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Estrutura, organização e replicação do genoma Objetivos desta aula • Relacionar os cromossomos com a segregação de características genéticas • Apresentar os cromossomos como unidade física da herança • Apresentar estrutura e organização dos cromossomos humanos em diferentes graus de condensação • Relacionar a duplicação cromossômica com a replicação do DNA Genética Mendeliana Clássica Genética Mendeliana Clássica Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I Onde estão as partículas hereditárias de Mendel? De Mendel aos Cromossomos • Comportamento cromossômico durante formação dos gametas (meiose) – Walter Suton e Theodor Boveri (1902) • Espécies que apresentam cromossomos diferindo em tamanho e forma, permitiram mostrar que os cromossomos existem em pares e que eles segregam independente durante meiose (Ex. Elinor Carothers (1913) trabalhando com gafanhotos) • A descoberta da herança ligada ao sexo – L. Doncaster e G.H. Raynor (1906) trabalhando com mariposas – William Bateson, trabalhando com cor de plumagens de galinhas • Diferenças no padrão de herança de acordo com o sexo do genitor e genes distribuídos ao longo dos cromossomos – Thomas Hunt Morgan e seus estudantes Calvin Bridges e Alfred Suttertevant, trabalhando com Drosophila melanogaster Teoria cromossômica da herança Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I Teoria cromossômica da herança Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I Gametogênese Gametogênese Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I Formação de Gametas Cromossomos heteromorfosElinor Carothers Gafanhotos Cromossomos heteromorfos segregando independentemente durante a meiose Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I Herança ligada ao sexo em D. melanogaster Trabalho de Calvin Bridges realizado nos laboratórios de Thomas Hunt Morgan Ligação genética • Bateson e Punnet, através da análise da herança para cor de flor e forma de grãos de pólen em ervilha-de- cheiro • Desvios da relação 9:3:3:1 • Genes localizados no mesmo cromossomo • Combinações não parentais aA B b A B A B a b a b A B A b a B a b aA B B aA b b cC D d C D C D c d c d cC D d C D c d 1/4 1/4 1/4 1/4 1/4 1/4 1/4 1/4 1/2 1/2 Crossing over entre os locos em 100% das meioses Crossing over entre os locos em 0% das meioses aA B b A B A B a b a b A B A b a B a b AA B b aa B b 1/4 1/4 1/4 1/4 aA B b A B A B a b a b A B A B a b a b AA B B aa B b 1/4 1/4 1/4 1/4 AB= 3/4 Ab=1/4 aB=1/4 Ab=3/4 Crossing over entre os locos em 50% das meioses Utilização da fração de recombinantes na construção de mapas genéticos • Idealizado por Alfred Sturtevant (aluno de Thomas Hunt Morgan) “Morgan asked Sturtevant, still an undergraduate at the time, to make some sense of the data on crossing- over between different linked genes. In one night, Sturtevant developed a method for describing relations between genes that is still used today. In Sturtevant's own words, "In the latter part of 1911, in conversation with Morgan, I suddenly realized that the variations in strength of linkage, already attributed by Morgan to differences in the spatial separation of genes, offered the possibility of determining sequences in the linear dimension of a chromosome. I went home and spent most of the night (to the neglect of my undergraduate homework) in producing the first chromosome map." Utilização da fração de recombinantes na construção de mapas genéticos • Vamos entender a lógica de Sturtevant – Imagine o seguinte cruzamento teste » AaBb x aabb – Vamos aos resultados: • A_B_ - 165 - Parentais • A_bb - 21 - Recombinantes • aaB_ - 23 - Recombinantes • Aabb - 191- Parentais 11 % 11 umA B Distância versus recombinação Utilização da fração de recombinantes na construção de mapas genéticos • A fração de recombinantes está relacionada com a distância