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Sumário *OBSERVAÇÕES E RECOMENDAÇÕES SOBRE COMO UTILIZAR ESTAS ANOTAÇÕES .......................................... 1 19/08/2020 PLANO DE ENSINO & CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL ............................................... 2 01-MÉTODO AURA = APRENDIZAGEM POR PROBLEMAS: CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL ....................................... 5 26/08/2020 PESSOAS NATURAIS E JURÍDICAS .................................................................................................. 8 02-MÉTODO AURA = APRENDIZAGEM POR PROBLEMAS: PERSONALIDADE / NASCITURO – “MIGUEL” ................................... 11 02/09/2020 DIREITOS DA PERSONALIDADE NA PERSPECTIVA CIVIL-CONSTITUCIONAL .................................. 13 03-MÉTODO AURA = APRENDIZAGEM POR PROBLEMAS: BANCO COBRANDO A VIÚVA ......................................................... 19 16/09/2020 EMANCIPAÇÃO + DA AUSÊNCIA ................................................................................................. 21 04-MÉTODO AURA = APRENDIZAGEM POR PROBLEMAS: ADMINISTRAÇÃO DO PATRIMÔNIO DO AUSENTE ............................... 23 23/09/2020 AUSÊNCIA(CONTINUAÇÃO) E EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL .................................................. 29 30/09/2020 SURGIMENTO DA PESSOA JURÍDICA ........................................................................................... 34 05-MÉTODO AURA = APRENDIZAGEM POR PROBLEMAS: PERSONALIDADE JURÍDICA ........................................................... 38 06-MÉTODO AURA = APRENDIZAGEM POR PROBLEMAS: DOMICÍLIO ............................................................................... 40 REFERÊNCIAS: ................................................................................................................................................ 42 *Observações e recomendações sobre como utilizar estas anotações 1. Todo conteúdo deste arquivo é feito com base na minha compreensão: do material didático de aula usado pelos(as) professores(as); das explicações feitas pelos(as) professores(as) oralmente durante as aulas; do nosso ordenamento jurídico; de pesquisas na internet; de livros didáticos, preferencialmente os que constam nos planos de ensino; do material de cursinho para concursos; de livros relacionados com a matéria. Todos devidamente referenciados no final deste arquivo. 2. Este arquivo de anotações não deve ser usado isoladamente, mas sim em conjunto com todas as fontes mencionadas anteriormente (no tópico 1.). Esse é o estudo sistêmico, que facilita o aprendizado, com uma fonte incrementando a outra. Procuro resumir da forma mais eficiente possível, priorizando uma compatibilidade com os requisitos cobrados na faculdade. a. Durante a teoria, faço recomendações dos materiais e fontes para acompanhar, que estão grifados em azul 3. Sobre as tarefas e atividades (situações-problema): é um novo método de estudo, chamado “AURA”, que faz uma aprendizagem por meio de problemas (questões para resolver). Ou seja, é a teoria aplicada em exercícios. A sugestão de resposta que consta aqui não exclui sua responsabilidade de escrever com suas próprias palavras, pois é fazendo isso que se aprende a teoria. A sugestão que inclui aqui serve apenas para você ter uma base de como responder. Sempre anoto as orientações e correções dos(as) professores(as) em relação as tarefas. 4. Use este modelo também para fazer suas próprias anotações e revise periodicamente elas, pois aprendemos através da repetição. 5. Exclua as versões anteriores, a fim de liberar espaço no seu dispositivo e não confundir as versões e estudar com material desatualizado. a. Atualizo semanalmente as anotações da aula, conforme vão ocorrendo 6. *ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO DESTAS ANOTAÇÕES: 04/10/2020* 19/08/2020 Plano de Ensino & Constitucionalização do Direito Civil Aura = sala de aula invertida / baseada em problemas Apresentação do plano de ensino e programa da disciplina **Acompanhe com os materiais do professor: “MATERIAL DE APOIO - DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL – 2º PERÍODO – 2020.2 – PROF. CHRISTOVAM - FAESO.doc” junto com o “Constitucionalização do Direito Civil”, ambos disponíveis no Teams, aba arquivos** **Acompanhe com o “Código Civil de 2002”, disponível gratuitamente no site do planalto. O LINK ESTÁ NAS REFERÊNCIAS ** Constitucionalização do Direito Civil Definição: é a interpretação do Direito Civil em conformidade com a Constituição. Constitucionalização do Direito Civil = Direito Civil Constitucional É possível conceituar a “Constitucionalização do Direito Civil” como o estudo geral e a interpretação do Código Civil com base nos princípios, fundamentos e normas presentes na Constituição Federal. Ex: princípio da dignidade da pessoa humana. O antigo código civil (de 1916) tinha como valores ser: patrimonialista e individualista. Esse CC/16 estava em descompasso com a realidade, pois disciplinava normas que não existiam mais e por outro lado, não disciplinava matérias que eram importantes. Surge então uma reunificação do Direito Civil, que se daria por uma lei maior (Constituição). No movimento de constitucionalização do Direito Civil passam a ter fundamentos constitucionais: o contrato; a propriedade; e a família. Com esse movimento de constitucionalização o antigo código (1916) não poderia mais ser aplicado, surgindo assim o novo Código Civil, de 2002. Valores do Código civil de 1916: Patrimonialismo e individualismo. ### O Código Civil de 1916 perdeu sua vigência no início de 2003, foi quando o Código Civil de 2002 entrou vigência. ### Valores do Código civil de 2002: *Dignidade da pessoa humana* 1. Eticidade: é a compreensão das normas do Direito civil de acordo com referencial ético. 2. Operabilidade/concretude: nas relações entre particulares, os direitos devem ser exercíveis de modo simplificado. Devem ser facilmente operados 3. Socialidade: Função Social. Deve se levar em conta a aplicação das normas do Direito civil na sociedade; sobre quais impactos o exercício dos direitos privados vai ter sobre a coletividade. DIFERENÇAS ENTRE VALORES DOS CÓDIGOS CIVIS CÓDIGO CIVIL DE 1916 (Clóvis Beviláqua) (NOVO) CÓDIGO CIVIL DE 2002 (Miguel Reale) Patrimonialista Eticidade Individualista Socialidade Operabilidade/concretude *Tivemos dois códigos civis no Brasil: o de 1916 e o de 2002 O STF reconhece a eficácia horizontal dos direitos fundamentais. (RE 201.819/RJ) Eficácia horizontal = entre particulares Eficácia vertical = particulares X Estado (administração X administrado) Direitos e garantias fundamentais e direitos sociais possuem eficácia horizontal. A eficácia horizontal dos direitos fundamentais e dos direitos sociais decorre do movimento de constitucionalização do direito civil. *A CF/88, em regra, possui força normativa e eficácia imediata. ❖ Eficácia horizontal imediata é aplicação imediatamente da norma constitucional sem precisar de norma infraconstitucional. o Exemplo: contrato que viola a dignidade humana. ❖ Eficácia horizontal mediata é aplicada mediante a existência de uma norma infraconstitucional, ou seja, depende dessa norma. o Exemplo: cláusulas gerais do CC/02 (janelas abertas deixadas pelo legislador para preenchimento pelo aplicador do direito caso a caso), a exemplo do art. 421 do CC/02: a cláusula do contrato viola a função social do contrato por violar a dignidade humana. Os direitos e garantias fundamentais constituem um limite da autonomia privada. Limite pelo qual nenhuma relação entre particulares pode violar os direitos e garantias fundamentais. No direito privado tem que respeitar os direitos e garantias fundamentais. (RE 201.819/RJ) Nesse caso julgado, um músico associado foi excluído de uma associação sem o devido processo legal. Ele ingressou em juízo e conseguiu a reintegração pela aplicação imediata da ampla defesa na relação associativa. Exemplos:O Art. 57. CC/2002, veio com base nesse julgado, assegurando o direito de defesa e de recurso do associado. (o quórum da votação o estatuto vai dizer, mas não pode violar o devido processo legal. O Art. 1336. §2º, CC/2002, estabelece os deveres do condômino O Art. 1337. CC/2002, estabelece sanções se o condômino não cumprir os deveres -- Nessa linha de raciocínio, também é possível falar sobre eficácia horizontal dos direitos sociais, pois eles também são direitos e garantias fundamentais. Exemplos: 1 - Direito à saúde (Direito Social que também é Direito e Garantia Fundamental): Ver Súmula 302 STJ. Nesse caso será nula essa cláusula, pois a relação privada não pode violar o direito a saúde. Ver Súmula 597, STJ. Nesse caso, também será nula essa cláusula, pois a relação privada não pode violar o direito a saúde. 2 - Direito à moradia (Direito Social que também é Direito e Garantia Fundamental): Ver Súmula 364, STJ. A pessoa sozinha também tem proteção de impenhorabilidade de seu imóvel. A lei 8.009/90 previa que um bem de família é impenhorável, entretanto uma pessoa sozinha não é família de si mesma... por isso veio essa súmula, p/ também proteger ela. O direito social de moradia também deve ser aplicado nas relações privadas. Mais uma vez a eficácia horizontal dos direitos e garantias fundamentais, no caso, de direito social. Isso também é um reconhecimento do Princípio de proteção da dignidade humana. TRÊS PRINCÍPIOS1 DO DIREITO CIVIL CONSTITUCIONAL: 1. Princípio de proteção da dignidade humana a. Previsto na CF/88, Art. 1º, III. b. A pessoa natural está no centro do ordenamento jurídico, chamada de “personalização do direito civil”, que traz por consequência, a “despatrimonialização”, isto é, a pessoa ganha importância e o patrimônio perde importância. Essa é uma das grandes diferenças, pois o CC/16 era patrimonialista. 