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Direio Constitucional Aula 1 04 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Constitucional 
 Professor: Pedro Lenza 
Aulas: 04 | Data: 11/03/2015 
 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
CONTROLE CONCENTRADO 
1. Características do processo objetivo 
2. Efeitos da decisão 
 
 
CONTROLE CONCENTRADO 
 
1. Características do processo objetivo 
 
1) Inexistência de prazo recursal em dobro ou diferenciado para contestar 
A Lei que disciplina esse procedimento é a Lei 9.868/99, assim não se aplica o art. 188 do CPC (art. 180, 183 e 186 
do novo CPC). Não se aplica o prazo diferenciado no processo objetivo. 
 
ARE 661.288, min. Dias Toffoli, j. 06.05.2014 – Precedente que afasta a regra de não aplicação do art. 188 do CPC. 
Essa decisão está em confronto com o “leading case” ADI 21.30, j. 03.10.2001. O plenário está revendo esse tema 
no AI 827.810. 
 
No novo CPC o art. 906 diz que a jurisprudência deve ser: 
- Estável 
- Íntegra 
- Coerente 
 
O art. 927 do novo CPC diz que a alteração de jurisprudência pode ser precedida de audiência pública e 
participação de amicus curiae. O §3º diz que essa alteração poderá ser modulada. O §4º diz que a mudança de 
jurisprudência deve observar os princípios da segurança jurídica, proteção da confiança e isonomia. 
 
 
2) Inexistência de prazo prescricional ou decadencial 
Não corre prazo prescricional ou decadencial contra processo objetivo. Ex.: A lei de imprensa era anterior a 
CF/88, e só depois de 20 anos o STF declarou que a lei já estava revogada desde a CF/88. 
 
 
3) Não admissão da assistência jurídica à qualquer das partes, nem intervenção de terceiros, salvo a figura do 
amicus curiae. 
 
 
4) É vedada a desistência da ação proposta (art. 5º, Lei 9.868/99). 
 
 
 
 
 
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5) Irrecorribilidade da decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou ato 
normativo – salvo a interposição de embargos declaratórios (art. 26, Lei 9.868/99). 
O prazo dos embargos declaratório é o prazo do CPC, ou seja, 5 dias. No novo CPC todos os prazos dos recursos 
passam a ser de 15 dias úteis, salvo os embargos de declaração que ainda tem prazo de 5 dias. 
 
Exceção1: O art. 4º da Lei 9.868/99 na hipótese de indeferimento da petição inicial pelo relator (quando a petição 
for inepta, não fundamentada, ou manifestamente improcedente), cabe Agravo. Este agravo não é o agravo de 
instrumento, mas sim o agravo regimental, também chamado de “Agravinho”. O Regimento interno do STF 
prevê esse Agravo no art. 317, com prazo de 5 dias. 
 
Obs.: O Regimento interno do STF é considerado como Lei ordinária 
 
Obs.: O novo CPC prevê o agravo interno (o agravinho). Esse agravo do novo CPC terá prazo de 15 dias (art. 1.021 
e art. 1.070 do novo CPC). 
 
Exceção2: É possível o Recurso Extraordinário em acordão de ADI, quando o controle concentrado é feito no TJ. 
 
 
6) Não rescindibilidade da decisão proferida em ADI (art. 26, Lei 9.868/99) 
Se no futuro for proposta nova ADI que tem por objeto lei que já foi julgada constitucional, o STF não pode julgar 
extinto por haver coisa julgada, sendo possível mudar sua posição. A decisão do plenário do STF vincula toda a 
administração, mas não vincula o próprio pleno do STF. 
 
Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a 
inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou 
em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de 
embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de 
ação rescisória. 
 
 
7) Não vinculação à tese jurídica (causa de pedir) 
 
 
2. Efeitos da decisão 
Os efeitos da ADI passam a valer a partir da publicação da ata de julgamento no diário oficial, e não tendo que 
aguardar a publicação do acordão ou o seu trânsito em julgado (Rcl 3.632, j. 2006 e Rcl 17.446, j. 31.02.201; 
Portaria n.º 536 de 16 de outubro de 2014). Os efeitos, em regra, são: 
 
– “erga omnes” 
 
– “ex tunc” 
 
– Vinculante em relação aos órgãos do poder judiciário e da administração pública 
O órgão legislativo na função atípica fica vinculado. 
 
 
 
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O efeito vinculante da ADI não vincula o poder legislativo na sua função típica de legislar. O poder legislativo 
poderá editar uma lei com conteúdo idêntico aquela que fora objeto da ADI. Ex.: O Estado de SP, por meio de lei, 
proibiu a circulação de produtos que contenham amianto, que foi declarada inconstitucional. Algum tempo 
depois o Estado de SP editou nova Lei proibindo a circulação de produtos que contenha amianto, mas dessa vez o 
STF está mudando o seu entendimento. 
 
 
 Modulação dos efeitos da decisão (art. 27 da Lei 9.868/99) 
Em vista de razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social, poderá o STF, por maioria de 2/3 de seus 
membros, modular os efeitos da decisão. Os efeitos poderão ser: 
 
– “erga omnes” 
 
– “ex nunc” ou pro futuro 
 
– Vinculante em relação aos órgãos do poder judiciário e da administração pública 
 
 
 Desconstituição da coisa julga 
Pelo CPC/73 no art. 485, V, permite o cabimento de rescisória quando houver violação literal de dispositivo de lei. 
O CPC/2015 art. 966, V, usa a expressão “violar manifestamente norma jurídica”. 
 
O STF na Súmula 343 diz que não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão 
rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais. A Rcl 26.00 do STF tem 
afastado a incidência da Súmula, dizendo que cabe sim rescisória, no prazo decadência de 2 anos – isso até o dia 
22.10.2014. 
 
No dia 22.10.2014 o STF julgou o RE 590.809 e resgatou a Súmula 343, assim hoje não cabe ação rescisória. O STF 
entende que não se pode banalizar o direito fundamental da coisa julgada. 
 
A rescisória, contudo, deve ser reservada para situações excepcionalíssimas – tendo em vista a natureza de 
cláusula pétrea da coisa julgada: Só vai caber a rescisória se a alteração da jurisprudência ou entendimento foi em 
ADI com efeito vinculante e “ex tunc”. O prazo é de 2 anos a contar da decisão individual.

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