
· Lei 10.650/2003 (informações em órgãos ambientais); 
· Lei Complementar 140/11 (competências materiais ambientais entre as pessoas políticas); 
· Resolução 237/1997-CONAMA (Licenciamento Ambiental); 
· Resolução 01/1986-CONAMA (EIA-RIMA); 
· Resolução 09/1987-CONAMA (audiência pública em EIA-RIMA).
MEIO AMBIENTE
Conceito de Meio Ambiente: 
Artigo 3º, I, da Lei 6.938/81:
“o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. 
Modalidades: natural, cultural, artificial e do trabalho. 
Divisão apenas para facilitar o estudo, porque o meio ambiente é uno e indivisível, porque os bens da natureza e os bens criados pelo homem, pelo fato do homem também fazer parte da natureza, estão em constante alteração de modo que não é possível fracionar o meio ambiente.
O meio ambiente natural é formado pelos bens da natureza que possuem vida (bióticos) ou não (abióticos).
Cultural, artificial e do trabalho = traço comum = são formados por bens corpóreos ou incorpóreos decorrentes de ação antrópica (criação do homem). Fungibilidade = um pode migrar para o outro. Artificial -> cultural 
Meio ambiente do trabalho = composto por bens que permitam que o trabalhador desenvolva de maneira simples e segura a sua atividade laborativa.
Artificial = o enquadramento dos bens nesse ambiente é feito de forma residual de modo que os bens de criação humana que não se enquadrem no meio ambiente do Trabalho e cultural, residualmente podem se enquadrar no meio ambiente artificial ou podem ter uma duplicidade ou triplicidade no enquadramento.
Constitucionalização das normas de meio ambiente = Constitucionalização do Direito Ambiental Brasileiro
Regras importantes do direito ambiental foram elevadas ao status de norma constitucional.
Ex.: regras de competência; regras do meio ambiente artificial, como as cidades (art. 182), regras do patrimônio cultural (art. 215, 216 e 216-A), direito fundamental difuso de 3ª geração que é o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225).
Meio ambiente é protegido como bem jurídico autônomo, diferente dos bens que ele exterioriza.
Direito ambiental -> Regular as condutas que possam afetar todas as modalidades de meio ambiente.
Direito ambiental = ramo do direito público formado por regras e princípios que regulam a intervenção humana, que possa afetar, efetiva ou potencialmente falando, direta ou indiretamente o meio ambiente em todas as suas modalidades, quer o natural, cultural, artificial ou laboral, sempre objetivando a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento ecologicamente sustentável.
Caráter transversal e multidisciplinar que marca o direito ambiental => normas ambientais estão não apenas na constituição e nas leis puramente ambientais, mas também nas leis que a priori enquadram-se em outros ramos jurídicos, as quais também tem carga ambiental.
COMPETÊNCIAS MATERIAIS AMBIENTAIS
COMUNS:
Compartilhamento de competências = todos devem cooperar na proteção ambiental.
Art. 23 da CF:
· Incisos III e IV – tratam do patrimônio cultural brasileiro
Ex.: O mesmo imóvel pode ser tombado por todos os entes políticos
DL 25/1937 
· Inciso VI –meio ambiente natural, cultural, artificial e do trabalho.
Por isso o licenciamento ambiental é feito por todos os entes
· Inciso VII e XI 
· §Ú
Regulamentado pela LC 140/2011
· Art. 3º - objetivos fundamentais a serem alcançados com a lei
Inciso I:
“Descentralizada” = porque vai começar na União e terminar no Município (todos os entes da federação atuam na proteção ambiental)
“Democrática” = participação comunitária = inserção do corpo social na questão ambiental, como ação popular e audiências públicas
“Eficiente” = ecoeficiência = extrair o mais com o mínimo, com o menor impacto ambiental possível.
Inciso II
: consectário do Princípio do desenvolvimento sustentável
Deve haver um equilíbrio entre a proteção do meio ambiente e o crescimento da economia.
Redução das desigualdades regionais e locais 
Economia verde = de forma que as pessoas ganhem direito não degradando, mas sim protegendo.
Inciso III- motivo que ensejou a promulgação da LCE 140 – evitar/reduzir o conflito de atribuições entre as diferentes esferas de governo 
Regras simples e mais claras da distribuição da competência
Inciso IV – uniformidade das regras respeitando-se as peculiaridades locais
· Art. 4º instrumentos de cooperação institucional
I - consórcios públicos – criando a entidade da AI – viabilizar a atuação administrativa 
II - convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos e entidades do Poder Público, respeitado o art. 241 da CF;
Convênios instrumento de maior utilização = delegação e competência adm. (regra- delegabilidade)
Art. 5º da LC 140
III - Comissão Tripartite Nacional (U, E, DF e M), Comissões Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite do Distrito Federal => composição paritária (§§2º, 3º e 4º do art. 4º) 
Comissão Tripartite Nacional tem competência para propor à Presidência da República, a edição de um decreto com novas competências federais para o licenciamento ambiental.
O objetivo é que seja um fórum de discussão paritário entre os entes da federação para evitar conflitos de atribuição.
IV - fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos 
Instrumentos econômicos de implementação da política nacional do Meio Ambiente -> seguro ambiental, concessão florestal e a servidão ambiental.
Fundos ambientais
V - delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar; 
Regra- delegabilidade das competências
Exceção: monopólio da União para exercer atividades nucleares
VI - delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar. 
= delegação de ato material (ex.: demolição)
EXCLUSIVAS DA UNIÃO: ações executivas ligadas ao interesse nacional ou regional, que ultrapassam o interesse local do Município, Estado. 
art. 21 – inciso IX, XIX, XX, XXIII 
MUNICÍPIOS 
O faz normalmente pela Lei do Plano Diretor ou Lei de parcelamento do solo
art. 30, incisos VIII e IX
Estatuto da Cidade (cidade sustentável)
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS AMBIENTAIS
CONCORRENTES
= Regra concorrência
art. 24 da CF – U, E e DF
incisos VI, VII, VIII
E os municípios podem legislar sobre essas matérias? De acordo com doutrina majoritária, STJ e STF – Sim, interpretação conjunta entre o art. 24 e seus incisos e o art. 30.
STJ: “a teor dos disposto nos arts. 24 e 30 da Constituição Federal, aos Municípios, no âmbito do exercício da competência legislativa, cumpre a observância das normas editadas pela União e pelos Estados, como as referentes à proteção das paisagens naturais notáveis e ao meio ambiente, não podendo contrariá-las, mas tão somente legislar em circunstâncias remanescentes” (AR 756, 1ª Seção, de 27/02/2008).
Segunda-feira, 15 de dezembro de 2014 
Ministro reafirma competência de municípios para legislar sobre proteção ao meio ambiente 
O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, deu provimento a Recurso Extraordinário (RE 673681) para declarar a constitucionalidade de lei municipal de Mogi-Mirim (SP) que dispõe sobre preservação e defesa da integridade do meio ambiente, e determina a regulamentação da norma pelo Executivo local. 
Para o ministro, os municípios têm competência para formular políticas públicas destinadas a viabilizar a proteção local do meioambiente. 
Em sua decisão, o ministro citou parecer do Ministério Público Federal e precedentes da Corte para afirmar que ao município é garantida competência constitucional para formular regras e legislar sobre proteção e defesa ambiental, “encargo irrenunciável que incide sobre todos e cada um dos entes que integram o Estado Federal brasileiro”.