2. Princípio da solidariedade social: a. Previsto na CF/88, Art. 3º, I. É um objetivo fundamental, b. Solidariedade é se preocupar com o próximo i. Ex: pagar alimentos no após o divórcio 3. Princípio da igualdade em sentido amplo ou Isonomia a. Previsto na CF/88, Art. 5º, caput. b. Sentido:2 a lei deve tratar de maneira igual os iguais (igualdade em sentido estrito) e de maneira desigual os desiguais (especialidade). 01-Método aura = aprendizagem por problemas: Constitucionalização do Direito Civil Situação-problema: na atualidade, não se cuida de buscar a demarcação dos espaços distintos e até contrapostos. Antes havia uma disjunção: hoje, a unidade hermenêutica, tendo a Constituição como ápice conformador da elaboração e aplicação da legislação civil. A mudança de atitude é substancial: deve o jurista interpretar o Código Civil segundo a Constituição e não a Constituição segundo o Código, como ocorria com frequência (e ainda ocorre). A mudança de atitude também envolve certa dose de humildade epistemológica? (LÔBO, Paulo. Teoria geral das obrigações. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 2). 1 apontados por TEPEDINO 2 Segundo Aristóteles e Rui Barbosa Perguntar à turma: 1) Como é possível harmonizar a interpretação das normas cíveis à luz das normas constitucionais? Para existir essa harmonia é necessário que tais normas sejam interpretadas observando os princípios constitucionais, como por exemplo princípios: do devido processo legal; do contraditório; da ampla defesa; acesso ao judiciário; etc. Ou seja, as normas cíveis devem passar por uma espécie de filtro de valores, que devem estar conforme os ditames constitucionais, passando assim a estabelecer novos valores, como por exemplo o princípio da dignidade da pessoa humana, que por razão é bem amplo. De acordo com Cristiano Chaves, os institutos do Direito Civil devem estar de acordos com a Constituição, possuindo eficácia irradiante. É interessante mencionar também o posicionamento de Gustavo Tepedino que o Direito Civil Constitucional está baseado em três princípios básicos: 1º - A valorização da dignidade da pessoa humana, previsto no art. 1.º, III, da CF/1988; 2º - A solidariedade social, prevista no art. 3.º, I, da CF/1988; e 3º A igualdade em sentido amplo, também chamada de isonomia, de acordo com o art. 5.º, caput, da CF/1988. Outro ponto relevante é o diálogo das normas – também chamado de diálogo de complementaridade ou de conexão – no qual todas as normas jurídicas devem ser interpretadas mantendo um franco diálogo com as demais normas do sistema jurídico, ou seja, existindo uma interação entre as normas ao invés de interpretá-las isoladamente. Essa tese foi trazida ao Brasil por Claudia Lima Marques, a partir dos ensinamentos de Erik Jayme – jurista alemão que concebeu essa contemporânea técnica de interpretação das normas. Conforme exemplo dado em aula, a propriedade deve atender a função social, conforme previsões da CF/1988 e do CC/2002. A propriedade é um direito garantido, porém não é absoluto! Pois há o requisito de atender sua função social, podendo o Poder Público tomar medidas que induzam o proprietário respeitar tal requisito, como é o caso de impor o IPTU progressivo para terrenos sem utilização. É mais uma forma de incentivar que a propriedade atenda sua função social. 2) Seria possível, por exemplo, exigir que um plano de saúde concedesse cobertura de determinado tratamento médico com fulcro no princípio constitucional da dignidade da pessoa humana? É possível, inclusive há inúmeros julgados nesse sentido. Por exemplo, o caso de quando o plano de saúde se recusa a oferecer tratamento para doenças que não constam no rol da ANS, que é meramente exemplificativo, porém essa limitação imposta fere a lealdade contratual , pois impede que o paciente obtenha o relatório de sua doença, o que afetará diretamente sua saúde e sua dignidade. Mesmo que haja cláusula expressa indicando tal restrição, ela seria nula, por ser uma cláusula abusiva e ferir diretamente os direitos do consumidor e a sua dignidade. (Art. 51. CDC/1990) É interessante mencionar também que caso o referido tratamento seja de necessidade pelo paciente, com justificativa médica, ele pode entrar com uma ação e reparação por danos morais, por conta da conduta abusiva e atentatória contra o princípio da dignidade da pessoa humana, como segue o pronunciamento do STJ. (AgRg no AREsp 327.404/SP, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 19/03/2015, DJe 27/03/2015) Dado o exposto, podemos afirmar a possibilidade de exigir que um plano de saúde conceda cobertura de determinado tratamento médico com base no princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Exercícios de verificação de aprendizagem. Gabarito do Exercício 1: (C) / Gabarito do Exercício 2: (D) Exercício 1: (Procurador do Município de Diadema. 2008) Quanto à teoria da aplicação horizontal dos direitos fundamentais, analise os itens: I A teoria da aplicação horizontal dos direitos fundamentais analisa a possibilidade do particular, não somente o Poder Público, ser o destinatário direto das obrigações decorrentes desses direitos fundamentais; II O Brasil adotou, como discurso majoritário e influenciado pelo direito constitucional português, a não incidência dos direitos fundamentais no âmbito das relações privadas; III O indivíduo que é expulso de cooperativa sem a observância da ampla defesa, visto que esse direito não está garantido pelo estatuto, sendo respeitado todo o normativo interno da entidade, não pode pleitear a anulação do ato perante o Poder Judiciário, visto que o indivíduo pactuou com o estatuto quando se filiou à cooperativa, sabendo que esse direito fundamental não era garantido; IV Aplicação direta e imediata do efeito externo dos direitos fundamentais tem por objetivo impedir que o indivíduo saia de uma condição de liberdades frente ao Estado e caia em uma relação de servidão com os entes privados. Está(ão)correta(s) apenas a(s) assertiva(s): (A) I e II; (B) I e III; (C) I e IV; (D) II; (E) III. Exercício 2: (Juiz de Direito. TJPR 2007) Sobre a constitucionalização do Direito Civil, é correto afirmar: (A) As normas constitucionais que possuem estrutura de princípio se destinam exclusivamente ao legislador, que não pode contrariá-las ao criar as normas próprias do Direito Civil, não sendo possível, todavia, ao aplicador do Direito, empregar os princípios constitucionais na interpretação dessas normas de Direito Civil. (B) A constitucionalização do Direito Civil se restringe à migração, para o texto constitucional, de matérias outrora próprias do Direito Civil. (C) A doutrina que sustenta a constitucionalização do Direito Civil afirma a irrelevância das normas infraconstitucionais na disciplina das relações interprivadas. (D) A eficácia dos direitos fundamentais nas relações entre particulares, seja de forma indireta e mediata, seja de forma direta e imediata, é defendida pela doutrina que sustenta a constitucionalização do Direito Civil. 26/08/2020 Pessoas Naturais e Jurídicas **Acompanhe com os materiais do professor: “MATERIAL DE APOIO - DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL – 2º PERÍODO – 2020.2 – PROF. CHRISTOVAM - FAESO.doc” junto com o “Constitucionalização do Direito Civil”, ambos disponíveis no Teams, aba arquivos** **Acompanhe com o “Código Civil de 2002”, disponível gratuitamente no site do planalto. O LINK ESTÁ NAS REFERÊNCIAS ** Correção tarefa 1 & Reflexão tarefa 2 Capacidade de direitos = todas as pessoas possuem a capacidade de possuir direitos e obrigações, sem distinções. [Vide CC/02, Art. 1º.] Capacidade de fato/exercício = é a capacidade de exercer os direitos, que algumas pessoas não têm, são os incapazes (artigos 3º e 4º do CC/02). Capacidade civil plena = Capacidade de direito + Capacidade de Fato TIPOS DE INCAPACIDADE CIVIL: ➢ Absoluta (Art. 3º, CC/02): Menores de 16 anos. ➢ Relativa (Art. 4º, CC/02): o Maiores de 16 e menores de 18 anos; o Os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; ▪ Ébrios = bêbados, embriagados etc. o os pródigos (= são os gastam muito mais do que possuem em $). o aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; DIFERENÇAS ENTRE TUTOR E CURADOR: ➢ Curador: representa um adulto e incapaz, porém presente; ➢ Tutor: zela por um menor ausente somente devido à ausência dos pais. CONCEITOS CORRELATOS À CAPACIDADE: 1. Legitimação: é a capacidade especial para realizar ou sofrer os efeitos de determinado ato ou negócio jurídico. 2. Legitimidade: é capacidade processual: capacidade de ser parte em determinado processo. 3. Personalidade: é aptidão de ser titular de deveres e direitos. HÁ TRÊS TEORIAS SOBRE “PERSONALIDADE”: 1. Teoria natalista:3 o nascituro (aquele que foi concebido, mas ainda não nasceu) não é pessoa humana, pois a personalidade começa do nascimento com vida. Essa teoria era adotada pelo CC/16. a. O art 53 da Lei de Registros Públicos, nº 6.015/73 diz que o que determina se uma pessoa nasceu com vida ou não é se respirou ao nascer. 2. Teoria da personalidade condicional:4 os direitos do nascituro estão sob condição suspensiva (nascimento). Essa teoria é essencialmente natalista. 