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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

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CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE
 
 DEFINIÇÃO 2
 CONTROLE DE LEGALIDADE E CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE 2
 CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE 2
 SISTEMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
NO DIREITO COMPARADO 3
 SISTEMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
NO DIREITO BRASILEIRO 3
 CONTROLE POLÍTICO 3
 CONTROLE JUDICIAL 4
 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE 4
 CLASSIFICAÇÃO DO CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE 5
 Quanto ao momento em que deverá ocorrer o
controle 5
 CONTROLE PREVENTIVO (OU A PRIORI) 5
 CONTROLE REPRESSIVO 6
 Quanto à extensão 6
 TOTAL 6
 PARCIAL 7
 Quanto ao momento 7
 ORIGINÁRIA 7
 SUPERVENIENTE 7
 Quanto ao prisma de apuração 8
 ANTECEDENTE (OU DIRETA) 8
 INDIRETA (REFLEXA, POR VIA OBLÍQUA OU POR
ATO INTERPOSTO) 8
 Quanto ao tipo de conduta do Poder Público 8
 AÇÃO 8
 OMISSÃO 8
 Quanto à finalidade do controle 9
 CONTROLE CONCRETO 9
 CONTROLE ABSTRATO 9
 ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE 9
 INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL
(NOMODINÂMICA OU EXTRÍNSECA) 9
 INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL
(NOMOESTÁTICA, DE CONTEÚDO MATERIAL,
SUBSTANCIAL, DOUTRINÁRIA OU INTRÍNSECA) 10
 INCONSTITUCIONALIDADE EM RAZÃO DA OFENSA
AO DECORO PARLAMENTAR (OU FINALÍSTICA) 10
 INCONSTITUCIONALIDADE “CHAPADA”,
“ENLOUQUECIDA”, “DESVAIRADA” (ADI 3.232) 10
 FORMAS DE CONTROLE REPRESSIVO JURISDICIONAL
10
 FORMAS DE DECLARAÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE 11
 LEI “AINDA CONSTITUCIONAL”, OU
“INCONSTITUCIONALIDADE PROGRESSIVA”, OU
“DECLARAÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE DE
NORMA EM TRÂNSITO PARA A
INCONSTITUCIONALIDADE” 13
 DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE SEM
PRONÚNCIA DA NULIDADE (OU SEM EFEITO
ABLATIVO) 13
 INCONSTITUCIONALIDADE CIRCUNSTANCIAL 13
 PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO "ATALHAMENTO
CONSTITUCIONAL" OU DO "DESVIO DO PODER
CONSTITUINTE" 14
 DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE SEM
REDUÇÃO DE TEXTO X PRINCÍPIO DA
INTERPRETAÇÃO CONFORME 14
 LIMITES À APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
INTERPRETAÇÃO CONFORME 15
 CONTROLE CONCENTRADO DE
CONSTITUCIONALIDADE 15
 MOMENTO A PARTIR DO QUAL A DECISÃO SE
TORNA OBRIGATÓRIA 15
 INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO
HORIZONTAL 16
 INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO
VERTICAL 16
 PRINCÍPIO DA PARCELARIDADE 16
 DESCABIMENTO DO CONTROLE ABSTRATO POR VIA
DAS AÇÕES DIRETAS 16
 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ADI 17
 LEGITIMAÇÃO 17
 OBJETO 18
 PROCEDIMENTO - Lei 9.868/99 – PONTOS
RELEVANTES 22
1
 Coisa julgada “inconstitucional”. S. 343/STF.
Rescisória (art. 966, V, CPC/2015) 30
 Alteração posterior de jurisprudência pelo STF não
legitima o pedido rescisório 30
 Prospective overruling 30
 AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE -
ADC 31
 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO
FUNDAMENTAL - ADPF 32
 Espécies 32
 ARGUIÇÃO AUTÔNOMA - art. 1º, caput, Lei
9.882/99 32
 ARGUIÇÃO INCIDENTAL (por equiparação ou
equivalência) - art. 1º, parágrafo único, I c/c art.
6º, § 1º, Lei 9.882/99 33
 PRESSUPOSTOS DE CABIMENTO 34
 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR
OMISSÃO - ADO 36
 ESPÉCIES DE OMISSÃO 36
 OBJETO 37
 CONTROLE CONCENTRADO-ABSTRATO NO ÂMBITO
ESTADUAL 38
 SIMULTANEIDADE DE AÇÕES DIRETAS DE
INCONSTITUCIONALIDADE (simultaneus processus)
40
 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO ÂMBITO
MUNICIPAL 42
 CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE 42
 CISÃO FUNCIONAL DE COMPETÊNCIA 43
 EXCEÇÕES À CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO
44
 CONTROLE DIFUSO EM PRIMEIRA INSTÂNCIA 45
 A TEORIA DA ABSTRATIVIZAÇÃO (OBJETIVAÇÃO,
VERTICALIZAÇÃO OU CONCENTRAÇÃO) DO
CONTROLE DIFUSO 46
 
 
 
 DEFINIÇÃO
Verificação da relação imediata de compatibilidade
vertical entre norma legal e norma constitucional.
Para um conceito lato sensu, consubstancia-se em um
sistema de imunização do texto da constituição.
CONTROLE DE LEGALIDADE E CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE1
 CONTROLE DE LEGALIDADE: é imanente ao
Direito Administrativo, pois é destinada a
aferição da validade de norma infralegal em
face da Legislação
 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: é
inerente ao Direito Constitucional, sendo
dirigido ao aferimento da validade de norma
infraconstitucional em face da Constituição.
Trata-se de uma atividade por meio da qual o
sujeito controlador verifica se existe ou não
compatibilidade formal e material entre o
objeto, o ato normativo (espécies do Art. 59 da
CF), e o objeto paradigma, a Constituição.
CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE2
Valerio de Oliveira Mazzuoli
É a verificação da compatibilidade das leis e atos
normativos com os tratados internacionais com força
supralegal.
A Emenda Constitucional no 45/04, que acrescentou o §
3o ao art. 5o da Constituição, trouxe a possibilidade de
os tratados internacionais de direitos humanos serem
aprovados com um quorum qualificado, a fim de
passarem (desde que ratificados e em vigor no plano
internacional) de um status materialmente
constitucional para a condição (formal) de tratados
“equivalentes às emendas constitucionais”. Tal
acréscimo constitucional trouxe ao direito brasileiro um
novo tipo de controle à produção normativa doméstica,
até hoje desconhecido entre nós: o controle de
convencionalidade das leis.
Com isso, as leis internas estariam sujeitas a um
DUPLO PROCESSO DE COMPATIBILIZAÇÃO VERTICAL,
2
https://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/46/181/ril_v46_n1
81_p113.pdf
1
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucio
nal/efeitos-do-controle-de-constitucionalidade-e-sua-im
portancia-para-garantir-a-seguranca-juridica/#:~:text=Co
mo%20se%20depreende%20desses%20dois,o%20segund
o%20%C3%A9%20imanente%20ao
2
devendo obedecer aos comandos previstos na Carta
Constitucional, bem como aos previstos em tratados
internacionais de direitos humanos regularmente
incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro.
 SISTEMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
NO DIREITO COMPARADO
A ideia de controle de constitucionalidade existe desde
Aristóteles, em 420 a.C., passando pela Idade Média.
Nesse contexto, cumpre ressaltar que não existe uma
data precisa para a criação do controle de
constitucionalidade.
Contudo, pode-se afirmar que o controle difuso foi
sistematizado nos Estados Unidos em 1803, com a
decisão Marbury X Madison, ao passo que o controle
concentrado foi sistematizado na Áustria, em 1920, por
Hans Kelsen, na Constituição daquele país.
QUAIS OS CRITÉRIOS EXISTENTES NO MUNDO?
Há dois critérios básicos:
NATUREZA DO ÓRGÃO:
❖ CONTROLE POLÍTICO: efetivado por um órgão
não pertencente ao poder judiciário.
Exemplo: França. Cuidado, pois na França, a
partir de 2008, temos uma espécie de controle
judicial (ainda que rudimentar).
❖ CONTROLE JUDICIAL: Efetuado por órgão
pertencente ao poder judiciário. Como
exemplo, temos os Estados Unidos.
MOMENTO DO EXERCÍCIO
❖ CONTROLE PREVENTIVO: É o controle
efetuado sobre o AINDA PROJETO DE LEI OU
PROPOSTA. Antes da norma adquirir vigência.
❖ CONTROLE REPRESSIVO: É o efetuado após a
norma legal adquirir vigência. Não se dá
sobre projeto/proposta, mas sim sobre LEI ou
EMENDA.
 SISTEMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
NO DIREITO BRASILEIRO
No Brasil, temos todos os controles apresentados, com
base em duas regras:
 Em regra, o controle político é preventivo;
 Em regra, o controle judicial é repressivo.
CONTROLE POLÍTICO
Sobre o controle político, o Art. 66, §1º dispõe que:
Art. 66. § 1º: Se o Presidente
da República considerar o
projeto, no todo ou em parte,
INCONSTITUCIONAL ou
contrário ao interesse público,
VETA-LO-Á total ou
parcialmente, no prazo de
quinze dias úteis, contados da
data do recebimento, e
comunicará, dentro de
quarenta e oito horas, ao
Presidente do Senado Federal
os motivos do veto.
Temos aqui o veto JURÍDICO, pois a fundamentação é
uma suposta inconstitucionalidade do projeto.
ATENÇÃO
Em regra, é PREVENTIVO.
Exceção: REPRESSIVO - art. 49, V da CF.
Art. 49. É da competência
exclusiva do Congresso
Nacional:
V - SUSTAR OS ATOS
NORMATIVOS do Poder
Executivo que exorbitem do
poder regulamentar (1ª
parte) ou dos limites de
delegação legislativa (2ª
parte);
3
A Constituição Federal estabelece limites, que são
exorbitadospelo Executivo, fazendo com que o
Legislativo atue para impedir a inconstitucionalidade.
Art. 84, IV, parte final: envolve DECRETO
executivo. Assim, temos um decreto
regulamentar que exorbita o poder
regulamentar e por isso será sustado pelo
Congresso, mantendo-se o que não ultrapassa
os limites do poder regulamentar.
