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Direio Civil Aula 01 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Civil 
 Professor: José Simão 
Aula: 01 | Data: 24/02/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
1. Principiologia do Direito Civil de acordo com Miguel Reale 
2. Pessoas 
3. Personalidade 
4. Capacidade de Fato ou de Exercício 
5. Espécies de Incapacidade 
 
1. Principiologia do Direito Civil de acordo com Miguel Reale 
 
São três os princípios norteadores que servem de base para o atual código civil: 
 
1) Operabilidade: significa que a lei deve ser clara para ser compreendida e portanto, aplicada, por isso, o Código 
Civil é claro na adoção de alguns conceitos. 
Exemplo: distinção entre prescrição e decadência. 
Exemplo: distinção entre sociedade e associação. 
 
Obs: em matéria de sucessão legítima, o sistema é obscuro, gerando múltiplas interpretações. 
 
2) Socialidade: é o princípio pelo qual o interesse coletivo se sobrepõe ao individual, abandona-se o modelo 
oitocentista, pelo qual a proteção era do indivíduo, para a adoção de um modelo de proteção social. 
Exemplo: função social da propriedade com redução dos prazos de usucapião. 
Exemplo: função social do contrato como norma de ordem pública, artigo 2.035, CC. 
 
3) Eticidade: o sistema abandona o rigorismo formal típico de um sistema fechado para a adoção de cláusulas 
gerais, cujo conteúdo é preenchido pelo magistrado no caso concreto (sistema aberto), inspirado por ditames 
éticos. 
Exemplo: boa-fé objetiva. 
Exemplo: adoção de equidade para redução da indenização, artigos 928 e 944, CC. 
 
Obs: enunciados do Conselho da Justiça Federal (CJF) – representam decisões dos participantes das jornadas de 
direito civil promovidas em Brasília pelo CJF. São, portanto, proposições doutrinárias e não jurisprudenciais. Sua 
importância consiste na interpretação de temas controvertidos do direito civil e são adotados pelos Tribunais 
(seis jornadas até o momento). 
 
O código civil é divido em: 
 
a) parte geral: 
- pessoas 
- bens 
- fato jurídico (evento humano ou natural que repercute na ordem jurídica). 
 
b) parte especial. 
 
 
 
 
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2. Pessoas 
 
São os sujeitos de direito. São dividas em duas categorias: 
 
1) pessoa natural (pessoa física): é o ser humano; 
2) pessoa jurídica (pessoa coletiva): são entes aos quais o direito atribui personalidade. 
 
3. Personalidade 
 
É uma qualidade que o direito concede a certos entes e à pessoa natural. Personalidade é a soma dos caracteres 
corpóreos e incorpóreos. Personalidade é a qualidade de ser pessoa. 
 
Todos que têm personalidade têm também capacidade de direito (ou de gozo), ou seja, é a aptidão para ser 
titular de direitos e deveres. 
 
Obs: no passado, o direito retirou personalidade e capacidade de algumas pessoas (exemplo: escravos). 
Atualmente isto não é possível. 
 
Quando se inicia a personalidade? 
 
Pelo artigo 2º do CC, ela se inicia a partir do nascimento com vida (teoria natalista). O código não exige 
viabilidade, ou seja, que sobreviva por um certo período de tempo. Também o código não exige forma física 
completa, bastando nascer de uma mulher (Clóvis Bevilaqua). 
 
1) Teoria Natalista – por esta teria o nascituro só conta com proteção estabelecida expressamente em lei. 
Exemplo: direito de receber doação (que deve ser aceita por seus representantes). 
Exemplo: direito de suceder por meio de sucessão legítima. 
Exemplo: se os pais forem destituídos do poder familiar, deve-se nomear, em favor do nascituro, um curador ao 
ventre que representa seus interesses antes do nascimento. 
 
2) Teoria Concepcionista é a teoria pela qual a personalidade se inicia com a concepção, ou seja, com o encontro 
do gameta masculino e feminino. Portanto, o nascituro (concebido e estando no ventre materno) já tem 
personalidade. Assim, a lei apenas exemplifica seus direitos, mas não os restringe, já que é pessoa. No Brasil a 
teoria tem forte apoio doutrinário e tem por percussores Rubens Limongi França e Silmara Chinelato. 
Exemplo: o STJ tem concedido indenização em favor do nascituro no caso de morte do seu pai pela perda da 
chance de convívio. 
Exemplo: TJSP condenou o humorista Rafinha Bastos a indenizar o nascituro pela ofensa moral sofrida. 
Exemplo: para os concepcionistas os alimentos gravídicos são desnecessários, pois o titular da ação é o próprio 
nascituro e não a gestante, pois garantem o seu nascimento sadio. 
 
Obs: para a primeira fase dos concursos, recomenda-se seguir o texto de lei. 
 
Obs: o STF decidiu, por maioria de votos, pela constitucionalidade da lei de biossegurança (lei 11.105/05), logo, 
permite o descarte e o uso de embriões para fins de pesquisa, isso significa que a proteção ao embrião cessa após 
certo período. 
 
 
 
 
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4. Capacidade de Fato ou de Exercício 
 
Artigos 3º e 4º do CC. Capacidade de fato é a capacidade para praticar pessoalmente os atos da vida civil. A teoria 
da incapacidade tem por objetivo a proteção de certas pessoas que em razão da idade, doença ou vícios não tem 
perfeito discernimento para a prática dos atos da vida civil. 
 
Obs: a capacidade é genérica enquanto a legitimação ou legitimidade é específica para a prática de certos atos 
por certas pessoas (exemplo: venda de ascendente para descendente em que o pai é capaz, mas não legitimado, 
pois precisa de autorização dos outros descendentes, artigo 496, CC). 
 
5. Espécies de Incapacidade 
 
1) incapacidade absoluta (artigo 3º, CC); 
2) incapacidade relativa (artigo 4º, CC). 
 
 A diferença entre as espécies de incapacidade é o discernimento, os absolutamente incapazes não têm qualquer 
discernimento. Assim, os absolutamente incapazes são representados, ou seja, alguém pratica o ato por ele, já 
que sua vontade é desconsiderada. Logo, o negócio jurídico por ele praticado pessoalmente é nulo (artigo 166, 
CC). 
 
Já o relativamente incapaz tem sua vontade considerada, mas como o discernimento não é completo, será 
auxiliado, assistido, se não for, o negócio jurídico é anulável. 
 
Obs: pais, tutores e curadores são representantes legais que podem representar ou assistir o incapaz, 
dependendo do tipo de incapacidade.

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