3. Teoria concepcionista:5 o nascituro é pessoa humana, pois tem direitos da personalidade desde a concepção. a. Fundamentação: artigo 5º da CF/88 e no CC/02 artigos 542 e 1.609. *A corrente concepcionista prevalece na doutrina e na jurisprudência do STJ ver os seguintes exemplos: • REsp 399.028/SP – danos morais do nascituro por morte do pai – pai morreu em acidente em linha férrea antes do nascimento do filho; • Informativo 459 do STJ (REsp 1.120.676/SC) – cabe indenização por DPVAT havendo morte do nascituro: indenização para mãe e outra pelo nascituro). • STF ADI 3510 – possibilidade ou não de utilizar embriões na pesquisa com células tronco, ocasião em que o STF decidiu que embrião fora o ventre não é sujeito de direito. A teoria concepcionista foi adotada pelo enunciado 01 da Jornada de Direito Civil, no Art. 2º, garantindo ao natimorto os direitos da personalidade como nome, imagem e sepultura. Faz uma extensão desses direitos do nascituro ao natimorto. Segundo Maria Helena Diniz, a personalidade classificada em: ➢ Personalidade jurídica formal: é aquela relacionada com os direitos da personalidade. O nascituro tem essa personalidade formal. 3 De acordo com: (SILVIO RODRIGUES, CAIO MARIO, SAN TIAGO DANTAS e VENOSA). 4 De acordo com: (WBM, SERPA LOPES, BEVILAQUA e ARNALDO RIZZARDO). 5 De acordo com: (SILMARA CHINELLATO, MHD, PABLO STOLZE e PAMPLONA, FRANCISCO AMARAL, CRISTIANO CHAVES, JOSÉ FERNANDO SIMÃO, RENAN LOTUFO, MARIA BERENICE DIAS, FLAVIO TARTUCE) ➢ Personalidade jurídica material: é aquela relacionada aos direitos patrimoniais. O nascituro ainda não possui essa personalidade material, pois ela é adquirida no nascimento com vida. *Lembre-se: O nascituro já titulariza os direitos da personalidade desde a concepção, inclusive já tem legitimidade processual p/ ir a juízo. Logo, já titularizam as relações existenciais. Entretanto os direitos patrimoniais são condicionados ao nascimento com vida. Nascituro = que ou aquele que vai nascer. JURÍDICO (TERMO) diz-se de ou o ser humano já concebido, cujo nascimento é dado como certo. Natimorto = é quando o feto falece dentro do útero materno ou então no momento do parto. Nascituro e natimorto: têm direito a personalidade, pois são reconhecidos desde a concepção. ALIMENTOS GRAVÍDICOS: Existe a possibilidade de cobrar alimentos gravídicos. A lei nº. 11.804/086 menciona, no Art.1º. que os alimentos gravídicos são em favor da gestante, pois o nascituro não titulariza direitos patrimoniais, que são condicionados ao nascimento com vida. Ele titulariza apenas os direitos da personalidade, desde a concepção. DIREITOS DE PERSONALIDADE P/ PESSOA JURÍDICA As pessoas jurídicas (empresas/CNPJ) também possuem direitos de personalidade, por equiparação. Se elas têm esses direitos, então elas também podem sofrer danos morais (pois lesionam seus direitos da personalidade), de acordo com o entendimento7 majoritário (=maioria). Ver: Art. 52. CC/02 + Súmula 227 STJ. *O rol (lista)8 dos direitos da personalidade é exemplificativo! 6 lei nº. 11.804/08 = lei de alimentos gravídicos 7 (LIMONGI FRANÇA, MHD e BITTAR). 8 Rol = lista É exemplificativo, pois traz apenas alguns exemplos... logo pode ter outros. Não confunda com taxativo. O rol dos direitos da personalidade do CC/02 é exemplificativo, pois existem outros direitos de personalidade na CF/88, que decorrem da tutela da pessoa humana (art. 1º, III, CF/88). OBS: “Rol taxativo (ou rol exaustivo)”: estabelece uma lista determinada, não dando margem a interpretações extensivas, ou seja, é somente aquilo que está escrito ali. “Rol exemplificativo”: estabelece uma lista com exemplos, permitindo que seja aplicado em casos parecidos. 02-Método aura = aprendizagem por problemas: Personalidade / Nascituro – “Miguel” TAREFA 2 – 26/08/2020 Situação-problema: Cristina perdeu o esposo em um trágico acidente quando estava grávida de sete meses. Em razão da grande comoção da situação vivenciada, passou a ter algumas complicações no restante da gravidez, culminando com o parto prematuro de Miguel, que nasceu quando Cristina contava com apenas oito meses de gravidez. Poucas horas após a realização do parto, Miguel não resistiu e faleceu. Perguntar à turma: 1) Miguel adquiriu personalidade? Sim, Miguel adquiriu personalidade desde a concepção, pois de acordo com a teoria concepcionista, a qual prevalece na doutrina e na jurisprudência do STJ, o nascituro – aquele que nasce com vida – é pessoa humana, possuindo direitos desde o momento da concepção. É importante mencionar a diferença entre nascituro e natimorto.Nascituro é aquele que nasce com vida que, de acordo com a medicina, é quando há presença de ar nos pulmões. Já o natimorto é quando o feto falece dentro do útero materno ou então no momento do parto. No caso apresentado, Miguel seria considerado nascituro, pois ele nasceu com vida, e horas depois faleceu. Lembrando que no caso do nascituro é necessário fazer registro em dois livros, de nascimento e de óbito. O Nascituro e o natimorto possuem direito a personalidade, pois estes são reconhecidos desde a concepção. Ou seja, já titularizam os direitos da personalidade desde a concepção. Desde a concepção já tem legitimidade processual para ir a juízo. Logo, já titularizam as relações existenciais. Entretanto os direitos patrimoniais são condicionados ao nascimento com vida. É interessante citar um trecho da obra da renomada jurista, professora Maria Helena Diniz, em que se confirma a tese concepcionista, conforme segue abaixo: “O embrião ou o nascituro têm resguardados, normativamente, desde a concepção, os seus direitos, porque a partir dela passa a ter existência e vida orgânica e biológica própria, independente da de sua mãe. Se as normas o protegem é porque tem personalidade jurídica. Na vida intrauterina, ou mesmo in vitro, tem personalidade jurídica formal, relativamente aos direitos da personalidade jurídica material apenas se nascer com vida, ocasião em que será titular dos direitos patrimoniais, que se encontravam em estado potencial, e do direito às indenizações por dano moral e patrimonial por ele sofrido” (DINIZ, Maria Helena, O estado atual..., 2002, p. 113). Um grande exemplo da teoria concepcionista, é que ela foi adotada no enunciado 01 da Jornada de Direito Civil, além de previsões no próprio Código Civil de 2002. Como segue abaixo: Art. 2º do CC/02: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. Enunciado 01 – Art. 2º.: “A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura” Podemos citar também com exemplos, para embasar os argumentos apresentados, os julgados: REsp 399.028/SP – danos morais do nascituro por morte do pai – pai morreu em acidente em linha férrea antes do nascimento do filho; Informativo 459 do STJ (REsp 1.120.676/SC) – cabe indenização por DPVAT havendo morte do nascituro: indenização para mãe e outra pelo nascituro). STF ADI 3510 – possibilidade ou não de utilizar embriões na pesquisa com células tronco, ocasião em que o STF decidiu que embrião fora o ventre não é sujeito de direito. "O nascituro também tem direito aos danos morais pela morte do pai, mas a circunstância de não tê-lo conhecido em vida tem influência na fixação do quantum" (REsp 399.028/SP, Rel. Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, DJ 15.4.2002). Quando o STJ reconheceu a presença de danos morais ao nascituro pela afirmação feita pelo humorista “Rafinha Bastos” do programa televisivo “CQC”, em relação à cantora Wanessa Camargo, então grávida e o seu filho (STJ, REsp 1.487.089/SP, Rel. Min. Marcos Buzzi. 4ª Turma, j. 23.06.2015) Exercícios de verificação de aprendizagem. Gabarito do Exercício 1: (C) / Gabarito do Exercício 2: (E) Exercício 1: (DPE - MA - FCC - Defensor Público - 2015) Em relação à personalidade e à capacidade da pessoa natural, analise as assertivas abaixo. I. Uma pessoa com dezesseis anos pode ser interditada. II. Os atos jurídicos praticados por absolutamente incapaz são anuláveis. III. A emancipação acarreta a antecipação da maioridade. IV. Pela teoria concepcionista, o nascituro já tem personalidade jurídica antes do nascimento com vida. V. Os pródigos são relativamente incapazes, de modo que podem praticar, validamente e sem assistência, atos que não envolvam a administração direta de seus bens. Está correto o que se afirma APENAS em: (A) I, III e V. (B) I, III, IV e V. (C) I, IV e V. (D) II, IV e V (E) I, II e III. Exercício 2: (TRF 4.ª Região - Juiz Federal Substituto/2016) Assinale a alternativa correta. A respeito da capacidade civil, levando em conta a Lei n.º 13.146/2015: (A) O direito ao recebimento de atendimento prioritário da pessoa com deficiência não abrange a tramitação processual e os procedimentos judiciais em que for parte ou interessada. (B) A pessoa com deficiência ? assim entendida aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas ? é considerada capaz para casar-se e constituir união estável, exercer direitos sexuais e reprodutivos e conservar sua fertilidade, mas não para exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção. (C) A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Contudo, a incapacidade cessará, para os menores, dentre outras hipóteses legalmente elencadas, pelo desempenho de funções inerentes a cargo público comissionado ou de provimento efetivo. (D) Qualquer pessoa com mais de dezesseis anos pode casar, independentemente de autorização de seus pais e representantes legais. (E) A curatela de pessoas com deficiência afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial, isto é, sua definição não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto. 02/09/2020 Direitos da personalidade na perspectiva civil- constitucional **Acompanhe com os materiais do professor: “MATERIAL DE APOIO - DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL – 2º PERÍODO – 2020.2 – PROF. CHRISTOVAM - FAESO.doc” junto com o “Constitucionalização do Direito Civil”, ambos disponíveis no Teams, aba arquivos** **Acompanhe com o “Código Civil de 2002”, disponível gratuitamente no site do planalto. O LINK ESTÁ NAS REFERÊNCIAS ** Correção tarefa 2 A vezes 1 parágrafo