Art. 84. Compete
privativamente ao Presidente
da República:
IV - Sancionar, promulgar e
fazer publicar as leis, bem
como EXPEDIR DECRETOS E
REGULAMENTOS PARA SUA
FIEL EXECUÇÃO;
Art. 68: temos aqui LEI DELEGADA. Lembre-se
que o Presidente legisla em dois casos: Medida
Provisória e Lei Delegada. A primeira é
altamente informal, enquanto a lei delegada é
altamente formal (obtendo delegação
legislativa). Se não obtiver delegação legislativa
para tratar de determinada matéria, será
possível ao poder legislativo sustar o que
exorbite a delegação.
Art. 68. As leis delegadas
serão elaboradas pelo
Presidente da República, que
deverá solicitar a delegação
ao Congresso Nacional.
ATENÇÃO
Alguns doutrinadores apontem o art. 62 (MP) como
controle político repressivo. Todavia, Guilherme Peña
assevera que esse exemplo não deve ser citado, pois
nem sempre o controle da MP é de
constitucionalidade (na verdade, na maioria é
unicamente um controle político).
Inclusive, uma das correntes sobre a natureza jurídica
da Medida Provisória é a de que MP é projeto de lei que
tem força cautelar de Lei (SAULO RAMOS). Para essa
posição, o exemplo da MP não configura um controle
repressivo.
CONTROLE JUDICIAL
Previsto no art. 102, I, a da CF:
Art. 102. Compete ao
Supremo Tribunal Federal,
precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar,
originariamente:
a) a ação direta de
inconstitucionalidade de LEI
ou ATO NORMATIVO federal
ou estadual e a ação
declaratória de
constitucionalidade de lei ou
ato normativo federal;
Na ADI ou na ADC, o objeto é Lei ou Ato normativo.
Portanto, norma já vigente..
ATENÇÃO
Em regra, é REPRESSIVO.
Exceção - PREVENTIVO: Mandado de segurança
impetrado por membro do CN
ELEMENTOS ESSENCIAIS DO CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE3
❖ Elemento conceitual (“bloco de
constitucionalidade”)
Consiste na determinação da própria ideia de
Constituição e na definição das premissas jurídicas,
políticas e ideológicas que lhe dão consistência. A ideia
é identificar o que deve ser entendido como parâmetro
de constitucionalidade. Trata-se de nítido processo de
3 Direito Constitucional esquematizado / Pedro Lenza.
– Coleção esquematizado® / coordenador Pedro Lenza – 24.
ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020.pág. 241
4
aferição da compatibilidade vertical das normas
inferiores em relação ao que foi considerado como
“modelo constitucional” (vínculo de ordem jurídica,
tendo em vista o princípio da supremacia da
Constituição —paradigma de confronto).
Predomina no Brasil uma posição restritiva em relação
ao conceito de “bloco de constitucionalidade”, no qual o
parâmetro seriam somente as normas e princípios
expressos da Constituição escrita e positivada. Tal
tendência está fundada na ideia de supremacia formal,
apoiada no conceito de rigidez constitucional e na
consequente obediência aos princípios e preceitos
decorrentes da Constituição (“bloco de
constitucionalidade em sentido estrito”).
ATENÇÃO
A EC 45/04 ampliou o “bloco de constitucionalidade”, na
medida em que se passou a ter um novo parâmetro
(norma formal e materialmente constitucional), qual
seja, nos termos do art. 5º, § 3º, CF, os tratados e
convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em 2 turnos, por 3/5 dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.
❖ Elemento temporal
É imprescindível constatar se o padrão de confronto,
alegadamente desrespeitado, ainda vige, pois, sem a
sua concomitante existência, descaracteriza-se o fator
de contemporaneidade, necessário à verificação desse
requisito.
CLASSIFICAÇÃO DO CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE
Quanto ao momento em que deverá ocorrer o
controle
❖ CONTROLE PREVENTIVO (OU A PRIORI)
Tem por finalidade evitar que um projeto de lei
inconstitucional adentre no sistema jurídico.
Momentos em que é exercido:
a) No Poder Legislativo: realizado na Comissão de
Constituição e Justiça. É possível recurso ao Plenário
quando o projeto de lei for rejeitado na CCJ (art. 58, CF).
É realizado também quando da rejeição do veto do
Presidente da República, pois se envolver fundamento
constitucional será uma forma de controle, hipótese em
que a posição do Poder Legislativo estará prevalecendo
sobre o entendimento do Executivo.
b) No Poder Executivo: realizado pelo Chefe do Poder
Executivo, por meio de sanção ou veto jurídico.
c) No Poder Judiciário: em regra, parlamentar tem o
direito público subjetivo de questionar a regularidade
do devido processo legislativo constitucional
(impetração de mandado de segurança). Nesse sentido,
cabe ao Poder Judiciário apenas verificar se foi
garantido um procedimento em total conformidade
com a CF, não lhe cabendo a extensão do controle
sobre aspectos discricionários concernentes às
questões políticas e aos atos interna corporis,
vedando-se a interpretação de normas regimentais.
ATENÇÃO
A jurisprudência do STF consolidou-se no sentido de
negar legitimidade ativa ad causam a terceiros não
parlamentares, ainda que invoquem sua potencial
condição de destinatário da futura lei ou emenda, pois
somente o parlamentar tem direito líquido e certo à
observância do processo legislativo.
É possível que o STF, ao julgar MS impetrado por
parlamentar, exerça controle de constitucionalidade
de projeto que tramita no Congresso Nacional e o
declare inconstitucional, determinando seu
arquivamento?
Em regra, não.
Existem, contudo, duas exceções nas quais o STF pode
determinar o arquivamento da propositura:
a) proposta de emenda constitucional que viole cláusula
pétrea;
b) proposta de emenda constitucional ou projeto de lei
cuja tramitação esteja ocorrendo com violação às
regras constitucionais sobre o processo legislativo. STF.
Plenário. MS 32033/DF, rel. orig. Min. Gilmar Mendes,
red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 20/6/2013(Info
711)4.
4 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Mandado de
segurança contra projeto de lei supostamente
inconstitucional. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:
5
Partidos políticos também podem impetrar mandado
de segurança questionando projeto em tramitação e
que seja, em tese, inconstitucional?5
NÃO. Segundo o STF (MS 24.642), somente o
parlamentar tem legitimidade ativa para impetrar
mandado de segurança com a finalidade de coibir atos
praticados no processo de aprovação de leis e emendas
constitucionais que não se compatibilizam com o
processo legislativo constitucional.
O que acontece se houve perda superveniente do
mandato parlamentar?
Segundo Pedro Lenza, parece ter razão o Min. Celso de
Mello ao afirmar que a perda superveniente de
titularidade do mandato legislativo desqualifica a
legitimação ativa do congressista, impondo-se a
extinção do mandado de segurança (STF, MS 27.971).
❖ CONTROLE REPRESSIVO
Tem por finalidade retirar do ordenamento jurídico
normas violadoras da CF.
Em regra, é realizado pelo Poder Judiciário (realizado
por um órgão jurisdicional)
EXCEÇÕES
- É competência exclusiva do Congresso Nacional sustar
os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem
do poder regulamentar ou dos limites da delegação
legislativa (art. 49, V, CF).
- Análise dos requisitos de relevância e urgência,
realizada pelo Congresso Nacional, quando da edição
de medida provisória (art. 62, CF).
- O Chefe do Poder Executivo pode realizar o controle
de constitucionalidade pela negativa de cumprimento
de lei considerada por ele inconstitucional.
- O STF, em entendimento Sumulado, entendia que o
TCU poderia deixar de aplicar o ato por considerá-lo
5 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Mandado de
segurança contra projeto de lei supostamente
inconstitucional. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d645920e395fedad7bbbed0eca3fe2e0>
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia
/detalhes/d645920e395fedad7bbbed0eca3fe2e0>
inconstitucional, bem como sustar outros atos
praticados com base em leis vulneradoras da CF,
sempre de forma incidental.
A Súmula 347 do STF tratava do assunto: O Tribunal de
Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar
a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder
Público.
Em recente decisão, o STF passou a entender que Não
cabe ao Tribunal de Contas, que não tem função
jurisdicional, exercer o controle de constitucionalidade de
leis ou atos normativos nos processos sob sua análise
(STF. Plenário. MS 35410, Rel. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 12/04/2021.
CNMP e CNJ podem realizar controle de
constitucionalidade?
Não. O STF (MS 27.744, Info 781; MS 32.582-MC, Info
744) entendeu que não é possível que o CNMP e o CNJ
realizem controle de constitucionalidade, sob o
fundamento de que tais órgãos exercem atos de
caráter administrativo.
O Conselho Nacional de Justiça, embora seja órgão do
Poder Judiciário, nos termos do art. 103-B, § 4º, II, da
Constituição Federal, possui, tão somente, atribuições
de natureza administrativa e, nesse sentido, não lhe é
permitido apreciar a constitucionalidade dos atos
administrativos, mas somente sua legalidade. STF.
Plenário. MS 28872 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgado em 24/02/2011. 6
Quanto à extensão
❖ TOTAL
A inconstitucionalidade pode ser de toda a lei, artigo ou
alínea.
Em geral, a inconstitucionalidade total de lei decorre de
inconstitucionalidade formal.
6 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. CNJ não pode fazer
controle de constitucionalidade. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia
/detalhes/c0e190d8267e36708f955d7ab048990d>
6
❖ PARCIAL
Incide sobre uma palavra ou expressão, desde que não
altere o restante do sentido, em expressão do
PRINCÍPIO DA PARCELARIDADE.
ATENÇÃO
Segundo Pedro Lenza, em sua obra a respeito de
Direito Constitucional, o princípio da parcelaridade é
aplicável no âmbito do controle concentrado. Isso
significa que a Corte Constitucional, ao julgar
parcialmente procedente o pedido de declaração de
inconstitucionalidade, pode expurgar do texto legal
apenas uma palavra ou expressão, diferente com o que
ocorre no caso do veto presidencial, conforme o art. 66,
parágrafo segundo da CF/88.
“O Presidente da República, ao vetar determinado
projeto de lei (controle de constitucionalidade prévio ou
preventivo, realizado pelo Executivo), poderá fazê-lo
integralmente (veto de todo o projeto de lei) ou
parcialmente; nesta última hipótese, porém, o veto só
poderá ser de texto integral de artigo, parágrafo,
inciso ou alínea (art. 66, § 2.º, da CF).”7
Quanto ao momento
❖ ORIGINÁRIA
O ato desde a sua origem já é inconstitucional (o objeto
surge após o parâmetro).
❖ SUPERVENIENTE
O objeto, que originariamente era constitucional,
torna-se inconstitucional em razão da superveniente
mudança de parâmetro.
ATENÇÃO
Segundo Lenza, em regra, não se pode admitir nem o
fenômeno da constitucionalidade superveniente, nem o
da inconstitucionalidade superveniente8.
