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Direio Processo Civil Aula 10 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Processual Civil 
 Professor: Eduardo Francisco 
Aula: 10 | Data: 02/06/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
1. Conflito de Competência 
2. Competência da Justiça Federal (1º grau) 
3. Processo de Conhecimento 
4. Fases do Procedimento Ordinário 
 
1. Conflito de Competência 
 
Só ocorre quando dois ou mais juízes divergem sobre a competência. Artigo 115 a 124 do CPC. 
 
Existem três espécies de conflitos: 
 
- positivo: todos se consideram competentes no processo; 
- negativo: todos os dois ou mais juízes se consideram incompetentes; 
- por conexão: quando eles divergem sobre a reunião ou separação de processos. 
 
O conflito pode ser suscitado: 
 
- pelo juiz por meio de um ofício, só competência absoluta (relativa não); 
- as partes e o MP fiscal da lei: será suscitado por meio de petição, os juízes serão ouvidos. 
 
Quem julga o conflito é sempre o Tribunal o qual vinculado os juízes. Esse julgamento, em regra, será colegiado, 
mas, excepcionalmente pode ser o Relator monocraticamente quando houver jurisprudência dominante. No 
Tribunal o MP sempre será ouvido como fiscal da lei por meio da Procuradoria. 
 
O Relator pode nomear um dos juízes para decidir questões urgentes, assim evita prejuízo às partes. 
Sempre ao decidir o conflito, o Tribunal se pronunciará sobre a validade dos atos do juiz incompetente. 
 
Obs.: artigo 117 do CPC – não pode suscitar o conflito a parte que ofereceu exceção de incompetência. A parte que 
não suscitou pode oferecer exceção. A lei proíbe discutir duas vezes a mesma questão por vias diferentes. O STJ já 
permitiu que a mesma parte usasse a outra via quando baseado em fundamento diferente. 
 
Art. 117. Não pode suscitar conflito a parte que, no processo, ofereceu 
exceção de incompetência. 
Parágrafo único. O conflito de competência não obsta, porém, a que a 
parte, que o não suscitou, ofereça exceção declinatória do foro. 
 
2. Competência da Justiça Federal (1º grau) 
 
Artigo 109, CF. 
 
 
 
 
 
 
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- Principal critério: qualidade da parte/pessoa: 
 
1) União, autarquias e empresa pública federal for parte a competência será da Justiça Federal; 
2) Estado estrangeiro ou organismo internacional é parte; 
3) remédios constitucionais contra autoridade federal (exceto trabalhista). 
 
- Outro critério – matéria: em razão da matéria são da competência da Justiça Federal: 
 
1) ações baseadas em tratados ou contratos internacionais; 
2) ação sobre direitos indígenas; 
3) ações sobre direitos humanos relevantes. 
 
A sociedade de economia mista federal demanda na Justiça Estadual. 
 
- Exceções: hipóteses em que o ente federal não demanda na Justiça Federal: 
 
1) Quando a competência não é da Justiça Federal: 
 
a) quando for competência da Justiça especializada, seja a trabalhista, eleitoral ou militar. 
*Ação de servidor contra a União baseada na CLT é na justiça trabalhista. 
*Ação de servidor contra a União baseada no regime jurídico único é na justiça federal porque o que se discute é 
direito administrativo. 
 
b) quando a competência é da Justiça Estadual (em regra a competência da Justiça Estadual é residual, mas existem 
casos de competência taxativa): 
 
- ações acidentárias contra o INSS; 
- o juízo universal da falência que atrai todos os credores, inclusive os entes federais. 
 
2) Quando a competência federal é exercida supletivamente pela estadual porque não há vara federal na sede 
da comarca: 
 
a) ações previdenciárias contra o INSS; 
b) nas execuções fiscais federais. 
 
Nestes casos os recursos vão para o TRF porque a competência é federal, o juiz estadual está apenas “quebrando 
um galho”. 
 