já responde, mas tem que fundamentar. Se deixar muito sucinto, acaba perdendo poder de argumentação – ditado “o que abunda não prejudica” 1) Fala direitos da personalidade (direitos existenciais), não fala de patrimônio. -- *segundo Maria Helena Diniz → MATERIAL = patrimônio |≠| FORMAL = existência O nascituro tem a personalidade FORMAL, mas só vai ter a personalidade MATERIAL quando nascer com vida. Nasceu com vida tem personalidade jurídica material, logo tem direitos patrimoniais, por exemplo a herança. *natimorto não tem direito patrimonial. -- cargo público = estatutário [Cargo público = Concurso/Estatutário] emprego público = vínculo CLT [Emprego público = Empresa/CLT] -- PG42A46 *Continuou falando da personalidade jurídica DIREITOS DA PERSONALIDADE Direitos à personalidade: estão no Art 11 até o 21 do CC/02. Direitos Da Personalidade Conceito → são os direitos têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em si e em suas projeções sociais. o Ver no material PAG42 os conceitos de [GAGLIANO; PAMPLONA FILHO] + [DINIZ] Finalidade/objetivo → proteger esfera extrapatrimonial das pessoas, ou seja, valores que não são reduzidos pecuniariamente (Valor financeiro). Ex: vida, a integridade física, a intimidade, a honra, nome etc. o Esses direitos são existenciais e protegem os bens jurídicos que não têm valor material/financeiro. Origem → Foram criados e sistematizados a partir dos direitos fundamentais dos direitos humanos. Todos os direitos à personalidade derivam da dignidade humana. Derivam de interpretações da dignidade humana e fundamentais à igualdade, liberdade, vida e do princípio da não discriminação. o Ex: Art. 5, X, CF/88 que protege inviolabilidade da intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas,assegurando o direito à indenização por dano material e moral decorrente de sua violação Os direitos da personalidade são subjetivos, cujo objeto são os bens e valores essenciais da pessoa, nos 3 aspectos abaixo: *Vários autores citam esses 3 aspectos: físico, moral e intelectual (ou psíquico). Ver no material PAG43 o conceito de [GONÇALVES] Ex: o direito ao nome é imprescritível. É direito existencial, não é patrimonial. *Existencial – se nasce, se tem existência, já tem direitos. Os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação, de acordo com o Art. 11 do CC/02. Qualquer conduta ilícita contrária ou lesiva aos direitos da personalidade permitirá que a pessoa lesada pleiteie perdas e danos. O nome é um dos direitos da personalidade mais importantes, pois é o que designa cada pessoa (física ou jurídica) e tem como objetivo individualizar os sujeitos perante a coletividade, ou seja, é aquilo que vai diferenciar uma pessoa de outra. REGRA Nome da pessoa física é imutável Por causa do princípio da segurança jurídica EXCEÇÃO É admitida a modificação Para proteger de constrangimento ou situações vexatórias Via de regra, o nome da pessoa física é imutável, por causa do princípio da segurança jurídica, mas em situações excepcionais é possível mudar o nome, por exemplo quando geram constrangimento ou situações vexatórias. A pessoa trans pode mudar seu registro civil de nascimento nos termos previstos no Provimento 73 do CNJ9 9 (CNJ = Conselho Nacional de Justiça) CADASTROS DE RESTRIÇÃO DE CRÉDITO Órgãos de proteção ao crédito = SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e SERASA. Nesses órgãos, nosso “nome” é o CPF. Se for inserido “indevidamente” gera dano moral; mas deve ser uma única inserção (ou seja, pela 1ª vez). Foi ferido o nome. O dano é gerado quando é anotado indevidamente pela primeira vez, de uma pessoa que nunca teve nome registrado no SPC/SERASA antes, pois é prática de conduta ilícita e danosa contra um direito da personalidade. A pessoa pode ter o direito à indenização por danos morais no valor proporcional à extensão do dano sofrido. INTEGRIDADE FÍSICA E O CORPO DA PESSOA HUMANA. Outro direito da personalidade previsto nos artigos 13 e 14 do Código Civil brasileiro vigente é a integridade física e o corpo da pessoa humana. É um direito personalíssimo, então é permitido, por lei, que um indivíduo doe algum órgão ou parte do corpo humano para fins de transplante ou para auxiliar tratamento médico de terceiros, respeitando sua liberdade sua autonomia privada. Dever ser gratuitamente, não pode ser remunerada (não pode vender). É proibido o comércio de órgãos ou partes do corpo humano. (CF/88 Art. 199, § 4 e Decreto n° 9.175/2017). PODEM SER DOADOS: SANGUE - ÓRGÃOS DUPLOS (ex. rins) - PARTES REGENERÁVEIS de: --ÓRGÃOS (ex. fígado) ou --TECIDOS (ex: pele ou medula óssea) pode ser livremente doada, sem necessidade de lavrar documento O doador deverá lavrar documento escrito, assinado por duas testemunhas, onde anotará o órgão e a pessoa receptora, com seus respectivos endereços. --- *pessoa receptora deve comprovadamente estar necessitando do órgão O Art. 14 regulamenta a possibilidade jurídica de a pessoa humana, em vida, manifestar interesse em doar seus órgãos após a morte. Essa vontade deve ser respeitada e cumprida por se tratar de direito da personalidade, de natureza personalíssima, indisponível e irrenunciável. É por isso que é possível doar os órgãos depois do falecimento. Se o falecido manifestou direito em doá-los, isso deve ser respeitado, pois é um direito da personalidade dele. O Art. 15 do Código Civil vigente estabelece o direito de toda pessoa livremente escolher se aceita se submeter a tratamento médico ou cirurgia em caso de doença grave que lhe cause risco de morte. Portanto, com base direito fundamental à liberdade, que vem da dignidade humana, nenhum médico poderá impor ao paciente um tratamento médico ou cirúrgico, pois todo indivíduo tem autonomia de escolher o tratamento terapêutico a que pretende ou não se submeter. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE Será relevante apresentar, no contexto teórico, suas características e peculiaridades. Ver no material PAG45 os conceitos de [GAGLIANO; PAMPLONA FILHO] OPONIBILIDADE ERGA OMNES10 = “oponível contra todos”11 Qualquer pessoa pode livremente exercer seus direitos da personalidade e as demais pessoas o devem de respeitar o exercício desse direito. [CARACTERÍSTICAS] → Os direitos da personalidade são: ➢ INDISPONÍVEIS: Não pode mudar de titular, mesmo que seja por vontade própria do indivíduo. A pessoa não pode “disponibilizar” esses direitos que possui. ➢ INTRANSMISSÍVEIS: Não pode ser objeto de transferência, a qualquer título. Ou seja, não podem ser transmitidos p/ outras pessoas. 10 Erga omnes = para todos 11 Oponível significa: Que se consegue opor a; que é contrário a algo ou alguém. Que pode funcionar como oposição: recurso oponível ao pedido de indenização. Sinônimos: contestável, contrariável. (fonte: https://www.dicio.com.br/oponivel/) https://www.dicio.com.br/oponivel/ ➢ PERSONALÍSSIMOS: É o direito inerente da própria natureza do sujeito de direito, de exercício único e exclusivo pelo seu titular. ➢ IRRENUNCIÁVEIS: Ninguém pode disponibilizar, nem renunciar seus direitos a personalidade. Ou seja, não pode negociar, financeiramente, esses direitos, pois fazem parte do patrimônio imaterial e existencial de cada pessoa, estando totalmente vinculado à dignidade humana. ➢ PATRIMÔNIO IMATERIAL: São direitos despatrimonializados, sem qualquer vinculação pecuniária ou econômica, pois decorrem de atributos da própria natureza, como a vida, liberdade, integridade física e tantos outros. Ou seja, não possuem um valor financeiro, em dinheiro. o Ideia de “despatrimonialização “ *Os direitos de personalidade possuem outras 3 características: ➢ GENERALIDADE: é inerente aos direitos da personalidade que são dados a todas as pessoas de forma geral. o Ver no material PAG46 os conceitos de [GAGLIANO; PAMPLONA FILHO] o São direitos extrapatrimoniais, ou seja, não possuem conteúdo patrimonial direto. Também não são quantificáveis monetariamente, mas, se violados, seus titulares podem pleitear reparação ou indenização compensatória e proporcional à extensão do dano. ➢ IMPRESCRITIBILIDADE: Não existe um prazo p/ exercer, nem para extinguir os direitos da personalidade. o Ver no material PAG46 os conceitos de [GAGLIANO; PAMPLONA FILHO] o Assim como os direitos fundamentais e os humanos, os da personalidade não são regidos temporalmente por disposições legais preexistentes, pois, em razão das suas peculiaridades e finalidades, deve-se aplicar a regra geral da imprescritibilidade, como referencial teórico hábil a legitimar sua efetividade e concretude. A impenhorabilidade é um desdobramento lógico da indisponibilidade, bem como da ausência de natureza monetária como elemento central dos direitos aqui debatidos. ➢ VITALICIEDADE: acompanham a vida toda da pessoa, desde a concepção o Ver no material PAG47 os conceitos de [GAGLIANO; PAMPLONA FILHO] o Os direitos da personalidade são auferíveis (garantidos) desde a concepção, diante da proteção jurídica do nascituro expressamente prevista no ordenamento jurídico brasileiro, até após a morte da pessoa física, em face do direito de proteção jurídica de seu nome. ▪ Desde a concepção = teoria concepcionista o Vira de regra a morte da pessoa extingue sua personalidade jurídica, entretanto, sua memória é como se fosse um prolongamento de seu direito, ou seja, esse bem jurídico deve ser tutelado. o O cônjuge sobrevivente e parentes até 4º grau podem pedir indenização decorrente de ato ilícito e danoso praticado contrariamente ao direitoao nome de pessoa falecida. (CC/02 Art. 12, parágrafo único). AUFERÍVEIS DESDE A CONCEPÇÃO = são garantidos desde a concepção, lembre- se da teoria concepcionista mencionada nas aulas anteriores. (Art. 2º. CC/02) 03-Método aura = aprendizagem por problemas: banco cobrando a viúva Situação-problema: Tiago, casado com Lídia há cinco anos, com quem teve dois filhos, era médico e, para exercer sua profissão, deslocava-se regularmente ao interior do Estado do Rio Grande do Norte para exercer sua profissão. Em uma destas viagens, Tiago perdeu o controle do carro, que capotou, levando-o a óbito. Como o veículo era financiado e as parcelas deixaram de ser pagas, já que a viúva não dispunha de condições financeiras e o veículo foi constatado como perda total. Inobstante, o Banco mantém contatos frequentes com Lídia, ligando para a sua residência e até para seu celular pessoal, para realizar a cobrança das parcelas do veículo. Lídia já informou por diversas vezes que o veículo não mais existe e seu esposo faleceu em virtude do acidente, mas o Banco insiste e continua originando ligações para a viúva. Perguntar à turma: 1) A conduta do Banco gera ofensa a que direito(s) da personalidade? 