Os Estados e Municípios podem legislar sobre direito florestal, por exemplo, regulamentando as suas peculiaridades regionais e municipais. O que não podem é reduzir a proteção ecológica mínima dada pela União.
STF = “o espaço de possibilidade de regramento pela legislação estadual, em casos de competência concorrente abre-se: (1) toda vez que não haja legislação federal, quando então, mesmo sobre princípios gerais, poderá a legislação estadual dispor; e (2) quando, existente legislação federal que fixe os princípios gerais, caiba complementação ou suplementação para o preenchimento de lacunas, para aquilo que não corresponda à generalidade; ou ainda, para a definição de peculiaridades regionais”. ADI/MC 2.396, de 26.09.2001.
Estados e Municípios podem legislar sobre o Meio ambiente do trabalho
? Como se opera um conflito de leis ambientais de esferas diferentes? Para o STF o meio ambiente do trabalho se situa na área de direito do trabalho, assim, teríamos uma competência privativa da União. Não podendo, portanto, ter leis estaduais ou municipais a respeito do tema.
Para o STF, o meio ambiente do trabalho está fora da competência legislativa concorrente: “o gênero ‘meio ambiente’, em relação ao qual é viável a competência em concurso da União, dos Estados e do Distrito Federal, a teor do disposto no artigo 24, inciso VI, da Constituição Federal, não abrange o ambiente de trabalho, muito menos a ponto de chegar-se à fiscalização do local por autoridade estadual, com imposição de multa. Suspensão da eficácia da Lei 2.702, de 1997, do Estado do Rio de Janeiro”. ADI/MC 1.893, de 18.12.1998.
Conflito de leis ambientais editadas por entidades políticas diversas: competência concorrentes, a priori nãos e pode definir qual irá prevalecer, alguns autores defendem que quando duas normas pertencentes a entes diferentes colidem frontalmente, dessa colisão deve prevalecer a norma que mais protege o meio ambiente, entretanto esta não é a posição que já foi adotada pelo STF (soja transgênica e amianto), nestes casos as regras gerais da União prevalecem ainda que as normas estaduais seja mais protetivas.
PRIVATIVAS:
Art. 22, Incisos, IV, XII, XXVI, da CF
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
STF: “Energia nuclear. Competência legislativa da União. Artigo 22, XXVI, da Constituição Federal. É inconstitucional norma estadual que dispõe sobre atividades relacionadas ao setor nuclear no âmbito regional, por violação da competência da União para legislar sobre atividades nucleares, na qual se inclui a competência para fiscalizar a execução dessas atividades e legislar sobre a referida fiscalização. Ação direta julgada procedente.” ADI 1.575, de 07.04.2010. 
INEXISTÊNCIA DO DIREITO ADQUIRIDO DE POLUIDOR/NÃO INCIDÊNCIA DA TEORIA DO FATO CONSUMADO AO MEIO AMBIENTE/POSIÇÃO DO STJ E STF. 
Hermenêutica jurídica ambiental - Normas jurídicas plurissignificativas = sempre se deve buscar aquela interpretação mais favoreça à proteção ambiental.
In dubio pro natura ou salud
STJ: “inexiste direito adquirido a poluir ou degradar o meio ambiente. O tempo é incapaz de curar ilegalidades ambientais de natureza permanente, pois parte dos sujeitos tutelados – as gerações futuras – carece de voz e de representantes que falem ou se omitam em seu nome”. Passagem do REsp 948.921, de 23.10.2007. 
Ainda de acordo com a Corte Superior “em tema de direito ambiental, não se cogita em direito adquirido à devastação, nem se admite a incidência da teoria do fato consumado” (REsp 1394025, de 08/10/2013).
STF, julgamento do RE 609.748 AgR/RJ, de 23.08.2011: “Agravo regimental no Recurso Extraordinário. Direito ambiental. Mandado de segurança. Ausência de licença ambiental. Matéria infraconstitucional. Reexame de fatos e provas. Inaplicabilidade da teoria do fato consumado. A teoria do fato consumado não pode ser invocada para conceder direito inexistente sob a alegação de consolidação da situação fática pelo decurso do tempo. Esse é o entendimento consolidado por ambas as turmas desta Suprema Corte.
HERMENÊUTICA AMBIENTAL/IN DUBIO PRO NATURA/POSIÇÃO DO STJ 
STJ: “as normas ambientais devem atender aos fins sociais a que se destinam, ou seja, necessária a interpretação e a integração de acordo com o princípio hermenêutico in dubio pro natura” (REsp 1.367.923, de 27/08/2013). 
De acordo com o STJ, no julgamento do Recurso Especial 1198727, de 14/08/2012, “a legislação de amparo dos sujeitos vulneráveis e dos interesses difusos e coletivos deve ser interpretada da maneira que lhes seja mais favorável e melhor possa viabilizar, no plano da eficácia, a prestação jurisdicional e a ratio essendi da norma. A hermenêutica jurídico-ambiental rege-se pelo princípio in dubio pro natura”.
PRINCÍPIOS AMBIENTAIS
Lei 11.428/2006, que regula o Bioma Mata Atlântica: função socioambiental da propriedade, da equidade intergeracional, da prevenção, da precaução, do usuário-pagador, da transparência das informações e atos, da gestão democrática, da celeridade procedimental, da gratuidade dos serviços administrativos prestados ao pequeno produtor rural e às populações tradicionais e do respeito ao direito de propriedade. 
Uma série de princípios ambientais vem listada no artigo 3.º, da Lei 12.187/2009, que aprovou a Política Nacional sobre Mudança do Clima: princípios da precaução, da prevenção, da participação cidadã, do desenvolvimento sustentável e das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, este último, no âmbito internacional. 
Posteriormente, o artigo 6.º, da Lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, previu os seguintes princípios ambientais: prevenção, precaução, poluidor-pagador, protetor-recebedor, a visão sistêmica (na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública), desenvolvimento sustentável, ecoeficiência (mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta), entre outros. 
PREVENÇÃO = risco certo, conhecido, concreto – certeza científica
PRECAUÇÃO = risco incerto – dúvida científica – in dubio pro natura ou salute;
A dúvida sempre deverá militar a favor do meio ambiente. 
É previsto na Declaração do Rio (ECO/1992)/Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Princípio 15, litteris: 
“De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para precaver a degradação ambiental”.
Medidas da precaução: 
· Proporcionalidade = proporcional na medida em que não se pode onerar excessivamente o proponente do projeto. Por exemplo, o órgão ambiental não poderia exigir medidas precacionais mais custosas do que o valor do próprio empreendimento licenciando.
· Coerência = porque elas têm que de fato ser eficazes contra aquele suposto dano ambiental controverso que pode decorrer do empreendimento ou do licenciando.
· Precariedade (por natureza) + importante = considerando que existe uma controvérsia científica, que não se sabe se aqueles males ambientais irão se concretizar ou não. Ou se no futuro, avançados os estudos científicos, se verificaque os males ambientais não se realizaram, não há porque manter essas medidas que são custosas. Assim, comprovado lá na frente que aquela controvérsia não havia risco ambiental propugnado, ai então o órgão ambiental deve revogar as medidas de precaução, porque elas são precárias pela própria natureza.