8 Direito Constitucional esquematizado / Pedro Lenza.
– Coleção esquematizado® / coordenador Pedro Lenza – 24.
ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020.pág. 188-190
7 Direito Constitucional esquematizado / Pedro Lenza.
– Coleção esquematizado® / coordenador Pedro Lenza – 24.
ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020.pág. 271
CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE: é o
fenômeno pelo qual uma lei ou ato normativo que
tenha “nascido” com algum vício de
inconstitucionalidade, seja formal ou material, e se
constitucionaliza. Esse fenômeno é inadmitido na
medida em que o vício congênito não se convalida. Ou
seja, se a lei é inconstitucional, trata-se de ato nulo (null
and void) e, assim, por regra, não pode ser “corrigido”,
pois o vício de inconstitucionalidade não se convalida, é
um vício insanável, “incurável”.
INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE:
fenômeno pelo qual uma lei ou ato normativo que
“nasceu” “perfeita”, sem nenhum tipo de vício de
inconstitucionalidade, vem a se tornar inconstitucional.
Em regra, esse fenômeno não é observado.
Lenza expõe exemplos, na visão da jurisprudência do
STF, que afastam essa possibilidade em razão da
caracterização de outros institutos específicos e
próprios:
■ Lei editada antes do advento da nova Constituição
(fenômeno da recepção): se a lei foi editada antes do
advento de uma nova Constituição, duas situações
surgem: ou a lei é compatível e será recepcionada, ou a
lei é incompatível e, então, nesse caso, será revogada
por não recepção (cf. item 4.8.1). Não se pode falar em
inconstitucionalidade superveniente nesse caso, pois
não haverá preenchimento da regra da
contemporaneidade.
■ Lei editada já na vigência da nova Constituição e
superveniência de emenda constitucional futura que
altere o fundamento de constitucionalidade da lei: o STF
entende que, se a lei foi editada já na vigência da nova
Constituição sem nenhum tipo de vício, eventual
emenda constitucional que mude o parâmetro de
controle pode deixar de assegurar validade à referida
norma, e, assim, a nova emenda constitucional
revogaria a lei em sentido contrário. Não se trata,
portanto, do fenômeno de inconstitucionalidade
superveniente.
EXCEÇÕES À REGRA DA IMPOSSIBILIDADE DE
INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE
7
a) mutação constitucional: a redação do dispositivo
da Constituição não é alterada, mas o seu sentido
interpretativo muda, surgindo, então, uma nova norma
jurídica. As mutações constitucionais, portanto,
exteriorizam o caráter dinâmico e de prospecção das
normas jurídicas, por meio de processos informais. A
lei, então, que nasceu constitucional, tornar-se-ia
inconstitucional em razão da mudança no sentido
interpretativo do parâmetro de constitucionalidade.
Exemplo: união estável entre pessoas do mesmo sexo.
b) mudança no substrato fático da norma: não se
tem uma alteração no parâmetro da Constituição, mas
nos novos aspectos de fato que surgem e que não eram
claros no momento da primeira interpretação. Exemplo
trazido por Pedro Lenza: amianto - em um primeiro
momento, o STF pronunciou-se no sentido de se
declarar a constitucionalidade da lei federal que admitia
o uso controlado de uma das modalidades do amianto
(asbesto branco). Em momento seguinte, em razão da
mudança no substrato fático da norma, referida
disposição se tornou inconstitucional, passando a
norma por um processo de inconstitucionalização.
Quanto ao prisma de apuração9
❖ ANTECEDENTE (OU DIRETA)
Ocorre quando o ato viola diretamente a Constituição,
ou seja, quando se tem uma norma constitucional e
uma lei, não tendo nada interposto entre elas.
ATENÇÃO: ADI só será admitida quando a
inconstitucionalidade for direta.
❖ INDIRETA (REFLEXA, POR VIA OBLÍQUA OU
POR ATO INTERPOSTO)
Ocorre se entre o objeto e a CF houver um ato
interposto. Neste caso, o objeto é ato normativo
secundário. Configura-se uma ilegalidade previamente
à inconstitucionalidade.
Ex: regulamento de execução que desborda dos limites
da lei.
ATENÇÃO
9
https://jus.com.br/artigos/64556/teoria-do-controle-de-c
onstitucionalidade-topicos-teoricos-e-praticos
A jurisprudência não admite controle de
constitucionalidade de atos normativos secundários
(inaptos a criar direito novo), de que são espécies, além
do regulamento, as resoluções, as instruções
normativas e portarias, dentre outros (STF, AgReg na
ADI 6117 DF).
Contudo, excepcionalmente é possível que o STF
controle a constitucionalidade de decreto
regulamentador, quando este ultrapassar o poder de
regulamentar, em razão do art. 49, V, CF, que possibilita
que o Congresso Nacional também exerça esse
controle.
Quanto ao tipo de conduta do Poder Público
❖ AÇÃO
Pressupõe uma conduta positiva do legislador que não
se compatibiliza com os princípios e normas
constitucionalmente consagrados.
❖ OMISSÃO
Decorre de uma lacuna inconstitucional, ou seja, do
descumprimentoda obrigação constitucional de legislar
na regulamentação de normas constitucionais de
eficácia limitada
ATENÇÃO: Em relação às normas programáticas, em
regra não será possível falar em omissão
inconstitucional, exceto se a inércia inviabilizar
providências ou prestações correspondentes ao
mínimo existencial.
São dois os remédios jurídicos concebidos pela CF para
enfrentar o problema: mandado de injunção e ação
direta de inconstitucionalidade por omissão.
● Omissão total (ou absoluta)
Quando o legislador, tendo o dever jurídico de atuar,
abstenha-se inteiramente de fazê-lo, deixando um vazio
normativo no tema.
Possibilidades de atuação judicial:
a) Reconhecer auto-aplicabilidade da norma
constitucional e fazê-la incidir diretamente: em
regra, dá-se prazo ao órgão para que supra a lacuna.
8
b) Declarar a existência da omissão, constituindo
em mora o órgão omisso: declaração de
inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade.
c) Criar a norma para o caso concreto.
● Omissão parcial relativa
A lei exclui do seu âmbito de incidência determinada
categoria que nele deveria estar abrigada, privando-a
de um benefício e violando o princípio da isonomia.
Possibilidades de atuação judicial:
a) Declaração de inconstitucionalidade por ação da
lei que fere a isonomia.
b) Declaração de inconstitucionalidade por omissão
parcial da lei, dando-se ciência ao órgão legislador
para tomar as providências necessárias.
c) Extensão do benefício à categoria excluída: o
Poder Judiciário, mesmo se deparando com uma
situação de desigualdade, não pode “corrigir” essa
disparidade porque não tem “função legislativa”, não
lhe sendo possível suprir a ausência da lei que é
indispensável no caso. Nesse sentido:
Súmula Vinculante 37: Não
cabe ao Poder Judiciário, que
não tem função legislativa,
aumentar vencimentos de
servidores públicos sob o
fundamento de isonomia.
Exceções à SV 3710: ações
judiciais que questionam
a Resolução nº 133/2011,
que reconhece a simetria
constitucional entre as
carreiras da Magistratura
e do MP como
decorrência da aplicação
direta do dispositivo
constitucional (art. 129, §
4º, da CF/88. O Plenário
do STF ainda irá apreciar
essas discussões.
10 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula
vinculante 37-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/det
alhes/f550e0ba9e1c4e8bb4a5ed0ac23a952d>.
● Omissão parcial propriamente dita
O legislador atua sem afetar o princípio da isonomia,
mas de modo insuficiente ou deficiente relativamente à
obrigação que lhe era imposta.
Quanto à finalidade do controle
❖ CONTROLE CONCRETO
Surge a partir de um caso concreto, tendo como
finalidade principal assegurar direitos subjetivos, e não
assegurar a supremacia da Constituição, tendo em vista
que a constitucionalidade é uma questão incidental.
A pretensão será deduzida por meio de um processo
constitucional subjetivo.
ATENÇÃO: Todo controle difuso é também um controle
concreto, mas nem todo controle concreto é um
controle difuso.
❖ CONTROLE ABSTRATO
Quando exercido em face da norma, abstratamente
considerada. A pretensão é deduzida por meio de um
processo constitucional objetivo.
ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE
 INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL
(NOMODINÂMICA OU EXTRÍNSECA)
A lei ou ato normativo viola o devido processo
legislativo constitucional.
Subespécies
 FORMAL SUBJETIVA: quando há vício de
iniciativa. Ressalta-se que o vício de iniciativa
não é sanado pela sanção do Presidente da
República.
 FORMAL OBJETIVA (RITUAL OU PROCESSUAL):
violação do devido processo legislativo em seu
conteúdo objetivo.
9
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f550e0ba9e1c4e8bb4a5ed0ac23a952d
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f550e0ba9e1c4e8bb4a5ed0ac23a952d
 POR VIOLAÇÃO A PRESSUPOSTOS OBJETIVOS
DO ATO NORMATIVO11: Pedro Lenza lembra
que a violação ou falta dos pressupostos,
requisitos externos e anteriores ao
procedimento legislativo, também gera
inconstitucionalidade. Ex: verificação dos
requisitos de relevância e urgência quando da
edição de MP, observância dos requisitos do
art. 18, § 4º, CF, para a criação de Município.
 FORMAL ORGÂNICA: quando a falha está na
competência legislativa para elaboração do ato.
Ex: lei federal (elaborada pelo Congresso
Nacional) não pode dispor sobre tempo de
permanência em fila de banco, uma vez que se
trata de competência municipal (elaborada pela
Câmara Municipal).
 INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL
(NOMOESTÁTICA, DE CONTEÚDO MATERIAL,
SUBSTANCIAL, DOUTRINÁRIA OU
INTRÍNSECA)
Violação da matéria constitucional, que pode ser uma
regra ou um princípio constitucional.
Como exemplo: A questão do Princípio da
Individualização da Pena que impede que o Legislador
estabeleça em abstrato a progressão de regime, a Lei
de Crimes Hediondos vedava a progressão de regime
em abstrato, nesse caso é inconstitucional segundo o
STF que decidiu no (Habeas Corpus 82959).12
 INCONSTITUCIONALIDADE EM RAZÃO DA
OFENSA AO DECORO PARLAMENTAR (OU
FINALÍSTICA)
Segundo o art. 55, § 1º, CF, é incompatível com o decoro
parlamentar, além dos casos definidos no regimento
interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a
membro do Congresso Nacional ou a percepção de
vantagens indevidas.