2) Que providência poderá Lídia adotar para fazer cessar esta ofensa? Interessante abordar sobre: ➢ 1-Honra (subjetiva e objetiva) ➢ 2-Vida privada ➢ 3-Intimidade ➢ 4-Integridade psíquica ➢ 5-Dignidade da pessoa humana ➢ 6-"Danos morais" 1) A conduta do Banco gera ofensa a que direito(s) da personalidade? A conduta do banco, por se tratar de uma cobrança indevida persistente, viola à honra da pessoa; além de invadir a intimidade da viúva, com ligações persistentes a vários números de telefone dela, também caracteriza uma afronta à vida privada, prevista no CC/02 Art. 21, que trata sobre o Direito à vida privada da pessoa natural, sendo inviolável, e que o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. Também é garantido, no Código Civil, Art. 20, o Direito à honra e à imagem. A cobrança do banco é indevida, pois há uma intransmissibilidade das contas firmadas pelo marido falecido, também conhecido como “de cujus”. A viúva ou os herdeiros poderiam, no máximo, arcar com as despesas até o limite do valor da herança, de acordo com a CF/88, Art. 5º, inciso XLV. Entretanto a questão não faz menções a isso e por dedução de a esposa não ter condições, entende-se que ele não deixou herança suficiente para cobrir as despesas, razão pela qual a viúva não deve arcar com as dívidas deixadas. Cabe ressaltar que a Constituição Federal de 1988, em seu art. 5, inciso V, garante que é cabível a indenização por dano moral ou à imagem; além disso no mesmo artigo, inciso X, a Carta Magna assegura, entre outros, à intimidade, à honra e à vida privada. Outras lesões ocasionadas pela reiterada cobrança abusiva feita pelo banco, é em relação aos direitos: à integridade psíquica e à dignidade da pessoa humana; de não experimentar sentimentos negativos, o que aconteceu, por conte de ela ser insistentemente lembra da morte de seu marido. Ademais, a dignidade da pessoa humana possui fundamento constitucional, extraído do Art.1º, inciso III. Ainda, o direito à integridade psíquica tem previsão na Convenção Americana Sobre Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário. Estabelecendo que toda pessoa tem o direito ao respeito da sua integridade física, psíquica e moral. De acordo com Flávio Tartuce, os direitos da personalidade são aqueles que dizem respeito à pessoa e à sua dignidade, inclusive sendo um princípio fundamental. Esses direitos estão totalmente ligados à honra, que se subdivide em subjetiva – como o indivíduo se enxerga; sua autoestima – e em objetiva – como o indivíduo é enxergado pelos outros; sua repercussão social). Outra grande conexão a tais direitos é a intimidade, pois a pessoal de cada indivíduo deve ser inviolável, conforme já citado o Art. 5º. Inciso X da Constituição Federal de 1988. Diante do exposto, é possível afirmar que a atitude do banco não feriu apenas um direito a personalidade, mas vários. 2) Que providência poderá Lídia adotar para fazer cessar esta ofensa? A fim de cessar a ofensa, a viúva poderá tomar as providências de ingressar em juízo com ação de indenização por danos morais contra o banco, por conta da cobrança excessiva e indevida, e solicitando liminar para cessar as cobranças; e a exclusão do seu nome como inadimplente, caso tenha sido registrada como tal. De acordo com o Código Civil vigente, qualquer pessoa poderá requerer que cesse a ameaça de lesão a um direito da personalidade ou poderá requerer que cesse a lesão já realizada a um direito. Poderá, inclusive, pleitear a indenização moral ou material comprovadamente ocorrida, além da aplicação de outras sanções legais. Exercícios de verificação de aprendizagem. Gabarito do Exercício 1: (C) / Gabarito do Exercício 2: (C) Exercício 1: (VII Exame de Ordem Unificado - FGV) A proteção da pessoa é uma tendência marcante do atual direito privado, o que leva alguns autores a conceberem a existência de uma verdadeira cláusula geral de tutela da personalidade. Nesse sentido, uma das mudanças mais celebradas do novo Código Civil foi a introdução de um capítulo próprio sobre os chamados direitos da personalidade. Em relação à disciplina legal dos direitos da personalidade no Código Civil, é correto afirmar que: (A) havendo lesão a direito da personalidade, em se tratando de morto, não é mais possível que se reclamem perdas e danos, visto que a morte põe fim à existência da pessoa natural, e os direitos personalíssimos são intransmissíveis. (B) como regra geral, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, mas o seu exercício poderá sofrer irrestrita limitação voluntária. (C) é permitida a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, com objetivo altruístico ou científico, para depois da morte, sendo que tal ato de disposição poderá ser revogado a qualquer tempo. (D) em razão de sua maior visibilidade social, a proteção dos direitos da personalidade das celebridades e das chamadas pessoas públicas é mais flexível, sendo permitido utilizar o seu nome para finalidade comercial, ainda que sem prévia autorização. Exercício 2: (MAGISTRATURA MINAS GERAIS - 2009) Relativamente aos Direitos da Personalidade, o art. 12 do Código Civil, sem indicar o sujeito da ação, textualmente dispõe que se pode exigir que cesse a ameaça, ou lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízos de outras sanções previstas em lei. No contexto do mencionado artigo, marque a opção CORRETA. (A) A indeterminação do sujeito na oração do art. 12 do Código Civil tem por intuito não confundir o sujeito do direito da personalidade com o objeto do direito protegido, mas, objetivamente, o que se protege são somente direitos da personalidade avaliáveis economicamente. (B) Quando o mencionado artigo dispõe sobre a cessação de ameaça ou lesão a direitos da personalidade, está a referir-se a direitos da personalidade objetivados no Código Civil, possibilitando a reparação material da lesão. (C) O Código Civil não especifica de modo taxativo os direitos da personalidade. Não havendo tipificação, tem-se que o art. 12 do Código Civil elege praticamente uma cláusula genérica de proteção dos direitos da personalidade, que será integrada com os dispositivos constitucionais de proteção à honra, à imagem, ao direito à privacidade, ao nome, à integridade e à dignidade da pessoa humana, sem prejuízo da aplicação de leis especiais. (D) Sendo considerados os direitos da personalidade direitos subjetivos, que decorrem de previsão legal, somente serão considerados como objeto de ameaça ou de lesão a direitos tipificados em lei. 16/09/2020 Emancipação + Da Ausência **Acompanhecom o material do professor: “MATERIAL DE APOIO - DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL – 2º PERÍODO – 2020.2 – PROF. CHRISTOVAM - FAESO.doc” disponível no Teams, aba arquivos** **Acompanhe com o “Código Civil de 2002”, disponível gratuitamente no site do planalto. O LINK ESTÁ NAS REFERÊNCIAS ** Correção tarefa nº 3: 1º solução: notificação extrajudicial p/ para com as ligações em 30 dias, sob pena de entrar com uma ação judicial: “ação de obrigação de não fazer”; com intuito de cessar as ligações. A notificação é uma forma de dialogar, tentando resolver o conflito de forma amigável. -- Explicação da aula = conteúdo da atv nº 4 - Solução está: Art 22 até o 39 CC/02 Desaparecendo uma pessoa, é declarada ausente Não será o cônjuge pois o Roberto é divorciado. Será aos pais (Se vivos) ou aos filhos (nesse caso roberto tem 2 filhos). 