De grande felicidade é a afirmação de JEAN-MARC LAVIEILLE, brilhantemente citado por PAULO AFFONSO LEME MACHADO (2009, p. 78), para quem “o princípio da precaução consiste em dizer que não somente somos responsáveis sobre o que nós sabemos, sobre o que nós deveríamos ter sabido, mas, também, sobre o de que nós deveríamos duvidar”. 
O princípio da precaução deve ser utilizado como fundamento de direito material subsidiar a inversão do ônus da prova nas ações coletivas de reparação de dano ambiental.
No direito ambiental não há uma disposição expressa permitindo a inversão do ônus da prova, entretanto aquela doutrina foi acolhida pelo STJ.
É com base no princípio da precaução que parte da doutrina sustenta a possibilidade de inversão do ônus da prova nas demandas ambientais, carreando ao réu (suposto poluidor) a obrigação de provar que a sua atividade não é perigosa nem poluidora, em que pese inexistir regra expressa nesse sentido, ao contrário do que acontece no Direito do Consumidor. 
Inclusive, esta tese foi recepcionada pelo STJ no segundo semestre de 2009 (REsp 972.902-RS, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 25.08.2009). 
Para o STJ a inversão do ônus da prova prevista no CDC tem aplicação ampla não se restringindo às demandas protetivas do consumidor, mas também se aplicando a qualquer demanda que objetive a proteção de direitos coletivos e difusos.
Conforme a jurisprudência do STJ, “em matéria de meio ambiente vigora o princípio da precaução. Esse princípio deve ser observado pela Administração Pública, e também pelos empreendedores. A segurança dos investimentos constitui, também e principalmente, responsabilidade de quem os faz. À luz desse pressuposto, surpreende na espécie a circunstância de que empreendimento de tamanho vulto tenha sido iniciado, e continuado, sem que seus responsáveis tenham se munido da cautela de consultar o órgão federal incumbido de preservar o meio ambiente a respeito de sua viabilidade” (Corte Especial, AgRg na SLS 1564, de 16/05/2012).
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
:
Relatório Brundtland é o documento intitulado Nosso Futuro Comum (Our Common Future), publicado em 1987. Neste documento o desenvolvimento sustentável é concebido como: “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.
O Relatório, elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, faz parte de uma série de iniciativas, anteriores à Agenda 21, as quais reafirmam uma visão crítica do modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas nações em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas. O relatório aponta para a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo vigentes.
É aquele que se realiza quando o Estado controla a poluição e consegue garantir padrões mínimos de propriedade ambiental, garante a perenidade dos recursos ambientais com o controle da poluição.
Equilibra o crescimento da economia com a proteção do meio ambiente, através de um controle eficaz da poluição com o objetivo de garantir a perenidade do uso dos recursos naturais. E para que isso ocorra é indispensável que se invistam nas tecnologias menos impactantes ao meio ambiente e cabe ao poder publico fomentar o uso dessas tecnologias.
Princípio 04 da Declaração do Rio: “Para se alcançar um desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental deve constituir parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada separadamente”. 
Interpretação sistemática do art. 170, VI, c/c art. 225.
Princípio da Defesa do Meio Ambiente como Princípio da Ordem Econômica (como por exemplo, tratamento diferenciado a empresas que trabalham com tecnologia de menor impacto ambiental. 
Direito Fundamental ao meio Ambiente ecologicamente equilibrado cujo lastro é a sadia qualidade de vida, e adjetivado como uso comum do povo.
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, em Cuidando do Planeta Terra: uma estratégia para o futuro da vida, são princípios da vida sustentável: 
I. Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos; 
II. Melhorar a qualidade da vida humana; 
III. Conservar a vitalidade e a diversidade do planeta; 
IV. Minimizar o esgotamento de recursos não renováveis; 
V. Permanecer nos 
VI. s da capacidade de suporte do planeta Terra; 
VII. Modificar atitudes e práticas pessoais; 
VIII. Permitir que as comunidades cuidem de seu próprio meio ambiente; 
IX. Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e conservação; 
X. Construir uma aliança global. 
POLUIDOR-PAGADOR OU RESPONSABILIDADE:
Predador-Pagador
Aquele agente que produz bens, que presta sérvios impactantes ao meio ambiente deve responder pelas externalidades negativas decorrentes da sua atividade poluidora, pois não seria justo internalizar o bônus e socializar o ônus (que é o prejuízo ao meio ambiente)
Inclusive, o mesmo consta na Declaração do Rio de 1992, no Princípio 16: “Tendo em vista que o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo decorrente da poluição, as autoridades nacionais devem procurar promover a internalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, levando na devida conta o interesse público, sem distorcer o comércio e os investimentos internacionais”. 
A responsabilidade civil ambiental no Brasil, conforme entende o STJ, não é punitiva, ela é ressarcitória. 
A licença não desonera o poluidor de reparar o dano ambiental de modo que o regime de incidência de responsabilidade civil objetiva com lastro no risco integral, de acordo com o STJ, é um exemplo de aplicação genérica do P. do poluidor-pagador.
Pacífica a jurisprudência do STJ de que, nos termos do art. 14, § 1°, da Lei 6.938/1981, o degradador, em decorrência do princípio do poluidor-pagador, previsto no art. 4°, VII (primeira parte), do mesmo estatuto, é obrigado, independentemente da existência de culpa, a reparar – por óbvio que às suas expensas – todos os danos que cause ao meio ambiente e a terceiros afetados por sua atividade, sendo prescindível perquirir acerca do elemento subjetivo, o que, consequentemente, torna irrelevante eventual boa ou má-fé para fins de acertamento da natureza, conteúdo e extensão dos deveres de restauração do status quo ante ecológico e de indenização (passagem do REsp 769.753, de 08.09.2009).
Como exemplo temos a lei dos Agrotóxicos, Lei 7802, coloca como dever ambiental do fabricante do agrotóxico ou do seu importador, o dever ambiental de receber a embalagem vazia e utilizada para dar um descarte ambientalmente adequado conforme pronuncia a Resolução do CONAMA.
Logística reversa – a embalagem deverá ser devolvida ao comerciante, depois de utilizado o conteúdo do recipiente, e ele vai enviá-la ou ao fabricante ou ao importador e este vaid ar uma destinação ambientalmente adequada.
Essa logística reversa existe para vários bens que são descartados e perigosos ou com pelo menos grau de risco ou lesividade maior ao meio ambiente. Ex.: pneu usado, bateria de celular.
Lei dos resíduos sólidos.
Tem aplicação prévia, concomitante ou posterior, não é necessário que o dano tenha sido causado. Compensação ambiental (art. 36 da Lei 9985/2000) – paga-se antes pela degradação ambiental.
Prévia = condição para o deferimento da licença ambiental, por exemplo.
USUÁRIO-PAGADOR: 
= todos aqueles que utilizam bens da natureza deverão pagar por sua utilização, máxime aquelas que utilizam os bens naturais para fins lucrativos.
= Por que se paga pelo uso de bem da natureza? Para demonstar que ele é dotado de economicidade; por questões deeducação ambiental, porque o uso gratuito geraria um desperdício maior do que o já existente e uma forma de reverter esse pagamento em prol do meio ambiente, angariando recursos que podem ser revertidos para serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente. 
Saliente-se que é um dos objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente “a imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos”, nos moldes do inciso VII, do artigo 4.º, da Lei 6.938/1981. 
Princípio com Maior amplitude, inclusive englobando o P. do poluidor-pagador.