Pedro Lenza (2011, p. 235) lança a ideia de
inconstitucionalidade por vício de decoro parlamentar
12
https://jus.com.br/artigos/64570/teoria-do-controle-de-c
onstitucionalidade-topicos-teoricos-e-praticos
11 Direito Constitucional esquematizado / Pedro Lenza.
– Coleção esquematizado® / coordenador Pedro Lenza – 24.
ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020.pág. 194
com base no art. 55, §1º, da Constituição Federal, ao
defender a possibilidade de reconhecimento desta
espécie de inconstitucionalidade. Para o autor, trata-se
de inconstitucionalidade já que a corrupção dos
parlamentares, uma vez condenados pela Justiça,
macula a essência do voto e o conceito de
representatividade popular.13
O que é vício de decoro parlamentar? 14Segundo
entendimento de Pedro Lenza, o vício de decoro
parlamentar é uma das espécies de vício de
inconstitucionalidade, ao lado da formal e da material.
Consubstancia-se quando, na votação de determinada
matéria, ocorre a situação descrita no art. 55, parágrafo
primeiro, da CF/88. Assim, por exemplo, quando se
comprova que no processo legislativo de uma emenda
constitucional ocorreu a compra de votos (mensalão),
deveria tal lei ser tida por inconstitucional pelo vício no
decoro.
 INCONSTITUCIONALIDADE “CHAPADA”,
“ENLOUQUECIDA”, “DESVAIRADA” (ADI 3.232)
Expressão inicialmente utilizada pelo Min. Sepúlveda
Pertence para caracterizar uma inconstitucionalidade
mais do que evidente, clara, escancarada, flagrante, não
restando qualquer dúvida sobre o vício, seja formal,
seja material.15
FORMAS DE CONTROLE REPRESSIVO JURISDICIONAL
 CONTROLE DIFUSO (OU ABERTO, MODELO
AMERICANO, INCIDENTAL, INDIRETO, PELA
VIA DA DEFESA ou EXCEÇÃO, incidenter
tantum)
Possibilidade de qualquer juiz ou tribunal realizar o
controle.
Realizado pelo processo constitucional subjetivo.
15 Direito Constitucional esquematizado / Pedro Lenza.
– Coleção esquematizado® / coordenador Pedro Lenza – 24.
ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020.pág. 252
14 Direito Constitucional esquematizado / Pedro Lenza.
– Coleção esquematizado® / coordenador Pedro Lenza – 24.
ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020.pág. 195
13
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucio
nal/controle-judicial-de-constitucionalidade-por-vicio-de
-decoro-parlamentar-o-caso-mensalao/
10
 CONTROLE CONCENTRADO (ou FECHADO,
MODELO AUSTRÍACO ou
EUROPEU-CONTINENTAL, DIRETO, PELA VIA
DA AÇÃO)
Trata-se da competência originária de algum órgão
específico.
Controle realizado em processo constitucional objetivo.
O que é a teoria da divisibilidade das leis no âmbito do
controle de constitucionalidade?16 Referido princípio
possibilita ao STF julgar e declarar inconstitucional
apenas parte do texto legal que estiver em conflito
com otexto constitucional, mantendo em vigor a
parcela que com ela for compatível, desde que
autônoma em relação à parte declarada
inconstitucional.
FORMAS DE DECLARAÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE
 Quanto aos ASPECTOS SUBJETIVO E OBJETIVO
CONTROLE CONCRETO: efeito inter partes.
CONTROLE ABSTRATO: efeito erga omnes e vinculante.
É aplicável à ADI, ADC e ADPF.
 
 Quanto ao ASPECTO SUBJETIVO (sujeitos
atingidos pelo efeito)
EFEITO ERGA OMNES: atinge tanto os particulares
quanto os Poderes Públicos.
EFEITO VINCULANTE: atinge todo o Poder Judiciário,
salvo o Plenário do STF; todo o Poder Executivo,
incluindo o Chefe do Executivo e a Administração
Pública Direta e Indireta, em todas as esferas de
governo.
Segundo Márcio Cavalcante,“essa decisão não
vincula, contudo, o Plenário do STF. Assim, se o STF
decidiu, em controle abstrato, que determinada lei
é constitucional, a Corte poderá, mais tarde, mudar
seu entendimento e decidir que esta mesma lei é
inconstitucional por conta de mudanças no cenário
16
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/362132/no-que-consist
e-o-principio-da-parcelaridade-no-ambito-do-controle-c
oncentrado-de-constitucionalidade-denise-cistina-manto
vani-cera
jurídico, político, econômico ou social do país. Isso
se justifica a fim de evitar a "fossilização da
Constituição".17”
ATENÇÃO
1. Os órgãos fracionários (relator ou turmas) do STF
ficam vinculados e não podem ir de encontro à decisão
do Pleno do STF.
2. Não é o Poder Legislativo em si que não fica
vinculado, mas sim a função legiferante, sob pena de
fossilização da Constituição. Assim, quando atuando em
função administrativa (ex: nomeação de funcionários)
também estará vinculado.
3.O Chefe do Poder Executivo só fica vinculado quanto
à função administrativa.
Quanto ao ASPECTO OBJETIVO (relativo à extensão
dos efeitos)
Que partes da decisão produzem eficácia erga omnes e
efeito vinculante?18
1ª corrente: TEORIA RESTRITIVA
Somente o dispositivo da decisão produz efeito
vinculante.
Os motivos invocados na decisão (fundamentação) não
são vinculantes.
2ª corrente: TEORIA EXTENSIVA
Além do dispositivo, os motivos determinantes (ratio
decidendi) da decisão também são vinculantes.
Admite-se a transcendência dos motivos que
embasaram a decisão.
O STF não admite a “teoria da transcendência dos
motivos determinantes”.
Segundo a teoria restritiva, adotada pelo STF, somente
o dispositivo da decisão produz efeito vinculante. Os
18 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O STF não
admite a teoria da transcendência dos motivos determinantes.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/det
alhes/6c468ec5a41d65815de23ec1d08d7951>
17
https://www.dizerodireito.com.br/2015/10/superacao-legis
lativa-da-jurisprudencia.html
11
motivos invocados na decisão (fundamentação) não são
vinculantes.
A reclamação no STF é uma ação na qual se alega que
determinada decisão ou ato:
• usurpou competência do STF; ou
• desrespeitou decisão proferida pelo STF.
Não cabe reclamação sob o argumento de que a
decisão impugnada violou os motivos (fundamentos)
expostos no acórdão do STF, ainda que este tenha
caráter vinculante. Isso porque apenas o dispositivo do
acórdão é que é vinculante.
Assim, diz-se que a jurisprudência do STF é firme
quanto ao não cabimento de reclamação fundada na
transcendência dos motivos determinantes do acórdão
com efeito vinculante. STF. Plenário. Rcl 8168/SC, rel.
orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Edson
Fachin, julgado em 19/11/2015 (Info 808). STF. 2ª Turma.
Rcl 22012/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, red. p/ ac. Min.
Ricardo Lewandowski, julgado em 12/9/2017 (Info 887).
TEORIA DA TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS
DETERMINANTES (EFEITOS IRRADIANTES OU
TRANSBORDANTES?)
Segundo a teoria dos efeitos irradiantes da decisão,
além do dispositivo, os motivos determinantes (ratio
decidendi) da decisão também são vinculantes.
Para tanto, há de se observar a distinção entre ratio
decidendi e obter dictum.19
 Obter dictum (“coisa dita de passagem”): são
comentários laterais, que não influem na
decisão, sendo perfeitamente dispensáveis.
Portanto, aceita a “teoria do transbordamento”,
não se falaria em irradiação de obter dictum,
com efeito vinculante, para fora do processo.
 Ratio decidendi (ou holding, no direito
norte-americano): é a fundamentação
essencial que ensejou aquele determinado
resultado da ação. Nessa hipótese, aceita a
“teoria dos efeitos irradiantes”, a “razão da
19 Lenza, Pedro. Direito Constitucional esquematizado /
Pedro Lenza. – Coleção esquematizado® / coordenador
Pedro Lenza – 24. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020,
pág. 242
decisão” passaria a vincular outros
julgamentos.
Tal fenômeno reflete uma preocupação doutrinária em
assegurar a força normativa da Constituição, cuja
preservação integral exige o reconhecimento de que a
eficácia vinculante atinge também os próprios
fundamentos determinantes da decisão proferida pela
Corte Suprema, especialmente quando consubstanciar
uma declaração de inconstitucionalidade em sede de
controle abstrato.
 Quanto ao ASPECTO TEMPORAL
Tanto no controle concentrado como no difuso, pelo
fato de que a natureza da lei inconstitucional é de ato
nulo, a regra é de que a decisão de
inconstitucionalidade produz efeitos ex tunc.
 MODULAÇÃO DOS EFEITOS
Excepcionalmente, admite-se uma modulação temporal
dos efeitos da decisão, podendo o STF estabelecer um
momento para o qual a inconstitucionalidade começa a
valer, mesmo que se trate de um momento futuro.
Tal modulação, que tem regulamentação específica no
controle concentrado (art. 27, Lei 9.868/99), aplicável
também no controle difuso por analogia, deve atender
a dois requisitos:
a) Quórum qualificado de 2/3.
b) Deve atender a questões de segurança jurídica ou de
excepcional interesse social.
ATENÇÃO
Segundo o STF (ADI 2949 QO, Info 780)20, depois da
proclamação do resultado final, o julgamento deve ser
considerado concluído e encerrado e, por isso,
mostra-se inviável, em face da preclusão, a sua
reabertura para discutir novamente a modulação dos
efeitos da decisão proferida.
“Depois da proclamação do resultado final, o
julgamento deve ser considerado concluído e
20 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Momento-limite da
modulação dos efeitos. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia
/detalhes/28dd2c7955ce926456240b2ff0100bde>
12
encerrado e, por isso, mostra-se inviável a sua
reabertura para discutir novamente a modulação dos
efeitos da decisão proferida. A análise da ação direta de
inconstitucionalidade é realizada de maneira bifásica:
a) primeiro, o Plenário decide se a lei é constitucional
ou não; e
b) em seguida, se a lei foi declarada inconstitucional,
discute-se a possibilidade de modulação dos efeitos.
Uma vez encerrado o julgamento e proclamado o
resultado, inclusive com a votação sobre a modulação
(que não foi alcançada), não há como reabrir o caso,
ficando preclusa a possibilidade de reabertura para
deliberação sobre a modulação dos efeitos”. STF.