2 filhos ou 1 deles podem ser nomeados p/ ser curador deles *a questão não fala se ele tem pais *a questão não fala se os filhos são maiores e capazes -- 3 passos dos bens do ausente: 1º. Declaração ausência e nomeação curador [art 22 ao 25] 2º. Sucessão provisória; a. [=entrar em posse dos bens] b. Termina com a possibilidade de o ausente voltar 3º. Sucessão definitiva; **Acompanhe com o “Código Civil de 2002”, disponível no site do planalto** Art 22. Ele não pode ficar sem curador, sem alguém que faça a gestão de seu patrimônio Se não deixou representante ou procurador, o prazo é maior = 3 anos. *pois declarado ausente, pode voltar... no Direito tratamos sobre hipóteses que podem acontecer Art. 27, II – “Testamentário” = herdeiros deixados em testamento! *O código civil não faz distinção de filhos legítimos ou ilegítimos (mesmo que seja de fora do casamento; ou mesmo que ele não saiba do filho) Art 28. Sentença que determinar a abertura da sucessão provisória → só produzirá efeitos 180 dias depois de publicada Se não recorrer, a sentença transitará em julgado – não cabendo mais recurso. Art 28. §1º “se houver”, pois nem todos deixam testamento Art. 30. Se o ausente aparecer, tem que devolver a ele. Por isso tem que deixar garantia p/ entrar na posse dos bens. Até 10 anos o ausente pode aparecer. O curador serve p/ não deixar que os herdeiros arruínem os patrimônios do ausente Art. 32. Respondem por tudo, pelos Ônus e pelos “bônus” Art. 33. Os herdeiros podem (deverão na verdade) ter todos frutos do ausente, mas devem prestar contas anualmente p/ o juiz competente. Art. 33. Parágrafo único. *Sempre se lembre que o ausente pode voltar! *se o ausente não provar que a ausência não foi por força maior, ele vai perder seus bens p/ os sucessores. Art. 34. *quinhão = parte de direito ao herdeiro (esse termo é falado na partilha) Art. 36. Até a sucessão provisória o ausente não perde o patrimônio Art. 37 a 39 Na Sucessão Definitiva, ele pode perder o patrimônio Sucessão Definitiva = podem fazer o que quiserem com os bens (1h37m) Art. 38 *é muito provável que ele não volte, por causa da situação (80 anos idade e 5 anos sem notícias) Vacante = herdeiros não buscam o patrimônio deixado pelo parente Art. 39. Parágrafo único. *Os bens podem ficar p/ o município 04-Método aura = aprendizagem por problemas: Administração do patrimônio do ausente Situação-problema: Roberto, empresário muito bem sucedido, que angariou vasto patrimônio, divorciado, com dois filhos, saiu de casa em um sábado à noite para ir à festa de casamento do seu melhor amigo, do qual seria padrinho, mas nunca chegou ao local e até hoje não se sabe onde ele está. Acionada, a polícia realizou investigações, buscas, a família espalhou cartazes na cidade, anunciou recompensa para quem desse pistas que auxiliassem a localização, mas tudo foi em vão. Perguntar à turma: como ficará a administração do patrimônio de Roberto? Solução: Quando alguém desaparece de seu domicílio, sem ter notícias dela, é necessário declarar sua ausência, nos termos do Art. 22 do Código Civil de 2002. Cabe ressaltar as três fases dos bens do ausente: 1ª - curadoria do ausente; 2ª - sucessão provisória; 3ª - sucessão definitiva. De acordo com o caso apresentado, por não mencionar que ela deixou representante ou procurador para administrar os bens, o juiz decretaria a ausência de Roberto, a requerimento do Ministério Público ou de qualquer interessado, nomeando ao empresário um curador, que seria responsável pela administração do patrimônio do ausente (Art. 22. CC/02). Situação diferente seria se o Roberto tivesse deixado algum representante, que este sim poderia fazer a administração de seu patrimônio, afastando a incidência do artigo mencionado anteriormente, desde que este mandatário queira e tenha poderes suficientes para exercer seu mandato. Caso não atenda alguma dessas condições, também seria nomeado curador, pelo juiz, nos termos do Art. 23 do CC/02. Ao curador nomeado, seria fixado, pelo juiz, os poderes e obrigações, de acordo com as circunstâncias do caso, observando as disposições legais referente aos tutores e a curados, no que for aplicável. (Art. 24. CC/02) Como a questão afirma que ele era divorciado, devemos observar a ordem estabelecida em lei. O cônjuge seria o primeiro a ter legitimidade para ser o curador, entretanto na falta deste, a curadoria dos bens passaria aos pais, porém a questão não traz essa informação. Prosseguindo na ordem, os próximos legítimos para fazerem a curadoria dos bens, seriam os descendentes, ou seja, os filhos, que no presente caso poderia ser ambos ou apenas um deles, desde que não haja nenhum impedimento para exercer o cargo. Na falta ou na impossibilidade de todos os indivíduos mencionados serem curadores, compete ao juiz a escolha de um curador. (Art. 25.CC/02) Entretanto, a curadoria não ficaria por muito tempo, pois após se passar um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou três anos, caso ele tenha deixado representante ou procurador, os interessados podem requerer a abertura da sucessão provisória. (Art. 26.CC/02) Os interessados na abertura da sucessão provisória, com as informações apresentadas, seriam: os herdeiros presumidos legítimos e os testamentários (inciso II); os que tiverem sobre os bens do ausente direito subordinado à condição de morte (inciso III); os credores de obrigações vencidas e não pagas (inciso IV), todos referentes ao Art 27. CC/02. Nesta 2ª fase dos bens do ausente, será aberto, provisoriamente, o inventário. O patrimônio arrecadado será concedido aos herdeiros, porém, via de regra, com a condição de que ofereçam uma caução para restituição dos bens, caso não atendam esse requisito, serão excluídos e os bens que lhe cabem serão administrados por um curador ou por outro herdeiro que preste essa garantia, designado pelo juiz. Entretanto no caso narrado se amolda melhor a exceção, prevista no §2., Art. 30, CC/02, que os ascendentes, o cônjuge e os descendentes, no caso um ou os dois filhos de Roberto, podem entrar na posse dos bens, independente de garantia, desde que provem a qualidade de herdeiros. Essa fase, da sucessão provisória, dura dez anos, salvo se o ausente tiver mais de oitenta anos, nesse caso durará cinco anos (Art. 27. ao Art. 30. CC/02). A cessação dessa fase provisória, ocorre em duas hipóteses: quando o ausente volta ou prova sua existência; ou quando é convertida para a sucessão definitiva – 3ª fase. Portanto, ainda há uma possibilidade de o ausente voltar ou provar sua existência, após ocorrida a posse provisória dos bens. Nesse caso, estarão cessadas as vantagens dos sucessores, estando obrigados a tomaram as medidas necessárias para assegurar tais bens, até que ocorra sua entrega ao dono (Art. 36, CC/02). Porém, caso fique comprovado que a ausência de Roberto foi voluntária e sem justificativas, ele perdera sua parte nos frutos e rendimentos, em favor dos seus sucessores, no caso, um ou os dois filhosdele. Caso o ausente não retorne ou não se prove sua existência, passará para a 3ª fase, que é a abertura da sucessão definitiva, que será declarada após decorridos dez anos da abertura da sucessão provisória ou se comprovado que o ausente tenha oitenta anos ou mais e que suas últimas notícias datam mais de cinco anos. Com o trânsito em julgado da sentença da abertura da sucessão definitiva, é declarada a morte presumida do ausente (Artigos: 6º; 37 e 38, CC/02). Uma vez estando na fase da sucessão definitiva e o ausente retorne, este terá direito aos seus bens no estado em que forem encontrados, não sendo o herdeiro responsável pela deterioração destes. (Art. 39, CC/02) Outra hipótese que pode ocorrer é: se o ausente não retornar nesses dez anos, e nenhum interessado - no caso os filhos do Roberto - promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do município ou do Distrito Federal, ou da União, ao respectivo do território que se encontrarem (Art. 39, § único, CC/02) Exercícios de verificação de aprendizagem Gabarito do Exercício 1: (D) - Gabarito do Exercício 2: (A) Exercício 1: (TJSP-Concurso 181º) Cônjuges com vida em comum vêm a falecer em lamentável acidente de veículo, na mesma ocasião e em razão do mesmo acontecimento, sem que tenha sido possível se determinar quem morreu primeiro, conforme o laudo pericial realizado. Deixaram apenas parentes colaterais de terceiro grau, notoriamente conhecidos. Nesse caso, (A) há que se presumir que foi o varão quem morreu primeiro, porque era pessoa já um tanto alquebrada pelo peso da idade e, assim, somente os parentes da mulher deverão ser os destinatários dos bens deixados pelas vítimas. (B) o juiz não pode admitir a comoriência no próprio inventário, embora a contar com dados de fato disponíveis e seguros para tanto, porque a matéria deve ser definida nas vias ordinárias, sem limitações. (C) não tendo sido possível se determinar qual das vítimas faleceu antes da outra, caberá, simplesmente, no tempo oportuno, declaração judicial de herança jacente. (D) o juiz deverá declarar que, nas circunstâncias, não tendo sido possível se determinar qual dentre os comorientes precedeu ao outro, não ocorrerá transferência de direitos entre eles, de modo que cada falecido deixará a herança aos próprios parentes. Exercício 2: (MP/GO 2010) De acordo com o Código Civil é correto afirmar: (A) Admite-se a declaração de morte presumida sem a decretação de ausência. (B) A emancipação voluntária faz cessar a responsabilidade dos pais para com atos ilícitos de filho menor. (C) A autorização dos pais para o casamento de filho(a) menor, após a homologação judicial, em regular processo de habilitação, é irrevogável. (D) A incapacidade relativa, dos maiores de 16 e menores de 18 anos, cessa também pela união estável. **Acompanhe com o material do professor: “MATERIAL DE APOIO - DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL – 2º PERÍODO – 2020.2 – PROF. CHRISTOVAM - FAESO.doc” disponível no Teams, aba arquivos** EMANCIPAÇÃO EMANCIPAÇÃO = antecipa a capacidade civil plena, para antes dos 18 anos, de acordo com o § único do artigo 5º do CC. Emancipação é possível a partir dos 16 anos de idade completos. *Benefício de restituição “restitutio in integrum” → quando o incapaz faz um negócio jurídico válido, mas alega prejuízo, invocando ess instituto para restabelecer o estado anterior. O CC/02 não fala sobre, mas entende-se que é proibido, pois assim era no CC/1916. A maioridade é atingida no 1º instante do dia em que se completa 18 anos.12 *Emancipação civil não é vinculada a Penal A maioridade civil é a mesma da Penal, 18 anos. Mas elas não são vinculadas. ESPÉCIES DE EMANCIPAÇÃO: • Voluntária→ concedida por ato dos pais, ou por um deles na falta de outro, mediante instrumento público, em caráter irrevogável, independentemente de homologação judicial, menor deve ter, pelo menos, 16 anos completos. o É ato unilateral dos pais, pois, em regra, ambos detêm o poder familiar ▪ Se só um dos pais detém a guarda: não dá a ele o poder de emancipar sozinho, exceto se o outro for falecido, destituído do poder familiar etc. o é tipo uma “carta banca” que os pais dão p/ filhos(as) praticar atos da vida civil. o Não exclui a responsabilidade civil dos pais por ilícito cometido pelo menor emancipado até completar 18 anos. Isso é p/ evitar injustiças.13 o Artigo 5º, § único, I, primeira parte, CC/02 • Judicial → concedida pelo juiz, através de sentença, após ouvir o tutor. 