O usuário é termo mais abrangente, todo poluidor está de alguma forma usufruindo dos recursos ambientais, todo poluidor é usuário, só que nem todo usuário é um poluidor.
PROTETOR-RECEBEDOR: 
Lei de Resíduos Sólidos (Lei 12305/2010)
Pagamento pelos serviços ambientais.
As pessoas que prestam serviços ambientais fazem um bem não somente a si, mas a toda a coletividade.
Em concretização ao Princípio do Protetor-recebedor, o artigo 41 do novo Código Florestal brasileiro previu o programa de apoio e incentivo à preservação e recuperação do meio ambiente, com a possibilidade de pagamento ou incentivo a serviços ambientais como retribuição, monetária ou não, às atividades de conservação e melhoria dos ecossistemas e que gerem serviços ambientais, tais como, isolada ou cumulativamente: 
a) o sequestro, a conservação, a manutenção e o aumento do estoque e a diminuição do fluxo de carbono; 
b) a conservação da beleza cênica natural; 
c) a conservação da biodiversidade; 
d) a conservação das águas e dos serviços hídricos; 
e) a regulação do clima; 
f) a valorização cultural e do conhecimento tradicional ecossistêmico; 
g) a conservação e o melhoramento do solo; 
h) a manutenção de Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito. 
Por meio da edição do Decreto 45.113/2009, o Estado de Minas Gerais criou o Programa Bolsa-Verde, em que o Poder Público Estadual paga um incentivo financeiro aos proprietários que prestam serviços.
Outro excelente exemplo de aplicabilidade do Princípio do Protetor-recebedor vem do Estado do Amazonas, com a criação do Programa Bolsa Floresta, pela Lei Estadual 3.135/2007, que instituiu a Política Estadual sobre Mudanças dos Climas.
COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS
:
Não é exclusivo do Direito ambiental.
SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL OU EQUIDADE:
= Pacto entre gerações
Conexão umbilical ao P. do Desenvolvimento sustentável – para o Prof. o P. do Desenvolvimento sustentável viabiliza o cumprimento do pacto entre gerações, haja vista que o consumo atual das porções ambientais, pelas atuais gerações deve sempre observar as futuras gerações, conservando para as futuras gerações a fim de manter o mínimo para a sua dignidade ambiental.
Art. 225, caput, da CF
NATUREZA PÚBLICA DA PROTEÇÃO AMBIENTAL: 
= P. da Obrigatoriedade da proteção ao meio ambiente
Fundamento: art. 225, caput
Não existe mera discricionariedade para o Poder Público ou Setor Privado para efetivar o Direito ao meio Ambiente ecologicamente equilibrado. Existe uma determinação, a CF impõe.
Regra geral, a manifestação do Poder de Polícia Ambiental, controlando atividades poluidoras, é vinculada. Fundamento: Determinação constitucional de controle da poluição para efetivar o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (maioria da doutrina). 
A Adm. Pública tem o dever de controlar a poluição ambiental, de atuar na efetivação do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
A discricionariedade no direito ambiental dá-se de maneira excepcional.
PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA OU CIDADÃ; 
Não é exclusivo do Direito ambiental.
= P. da Participação popular ou democrático.
A Declaração do Rio de 1992 seguiu essa tendência ao cristalizá-lo no Princípio 10: “A melhor maneira de tratar questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado, de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo deve ter acesso adequado a informações relativas ao meio ambiente de que disponham autoridades públicas, inclusive informações sobre materiais e atividades perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de participar em processos de tomada de decisões. Os Estados devem facilitar e estimular a conscientização e a participação pública, colocando a informação à disposição de todos. Deve ser propiciado acesso efetivo a mecanismos judiciais e administrativos, inclusive no que diz respeito à compensação e reparação de danos”. 
FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE (ecologização da propriedade):
Com o advento da CF/88 operou-se a ecologização do direito da propriedade – tanto a propriedade urbana (art. 182) como a rural (art. 186 da CF) somente alcançarão a função social se as normas protetivas do meio ambiente forem respeitadas.
art. 186 da CF (propriedade rural)
O art. 182 ao se referir à propriedade urbana não fala expressamente dos requisitos para tingimento da sua função social, somente fazendo remissão ao plano diretor (art. 21 do estatuto das cidades),
Para o STJ, “inexiste direito ilimitado ou absoluto de utilização das potencialidades econômicas de imóvel, pois antes até ‘da promulgação da Constituição vigente, o legislador já cuidava de impor algumas restrições ao uso da propriedade com o escopo de preservar o meio ambiente’ (EREsp 628.588/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Primeira Seção, DJe 9.2.2009), tarefa essa que, no regime constitucional de 1988, fundamenta-se na função ecológica do domínio e posse (REsp 1.240.122, de 28/06/2011). 
artigo 1.228, § 1º, do Código Civil - “o direito de propriedade deve ser exercitado em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas” 
INFORMAÇÃO: 
Não é exclusivo do Direito ambiental. Direito do Consumidor
“qualquer indivíduo, independentemente da comprovação de interesse específico, terá acesso às informações de que trata esta Lei, mediante requerimento escrito, no qual assumirá a obrigação de não utilizar as informações colhidas para fins comerciais, sob as penas da lei civil, penal, de direito autoral e de propriedade industrial, assim como de citar as fontes, caso, por qualquer meio, venha a divulgar os aludidos dados”. 
Artigo 2.º, § 1.º, da Lei 10.650/2003. Listagem meramente exemplificativa
Tríade Principiológica – se um dos princípios for violado os outros dois serão (P. da Publicidade Adm., P. da Participação Comunitária e P. da Informação: De acordo com o P. da Participação Comunitária, as pessoas tem direito de acesso às informações e o direito de participar da questão ambiental, soque para formar uma opinião lucida é necessário ter acesso ás informações que fazem parte do banco de dados dos órgãos ambientais do SISNAMA e para ter acesso é necessário que o P. Publicidade Adm. seja respeitado. 
LIMITE OU CONTROLE: 
Cuida-se do dever estatal de editar e efetivar normas jurídicas que instituam padrões máximos de poluição, a fim de mantê-la dentro de bons níveis para não afetar o equilíbrio ambiental e a saúde pública. 
RESPONSABILIDADE COMUM, MAS DIFERENCIADA:
Possui uma vertente internacional. É consagrado no Protocolo de Kioto (protocolo que foi descumprido, para controle mundial da emissão dos gases de carbono, venceu em 2012).
Política Nacional de Mudança do Clima (Lei 12187) 
DO DIREITO AO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO e do DIREITO À SADIA QUALIDADE DE VIDA:
Extraídos do art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Prestações de dar, fazer e não fazer (mesmo patamar)Direitos fundamentais indissociáveis – se a pessoa não possui condições mínimas para sobreviver, prejudica tanto o equilíbrio ambiental como a saúde da pessoa.
PROIBIÇÃO DO RETROCESSO ECOLÓGICO: 
Extremamente flexibilizado pelo Código Florestal.
As normas tem que cada vez caminhar para a maior proteção.
Recurso Especial 302.906, de 26.08.2010: “[...] O exercício do ius variandi, para flexibilizar restrições urbanístico-ambientais contratuais, haverá de respeitar o ato jurídico perfeito e o licenciamento do empreendimento, pressuposto geral que, no Direito Urbanístico, como no Direito Ambiental, é decorrência da crescente escassez de espaços verdes e dilapidação da qualidade de vida nas cidades. Por isso mesmo, submete-se ao princípio da não regressão (ou, por outra terminologia, princípio da proibição de retrocesso), garantia de que os avanços urbanístico-ambientais conquistados no passado não serão diluídos, destruídos ou negados pela geração atual ou pelas seguintes [...]”. 