Plenário ADI 2949 QO/MG, rel. orig. Min. Joaquim
Barbosa, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado
em 8/4/2015 (Info 780).
OBSERVAÇÃO
O STJ, no REsp 1.904.374, pontuou que “da
excepcionalidade da modulação decorre a necessidade
de que o intérprete seja restritivo, a fim de evitar
inadequado acréscimo de conteúdo sobre aquilo que o
intérprete autêntico pretendeu proteger e
salvaguardar.” No julgamento, A relatora, ministra
Nancy Andrighi, explicou que a lei incompatível com o
texto constitucional padece do vício de nulidade e,
como regra, a declaração da sua
inconstitucionalidade produz efeitos ex
tunc (retroativos). Contudo, ela lembrou que,
excepcionalmente – por razões como a proteção à
boa-fé, tutela da confiança e previsibilidade –, pode
ser conferida eficácia prospectiva (efeito ex nunc)
às decisões que declaram a inconstitucionalidade
de lei. "As interpretações subsequentes da modulação
de efeitos devem ser restritivas, afim de que não haja
inadequado acréscimo de conteúdo exatamente sobre
aquilo que o intérprete autêntico pretendeu, em caráter
excepcional, proteger e salvaguardar", ressaltou.21
 LEI “AINDA CONSTITUCIONAL”, OU
“INCONSTITUCIONALIDADE PROGRESSIVA”, OU
“DECLARAÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE DE
21
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao
/Noticias/17082021-Inconstitucionalidade-da-distincao-de
-regimes-sucessorios-alcanca-decisao-anterior-que-preju
dicou-companheira.aspx
NORMA EM TRÂNSITO PARA A
INCONSTITUCIONALIDADE”22
Trata-se da hipótese em que uma lei, em virtude das
circunstâncias de fato, pode vir a ser inconstitucional,
não o sendo, porém, enquanto essas circunstâncias
de fato não se apresentarem com a intensidade
necessária para que se tornem inconstitucionais.
Exemplos:
1. Prazo em dobro para recurso no Processo Penal às
Defensorias Públicas: a norma será constitucional ao
menos até que a organização da Defensoria, nos
Estados, alcance o nível de organização do respectivo
Ministério Público, que é a parte adversa, como órgão
de acusação, no processo da ação penal pública.
2. O art. 68, CPP, o qual trata da propositura de ação
civil ex delicto pelo MP, é uma lei ainda constitucional e
que está em trânsito, progressivamente, para a
“inconstitucionalidade”, à medida que as Defensorias
Públicas forem sendo, efetiva e eficazmente, instaladas.
 DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE SEM
PRONÚNCIA DA NULIDADE (OU SEM EFEITO
ABLATIVO)
A Corte Suprema reconhece que a norma é
inconstitucional, mas a mantém no ordenamento
jurídico até que nova lei seja editada em sua
substituição. Isto é, a eficácia da lei fica suspensa até
que o legislador manifeste-se sobre a situação
inconstitucional.23
Ex: município putativo (ADI 2.240).
INCONSTITUCIONALIDADE CIRCUNSTANCIAL24
24 Lenza, Pedro. Direito Constitucional esquematizado /
Pedro Lenza. – Coleção esquematizado® / coordenador
Pedro Lenza – 24. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020,
pág. 248
23
https://jus.com.br/artigos/31062/apontamentos-sobre-a-t
ecnica-da-declaracao-de-inconstitucionalidade-sem-pron
uncia-de-nulidade-no-julgamento-das-normas-sobre-nu
meros-de-deputados-no-stf#:~:text=(3)%20Declara%C3%
A7%C3%A3o%20de%20inconstitucionalidade%20sem,seja
%20editada%20em%20sua%20substitui%C3%A7%C3%A3
o.
22 Lenza, Pedro. Direito Constitucional esquematizado /
Pedro Lenza. – Coleção esquematizado® / coordenador
Pedro Lenza – 24. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020,
pág. 244
13
Ocorre quando um enunciado normativo, em regra,
válido, ao ser aplicado em determinadas circunstâncias,
produz uma norma inconstitucional. Em outras
palavras, a inconstitucionalidade circunstancial1 se dá
quando determinada norma, embora seja válida,
quando confrontada com uma situação específica,
torna-se inconstitucional em decorrência do seu
contexto particular.
PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO "ATALHAMENTO
CONSTITUCIONAL" OU DO "DESVIO DO PODER
CONSTITUINTE"25
Segundo Pedro Lenza, a finalidade do princípio é “vedar
qualquer mecanismo a ensejar o ‘atalhamento
constitucional’, vale dizer, qualquer artifício que busque
abrandar, suavizar, abreviar, dificultar ou impedir a
ampla produção de efeitos dos princípios
constitucionais”.
Esse princípio, de origem alemã, foi aplicado no caso
em que, visando burlar o princípio da anualidade,
previsto no art. 16, CF, foi editada a EC 52/06 com
efeitos retroativos, afirmando que esta teria aplicação
nas eleições ocorridas em 2002.
Nesse caso, haveria desvio de poder ou finalidade pela
utilização de meio aparentemente legal com o objetivo
de atingir fim ilícito.
Percebe-se, portanto, que o princípio veda qualquer
artifício que busque abrandar, suavizar, abreviar,
dificultar ou impedir a ampla produção de efeitos dos
princípios constitucionais, como, no caso, do princípio
da anualidade do processo eleitoral.
 QUANTO À EXTENSÃO DOS EFEITOS
DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE COM
REDUÇÃO DE TEXTO: uma parte do texto ou todo o
texto será excluído.
DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE SEM
REDUÇÃO DE TEXTO: o STF não declara a nulidade de
um texto, mas sim de uma interpretação que poderia
ser dada àquele texto.
25 Lenza, Pedro. Direito Constitucional esquematizado /
Pedro Lenza. – Coleção esquematizado® / coordenador
Pedro Lenza – 24. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020,
pág. 252
DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE SEM
REDUÇÃO DE TEXTO X PRINCÍPIO DA
INTERPRETAÇÃO CONFORME
O STF só pode realizar a declaração de
inconstitucionalidade sem redução de texto e a
interpretação conforme se a norma em questão admitir
espaço para decisão (normas polissêmicas). Se o
sentido da norma for unívoco, qualquer interpretação
dada pelo STF implicaria em atuação como legislador
positivo, o que não é possível.
DECLARAÇÃO
DE NULIDADE
SEM
REDUÇÃO DE
TEXTO
PRINCÍPIO DA
INTERPRETAÇÃO
CONFORME
SEMELHANÇAS
a) Não há alteração do texto da
norma.
b) Há uma redução no âmbito de
aplicação do dispositivo.
c) Nos dois casos, o STF julga
parcialmente procedente a ADI.
QUANTO À
NATUREZA
A declaração
de nulidade
(com ou sem
redução de
texto) é uma
técnica de
decisão
judicial, que
só pode ser
aplicada no
controle
abstrato de
constitucionali
dade.
Pode ser aplicado
em todos os
controles, inclusive
o difuso, pois
trata-se de um
princípio
interpretativo (ou
instrumental) da
hermenêutica
constitucional.
QUANTO À
TÉCNICA
APLICADA
Exclui uma
interpretação
e permite as
demais.
Permite uma
interpretação e
exclui as demais.
14
LIMITES À APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
INTERPRETAÇÃO CONFORME
a) Clareza do texto legal: se a norma não é
polissêmica, só havendo uma interpretação possível,
não será possível utilizar a interpretação conforme.
b) O juiz não pode substituir a vontade da lei ou do
legislador pela sua própria vontade.
PONTOS IMPORTANTES26
Eficácia normativa
Quando o STF, no controle concentrado de
constitucionalidade(ADI ou ADC decide que
determinada lei é constitucional ou inconstitucional, ele
gera a consequência que se pode denominar de eficácia
normativa que significa manter ou excluir(declarar nula
a referida norma do ordenamento jurídico.
Eficácia executiva ou instrumental
Além da eficácia normativa a sentença de mérito na ADI
ou ADC provoca também um efeito vinculante,
consistente em atribuir ao julgado uma força
impositiva e obrigatória em relação aos atos
administrativos ou judiciais supervenientes. A isso o
Min. Teori Zavascki chama de eficácia executiva ou
instrumental (eficácia vinculante).
Em caso de descumprimento dessa eficácia executiva
ou instrumental a parte prejudicada poderá ajuizar no
STF uma reclamação (art. 102, I, “l” da CF/88).
Eficácia normativa (efeitos ex tunc)
A Eficácia normativa (declaração de constitucionalidade
ou de inconstitucionalidade) opera de forma “ex tunc”
(retroativa).
Eficácia executiva (efeitos ex nunc)
A eficácia executiva (efeito vinculante) produz efeitos
“ex nunc”.
26 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O simples fato de o
STF ter declarado a inconstitucionalidade de uma lei não
faz com que ocorra automaticamente a desconstituição da
sentença transitada em julgado anterior que tenha aplicado
este ato normativo. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia
/detalhes/d5c186983b52c4551ee00f72316c6eaa>
Assim o termo inicial da eficácia executiva é o dia de
publicação do acórdão do STF no Diário Oficial (art.
28 da Lei 9.868/1999).
CONTROLE CONCENTRADO DE
CONSTITUCIONALIDADE
Pronunciamento em abstrato acerca da validade da
norma
Trata-se de exercício ATÍPICO de jurisdição, pois não
há litígio ou partes (existem apenas sob o aspecto
formal), nem um caso concreto que deve ser
solucionado mediante a aplicação da lei pelo julgador.
É um processo objetivo, destinado à proteção do
próprio ordenamento.
Questão principal
a) Cumpre ao tribunal manifestar-se especificamente
acerca da validade de uma lei e sobre sua
permanência ou não no sistema, diferindo do
controle por via incidental, no qual a discussão da
constitucionalidadeé questão prejudicial.
b) Cabe ao autor indicar os atos infraconstitucionais
que considera incompatíveis com a CF e as normas
constitucionais em face das quais estão sendo
questionados, com as respectivas razões.
ATENÇÃO
O STF, via de regra, não estende a declaração de
inconstitucionalidade a dispositivos que não tenham
sido impugnados. Contudo, não está adstrito aos
fundamentos veiculados pelo autor e deve atuar como
legislador negativo, a fim de que não crie norma
anteriormente inexistente.
CONTROLE CONCENTRADO
a) Plano federal - STF: ADI, ADC e ADI por omissão,
tendo como paradigma a CF.
b) Plano estadual - TJ: paradigma a CE.
