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Direio Processo Penal Aula 2 03 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Processual Penal 
 Professor: Guilherme Madeira 
Aula: 03 | Data: 16/03/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
Prova Testemunhal 
1. Noção 
2. Características da Prova Testemunhal 
3. Classificação de Testemunha 
4. Quem pode ser testemunha 
5. Procedimentos em relação à testemunhas 
6. Procedimento da colheita da prova testemunhal 
 
Procedimentos 
1. Modalidades de procedimentos 
2. Fluxograma 
3. Recebimento da denúncia 
4. Rejeição da Denúncia 
 
Prova Testemunhal 
 
Artigos 202 a 225, CPP. 
 
1. Noção 
 
Testemunha é toda pessoa humana capaz de depor e estranha ao processo, chamada a declarar à respeito de fato 
percebido pelos seus sentidos e relativos à causa. 
 
No processo penal a restrição da prova testemunhal é diferente do processo civil, ou seja, testemunhas que sejam 
inimigo capital ou amigo íntimo podem ser ouvidas. 
 
2. Características da Prova Testemunhal 
 
a) judicialidadae ou imediação: a prova testemunhal é a colhida em juízo perante o juiz; 
 
b) oralidade: a testemunha depõe oralmente, em regra; 
Exceção: artigo 221, §1º, CPP. 
 
§ 1o O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes 
do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal 
Federal poderão optar pela prestação de depoimento por escrito, 
caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo 
juiz, Ihes serão transmitidas por ofício. 
 
c) individualidade: as testemunhas são ouvidas de maneira separada das outras, artigo 210, CPP; 
 
 
 
 
 Página 2 de 8 
 
d) objetividade: a testemunha depõe sobre fatos, não podendo falar de suas impressões pessoais, salvo quando 
inseparáveis da narrativa, artigo 213, CPP; 
 
e) retrospectividade: testemunha depõe sobre fatos passados, jamais sobre fatos futuros; 
 
f) contraditoriedade (cross examination): artigo 212, CPP. 
 
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à 
testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a 
resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na 
repetição de outra já respondida. 
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá 
complementar a inquirição. 
 
3. Classificação de Testemunha 
 
1) testemunhas numerárias: são as testemunhas que contam do número máximo. 
 
Procedimento comum ordinário /primeira fase do júri Procedimento comum sumário /segunda fase do júri 
8 testemunhas por réu e por crime 5 testemunhas por réu e por crime 
 
2) testemunha extranumerária: é a testemunha que não conta do número máximo de testemunha. São elas: 
 
a) ouvidas por iniciativa do juiz; 
b) não prestam compromisso; 
c) nada sabem dos fatos. 
Artigo 209, CPP. 
 
3) informante: é a testemunha que não presta compromisso. 
 
4) testemunha referida: é a testemunha mencionada por outra testemunha. 
 
5) testemunha própria: é a testemunha que depõe sobre a infração penal. 
 
6) testemunha imprópria ou instrumental ou instrumentária ou fedatária: é a testemunha que depõe sobre a 
validade de um ato processual. Artigo 304, §§ 2º e 3º, CPP. 
 
7) testemunha direta: é a que depõe sobre fato que presenciou ou ouviu, a clássica testemunha. 
 
8) testemunha indireta ou auricular ou de “ouvir dizer”: é a testemunha que depõe sobre aquilo que ouviu dizer. 
 
9) testemunha da coroa: é o agente infiltrado. 
 
4. Quem pode ser testemunha 
 
a) regra: qualquer pessoa pode ser testemunha, artigo 202, CPP; 
 
 
 
 
 Página 3 de 8 
 
b) exceções: 
 
- testemunhas dispensadas: artigo 206 – são testemunhas que por relação de parentesco estão dispensadas de 
depor, mas se forem a única fonte de prova devem depor, mas sem compromisso. 
 
- testemunhas proibidas: artigo 207 – são testemunhas que em razão de função, ofício ou profissão têm o dever 
de sigilo (exemplo: padre, psiquiatra). Se o beneficiário do sigilo requerer e o destinatário aceitar poderá depor 
com compromisso. O advogado só pode depor para autodefesa. 
 
5. Procedimentos em relação à testemunhas 
 
1) momento para arrolar: 
 
a) regra: na denúncia ou queixa e na resposta. 
 
b) exceções: 
 
- ao final da audiência do procedimento comum ordinário, artigo 400; 
- na segunda fase do júri (artigo 422); 
- na hipótese de mutatio libelli (artigo 384). 
 