MÍNIMO EXISTENCIAL ECOLÓGICO:
Princípio reiteradamente pronunciado pelo STJ.
As pessoas para realizar a sua dignidade humana é necessário que o Poder Público disponibilize o mínimo de condições ambientais para a sua existência digna. 
Água com padrão mínimo de limpeza, ar puro para respirar.
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE E SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (Lei 6938/81)
Artigos mais importantes: 6º, 8º, 9º e 10.
art. 1º Na execução da Política Nacional do Meio Ambiente cumpre ao Poder Público, nos seus diferentes níveis de governo: 
I - manter a fiscalização permanente dos recursos ambientais, visando à compatibilização do desenvolvimento econômico com a proteção do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; 
Desenvolvimento Sustentável
II - proteger as áreas representativas de ecossistemas mediante a implantação de unidades de conservação e preservação ecológica; 
Categoria de espaço ambiental especialmente protegido pelo Poder Público, que desde o ano de 200º são reguladas pela Lei 9985 (Lei do SNUC).
Art. 225, §1º, III, da CF – obrigatoriedade do P. Público criar espaços ambientais especialmente protegidos
III - manter, através de órgãos especializados da Administração Pública, o controle permanente das atividades potencial ou efetivamente poluidoras, de modo a compatibilizá-las com os critérios vigentes de proteção ambiental; 
Principal instrumento de que dispõe os órgãos ambientais para controlar a poluição mantendo-a dentro dos padrões estabelecidos pelas normas de proteção ambiental é o Processo Administrativo de Licenciamento Ambiental.
IV - incentivar o estudo e a pesquisa de tecnologias para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais, utilizando nesse sentido os planos e programas regionais ou setoriais de desenvolvimento industrial e agrícola; 
= grande saída para alcançar o desenvolvimento social sustentável
Utilização de tecnologias que menos impactem o meio ambiente
Art. 170, VI, da CF
V - implantar, nas áreas críticas de poluição, um sistema permanente de acompanhamento dos índices locais de qualidade ambiental; 
VI - identificar e informar, aos órgãos e entidades do Sistema Nacional do Meio Ambiente, a existência de áreas degradadas ou ameaçadas de degradação, propondo medidas para sua recuperação; e 
Tanto na esfera civil, adm. ou criminal
VII - orientar a educação, em todos os níveis, para a participação ativa do cidadão e da comunidade na defesa do meio ambiente, cuidando para que os currículos escolares das diversas matérias obrigatórias contemplem o estudo da ecologia. 
A educação ambiental talvez seja a saída para o futuro equacionamento da questão ambiental, tendo a Lei 9.795/1999 instituído a Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA, sendo definida como o processo por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente. 
A proteção ao meio ambiente e ecologia não é uma disciplina autônoma, a lei de educação ambiental coloca como tema transversal que deve permear as demais disciplinas. -> objeto de crítica do prof.
De acordo com o art. 225, § 1º, inciso VI, da Constituição, para efetivar o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, incumbe ao Poder Público promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. 
O art. 2º traz princípios para a sua aplicação, mas na verdade são diretrizes:
Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: 
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; 
Patrimônio da coletividade e não de uma pessoa jur´diica de direito públic, haja vista que a proteção do meio ambiente, principalmente, após a Constituição é um bem jurídico autônomo.
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; 
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; 
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; 
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
Um dos instrumentos de implementação da política nacional do Meio Ambiente são os padrões de qualidade ambiental que constituem a medida feita por órgãos ambientais do estado dos bens naturais conforme normas ambientais.
VIII - recuperação de áreas degradadas; 
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. 
O art. 4º contempla objetivos a serem atingidos:
Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: 
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; 
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; 
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; 
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; 
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; 
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; 
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
Princípios do poluidor-pagador e usuário pagador.
Art. 6º - composição do SISNAMA:
Art. 6º - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: 
I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentaispara o meio ambiente e os recursos ambientais; 
Órgão de cúpula do SISNAMA
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida;
Ver art. 8º citado abaixo 
III
 - órgão central: a “Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República”, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; 
Dispositivo desatualizado
Órgão federal extinto em 1992
Hoje o órgão central é o Ministério do Meio Ambiente
IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências; (Redação dada pela Lei nº 12.856, de 2013) 
V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; 
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições;
COMPETÊNCIAS DO CONAMA – ART. 8 º: 
Art. 8º Compete ao CONAMA: 
I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; 
Resolução 237/97 (uma das resoluções)
Dispositivo desatualizado
O IBAMA não supervisiona licenciamento ambiental estadual, porque o Estado tem autonomia, conforme LC 140.
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional. 
EIA/RIMA
Dispositivo desatualizado
CONAMA não faz licenciamento ambiental:
· Federal – IBAMA; 
· Estados e Municípios –órgãos ambientais estaduais e municipais, respectivamente;
III- Revogado (Lei 11941/09); 
IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse para a proteção ambiental; 
Dispositivo desatualizado
A conversão de multas e serviços ambientais não precisa de autorização do CONAMA, o próprio IBAMA o faz.
V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; 
VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes; 
Se a competência para legislar é concorrente, entre a U, E e M, conforme dispões a própria CF, assim, ela não pode ser privativa como diz o dispositivo.
Programa Nacional da Poluição para veículos automotores.
VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos. 
Polêmico
É possível que uma resolução CONAMA inove no mundo jurídico para criar deveres e obrigações ambientais
? Tradicionalmente, somente a lei pode criar obrigações, regulamentar, a princípio não pode fazê-lo. O STF (ADPF 101) admite que resoluções do CONAMA criem deveres ambientais sem previsão legal expressa, desde que esteja de acordo com a Constituição. 
Voltar para o inciso III do art. 6º.
Instrumentos de implementação da PNMA – rol exemplificativo
Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
É possível definir os padrões de qualidade ambiental como o reflexo do estado ambiental de determinado ou determinados recursos ambientais, usualmente fixados numericamente em normas ambientais lastreadas em fundamentos técnicos, com o objetivo de manter o equilíbrio ambiental e a saúde humana. 
Consectário do P. do Controle/Limite
II - o zoneamento ambiental (Decreto 4.297/02); 
Não há regulamentação específica acerca d zoneamento ambiental.
Artigo 2.º, do Decreto 4.297/2002 - Instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, estabelecendo medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população. 
De acordo com o artigo 3.º do regulamento, o ZEE tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada, as decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e dos serviços ambientais dos ecossistemas. 
Lei Complementar 140/2011 
Competirá à União, na forma do seu artigo 7º, inciso IX, elaborar o zoneamento ambiental de âmbito nacional e regional. Já aos estados terão a incumbência de elaborar o zoneamento ambiental de âmbito estadual, em conformidade com os zoneamentos de âmbito nacional e regional. 
Contudo, inexiste previsão expressa na LC 140/2011 para que os municípios promovam zoneamentos ambientais locais, sendo apenas elencada a competência de elaborar o Plano Diretor, observando os zoneamentos ambientais (artigo 9º, inciso IX) 
III - a avaliação de impactos ambientais; 
AIA neste ponto deve ser interpretada como estudo prévio de impacto ambiental
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
Resol. 237 CONAMA
LC 140
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; 
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; 
Elevado ao status de norma constitucional no inciso II, §1º do art. 225, da CF
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; 
SINIMA
Banco de dados sobre o meio ambiente, gerenciado pelo Ministério do Meio Ambiente, que devem ser abastecidos por todos os órgãos do SISNAMA
NOVO CFLO - Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. 