MOMENTO A PARTIR DO QUAL A DECISÃO SE TORNA
OBRIGATÓRIA
15
A decisão, seja definitiva ou cautelar, torna-se
obrigatória a partir da publicação da ata da sessão de
julgamento no DOU ou DJU, não sendo necessário
aguardar o trânsito em julgado.
Teoria da inconstitucionalidade por “arrastamento”
ou “atração”, ou “inconstitucionalidade
consequente de preceitos não impugnados”, ou
inconstitucionalidade consequencial, ou
inconstitucionalidade consequente ou derivada, ou
“inconstitucionalidade por reverberação
normativa”, ou inconstitucionalidade secundária27
Pela referida teoria, se em determinado processo de
controle concentrado de constitucionalidade for julgada
inconstitucional a norma principal, em futuro processo,
outra norma dependente daquela que foi declarada
inconstitucional em processo anterior, tendo em vista a
relação de instrumentalidade que entre elas existe,
também estará eivada pelo vício de
inconstitucionalidade “consequente”, por
“arrastamento” ou “atração”.
Essa técnica da declaração de inconstitucionalidade por
arrastamento pode ser aplicada tanto em processos
distintos como em um mesmo processo, situação que
vem sendo verificada com mais frequência na
jurisprudência do STF. Ou seja, já na própria decisão, a
Corte define quais normas são atingidas, e no
dispositivo, por “arrastamento”, também reconhece a
invalidade das normas que estão “contaminadas”,
mesmo na hipótese de não haver pedido expresso na
petição inicial.
Trata-se, sem dúvida, de exceção à regra de que o juiz
deve ater-se aos limites da lide fixados na exordial
(princípio da adstrição), especialmente em razão da
correlação, conexão ou interdependência dos
dispositivos legais e do caráter político do controle de
constitucionalidade realizado pelo STF.
INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO
HORIZONTAL
São as hipóteses de inconstitucionalidade parcial
geradoras da inconstitucionalidade total, isto é,
27 Lenza, Pedro. Direito Constitucional esquematizado /
Pedro Lenza. – Coleção esquematizado® / coordenador
Pedro Lenza – 24. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020,
pág. 243
quando dentro do mesmo sistema normativo existe
relação de dependência entre elas, seja lógica (ex:
alínea que não sobrevive sem o restante do corpo do
artigo) ou teleológica (a inconstitucionalidade muda o
sentido ou a finalidade da norma que restar no
ordenamento).
INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO
VERTICAL
A declaração de inconstitucionalidade incide, por
consequência, em norma ligada hierarquicamente à
norma objeto do pedido inicial.
Ex: inconstitucionalidade de uma lei que conduz à
inconstitucionalidade do decreto que a regulamenta.
PRINCÍPIO DA PARCELARIDADE28
O STF pode julgar parcialmente procedente o pedido de
declaração de inconstitucionalidade, expurgando do
texto legal apenas uma palavra ou expressão,
diferentemente do que ocorre com o veto presidencial.
Trata-se de interpretação conforme com redução de
texto, verificada, por exemplo, na ADI 1.227,
suspendendo a eficácia da expressão “desacato”, do art.
7º, § 2º, do Estatuto dos Advogados.
PONTO IMPORTANTE
DESCABIMENTO DO CONTROLE ABSTRATO POR VIA
DAS AÇÕES DIRETAS29
 Para fiscalização preventiva (projetos
legislativos e propostas de EC).
 Para atacar atos normativos já revogados ou
com eficácia suspensa ou já exaurida.
Exceções: casos em que:
(a) a revogação do ato atacado, ocorrida no
curso do processo, seja considerada fraude
processual;
(b) a petição inicial tenha sido emendada, antes
da apreciação do requerimento de liminar, com
a finalidade de incluir no objeto da ação a lei
29 Bernardes e Ferreira (p. 499), via dizerodireito
28 Lenza, Pedro. Direito Constitucional esquematizado /
Pedro Lenza. – Coleção esquematizado® / coordenador
Pedro Lenza – 24. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020,
pág. 271
16
revogadora que reproduzira as normas
impugnadas, desde que a revogação tenha
ocorrido na pendência do processo;
( c) a ação já haja sido julgada antes da notícia
da revogação da norma impugnada; e
(d) a norma impugnada tiver sido reproduzida
em texto posterior de ato normativo
equivalente.
 Para controlar antinomias que envolvam o
critério cronológico.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ADI
É possível o ajuizamento de ADI nos âmbitos estadual e
federal de maneira simultânea? (“simultaneus
processus”)
Sim.
Coexistindo duas ações diretas de
inconstitucionalidade, uma ajuizada perante o tribunal
de justiça local e outra perante o STF, o julgamento da
primeira – estadual – somente prejudica o da segunda –
do STF – se preenchidas duas condições cumulativas:
1) se a decisão do Tribunal de Justiça for pela
procedência da ação e
2) se a inconstitucionalidade for por
incompatibilidade com preceito da Constituição do
Estado sem correspondência na Constituição
Federal.
Caso o parâmetro do controle de constitucionalidade
tenha correspondência na Constituição Federal,
subsiste a jurisdição do STF para o controle abstrato de
constitucionalidade. STF. Plenário. ADI 3659/AM, Rel.
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/12/2018 (Info
927)30.
LEGITIMAÇÃO
 Passiva
30 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Coexistência de ADI
no TJ e ADI no STF, sendo a ADI estadual julgada primeiro.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia
/detalhes/49ef08ad6e7f26d7f200e1b2b9e6e4ac>.
Órgãos ou autoridades responsáveis pela lei ou ato
normativo objeto da ação, aos quais caberá prestar
informações ao relator.
A defesa propriamente dita caberá ao AGU,
independentemente de sua natureza federal ou
estadual.
ATENÇÃO
O STF, na ADI 4667, pontuou que “A teor do disposto no
artigo 103, § 3º, da Carta Federal, no processo objetivo
em que o Supremo aprecia a inconstitucionalidade de
norma legal ou ato normativo, o Advogado-Geral da
União atua como curador, cabendo-lhe defender o ato
ou texto impugnado, sendo imprópria a emissão de
entendimento sobre a procedência da pecha”.
 Ativa
LEGITIMADOS ATIVOS
UNIVERSAIS ESPECIAIS
Podem propor a ADI e a
ADC
independentemente da
existência de
pertinência temática
São aqueles dos quais se
exige pertinência
temática como requisito
implícito de legitimação
I - o Presidente da
República;
II - a Mesa do Senado
Federal;
III - a Mesa da Câmara dos
Deputados;
VI - o Procurador-Geral da
República;
VII - o Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do
Brasil;
VIII - partido político com
representação no
Congresso Nacional;
IV - a Mesa de
Assembléia Legislativa ou
a Mesa da Câmara
Legislativa do Distrito
Federal;
V - o Governador de
Estado ou o Governador
do Distrito Federal;
IX - confederação
sindical ou entidade de
classe de âmbito
nacional.
 NEUTROS OU UNIVERSAIS
17
a) PR: independe de sua participação direta no
processo de elaboração, seja com iniciativa ou sanção.
b) Mesa do CN: não pode propor ADI.
c) PGR: possui juízo discricionário.
d) Partidos políticos: a aferição da legitimidade deve
ser feita no momento da propositura da ação.
 INTERESSADOS OU ESPECIAIS
a) Mesa da AL: necessitam de pertinência temática,
que vem a ser o vínculo objetivo entre a norma
impugnada e a competência da casa legislativa ou do
Estado do qual é ela o órgão representativo.
b) Governador: situação análoga à da Mesa da AL,
sendo possível ajuizar ação tendo por objeto lei ou ato
normativo originários de seu Estado, da União ou
mesmo de outros Estados da Federação,se interferirem
ilegitimamente em competências ou interesses
juridicamente protegidos do seu Estado.
ATENÇÃO
Governador de Estado afastado cautelarmente de suas
funções — por força do recebimento de denúncia por
crime comum — não tem legitimidade ativa para a
propositura de ação direta de inconstitucionalidade.
STF. Plenário. ADI 6728 AgR/DF, Rel. Min. Edson Fachin,
julgado em 30/4/2021 (Info 1015).
c) Entidades de classe de âmbito nacional
d) Confederação sindical
Para que as confederações sindicais e as entidades
de classe possam propor ADI e ADC, o STF exige o
cumprimento dos seguintes REQUISITOS:
a) a caracterização como entidade de classe ou sindical,
decorrente da representação de categoria empresarial
ou profissional;
b) a abrangência ampla desse vínculo de representação,
exigindo-se que a entidade represente toda a
respectiva categoria, e não apenas fração dela;
c) o caráter nacional da representatividade, aferida pela
demonstração da presença da entidade em pelo menos
9 estados brasileiros; e
d) a pertinência temática entre as finalidades
institucionais da entidade e o objeto da
impugnação. STF. Plenário. ADI 6465 AgR/DF, Rel.
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 19/10/2020
(Info 995).31
OBJETO
Lei ou ato normativo federal ou estadual.
A palavra lei compreende todas as espécies normativas
do art. 59, CF (emendas à Constituição, leis
complementares, leis ordinárias, leis delegadas,
medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções).
OBSERVAÇÕES32
a) Lei delegada: em tese, sujeita-se a duplo controle
jurisdicional de constitucionalidade: sobre a
resolução do CN que veicula a delegação, bem como
sobre a lei delegada propriamente dita, elaborada pelo
PR. Além disso, pode ser submetida a controle político,
nos termos do art. 49, V, CF.
b) MP: a apreciação dos requisitos de relevância e
urgência fica por conta do CN e do PR, de modo que o
controle judicial exercido pelo STF só terá lugar quando
a ausência dos requisitos puder ser evidenciada
objetivamente, sem depender de uma avaliação
discricionária, ou seja, o exame deve ser feito cum
grano salis, com muita parcimônia.
Em uma ADI proposta é possível que o STF julgue
inconstitucional medida provisória pelo fato de ela não
ter relevância e urgência?
SIM. O STF admite a possibilidade de controle judicial
dos pressupostos de relevância e urgência para a
edição de medidas provisórias. No entanto, “o
escrutínio a ser feito pelo Judiciário neste particular é
de domínio estrito, justificando-se a invalidação da
iniciativa presidencial apenas quando atestada a
inexistência cabal desses requisitos” (RE 592.377).33
33 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É possível o controle
judicial dos pressupostos de relevância e urgência para a
32 LENZA (2020).
31 CAVALCANTE, Márcio André
Lopes. Entidade de classe que representa apenas parte da
categoria profissional (e não a sua totalidade), não pode
ajuizar ADI/ADC. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/det
alhes/a8acc28734d4fe90ea24353d901ae678
18
A definição do que seja relevante e urgente para fins de
edição de medidas provisórias consiste, em regra, em
um juízo político (escolha política/discricionária de
competência do Presidente da República, controlado
pelo Congresso Nacional. Desse modo, salvo em caso
de notório abuso, o Poder Judiciário não deve se
imiscuir na análise dos requisitos da MP.