2) desistência da testemunha: 
 
a) regra: é possível e independe da parte contrária. 
 
b) exceção: no plenário do júri, após a instalação da sessão, somente poderá haver a desistência da testemunha 
com a concordância da outra parte e com a concordância dos jurados. 
 
3) substituição da testemunha: o CPP não prevê, mas aplica-se subsidiariamente o CPC. 
 
6. Procedimento da colheita da prova testemunhal 
 
- qualificação 
- contradita ou compromisso 
- acusação 
- defesa artigo 212, cross examination. 
- juiz 
 
Cross examination: O juiz é o ultimo a perguntar e as partes perguntam diretamente para a testemunha. As 
houver violação da ordem, a jurisprudência entende que se trata de nulidade relativa – Ag Rg no EResp 
111.644/RS. 
 
EMENTA 
PENAL. PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM 
RECURSO ESPECIAL. CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS. 
FUNDAMENTAÇÃO SUCINTA. NULIDADE NÃO CARACTERIZADA. ART. 
 
 
 
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212 DO CPP. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO. AGRAVO REGIMENTAL 
NÃO PROVIDO. 
1. Não sendo a hipótese de absolvição sumária do acusado, prevista 
no art. 397 do CPP, a decisão do juiz não demanda fundamentação 
complexa, sob pena de antecipação do juízo de mérito. 
2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça entende que a 
nulidade referente à inquirição direta das testemunhas pelo juiz é de 
natureza relativa, sendo necessária a demonstração de efetivo 
prejuízo à instrução criminal para o seu reconhecimento. Nesse 
ponto, incide a Súmula 83 do STJ. 
3. Agravo regimental não provido. 
 
ACÓRDÃO 
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, 
acordam os Ministros da Sexta Turma, por unanimidade, negar 
provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro 
Relator. Os Srs. Ministros Nefi Cordeiro, Ericson Maranho 
(Desembargador convocado do TJ/SP), Maria Thereza de Assis Moura 
e Sebastião Reis Júnior (Presidente) votaram com o Sr. Ministro 
Relator. 
Brasília, 16 de outubro de 2014 
 
No plenário do júri o juiz é o primeiro a perguntar, nos termos do artigo 473 do CPP. 
 
Procedimentos 
 
1. Modalidades de procedimentos 
 
1) procedimento comum: 
 
- ordinário: crimes com pena máxima maior ou igual a 4 anos; 
- sumário: crimes com pena máxima menor que 4 anos; 
- sumaríssimo: infrações de menor potencial ofensivo. Crime com pena máxima menor ou igual a 2 anos 
cumulado ou não com multa e as contravenções penais. 
 
Atenção: maldição do número 4: 
 
- Prisão preventiva: pena máxima maior do que 4 anos; 
- fiança pelo delegado: pena máxima menor ou igual a 4 anos. 
 
Atenção: no cálculo desta pena leva-se em conta causas de aumento e de diminuição, mas agravantes e 
atenuantes não. 
 
2) procedimento especial: 
 
- júri 
- honra, etc 
 
 
 
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2. Fluxograma 
 
 
 
 
3. Recebimento da denúncia 
 
1) quantidade de recebimentos da denúncia: há três posições: 
 
1ª posição: Guilherme Nucci - só há o recebimento da letra A , previsto no artigo 396, CPP; 
2ª posição: Gustavo Badaró, só há o recebimento da letra B, previsto no artigo 399, CPP; 
3ª posição: Antonio Scarance Fernandes, há dois recebimentos, letra A e letra B e o que interrompe a prescrição é 
o da letra B. 
 
Não há posição clara da jurisprudência, mas dê preferência para a posição do Nucci. 
 
2) motivação do recebimento da denúncia: 
 
a) como regra, de acordocom a jurisprudência, não precisa motivar o recebimento, porque não tem conteúdo 
decisório. AgRg no HC 107.066/SP. 
 