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; 
Existem duas modalidades de cadastro técnico.
Este é o 1º cadastro técnico federal para pessoas naturais e jurídicas que prestam serviço ambiental
Art. 17 da Lei em questão. Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA: 
I - Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, para registro obrigatóriode pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. 
Infrações administrativas ambientais – Lei 9605: arts. 70 a 76
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; 
Na prática nunca foi feito
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes; 
Publicidade das informações (Lei 10650/2010)
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais.
2º cadastro técnico federal, para pessoas naturais e jurídicas que irão desenvolver a atividade poluidora.
Art. 17 da Lei em questão. Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA: 
II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. 
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. 
Reforma em 2006 
Rol exemplificativo.
Fundos ambientais públicos e privados
Concessão Florestal
 = tratada pela Lei de Gestão das Florestas Públicas (Lei 11284/2006).
Servidão ambiental = regulada na própria Lei de política Nacional do Meio ambiente (arts. 9º A e B)
Espécie de servidão administrativa cujo prédio dominante é a proteção ambiental, qualquer proprietário ou possuidor, quer de imóvel urbano ou rural, se esse imóvel tiver bens naturais o proprietário pode restringir total ou parcialmente o direito de exploração de sua propriedade, pode ser perpetua ou temporária (mínimo de 15 anos).
PSA = pagamento por serviços ambientais -> economia do meio ambiente
Se eu tenho servidão ambiental posso pedir ao órgão ambiental que expeça cota de reserva ambiental (cada hectare = 1 quota).
Conteúdo mínimo da servidão = mesmo da reserva ambiental
Art. 9o-A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão integrante do Sisnama, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental. (Redação dada pela Lei nº 12.651, de 2012). 
§ 2o A servidão ambiental não se aplica às Áreas de Preservação Permanente e à Reserva Legal mínima exigida. 
Espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público e que são e que são criados e regulados pelo Código Florestal.
Essas áreas já são protegidas pelo Código Florestal
§ 3o A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob servidão ambiental deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva Legal. 
§ 5o Na hipótese de compensação de Reserva Legal, a servidão ambiental deve ser averbada na matrícula de todos os imóveis envolvidos. 
A servidão ambiental, através da emissão das cotas, serve para compensar reserva legal.
§ 6o É vedada, durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a alteração da destinação da área, nos casos de transmissão do imóvel a qualquer título, de desmembramento ou de retificação dos limites do imóvel. 
§ 7o As áreas que tenham sido instituídas na forma de servidão florestal, nos termos do art. 44-A da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, passam a ser consideradas, pelo efeito desta Lei, como de servidão ambiental.
Servidão ambiental é mais ampla que a Servidão florestal (esta foi extinta, e as antigas foram automaticamente convertidas em servidão ambiental) 
Art. 9o-B. A servidão ambiental poderá ser onerosa ou gratuita, temporária ou perpétua. 
§ 1o O prazo mínimo da servidão ambiental temporária é de 15 (quinze) anos.
§ 2o A servidão ambiental perpétua equivale, para fins creditícios, tributários e de acesso aos recursos de fundos públicos, à Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN, definida no art. 21 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. 
Unidade de conservação de propriedade/posse privada
A servidão ambiental perpétua foi equiparada à RPPN para fins tributários e para fins de percepção de crédito pelo proprietário.
§ 3o O detentor da servidão ambiental poderá aliená-la, cedê-la ou transferi-la, total ou parcialmente, por prazo determinado ou em caráter definitivo, em favor de outro proprietário ou de entidade pública ou privada que tenha a conservação ambiental como fim social.
Servidão ambiental é transferível
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
= Principal instrumento de que dispõe o Poder Público para controlar a poluição, para mantê-la dentro de padrões aceitáveis.
Art. 10 da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente:
Art. 10.  A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental.  (Redação dada pela Lei Complementar nº 140, de 2011)
Dispensa de licença ambiental:
É raro que haja na legislação alguma hipótese de atividade poluidora em que o legislador expressamente dispensa licença ou autorização ambiental e o Novo Código Florestal nas áreas de preservação permanente em situações relevantes e urgente, como no caso de obras para evitar catástrofes, empreendimentos urgentes militares, em razão de ser relevante e ser urgente, em hipótese legal raríssima, conquanto se trate de atividades poluidoras, dispensou expressamente licença ou autorização ambiental (art. 8º, §3º do Novo Código Florestal):
APP/art. 8º:
§ 3o  É dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a execução, em caráter de urgência, de atividades de segurança nacional e obras de interesse da defesa civil destinadas à prevenção e mitigação de acidentes em áreas urbanas.
Licenciamento ambiental:
“Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso” (artigo 1º, inciso I, da Resolução CONAMA 237/97). 
LC 140/2011: 
Art. 2o Para os fins desta Lei Complementar, consideram-se: 
I - licenciamento ambiental: o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental; 
Licenciamento ambiental possui natureza jurídica de processo administrativo
Licença ambiental possui natureza jurídica de ato administrativo
Licença Ambiental:
“Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental” (artigo 1º, inciso II, da Resolução CONAMA 237/97). 
LICENCIAMENTO E PODER DE POLÍCIA AMBIENTAL 
As entidades políticas poderão cobrar taxas pelo efetivo Poderde Polícia ambiental.
TCFA – Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – Lei 6.938/81, artigo 17-B:
Art. 17-B da Lei 6938/81. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais.
STJ - 3. O pacto federativo atribuiu competência aos quatro entes da federação para proteger o meio ambiente através da fiscalização. 4. A competência constitucional para fiscalizar é comum aos órgãos do meio ambiente das diversas esferas da federação, inclusive o artigo 76 da Lei Federal n. 9.605/1998 prevê a possibilidade de atuação concomitante dos integrantes do SISNAMA. 5. Atividade desenvolvida com risco de dano ambiental a bem da União pode ser fiscalizada pelo IBAMA, ainda que a competência para licenciar seja de outro ente federado. Agravo regimental provido” (AgRg no REsp 711.405/PR, de 28.04.2009). 
Regime jurídico da licença ambiental – polêmico, mas prevalece que ela tem regime jurídico sui generis, inclusive admite-se a sua revogação com base em relevante interesse público ambiental para proteger a saúde pública, com base no Princípio Ambiental da Precaução. 
Há quem defenda que ela tem o mesmo regime jurídico de autorização no direito administrativo, sendo discricionária e precária (Prof. Paulo Afonso Machado).
ESPÉCIES DE LICENÇA AMBIENTAL
 
No licenciamento ambiental, à luz da Resolução 237, temos procedimento trifásico, existem três modalidades:
Licença Prévia – aprova o projeto declarando a sua viabilidade ambiental e aprovando também a sua localização.
Licença de Instalação – libera a instalação do empreendimento.
Licença de Operação (LO) – o empreendimento poluidor poderá iniciar suas atividades
Art. 8º da Res. CONAMA n.º 237:
Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças: 
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação; 
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. 
Somente após a licença de operação do empreendedor poderá iniciar suas atividades.
Regra geral é o modelo trifásico.