No caso de MP que trate sobre situação tipicamente
financeira e tributária, deve prevalecer, em regra, o
juízo do administrador público, não devendo o STF
declarar a norma inconstitucional por afronta ao art. 62
da CF/88. STF. Plenário. ADI 1055/DF, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 15/12/2016 (Info 851).
c) MP que abre crédito extraordinário (art. 62 c/c
art. 167, § 3º, CF): ao contrário do que ocorre em
relação aos requisitos de relevância e urgência (art. 62,
CF), que se submetem a uma ampla margem de
discricionariedade por parte do Presidente da
República, os requisitos de imprevisibilidade e urgência
(art. 167, § 3º, CF) recebem densificação normativa da
Constituição. Nesse contexto, os conteúdos semânticos
das expressões “guerra”, “comoção interna” e
“calamidade pública” constituem vetores para a
interpretação e aplicação do art. 167, § 3º c/c o art. 62, §
1º, I, “d”, CF.
d) Normas orçamentárias: podem ser objeto de
controle abstrato de constitucionalidade.
É cabível a propositura de ADI contra lei orçamentária,
lei de diretrizes orçamentárias e lei de abertura de
crédito extraordinário. STF. Plenário. ADI 5449
MC-Referendo/RR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
10/3/2016 (Info 817).34
34 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. ADI contra leis
orçamentáriasa. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia
/detalhes/67c6a1e7ce56d3d6fa748ab6d9af3fd7
edição de medidas provisórias, no entanto, esse exame é
de domínio estrito, somente havendo a invalidação quando
demonstrada a inexistência cabal desses requisitoso.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia
/detalhes/74a9d40b0df3a01eda99c4463b607dd1>
e) Atos de revisão constitucional: podem ser objeto
de controle de constitucionalidade.
f) Atos normativos: podem ser resoluções
administrativas dos tribunais; atos estatais de conteúdo
meramente derrogatório, como as resoluções
administrativas, desde que incidam sobre atos de
caráter normativo (generalidade e abstração);
deliberações administrativas dos órgãos judiciários.
Ex: decisão administrativa de TJ que estende
gratificação a todos os servidores do Judiciário estadual
(STF, ADI 3.202, Info 734).
O STF admite o uso das ações do controle concentrado
de constitucionalidade para o exame de atos
normativos infralegais, nos casos em que a tese de
inconstitucionalidade articulada pelo autor propõe o
cotejo da norma impugnada diretamente com o texto
constitucional. STF. Plenário. ADI 3481/DF, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 6/3/2021 (Info 1008)35
ATENÇÃO
No caso de atos normativos secundários (decretos
regulamentares, portarias, resoluções), duas hipóteses
são possíveis:
- Ato administrativo em desconformidade com a lei que
lhe cabia regulamentar: ilegalidade.
- A própria lei está em desconformidade com a CF: ela é
que deverá ser impugnada. Nesse contexto, por
estarem subordinados à lei, via de regra, não se
submetem a controle de constitucionalidade em sede
de ADI, pois os referidos atos serão ilegais e não
inconstitucionais (“crise de legalidade”).
Como se vê, o objeto não seria ato normativo primário,
com fundamento de validade diretamente na
Constituição, mas ato secundário, com base na lei, não
se admitindo, portanto, controle de
inconstitucionalidade por via indireta, reflexa ou
oblíqua.
35 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É cabível ADI contra
Resolução de Conselho Profissional que não tratou de mero
exercício de competência regulamentar, mas expressou
conteúdo normativo que lidou diretamente com direitos e
garantias tutelados pela Constituição. Buscador Dizer o
Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia
/detalhes/95c3f1a8b262ec7a929a8739e21142d7>.
19
Um Decreto pode ser considerado ato normativo para
os fins do art. 102, I, da CF/88? Um decreto pode ser
objeto de ADI? 36
• Decreto que apenas regulamenta uma lei: NÃO.
Não cabe ADI contra decreto meramente regulamentar
de lei. Isso porque, neste caso, esse decreto terá
natureza de ato secundário. Nesse sentido: (...)
Vocacionada ao controle da constitucionalidade das leis
e atos normativos, a ação direta de
inconstitucionalidade não constitui meio idôneo para
impugnar a validade de ato regulamentar e secundário
em face de legislação infraconstitucional. (...) STF.
Plenário. ADI 4127 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado
em 16/10/2014.
• Decreto autônomo: SIM. Cabe ADI contra decreto
autônomo. O decreto autônomo possui “coeficiente
mínimo de normatividade, generalidade e abstração”,
ouseja, ele retira seu fundamento de validade
diretamente da Constituição Federal, não
regulamentando nenhuma lei. Ele possui caráter
essencialmente abstrato e primário.
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) é meio
processual inadequado para o controle de decreto
regulamentar de lei estadual. Seria possível a
propositura de ADI se fosse um decreto autônomo.
Mas sendo um decreto que apenas regulamenta a lei,
não é hipótese de cabimento de ADI. STF. Plenário. ADI
4409/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
6/6/2018 (Info 905).
g) Tratados internacionais: eventual declaração de
inconstitucionalidade recairá sobre os decretos de
aprovação ou promulgação, impossibilitando que o
tratado ou convenção, os quais são atos de natureza
internacional, produzam efeitos válidos internamente. É
admissível para todos os tratados, sejam eles
equiparados à CF, à lei ordinária ou de caráter
supralegal.
36 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Não cabe ADI contra
decreto regulamentar de lei estadual. Buscador Dizer o
Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia
/detalhes/203cb085a5c2c3faf8e4f60131817256>
h) Lei anterior à CF em vigor: serão revogadas, não
cabendo controle abstrato.
i) Ato normativo já revogado ou de eficácia
exaurida: não cabe ADI, na medida em que não se
deve considerar, para efeito do contraste que lhe é
inerente, a existência de paradigma revestido de valor
meramente histórico.
ATENÇÃO
O STF (ADPF 77 MC), em razão de não caber a ADI e
nem mesmo a ADC, tendo em vista o princípio da
subsidiariedade (art. 4º, § 1º, Lei 9.882/99), tem
admitido o cabimento da ADPF contra ato normativo
revogado ou com a sua eficácia exaurida.
j) Lei revogada ou que tenha perdido a sua vigência
após a propositura da ADI: perda superveniente do
interesse processual, pois a medida deixou de ser útil e
necessária. (ADI 2049).
Exceções:
■ADI 3.232: fraude processual;
■ ADI 3.306: fraude processual;
■ ADI 951 ED: comunicação tardia de revogação da lei
objeto da ADI (após o STF ter julgado o mérito da ação,
reconhecendo a inconstitucionalidade da lei);
■ ADI 4.426: singularidades do caso;
■ ADI 2.501: inexistência de alteração substancial
da norma;
■ ADI 2.418: inexistência de alteração substancial
da norma.
k) Alteração do parâmetro constitucional invocado:
prevalece o entendimento no STF no sentido de que,
havendo alteração no parâmetro constitucional
invocado (no caso, por emenda constitucional), e já
proposta a ADI, esta deve ser julgada prejudicada em
razão da perda superveniente de seu objeto (já que a
emenda constitucional, segundo entendimento da
Corte, revoga a lei infraconstitucional em sentido
contrário e que era o objeto da ADI).
ATENÇÃO: Analisando a situação do caso concreto e
modificando o seu entendimento, o STF (ADI 2.158 e
20
ADI 2.189) não admitiu o pedido de prejudicialidade,
passando à análise da constitucionalidade de lei à luz
da regra constitucional que à época vigorava. Por não
admitir o fenômeno da constitucionalidade
superveniente, a referida lei, que nasceu
inconstitucional, deve ser nulificada perante a regra da
Constituição que vigorava à época de sua edição
(princípio da contemporaneidade).
l) Divergência entre a ementa da lei e o seu
conteúdo: não caracteriza situação de controle de
constitucionalidade, na medida em que a simples
divergência entre a ementa da lei e o seu conteúdo não
seria suficiente para configurar afronta à Constituição.
m) Respostas emitidas pelo Tribunal Superior
Eleitoral: o STF entendeu não configurar objeto de ADI
as respostas emitidas pelo TSE às consultas que lhe
forem endereçadas, na medida em que os referidos
atos não possuem eficácia vinculativa aos demais
órgãos do Poder Judiciário.
n) Leis e atos de efeitos concretos: não cabe ADI para
o STF.
ATENÇÃO
O STF modificou seu posicionamento, ao fazer a
distinção de ato de efeito concreto editado pelo Poder
Público sob a forma de lei do ato de efeito concreto não
editado sob a forma de lei. Portanto, mesmo que de
efeito concreto, se o ato do Poder Público for
materializado por lei (ou medida provisória, no caso da
que abre créditos extraordinários), poderá ser objeto
do controle abstrato.
o) Lei municipal em face da CF: não cabe ADI para o
STF.
É possível ADI contra ato normativo municipal em face
da respectiva lei orgânica?
Não. Não se admite controle concentrado de
constitucionalidade de leis ou atos normativos
municipais em face da lei orgânica respectiva.
Com efeito, não é possível extrair, da literalidade do art.
125, § 2°, da Constituição Federal, o cabimento de
controle concentrado de constitucionalidade de leis ou
atos normativos municipais contra a lei orgânica
respectiva. ADI 5548/PE, relator Min. Ricardo
Lewadowski, julgamento virtual finalizado em 16.8.2021
p) DF no exercício de sua competência legislativa
municipal: não cabe ADI para o STF. Quanto ao tema:
Súmula 642-STF: Não cabe ação direta de
inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada
da sua competência legislativa municipal.
Lei do DF só pode ser objeto de ADI quando tratar de
assunto de competência estadual. Agora se a mesma lei
utilizar de suas duas competências, o STF somente
conhecerá do pedido de julgamento da
inconstitucionalidade no que tange à competência
estadual, alegando incompetência na parte municipal.
Isso porque, somente o TJ do DF pode julgar ADI contra
lei de conteúdo municipal em face da Lei orgânica do
DF.37
q) DF no exercício de sua competência legislativa
estadual: cabe ADI para o STF.
r) PEC ou PL: não cabe, pois o direito brasileiro não
prevê hipóteses de controle jurisdicional preventivo de
constitucionalidade.