HABEAS CORPUS” – ALEGAÇÃO DE INÉPCIA DA DENÚNCIA – 
INOCORRÊNCIA – OBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS FIXADOS PELO 
ART. 41 DO CPP – PEÇA ACUSATÓRIA QUE ATENDE, PLENAMENTE, ÀS 
EXIGÊNCIAS LEGAIS – FALTA DE JUSTA CAUSA – NECESSIDADE DE 
INDAGAÇÃO PROBATÓRIA – INVIABILIDADE NA VIA SUMARÍSSIMA 
DO “HABEAS CORPUS” – RECEBIMENTO DE DENÚNCIA – AUSÊNCIA 
DE FUNDAMENTAÇÃO – ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 93, IX, DA 
 
 
 
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CONSTITUIÇÃO – INOCORRÊNCIA – LEGITIMIDADE JURÍDICA DO 
PODER INVESTIGATÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO –JURISPRUDÊNCIA 
(SEGUNDA TURMA DO STF) – INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO 
ILEGAL – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. 
 
(STF, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 
12/11/2013, Segunda Turma). 
 
b) exceção: 
- competência originaria (lei 8088/90); 
- tráfico de drogas (lei 11.343/06); 
- JECRIM (lei 9099/95); 
- crimes de responsabilidade de funcionário público afiançáveis (artigo 514, CPP). 
Em todos esses há a exigência de motivação ao recebimento da denúncia (em todos eles antes do recebimento da 
denúncia há uma defesa). 
 
3) emendatio libelli e recebimento da denúncia: como regra, a emendatio libelli só pode ser aplicada na 
sentença, artigo 383, CPP. 
 
Em 2013 houve a primeira modificação do STF: se a desclassificação gerar alteração da competência, também 
haverá a possibilidade da emendatio libelli no recebimento da denúncia – HC 115.831/MA. 
 
EMENTA HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. EMENDATIO LIBELLI. 
LAVAGEM DE ATIVOS. DESCLASSIFICAÇÃO NO RECEBIMENTO DA 
DENÚNCIA, PARA ESTELIONATO. ART. 383 DO CÓDIGO DE PROCESSO 
PENAL. MOMENTO PROCESSUAL ADEQUADO. RELATIVIZAÇÃO. 
ESPECIALIZAÇÃO DO JUÍZO. 1. Segundo a jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal é a sentença o momento processual oportuno para a 
emendatio libelli, a teor do art. 383 do Código de Processo Penal. 2. 
Tal posicionamento comporta relativização – hipótese em que 
admissível juízo desclassificatório prévio –, em caso de erro de 
direito, quando a qualificação jurídica do crime imputado repercute 
na definição da competência. Precedente. 3. Na espécie, a existência 
de peculiaridade – ação penal relacionada a suposto esquema 
criminoso objeto da ação em trâmite na vara especializada em 
lavagem de ativos –, recomenda a manutenção do acórdão recorrido 
que chancelou a remessa do feito, comandada pelo Tribunal Regional 
Federal da 1ª Região para a 1ª Vara Federal da Seção Judiciária do 
Maranhão, que detém tal especialização. 4. Ordem denegada. 
 
(STF - HC: 115831 MA, Relator: Min. ROSA WEBER, Data de 
Julgamento: 22/10/2013, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-
227 DIVULG 18-11-2013 PUBLIC 19-11-2013) 
 
Em novembro de 2014 o STJ ampliou a posição do STF para reconhecer que se a desclassificação gerar direitos 
que podem ser conhecidos de ofício, como a transação penal e a extinção da punibilidade, poderá haver a 
emendatio libelli neste momento. HC 241.206/SP. 
 
 
 