Exceção: Para empreendimentos de pequeno impacto ambiental, a Resol. CONAMA n.º 237 permite a concessão de uma licença única inominada, que alguns estados gostam de intitulá-la de licença simplificada.
Toda licença ambiental tem prazo de validade (podem ser prorrogados):
· Licença prévia => até 5 anos
· Licença de Instalação => até 6 anos
· Licença de Operação => mínimo de 4 e máximo de 10 anos
A LP tem prazo de validade de até cinco anos, não podendo ter lapso de tempo inferior ao necessário para a elaboração dos programas técnicos, ao passo que a LI não poderá ter validade superior a seis anos. Já os prazos da LO variarão entre quatro e dez anos, a critério do órgão ambiental, sendo que a sua renovação deverá ser requerida com a antecedência mínima de cento e vinte dias do seu vencimento, ficando automaticamente renovada até a manifestação do ente licenciante. 
Não há direito adquirido do proponente do projeto à prorrogação da licença.
Atenção: mesmo dentro do prazo de validade, havendo modificação das regras, o proponente do projeto tem que se adequar as novas normas.
Licença sem prazo de validade => viciada
A concessão da licença ambiental exige a apresentação pelo proponente do projeto poluidor, de alguma espécie de estudo ambiental para subsidiá-la. Essa prévia exigência de estudo ambiental para subsidiar a expedição da licença, é uma peculiaridade que não está presente na licença do direito administrativo.
Característica marcante da licença ambiental (que a difere da licença do Dir. Adm.) –> é possibilidade, à luz de previsão normativa expressa do art. 19, III, da Resol. CONAMA n.º 237, de que mesmo durante o prazo de validade da licença ambiental, mesmo que o outorgado não tenha praticado nenhum ato irregular, o órgão ambiental pode alterar os condicionantes da licença ambiental, pode suspender a eficácia da licença ambiental, em situações mais extremas, pode cancelar, desde que existam graves e supervenientes riscos ao meio ambiente e à saúde pública.
Não há direito adquirido em poluir. Pode ser revogada à luz do Princípio da Precaução.
Art. 19 da Resol. CONAMA n.º 237 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer: 
I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais. 
II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença. 
III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde. 
Não há previsão quanto a eventual direito de indenização ao outorgado, caso ele não tenha concorrido para o cancelamento da licença ambiental.
Renovação de Licença ambiental: mesmo antes da LC 140, a Resol, CONAMA n.º 237 já previa uma hipótese de prorrogação automática até deliberação em contrário do órgão ambiental: quando o proponente do projeto protocolizar o requerimento de renovação da licença ambiental antes de 120 dias do seu vencimento.
Artigo 14, LC 140/2011: 
§ 4o A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. 
A concessão da licença ambiental tem prazo máximo para resposta do órgão ambiental? Resol. CONAMA 237 – como regra geral, os órgãos ambientais tem o prazo de 6 meses para conceder ou negar a licença ambiental. Toda vez que tiver uma diligência a cargo do proponente do projeto esse prazo é suspenso.
Nos empreendimentos com significativa impacto ambiental, que estão sujeitos ao Estudo de Impacto Ambiental, o prazo para deliberação do órgão ambiental é de 12 meses, também se suspendendo caso haja alguma diligência a cargo do proponente do projeto. De modo que se esses prazos forem superados, a inércia do órgão ambiental, configura omissão ilícita passível de controle judicial. Não cabe ao Poder Judiciário conceder a licença ambiental, mas pode determinar em prazo curto que o órgão ambiental delibere sobre o pedido feito pelo proponente do projeto, após vencidos os prazos (6 m ou 12 m).
Competência para o licenciamento não se confunde com a competência para exercer a fiscalização ambiental.
Art. 17 da LC 140 . Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada. 
§ 1o Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambiental decorrente de empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores, pode dirigir representação ao órgão a que se refere o caput, para efeito do exercício de seu poder de polícia. 
§ 2o Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental, o ente federativo que tiver conhecimentodo fato deverá determinar medidas para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão competente para as providências cabíveis. 
§ 3o O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput. 
Ex.: Empreendimento licenciado pelo INEMA (autarquia estadual de maio ambiente do Estado da Bahia), só que temos uma irregularidade, o IBAMA vai lá e multa, esta multa é válida, mas se o INEMA também autuar, teremos bis in idem, assim, para evitar o bis in idem, havendo autuação do IBAMA e do INEMA, considerando que o licenciamento foi realizado pelo INEMA, vai prevalecer a autuação do órgão ambiental de meio ambiente, sendo descartada a autuação feita pelo IBAMA.
STJ - 2. O domínio da área em que o dano ou o risco de dano se manifesta é apenas um dos critérios definidores da legitimidade para agir do parquet federal. Ademais, o poder-dever de fiscalização dos outros entes deve ser exercido quando a atividade esteja, sem o devido acompanhamento do órgão competente, causando danos ao meio ambiente. 3. A atividade fiscalizatória das atividades nocivas ao meio ambiente concede ao IBAMA interesse jurídico suficiente para exercer seu poder de polícia administrativa, ainda que o bem esteja situado em área cuja competência para o licenciamento seja do município ou do estado. STJ, AgRg no REsp 1373302, de 11/06/2013 
LICENCIAMENTO MÚLTIPLO: 
Somente se admite licenciamento ambiental efetuado em uma única esfera de competência.
LC 140/2011: 
Art. 13. Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um único ente federativo, em conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei Complementar. 
§ 1o Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão responsável pela licença ou autorização, de maneira não vinculante, respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento ambiental. 
Vedado pelo artigo 7º, da Resolução CONAMA 237/97 e pelo artigo 13, da LC 140/2011:
Art. 7º - Os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único nível de competência, conforme estabelecido nos artigos anteriores. 
COMPETÊNCIA SUPLETIVA:
= ação do ente da federação que substitui o ente federativo originário.
Substituição de uma esfera de governo de menor extensão territorial, por uma de maior extensão, em razão da inexistência de órgão ambiental criado, inexistência de órgão ambiental capacitado ou inexistência de conselho de meio ambiente, pressuposto indispensável para que qualquer esfera de governo possa legalmente promover o licenciamento ambiental.
Art. 15 da LCE 140. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações administrativas de licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses: 
I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou no Distrito Federal, a União deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou distritais até a sua criação; 
II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, o Estado deve desempenhar as ações administrativas municipais até a sua criação; e 
III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e no Município, a União deve desempenhar as ações administrativas até a sua criação em um daqueles entes federativos. 
Atenção: O que não pode é o empreendimento ficar sem licenciamento.
( Ação Administrativa Subsidiária
colaboração
Art. 16 da LC 140. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de apoio técnico, científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação. 
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor da atribuição nos termos desta Lei Complementar. 
Critérios normalmente utilizados pelo legislador para estabelecer a competência para licenciamento ambiental:
· Critério da propriedade do bem público afetado;
· Critério da extensão do impacto ambiental
· Critério da entidade política que criou unidade de conservação;
· Critério da segurança nacional;
Etc.
Competências licenciatórias federais: 
Art. 7º São ações administrativas da União: 
(...) 
XIV – promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades: 
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; 
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; 
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; 
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental – APAs; 
Ao todo temos 12 unidades de conservação (Lei 9985/2000)
Em 11 delas o legislador adota o critério da entidade política instituidora. Assim, se a União criar uma unidade de conservação, o licenciamento ambiental que a afete será federal, será desenvolvido pelo IBAMA. No entanto, para a APA, o legislador não utilizou esse critério (ver art. 12).