12 De acordo com Washington de Barros Monteiro 13 Conforme a doutrina brasileira (Silvio Venosa) e a jurisprudência (RTJ 62/108; RT 494/92) ESPÉCIES DE EMANCIAPAÇÃO VOLUNTÁRIA Concedida pelos pais JUDICIAL Juiz concede e fica responsável LEGAL A própria lei emancipa o Emancipa o menor tutelado (está sem pais ou quando estes perderam o poder familiar). Deve ter 16 anos completos. o É o juiz que emancipa. O tutor será apenas ouvido. o Quem fica responsável é o juiz. o Artigo 5º, § único, I, segunda parte, CC/02 • Legal → A própria lei emancipa, independe de homologação judicial. *concedida pela lei nas seguintes hipóteses: o casamento o exercício de emprego público efetivo o a colação de grau em ensino superior (formado) o Ter 16 anos completos, com economia própria, em razão de: ▪ estabelecimento civil → Ex: artista; professor. ▪ estabelecimento comercial → pressupõe empresa ▪ relação de emprego → contratado *Se o menor for demitido, não perderá a emancipação, pois geraria insegurança jurídica. (Ex: ter contratos para cumprir). *economia própria = independência financeira. Mas é um conceito aberto (amplo) e o juiz que vai preenchê-lo em cada caso concreto. *sistema aberto → são conceitos amplos, vagos, para permitir a melhor aplicação ao caso concreto, através da hermenêutica (interpretação), usando o princípio da operabilidade. É usado no Direito Civil. *Emancipado – antecipa a capacidade civil plena. Ou seja, o emancipado, em regra, passa a responder pelos atos da vida civil. *Jurisprudência: os pais respondem pelos atos do emancipado até completar 18 anos, isso p/ não se esquivarem de responsabilidade. Ex: Em regra, o emancipado não possui patrimônio, e por isso o dano da vítima seria irressarcível. OBS: • Menor emancipado não poder ser processado criminalmente (ele não comete crime, e sim ato infracional, na forma do ECA). Menor emancipado pode falir sociedade empresarial, assim ele não responde por crime falimentar, mas sim ato infracional; • O professor Pablo e LFG entendem que o emancipado pode sofrer prisão civil (ex.: não pagamento de alimentos). *Menor emancipado não pode dirigir, pois deve respeitar uma norma administrativa específica do CTB14, que exige a imputabilidade penal como requisito para ser condutor de veículo. ### FIM DA AULA ### 23/09/2020 AUSÊNCIA(continuação) E EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL *Professor gosta da doutrina do Gonçalves, pois é mais simples e didática -- **Acompanhe com o material do professor: “MATERIAL DE APOIO - DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL – 2º PERÍODO – 2020.2 – PROF. CHRISTOVAM - FAESO.doc” disponível no Teams, aba arquivos** **Acompanhe com o “Código Civil de 2002”, disponível gratuitamente no site do planalto. O LINK ESTÁ NAS REFERÊNCIAS ** Comoriência – morte no mesmo instante. *importante p/ sucessão “Cônjuge varão” = marido || “Cônjuge varoa” = esposa Não terá sucessão p/ esses cônjuges, o patrimônio vai p/ os filhos, não havendo, vai p/ ascendentes, não havendo, vai na linha lateral (irmão; sobrinho; etc). Explicou a base teórica das questões objetivas da tarefa 04 Exercício 01 – Art 8º CC/02 Exercício 02 – Art 7º CC/02 *A tarefa 04 não traz todas as informações necessárias. Os juízes nunca resolvem caso concreto se não trazer todas as informações, os fatos como aconteceram (fatos, verdade factual).Mas orientou p/ responder a atividade considerando todas hipóteses, a fim de aprender o conteúdo. Responder com base no que a questão pede. DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA → ART 22 A 39 Nomear alguém p/ ser curador e gerenciar o patrimônio até que o ausente retorne. Se não voltar, será transferido aos herdeiros, se houver. *não é declaração de morte! É de ausência! Não extingue a pessoa natural. *professor presumiu que os filhos são maiores! Art. 25, ele queria curador com descendentes. Se fossem menores, tiraria todas essas hipóteses Art 26 não é seguro pq ele não fala se deixou representante/ procurador FOI DO ART 22 AO 28 (falou tbm do 21 ao 39) CONTINUOU ART 37 - #por último a sucessão definitiva 14 CTB = Código de Trânsito Brasileiro ” Passado em julgado” = transitou em julgado; juiz proferiu a sentença e não houve recurso. Caução = garantia; exigência legal. -- EXTINÇÃO PESSOA NATURAL Situações de morte presumida: Art. 6º e Art. 7º (CC/02) 2 HIPÓTESES: ➢ COM DECRETAÇÃO DA AUSÊNCIA Sucessão de fatos: declaração de ausência e curadoria > abertura de sucessão provisória > abertura sucessão definitiva, só após isso é que pode reconhecer como morte presumida. Há necessidade de declaração judicial. A sentença judicial não é registrada no livro de óbito, mas sim num livro especial do cartório. ➢ SEM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA (ART 7 CC/02) Procedimento de justificação de óbito. Registra no livro de óbito, o juiz sentencia e declara a data provável da morte da pessoa. AUSÊNCIA = situação da pessoa que desaparece de seu domicílio, sem deixar notícias ou representante que administre o seu patrimônio. (ART. 22 CC/02) *pode declarar morte presumida, independentemente da ausência. COMORIÊNCIA É a situação jurídica de morte simultânea, (art. 8º do CC/02), se 02 ou mais pessoas falecerem na mesma ocasião, sem saber qual morreu primeiro, considerar- se-ão simultaneamente mortas. *[É importante saber qual faleceu primeiro por conta da sucessão dos bens] Só se aplica o princípio da comoriência quando não se pode saber o horário do óbito. Se souber o horário de cada morte, não haverá comoriência. Consequência da comoriência: se reconhecer a simultaneidade das mortes, então serão abertas CADEIAS SUCESSÓRIAS DISTINTAS, ou seja, um comoriente não herda os bens do outro. Não serão herdeiros entre si. [ver exemplo no material do professor, PAG 23] COMORIÊNCIA MORTE SIMULTÂNEA ≠ ≠ PREMORIÊNCIA ALGUÉM MORREU PRIMEIRO [pré-morte] -- TUTELA DO NOME = (artigos 16 a 19 do CC/02) Nome = representa a pessoa perante o meio social. *todos os elementos do nome estão protegidos. (art. 16 do CC/02) ELEMENTOS DO NOME: • Prenome = 1º nome (pode ser simples ou composto) (Ex: Flavio Murilo). • Sobrenome = nome de família15 ( (pode ser simples ou composto). • Partícula = Do; Da; De. Ex: dos Santos, da Silva. • Agnome = perpetua nome anterior. Ex: “Filho”, “Neto”, “Júnior”, “Sobrinho.” • Hipocorístico = forma de tratamento junto do nome. Ex: “Barão”, “Dom”. *Art. 19. pseudônimo = como se fosse o nome artista/autor de uma obra cultural, intelectual ou artística. *o pseudônimo (nome artístico) também é protegido (ex: Silvio Santos; Fernando Pessoa etc.) (ART 19 CC/02) *O nome é um direito da personalidade e fundamental (DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA). Exemplo: O cônjuge incorporado com o sobrenome do outro, pode escolher mantê-lo ou renunciá-lo ao fim do casamento (REsp. 241.200/RJ). ALTERAÇÃO DO NOME: REGRA = nome é imutável, mas em algumas exceções, pode alterar o nome. EXCEÇÕES: [HIPÓTESES QUE PODE MUDAR O NOME] [ver exemplo no material do professor, PAG 24] *VER ART 57. Lei nº 12.100, 27/11/2009 - tem no material do profº PAG25 *Não pode renunciar o seu sobrenome de família, mesmo que incorpore o sobrenome do cônjuge, pois caso se separe, não pode ficar sem nenhum sobrenome. PRAZO P/ A AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO DO NOME Ver: art. 56, Lei 6.015/73 - tem no material do profº PAG25. 15 Antigamente era chamado de patronímico O prazo é decadencial de um ano, a contar da maioridade. Esse prazo não tem sido aplicado em casos que ferem a dignidade humana, logo entende-se que a ação é imprescritível nesse caso. [jurisprudência STJ] Ver: (REsp. 538.187/RJ e REsp. 439.636/SP). *É possível aplicar os princípios da prevenção e reparação integral nos casos de uso indevido do nome. (art. 18, CC/02) Há um erro técnico, ao invés de propaganda comercial, o correto é publicidade! *usar o nome de forma implícita também lesa o direito da personalidade. *Ver Enunciado 278, Jornada de Direito Civil *cuidado com adjetivos pejorativos em relação as empresas, pois isso pode gerar dano moral. Proteção/tutela da imagem = [Art. 20. do CC/02] Classificação da doutrina (MHD): • Imagem retrato: a própria fisionomia de uma pessoa. • Imagem atributo: é aquilo que a pessoa representa para o meio social. *Ambas são protegidas [Art. 20. do CC/02] UTILIZAÇÃO DE IMAGEM ALHEIA REGRA Depende de autorização do titular EXCEÇÕES Se a pessoa ou fato interessar à manutenção da ordem pública; Se a pessoa ou fato interessar à administração da justiça; *doutrina faz uma ponderação sobre isso: Ver Gustavo Tepedino PONDERAÇÃO direito de imagem direito à informação e liberdade de imprensa art 20, CC/02 + art 5º, V e X, CF/88 art 5º, IV, IX e XIV da CF/88 *Ver informativo 544 do STF) e (REsp. 984.830/ES – ponderação constitucional). *Lei de imprensa é declarada inconstitucional. Nos casos de responsabilidade civil da imprensa, deve ponderar: [direito à imagem] X [direito à informação e liberdade de imprensa] *Ver o enunciado 279 CJF/STJ: “in dubio pro imagem” - em caso de dúvida, deve divulgar a imagem, por ter uma função social. *Ver súmula 403/STJ: uso indevido de imagem p/ fins lucrativos ou comerciais gera dano moral presumido, ou seja, não precisa provar que teve prejuízo. -- [BIOGRAFIAS: AUTORIZAÇÃO PRÉVIA] x [LIBERDADE DE EXPRESSÃO] *Não