ATENÇÃO
Para o STF (ADI 466), lei já publicada, mas que ainda
não esteja em vigor, ou seja, que se encontre no
período de vacatio legis, pode ser objeto de ADI.38
s) Deliberações administrativas dos órgãos
judiciários: segundo o STF (ADI 3202), podem ser
objeto de controle de constitucionalidade, quando
tiverem conteúdo normativo, com generalidade e
abstração. salvo as convenções coletivas de trabalho
(ADI 681).
38 LENZA (2020). Pág. 229
37
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1989387/uma-lei-do-distrito-f
ederal-poderia-ser-objeto-de-adi-daniel-leao-de-almeida
21
t) Súmula: não cabe ADI por não ter caráter normativo.
u) ADI versus políticas públicas e a teoria da “reserva
do possível” (ADPF 45): há de se verificar, no caso
concreto, a “razoabilidade da pretensão” e a
“disponibilidade financeira” do Estado para a
implementação da política pública via controle do STF.
Assim, a violação aos direitos mínimos tem de ser
evidente e arbitrária.
ATENÇÃO: Para o STF, é possível o controle jurisdicional
de políticas públicas, desde que presentes três
requisitos:
- A natureza constitucional da política pública
reclamada.
- A existência de correlação entre ela e os direitos
fundamentais.
- A prova de que há omissão ou prestação deficiente
pela Administração Pública, inexistindo justificativa
razoável para tal comportamento.
Ex: o Poder Judiciário poderá determinar que Estado
garanta acessibilidade para portadores de necessidades
especiais em prédio público (STF, RE 440.028, Info 726).
v) Leis temporárias, após o período da sua vigência:
não podem ser objeto de ADI, porque não há ameaça à
supremacia da Constituição nas leis de eficácia
exaurida, assim como as leis revogadas, rejeitadas e
prejudicadas.
w) Resolução do TSE: segundo o STF (ADI 5.104 MC,
Info 747), pode ser objeto de ADI se, a pretexto de
regulamentar dispositivos legais, assumir caráter
autônomo e inovador.
x) Regimento Interno de Assembleia Legislativa:
segundo o STF (ADI 4.587, Info 747), pode ser objeto de
ADI, desde que possua caráter normativo e autônomo.
z) Resolução de TJ: Cabe ADI (ADI5310)
É cabível nova ADI por inconstitucionalidade material
contra ato normativo já reconhecido formalmente
constitucional pelo STF?
Sim. Segundo o STF (ADI 5.081, Info 787), o fato de ter
declarado a validade formal de uma norma não
interfere nem impede que elereconheça
posteriormente que ela é materialmente
inconstitucional.
Se em uma primeira ADI o STF não discutiu a
inconstitucionalidade material da Lei “X” (nem disse que
ela era constitucional nem inconstitucional do ponto de
vista material), nada impede que uma segunda ação
seja proposta questionando, agora, a
inconstitucionalidade material da lei e nada impede que
o STF decida declará-la inconstitucional sob o aspecto
material. O fato de o STF ter declarado a validade
formal de uma norma não interfere nem impede
que ele reconheça posteriormente que ela é
materialmente inconstitucional. STF. Plenário. ADI
5081/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
27/5/2015 (Info 787).
É possível o aditamento da petição inicial da ADI para
a inclusão de novos dispositivos legais?39
Não. Segundo o STF (ADI 4541), não é admitido o
aditamento à inicial da ação direta de
inconstitucionalidade após o recebimento das
informações dos requeridos e das manifestações do
Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da
República.
PROCEDIMENTO - Lei 9.868/99 – PONTOS
RELEVANTES
Petição inicial - art. 3º, Lei 9.868/99
a) STF não está adstrito aos fundamentos invocados
pelo autor (princípio da causa petendi aberta), não
sendo possível admitir alegação genérica de
39 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É possível o
aditamento da petição inicial da ADI para a inclusão de novos
dispositivos legais?. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/det
alhes/d4a973e303ec37692cc8923e3148eef7>
22
inconstitucionalidade sem qualquer demonstração
razoável.
O STF, ao julgar as ações de controle abstrato de
constitucionalidade, não está vinculado aos
fundamentos jurídicos invocados pelo autor. Assim,
pode-se dizer que na ADI, ADC e ADPF, a causa de
pedir (causa petendi) é aberta. Isso significa que todo
e qualquer dispositivo da Constituição Federal ou do
restante do bloco de constitucionalidade poderá ser
utilizado pelo STF como fundamento jurídico para
declarar uma lei ou ato normativo inconstitucional. STF.
Plenário ADI 3796/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 8/3/2017 (Info 856).
b) Havendo 2 ou mais ações com identidade total de
objeto, deverão ser APENSADAS para julgamento e
processamento conjunto.
c) Autoridades e entidades previstas no art. 103, I a VII,
CF, possuem capacidade processual plena, decorrente
da própria norma constitucional, o que lhes garante
capacidade postulatória.
d) Partido político com representação no CN,
confederações sindicais e entidades de classe: segundo
o STF (ADI 4.430, Info 762), se a petição inicial for
assinada por advogado, deverá ser acompanhada de
procuração com poderes especiais e que indique, de
forma específica, os atos normativos que serão objeto
da ação.
ATENÇÃO
Segundo Lenza, o STF decidiu que a perda de
representação do partido político no Congresso
Nacional, após o ajuizamento da ADI, não
descaracteriza a legitimidade ativa para o
prosseguimento na ação. Dessa forma, “... a aferição
da legitimidade deve ser feita no momento da
propositura da ação...” (ADI 2.159 AgR/DF)
e) Da decisão do relator que indefere liminarmente a
petição inepta, não fundamentada ou manifestamente
improcedente caberá AGRAVO.
ATENÇÃO
A jurisprudência do STF considera manifestamente
improcedente a ADI que versar sobre norma cuja
constitucionalidade já tenha sido expressamente
declarada pelo Plenário da Corte, mesmo que em RE
(tendência de objetivação do RE).
AMICUS CURIAE - art. 7º, § 2º, Lei 9.868/99
É alguém que, mesmo sem ser parte, é chamado ou se
oferece para intervir em processo relevante, em razão
de sua representatividade, com o objetivo de
apresentar ao Tribunal a sua opinião sobre o debate
que está sendo travado nos autos, fazendo com que a
discussão seja amplificada e o órgão julgador possa ter
mais elementos para decidir de forma legítima.
Poderá ser admitido, por despacho irrecorrível, tendo
em vista a relevância da matéria e a representatividade
dos postulantes.
A participação não constitui direito subjetivo, ficando a
critério do relator. Contudo, uma vez admitida, inclui
direito a sustentação oral (admitida no STF, mas não no
STJ).
A finalidade do amicus curiae é de pluralizar o debate
constitucional, tornando-o mais democrático. Assim,
trata-se de fator de legitimação social das decisões do
STF.
A lei estabelece dois requisitos:
a) Requisito objetivo: relevância da matéria.
b) Requisito subjetivo: representatividade do
postulante.
Natureza jurídica
O amicus curiae é uma forma de intervenção anômala
de terceiros.
Pessoa natural (pessoa física) pode ser amicus curiae?
40
40 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Pessoa física não pode
ser amicus curiae em ação de controle concentrado de
constitucionalidade. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia
/detalhes/c9dd73f5cb96486f5e1e0680e841a550>
23
O art. 138 do CPC afirma que SIM. Mas, segundo o
entendimento que prevalece no STF, o art. 138 do
CPC/2015 não se aplica para ações de controle
concentrado de constitucionalidade
Assim, STF entende que, no caso de ação direta de
inconstitucionalidade, não se admite o ingresso de
pessoa natural como amicus curiae. A pessoa física
não tem representatividade adequada para intervir na
qualidade de amigo da Corte em ação direta. STF.
Plenário. ADI 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello,
julgado em 6/8/2020 (Info 985).
Obs: a despeito do julgado acima, vale mencionar que o
Min. Roberto Barroso, em decisão monocrática
proferida no dia 17/06/2021, admitiu o ingresso do
Senador Renan Calheiros, relator da CPI da Covid-19,
como amicus curiae na ADI 6855, proposta pelo
Presidente da República contra medidas
administrativas restritivas instituídas por Governadores
de Estado, em razão da pandemia do novo coronavírus.
Limite máximo para a intervenção41
Regra: Não poderá intervir se o processo já foi liberado
pelo Relator para que seja incluído na pauta de
julgamentos. STF. Plenário. ADI 5104 MC/DF, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgado em 21/5/2014 (Info 747).
Exceção: STF admite algumas exceções se ficar
demonstrado que:
a) existe grande relevância no caso;
b) ou que a manifestação do requerente poderá trazer
notória contribuição para o julgamento da causa.
Em tais situações é possível admitir o ingresso
do amicus curiae mesmo após a inclusão do processo
em pauta.
STF. Decisão monocrática. RE 647827, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 27/10/2016.
Ilegitimidade do amicus curiae para pleitear medida
cautelar42
42 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Ilegitimidade do
amicus curiae para pleitear medida cautelar. Buscador
41 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Limite máximo para a
intervenção. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia
/detalhes/a3f390d88e4c41f2747bfa2f1b5f87db>
O amicus curiae não tem legitimidade para propor ação
direta; logo, também não possui legitimidade para
pleitear medida cautelar. STF. Plenário. ADPF 347
TPI-Ref/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 18/3/2020 (Info
970).
Cabe recurso contra a decisão do Relator que ADMITE o
ingresso do amicus curiae?40
NÃO. O art. 138 do CPC/2015
Cabe recurso contra a decisão do Relator que
INADMITE o ingresso do amicus curiae em processo
objetivo?40
SIM. O Min. Celso de Melo, na ADI 3396, afirmou que “o
Plenário do Supremo Tribunal Federal entende cabível o
recurso de agravo quando interposto contra decisão do
Relator que não admite a intervenção formal de terceiro,
como “amicus curiae”, no processo de controle normativo
abstrato”.43
ATENÇÃO
Em processo subjetivo, NÃO CABE RECURSO da
decisão que INADMITE, conforme decidiu o STF no RE
602584 (Info 920)
MEDIDA CAUTELAR
Prevista expressamente no art. 102, I, "p", CF, trata-se
de providência de caráter excepcional, à vista da
presunção de validade dos atos estatais, inclusive os
normativos.
O indeferimento do pedido cautelar não significa a
confirmação da

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