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; 
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999; 
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN; ou 
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento; 
Cláusula aberta
Rol meramente exemplificativo
Competências licenciatórias municipais:
Art. 9º São ações administrativas dos Municípios: 
XIV – observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos: 
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou 
b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental – APAs; 
Competências licenciatórias estaduais:
Critério da remanescência ou da residualidade.
Art. 8º São ações administrativas dos Estados: 
(...) 
XIV – promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7º e 9º;
Distrito Federal –vai acumular todas as funções administrativas atribuídas aos Estados e Municípios:
Art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal as previstas nos arts. 8o e 9o. 
Quanto às Áreas de Proteção Ambiental (APA’S)
Art. 12. Para fins de licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, e para autorização de supressão e manejo de vegetação, o critério do ente federativo instituidor da unidade de conservação não será aplicado às Áreas de Proteção Ambiental (APAs). 
Parágrafo único. A definição do ente federativo responsável pelo licenciamento e autorização a que se refere o caput, no caso das APAs, seguiráos critérios previstos nas alíneas “a”, “b”, “e”, “f” e “h” do inciso XIV do art. 7o, no inciso XIV do art. 8o e na alínea “a” do inciso XIV do art. 9º. 
Poder judiciário e mérito do licenciamento 
Atenção: não cabe ao Juiz adentrar no mérito de viabilidade ambiental de empreendimentos poluidores (STF, só pode fazer análise formal do licenciamento ambiental (competência e forma), ocorre a discricionariedade.
5. Se não é possível considerar o projeto como inviável do ponto de vista ambiental, ausente nesta fase processual qualquer violação de norma constitucional ou legal, potente para o deferimento da cautela pretendida, a opção por esse projeto escapa inteiramente do âmbito desta Suprema Corte. Dizer sim ou não à transposição não compete ao Juiz, que se limita a examinar os aspectos normativos, no caso, para proteger o meio ambiente. 6. Agravos regimentais desprovidos” (ACO-MC-AgR 876, de 19.12.2007).
ESTUDOS AMBIENTAIS
Art. 225, §1º, IV, da CF
“São todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco” (artigo 1º, inciso III, da Resolução CONAMA n.º 237/97). 
EIA - Incumbe ao Poder Público “exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade” (artigo 225, §1º, IV). 
-> Resol. CONAMA n.º 01/1986
*Significativa degradação do meio ambiente:
Empreendimentos com elevado grau poluidor.
Se o empreendimento licenciando não tiver efetiva ou potencialmente de causar significativa degradação ambiental não será exigido pelo órgão ambiental licenciador, o Estudo prévio de impacto ambiental.
*Prévio: típico dos estudos ambientais à luz dos Princípios da Prevenção e da Precaução.
Avaliar os impactos ambientais positivos e negativos aguardados pelo empreendimento
Benefícios ambientais Danos causados ao meio ambiente
Nos estudos serão apresentadas medidas ambientais para reduzir os impactos ambientais ao máximo.
Natureza prévia é inerente a sua natureza (licenciamento).
*Publicidade
A publicidade é mitigada pelo sigilo industrial. 
EIA-RIMA precede a LP. 
EIA-RIMA
 (significativo impacto ambiental). Hipóteses presumidas.
Rol exemplificati1vo de empreendimentos aptos a gerar significativa degradação ambiental. Artigo 2º da Res. CONAMA 01/86: 
I – Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; 
II – Ferrovias; 
III – Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; 
IV – Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei n.º 32, de 18.11.66;
V – Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários; 
VI – Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV; 
VII – Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d’água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; 
VIII – Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); 
IX – Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração; 
X – Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; 
Xl – Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW; 
XII – Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos); 
XIII – Distritos industriais e zonas estritamente industriais – ZEI; 
XIV – Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental; 
XV – Projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes; 
XVI – Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas por dia; 
XVII – Projetos Agropecuários que contemplem áreas acima de 1.000 ha ou menores, neste caso, quando se tratar de áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas áreas de proteção ambiental; 
XVIII – Empreendimentos potencialmente lesivos ao patrimônio espeleológico nacional. 
Decisão vinculada submetida a controle judicial -> Inexiste discricionariedade administrativa na interpretação concreta de impacto ambiental significativo para fins de o ente ambiental exigir ou não o EIA-RIMA:
"O órgão estadual afastou a necessidade de realização do estudo prévio de impacto ambiental no caso, decisão passível de análise pelo Poder Judiciário, diante do princípio da inafastabilidade da jurisdição. Precedente" (REsp 1330841, de 06/08/2013). 
Proponente contrata e paga a equipe técnica multidisciplinar, que irá elaborar o estudo com base no termo de referência apresentado pelo órgão ambiental.
Equipe técnica poderá ser responsabilidade ulterior e solidariamente com o empreendedor nas esferas civil, administrativa e criminal pelas informações apresentadas, nos termos do artigo 11, parágrafo único, da Resolução CONAMA 237/1997. 
Sinteticamente, o conteúdo mínimo do EIA será: 
1) o diagnóstico ambiental da área de influência do projeto; 
2) a análise dos impactos ambientais (positivos e negativos) e suas alternativas; 
3) a definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos; 
4) a elaboração do programa de acompanhamento; 
5) o monitoramento. 
Conclusões no EIA/RIMA => Não vincula o órgão ambiental. 
RIMA é o documento que conterá as conclusões do EIA, devendo ser apresentado em linguagem objetiva e adequada à sua compreensão pela população, inclusive podendo ter ilustrações, sendo de acessibilidade pública. 
Embora o RIMA não esteja contemplado no art. 225 da CF, ele encontra-se previsto na Resol. CONAMA n.º 01/86.
EIA-RIMA: possibilidade de audiência pública, Resolução n.º 09/87 – CONAMA, sob pena de nulidade. 
Aplicação concreta do Princípio Democrático, Princípio da Participação Comunitária.
A audiência pública para debater o RIMA será necessária quando (condição de validade):
· o órgão ambiental entender que é necessário o debate popular; 
· requerimento do Ministério Público;
· requerimento de entidade civil;
· abaixo-assinado subscrito por ao menos 50 cidadãos.
Se nenhum desses tiver interesse na realização da audiência pública ela não será realizada, não é obrigatória, mas se algum requerer ela terá que ser realizada, obrigatoriamente, sob pena de invalidade das licenças ambientais concedidas, de acordo com previsão contida na Resolução n.º 09/87 – CONAMA
Dispositivo de constituição estadual que submeta o RIMA ao crivo da Assembleia Legislativa viola o Princípio da Separação dos Poderes. STF (ADI 1505). 
“1. É inconstitucional preceito da Constituição do Estado do Espírito Santo que submete o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA – ao crivo de comissão permanente e específica da Assembleia Legislativa. 2. A concessão de autorização para desenvolvimento de atividade potencialmente danosa ao meio ambiente consubstancia ato do Poder de Polícia – ato da Administração Pública – entenda-se ato do Poder Executivo” (ADI 1.505, de 24.11.2004).
Saliente-se não ser possível que uma constituição estadual crie exceção à obrigatoriedade do EIA-RIMA, conforme já decidiu a Suprema Corte: 
“Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 182, § 3.º, da Constituição do Estado de Santa Catarina. Estudo de Impacto

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