precisa de autorização para publicar biografia, pois seria uma forma de censura, incompatível com a liberdade de expressão, protegida pela CF/88 Ver STF - ADI 4815/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/6/2015 (Info 789). Disponível no material do profº PAG 27 -- ART. 21, CC/02 = tutela da intimidade: a vida privada da pessoa natural é inviolável. O direito à intimidade não é absoluto, ele deve ser ponderado com outros valores constitucionais. Empregador pode fiscalizar os e-mails profissionais, aqueles com domínio da empresa. (@empresa) **email pessoal não pode! (ex: @gmail) [TST] -- PESSOA JURÍDICA CONCEITO: numa perspectiva sociológica, PJ é um grupo humano personificado pelo direito (tem personalidade jurídica própria), criado na forma da lei, para realização de determinados fins. É transformado em sujeito de direito. *Empresa pode sofrer dano moral! *O empresário individual (registrado na junta) não é PJ, é pessoa física. Só é tratado como “pessoa jurídica” para efeitos tributários (fictícia). TEORIAS EXPLICATIVAS DA PESSOA JURÍDICA [PJ] Há 02 CORRENTES doutrinárias, NEGATIVISTA e AFIRMATIVISTA: ➢ NEGATIVISTA (Marcelo Planiol; Brinz); Negava o reconhecimento da pessoa jurídica como sujeito de direito autônomo. Justificavam que é um patrimônio coletivo, condomínio ou um grupo de pessoas físicas reunidas. ➢ AFIRMATIVISTA: Aceitava e reconhecia a autonomia da PJ como sujeitos de direito. Nessa corrente, há 03 teorias fundamentais, todas afirmando a PJ como sujeito de direito: ➢ TEORIA DA FICÇÃO (Savigny) ▪ PJ = como um ente abstrato, fruto da técnica jurídica pura. ▪ Não reconhecia uma realidade própria. ▪ Não enxergava a existência social da pessoa jurídica. ➢ TEORIA DA REALIDADE OBJETIVA (ORGANICISTA SOCIOLÓGICA) (Clovis Bevilaqua); ▪ Contrária a teoria da ficção. ▪ Baseada no organicismo sociológico. ▪ PJ = organismo vivo comatuação social. ▪ PJ não é uma mera criação do direito, ➢ TEORIA DA REALIDADE TÉCNICA (Ferrara). ▪ É a mais equilibrada: reconhece que a PJ é personificada pela técnica do direito, mas não nega a sua atuação social. (Art. 45, CC/02) Ex: p/ abrir empresa, tem que ter contrato social e levar ao órgão de proteção (junta comercial = JUCESP). Posto de combustível: precisa de autorização da ANP 16(Poder Executivo) e está sujeito a fiscalização. O ART 45 adotou a TEORIA DA REALIDADE TÉCNICA (Ferrara) -- PESSOA JURÍDICA X DANO MORAL *ART 52 CC/02 e SÚMULA 227, STJ – é possível PJ sofrer dano moral, pois se aplica a elas, no que for cabível, os direitos da personalidade. Se uma pessoa pode sofrer dano moral, então uma PJ também pode. ≠ *DOUTRINA MODERNA [Enunciado 286, jornada de direito civil] - pessoa jurídica não tem direito da personalidade (tal teoria é “contra legem”). Profº discorda do Enunciado 286 – art. 52 – da IV Jornada de Direito Civil, Profº concorda com o entendimento dos tribunais, que reconhecem proteção das PJ. -- CONTINUARÁ NO DIA 30/09/2020: SURGIMENTO DA PESSOA JURÍDICA 30/09/2020 SURGIMENTO DA PESSOA JURÍDICA ORIENTAÇÕES DA PROVA E DE ESCRITA: AV1 – 07/10 – 19:10 – 5 questões discursivas 16 ANP = Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. A Língua Portuguesa é nosso instrumento de trabalho. Responder com as próprias palavras! Copiar e colar configura plágio! Usar o poder de síntese. Um parágrafo já responde. HISTÓRIA DO Prof. EM CONCURSO: “Ver como o candidato interpreta e se posiciona perante a lei. Não perder chance de fundamentar”. A resposta tem que estar de acordo com a pergunta. Deve estar delimitada de acordo com os requisitos pedidos no enunciado da questão. Ver o que a questão está perguntando. Deve ter início, desenvolvimento e conclusão. Não achar que escrever muito é o melhor, pois deve estar de acordo com a questão. Tudo isso se aprende com prática. Escrevendo e treinando. O estudo prévio dá domínio, dá segurança p/ fazer avaliações. **Acompanhe com o material do professor: “MATERIAL DE APOIO - DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL – 2º PERÍODO – 2020.2 – PROF. CHRISTOVAM - FAESO.doc” disponível no Teams, aba arquivos** **Acompanhe com o “Código Civil de 2002”, disponível gratuitamente no site do planalto. O LINK ESTÁ NAS REFERÊNCIAS ** AULA: TEORIA DA TAREFA 05 TAREFA 05: explicou exercício 01: SURGIMENTO DA PESSOA JURÍDICA [teoria da atividade 05] (ART 45, CC/02) Regra geral: a existência legal da pessoa jurídica deriva da inscrição do seu ato constitutivo (Contrato Social ou Estatuto) no registro público competente (em geral, Junta Comercial ou C.R.P.J.) Esse registro é um ato constitutivo da pessoa jurídica. *Acompanhe com o Código Civil, 2002. Título II – das pessoas jurídicas: ART 40 – só mencionou (é matéria de Direito Administrativo) O que importa é do 44 p/ frente: ART 44, I – as associações têm que ter estatuto próprio ART 44, II – tem ART 44, III – fundação / papel do MP (custos legis = fiscal da lei). ART 44, §1º O Estado não pode interferir nas organizações religiosas, pois o Estado é laico! Só pode interferir se tiver abusos (Ex: crimes) ART 44, §3º É da disciplina: Direito Eleitoral ART 45 – Autorização ou aprovação do P. Executivo → algumas atividades precisam de autorização dele. (Ex: posto de combustível / fiscalizado pela ANP). As agências reguladoras são um bom exemplo disso, pois elas fiscalizam e regulamentam posteriormente. Parágrafo Único – Prazo de 3 anos p/ anular a criação de uma pessoa jurídica de direito privado, por um determinado vício ou defeito. Começa contar da data do registro. ART 46 – fala o que deve conter nesse registro IV - pode ser alterado/reformado. Precisa averbar tudo isso no contrato social. Averbar = atualizar, sobre como a empresa está atualmente. VI – p/ saber onde vai destino do patrimônio caso a fundação seja extinta. *OBS: não vai cobrar todos esses artigos na av1, pois não dá tempo de explicar afundo art por art. --finalizou a teoria para explicar os exercícios da atividade 05-- TAREFA 05: explicou exercício 02: (questão discursiva) *A pessoa jurídica constituída por Marcos é a FUNDAÇÃO, pois ele quer destinar seu patrimônio p/ se destinar uma fundação (de saúde no caso). Fará escritura pública (EM VIDA) RESPOSTA: ART 62 A 69 CC/02 → DEVE EXPLICAR COMO É A FUNDAÇÃO E SUAS CARACTERÍSTICAS. ART 62, Parágrafo Único – traz as diretrizes que deve ter uma fundação *Importante ler os próximos artigos* ART 63 se não tiver bens suficientes p/ criar uma fundação, então esses bens serão enviados p/ outra fundação com finalidade semelhante. ART 64 é obrigatório transferir os bens p/ a fundação. Os bens ficam registrados no nome da fundação ART 65 fundação tem estatuto, não tem contrato social. Contrato social é de empresa. Associação tbm tem estatuto. ART 65, Parágrafo Único – Se não fizer o estatuto no prazo, o MP vai ter essa incumbência ART 66 §2º o respectivo MP de cada Estado fiscalizará cada fundação de seu lugar, quando em mais de um Estado. ART 69 se a fundação for ou se tornar ilícita; ou se desviar da sua finalidade, o MP será provocado (por qualquer interessado) e fará a extinção da fundação. O patrimônio será incorporado a outra fundação já instituída com o mesmo fim que tinha sido criado. O MP fiscaliza se o intuito do Marcos está sendo destinado p/ sua finalidade. TAREFA 05: explicou exercício 02: (questão objetiva) Desconsideração da união estável (do vínculo do casamento, que se dá pelo divórcio ou pela morte). União estável, quando extinta tem que ter a partilha dos bens adquiridos nessa união estável. Guarda dos filhos etc. Correto ingressar com ação de reconhecimento e extinção do vínculo da união estável, para poder partilhar os bens. Para provar deve analisar: desejo de constituir família, convivência notória em sociedade (Convivência publica), mesmas correspondências; morar no mesmo teto etc. Porém, não existe mais um tempo definido em lei, só que não é qualquer namoro de 1 mês que será considerado também. Essa questão objetiva é bem complexa, pois envolve várias matérias de diferentes ramos do Direito: Direito civil, Direito de família; Direito empresarial etc. Responder com foco no D. Civil → desconsideração da personalidade jurídica. *É muito comum em direito trabalhista ter essas FRAUDES de quando não encontram o patrimônio na fase de executar. ART 50 abuso da personalidade jurídica – confusão patrimonial (misturar patrimônio da empresa com os dos sócios, sem saber de quem é cada um / patrimônio da empresa se mistura com o patrimônio do empregado) É uma fraude ao credor. É uma fraude à execução (se já começou o procedimento de execução). Desconsideração da personalidade jurídica §1º Desvio de finalidade → ex: criar uma empresa p/ lavar dinheiro p/ outra empresa, para não pagar mais impostos. §2º confusão patrimonial → não separar o patrimônio da empresa *OBS: Tem que atender os requisitos do ART 50 p/ conseguir retirar essa proteção (blindagem) do patrimônio da empresa. Por ação do MP ou de ADV DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: ➢ Desconsideração direta = quando há abuso da personalidade, sempre que caracterizar desvio de finalidade ou confusão patrimonial. ➢ Desconsideração inversa = quando o sócio está devendo e transfere seu patrimônio pessoal para a empresa com a finalidade de frustrar os direitos de seus credores. ➢ Desconsideração indireta = ocorre quando há fraude e abuso de uma empresa que é controladora, por meio da controlada ou coligada. ➢ Desconsideração expansiva = quando o indivíduo que coloca sua empresa em nome de um terceiro ou para alcançar empresas de um mesmo grupo econômico. A desconsideração se estende aos ‘sócios ocultos’ para responsabilizar esse indivíduo. -- 05-Método
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