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EMENTA 
PROCESSUAL PENAL E PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE 
RECURSO ESPECIAL, ORDINÁRIO OU DE REVISÃO CRIMINAL. 
EMENDATIO LIBELLI. DIREITOS PROCESSUAIS OU MATERIAIS. TEMAS 
DE ORDEM PÚBLICA. DECISÃO POSSÍVEL EM QUALQUER FASE DO 
PROCESSO. FUNDAMENTAÇÃO COM EXAME DA CORRETA 
ADEQUAÇÃO TÍPICA. LEGALIDADE. ANULAÇÃO DA DECISÃO 
FAVORÁVEL À DEFESA SEM RECURSO ACUSATÓRIO. REFORMATIO IN 
PEJUS. OCORRÊNCIA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 
1. Ressalvada pessoal compreensão diversa, uniformizou o Superior 
Tribunal de Justiça ser inadequado o writ em substituição a recursos 
especial e ordinário, ou de revisão criminal, admitindo-se, de ofício, a 
concessão da ordem ante a constatação de ilegalidade flagrante, 
abuso de poder ou teratologia. 
2. Se a aplicação do direito aos fatos denunciados dá-se em regra 
pela sentença, mantendo ou não a tipificação indicada pela inicial 
acusatória - arts. 383 e 384 do Código de Processo Penal -, o 
reconhecimento de incontroversos direitos processuais ou materiais, 
caracterizados como temas de ordem pública, pode dar-se em 
qualquer fase do processo, inclusive com fundamentação então 
necessária de correto enquadramento típico. 
3. Nada impede possa o magistrado, mesmo antes da sentença 
condenatória, evitando a mora e os efeitos de indevida persecução 
criminal, reconhecer desde logo clara incompetência, prescrição, 
falta de justa causa, direitos de transação, sursis processual, ou 
temas outros de ordem pública, relevantes, certos e urgentes. 
4. Válido é o reconhecimento do direito à transação penal, por fatos 
denunciados que compreende o magistrado claramente 
configurarem crime de pequeno potencial ofensivo. 
5. Inválido o acórdão que em habeas corpus anula essa decisão de 
primeiro grau, explicitando o efeito de prosseguimento da 
persecução criminal pelo crime comum originalmente tipificado na 
denúncia, já que prejudica condição processual assegurada ao 
acusado em impugnação exclusiva da defesa. 
6. Habeas corpus não conhecido, mas concedida de ofício a ordem 
para tornar nulo o acórdão do habeas corpus no Tribunal local, 
restabelecendo a decisão de 1ª grau que determinou o 
prosseguimento da persecução criminal por crime de pequeno 
potencial ofensivo. 
 
4. Rejeição da Denúncia 
 
Artigo 395, CPP. Premissa: não confundir com as hipóteses de absolvição sumária do artigo 397, nem com as 
hipóteses de absolvição sumária do artigo 415. 
 
Cabimento: 
 
 
 
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I- manifestamente inepta; 
II- faltar condição da ação/pressuposto processual; 
III- faltar justa causa. 
 
O STJ passou a admitir a rejeição tardia da denúncia que é feita após a resposta à acusação - Resp 1.318.180/DF. 
 
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL PENAL. DENÚNCIA. RECEBIMENTO. 
RESPOSTA DO ACUSADO. RECONHECIMENTO. AUSÊNCIA DE JUSTA 
CAUSA. POSSIBILIDADE. ILICITUDE DA PROVA. AFASTAMENTO. 
INVIABILIDADE. ACÓRDÃO RECORRIDO. FUNDAMENTO 
EXCLUSIVAMENTE CONSTITUCIONAL. DECRETO REGULAMENTAR. 
TIPO LEGISLATIVO QUE NÃO SE INSERE NO CONCEITO DE LEI FEDERAL 
1. O fato de a denúncia já ter sido recebida não impede o Juízo de 
primeiro grau de, logo após o oferecimento da resposta do acusado, 
prevista nos arts. 396 e 396-A do Código de Processo Penal, 
reconsiderar a anterior decisão e rejeitar a peça acusatória, ao 
constatar a presença de uma das hipóteses elencadas nos incisos do 
art. 395 do Código de Processo Penal, suscitada pela defesa. 2. As 
matérias numeradas no art. 395 do Código de Processo Penal dizem 
respeito a condições da ação e pressupostos processuais, cuja 
aferição não está sujeita à preclusão (art. 267, § 3º, do CPC, c/c o art. 
3º do CPP). 3. Hipótese concreta em que, após o recebimento da 
denúncia, o Juízo de primeiro grau, ao analisar a resposta preliminar 
do acusado, reconheceu a ausência de justa causa para a ação penal, 
em razão da ilicitude da prova que lhe dera suporte. 4. O acórdão 
recorrido rechaçou a pretensão de afastamento do caráter ilícito da 
prova com fundamento exclusivamente constitucional, motivo pelo 
qual sua revisão, nesse aspecto, é descabida em recurso especial. 5. 
Os decretos regulamentares não se enquadram no conceito de lei 
federal, trazido no art. 105, III, a, da Constituição Federal. 6. Recurso 
especial parcialmente conhecido e, nessa parte, improvido. 
 
(STJ , Relator: Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Data de Julgamento: 
16/05/2013, T6 - SEXTA TURMA) 
 
Próxima aula: citação.