- Competência de Foro na Federal: 
 
a) se o ente federal é autor, é competente a Seção Judiciária do domicílio do réu; 
b) se o ente federal for réu é competente o foro do domicílio do autor ou da situação do bem ou do local do fato 
ou do Distrito Federal que é o domicílio da União. 
 
O artigo 95 aplica-se na Justiça Federal, se for as situações da segunda parte é obrigatório o foro do imóvel. 
 
 
 
 
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Art. 95. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é 
competente o foro da situação da coisa. Pode o autor, entretanto, 
optar pelo foro do domicílio ou de eleição, não recaindo o litígio sobre 
direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e 
demarcação de terras e nunciação de obra nova. 
 
3. Processo de Conhecimento 
 
Em regra segue o procedimento comum, salvo quando a lei prevê procedimento especial. O procedimento comum, 
em regra, segue o rito ordinário, salvo quando a lei prevê o sumário. O procedimento ordinário tem caráter residual 
e suas regras são aplicadas subsidiariamente aos demais procedimentos, no que couber (desde que não 
descaracterize o procedimento e a finalidade do seu diferencial). 
 
4. Fases do Procedimento Ordinário 
 
- postulatória: inicial, citação e respostas. 
* As vezes ocorrem as providencias preliminares. 
* As vezes há p julgamento no estado do processo. 
- ordinatória/de conciliação e saneamento: artigo 331; 
- fase instrutória; 
- fase decisória. 
 
1) Petição Inicial: 
a) artigo 39, deve ter o endereço do advogado; 
b) artigo 283, documentos indispensáveis; 
c) lei 11.419/06 exige CPF ou CNPJ das partes; 
d) artigo 285-B, indicação do valor correto quando se discute débito. 
 
2) Atitudes do Juiz: 
 
a) controle da competência absoluta, em regra. Só em um caso o juiz controla a competência relativa: quando for 
foro de eleição em contrato de adesão; 
 
b) controle da inicial: o juiz tem duas medidas: 1) emenda da inicial (artigo 284) ou 2) indeferimento da inicial 
(artigo 295); 
 
 Emenda da inicial: artigo 284 – só haverá emenda se for vício sanável: irregularidades que dificultam o 
julgamento da causa. A emenda é direito subjetivo do autor. O prazo é de 10 dias, é dilatório e por isso pode ser 
ampliado. O prazo será de 48 horas se faltar endereço do advogado (artigo 39, parágrafo único). Admite-se 
emendas sucessivas. 
 
 Indeferimento da inicial: artigo 295 - só ocorre se o vício for insanável ou se o autor se recusa a fazer a 
emenda. 
 
Hipóteses de indeferimento: 
I- inépcia da inicial: é defeito de pedido; 
II- ilegitimidade manifesta; 
 
 
 
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III- falta de interesse de agir; 
IV- quando o juiz decreta prescrição ou decadência: mérito; 
V- erro de procedimento quando não for possível corrigir; 
 
Obs.: como o processo ainda não tramitou, em regra, é possível corrigir o procedimento e o juiz deve fazê-lo de 
ofício, mas às vezes pode exigir a emenda da inicial dependendo da colaboração do autor. 
 
Obs.: com base na economia e instrumentalidade, a doutrina sugere aplicação analógica dessa regra quando o tipo 
de ação escolhido for inadequado. O juiz antes de indeferir a inicial, por falta de interesse, pode permitir que o 
autor adeque o tipo de ação. 
 
VI- quando o autor não emenda. 
 
Obs.: o indeferimento da inicial, em regra, é uma forma específica de extinção sem mérito (artigo 267, I) que se 
diferencia pelo momento processual (não pelo motivo). Tem que ser antes da ordem da citação! Se o juiz mandar 
citar haverá preclusão pro judicato – preclusão lógica. 
 
Obs.: o indeferimento da inicial baseado em prescrição ou decadência é com resolução do mérito (artigo 269, IV) e 
gera coisa julgada material. A doutrina sugere que após o trânsito em julgado seja dada ciência ao réu para, caso a 
ação seja repetida, ele possa alegar coisa julgada material. 
 
c) sentença liminar de improcedência: artigo 285-A – o juiz dispensa a citação e profere sentença de total 
improcedência, repetindo o teor de sentenças anteriores. Issose aplica 
às ações repetitivas. Requisitos: 
 
I – ações idênticas, ou seja, ações que têm a mesma tese jurídica central; 
II – matéria só de direito; 
III – casos anteriores totalmente improcedentes (no mínimo dois, por causa do plural); 
IV – mesmo juízo, ou seja, mesma vara (basta precedentes de primeiro grau, mas se houver precedentes superiores 
(exemplo: súmula de TJ, acórdão paradigma ou súmula do STJ ou do STF)); 
V – reprodução do teor das sentenças anteriores. 
 
O STJ já exigiu dupla concordância, entendendo que não é suficiente a sentença estar em conformidade com a 
jurisprudência do Tribunal Superior. Se a jurisprudência do tribunal local se firmar em sentido contrário o juiz deve 
parar de aplicar o artigo 285-A “porque não haverá a economia processual que se pretende”. 
 
Contra essa sentença cabe apelação que está no artigo 285-A. Esta apelação tem juízo de retratação em 5 dias, se 
não houver retratação o réu é citado para oferecer contrarrazões em 15 dias. A finalidade dessas contrarrazões é 
deixar a causa madura. O Tribunal pode: 
 
1- confirmar a sentença; 
2- anular a sentença; 
3- reformar a sentença (julgar procedente a ação porque o autor tem razão). 
 
O artigo 285-A é dever ou faculdade para o juiz? 
A doutrina se inclina a dizer que é faculdade, a rigor, presentes os requisitos, é um dever para o juiz, pois integra o 
dever de rápida solução do litígio. 
 
 
 
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Há possibilidade de aplicar o artigo 285-A para parte dos pedidos? 
Nery admite, diz que sim. 
A maioria diz que não, afinal não se admite sentença parcial. A aplicação parcial do artigo 285-A frustra a finalidade 
da regra que visa ganhar tempo, evitando o andamento inútil do processo. 
 
d) ordem de citação. 
 
3) Citação: artigo 213 e seguintes. 
 
Formas de citação: 
 
a) reais: 
- mandado; 
- correio; 
- meio eletrônico. 
 
b) fictas: 
- por hora certa; 
- por edital. 
 
 Citação pelo correio: 
- é a regra; 
- pressupõe o endereço do réu e a assinatura do réu no AR. Admite-se a teoria da aparência, mas se o réu se recusar 
a assinar será necessário citá-lo por outro meio. 
- pode ser feita para qualquer comarca do país; 
- é vedada: 1) quando o réu for incapaz; 2) Fazenda Pública; 3) sem carteiro que atenda a rua do réu; 4) se for ação 
de execução ou de estado da pessoa a lei optou por proibir a citação pelo correio; 5) se o autor requerer outra 
forma não haverá citação por correio. 
 
 Citação por hora certa: 
- é feita pelo oficial de justiça, mas é ficta porque entregue ao informante. 
 
Requisitos: 3 diligências frustradas + suspeita de ocultação maliciosa. 
 
Procedimento: na terceira visita frustrada o oficial avisa que voltará no dia seguinte, marcando hora. Se na hora 
marcada o réu não estiver, será citado por meio de um informante. Depois o cartório envia uma carta ao réu 
avisando que ele já foi citado. 
 
Prazo de resposta: começa com a juntada do mandado cumprido. A comunicação posterior (carta enviada pelo 
cartório) não influi no prazo. 
 
O oficial de justiça é quem analisa a ocultação maliciosa.

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