entre os locos • Assim se analisarmos 100 indivíduos e encontrarmos um recombinante teremos 1% de recombinantes (1 unidade de mapa) • Hoje denominada 1 cM • Fração máxima de recombinantes: 50% Mapa genético para Drosophila melanogaster Ora, se dentro de uma lógica testável é possível dispor características herdáveis aos longos dos cromossomos, não resta dúvida de que estes são a unidade física da herança A partícula hereditária de Mendel está localizada no Todos nesta sala não devem ter a menor dúvida sobre esta afirmativa e devem ser capazes de utilizar argumentos convincentes para demover incrédulos de qualquer outra idéia sobre a unidade física da herança. A biomolécula da hereditariedade Em sendo os cromossomos a unidade física da herança, qual a molécula da hereditariedade? Todos vocês já sabem que é o DNA (Ácido Desoxiribonucléico). Mas como este conhecimento foi construído, vocês sabem? Descoberta do DNA • Em 1869 começou a trabalhar com células brancas (leucócitos) • Coletava curativos em hospitais • Pus é rico em células brancas • Utilizava solução salina para retirar pus dos curativos • O pus tratado com solução alcalina tinha as células lisadas e o núcleo precipitado • Dos núcleos isolou um composto químico, que ele denominou nucleína • Encontrou nucleína em todas células que estudou • Identificou que a nucleína era rica em fósforo • Richard Altmann em 1889 (aluno de Miescher – trabalhando com esperma de Salmão) deu o nome de ácidos nucléicos, substancia somente encontrada nos cromossomas Friedrich Miescher Composição química do DNA • Por volta de 1900 sabia que a nucleína era constituída por proteínas e ácido desoxirribonucléico • Identificou que o DNA era constituído por nucleotídeos • E que cada nucleotídeo era constituído um grupo de fósforo, um açúcar e uma base nitrogenada • Imaginava que o DNA era constituído por blocos de quatro bases nitrogenadas sempre na mesma ordem • Este pensamento o fazia pensar que as proteínas é que codificavam a informação genética, pois estas eram constituídas por 20 aminoácidos Phoebus Aaron Theodor Levene DNA como molécula da hereditarieda Experimento de Frederick Griffith, realizado em 1928 Princípio transformante de Griffiths •Injeção de bactérias sem parede celular e não patogênicas •Camundongos continuam vivos •Injeção de bactérias com parede celular e patogênicas •Camundongos morrem •Injeção de bactérias com parede celular e patogênicas mortas por aquecimento •Camundongos continuam vivos •Bactérias sem parede celular são misturadas com bactérias com parede celular tratadas com calor •Camundongos morrem •Bactérias com parede celular são recuperadas dos camundongos mortos O DNA como molécula da hereditariedade O principio transformante de Griffiths é o DNA • Avery- McLoad -McCarthy Maclyn McCarty, 1936 Colin Munro MacLeod, 1936 Oswald Avery, 1930 The Journal of Experimental Medicine 79:137– 156. 1944 Experimentos de Avery-McLoad-McCarthy, 1944 Experimentos de Avery-McLoad- McCarthy, 1944 • Bactérias patogênicas mortas por calor • Preparo do extrato de bactérias • Tratamento do extrato – Enzimas para digestão de Carboidratos – Enzimas para digestão de Lipídeos – Enzimas para digestão de Ácido Ribonucléico – Enzimas para digestão de Ácido Desoxirribonucléico • Extrato tratado misturado com bactérias não patogênicas vivas • Somente extrato tratado com enzima para digestão doácido desoxirribonucléico removeu a capacidade transformante do extrato de bactérias patogênicas Alfred Hershey and Martha Chase, 1952 Alfred Hershey and Martha Chase, 1952 • Experimento com Bacteriófago • Marcação com S35 e P32 • Enxofre marca proteínas e fósforo marca DNA • Incubação entre bacteriófago e bactérias • Separação dos bacteriófagos e bactérias • S35 no sobrenadante • P32 no precipitado • Corrobora os experimentos de Avery-McLoad Conclusão do trabalho de Avery e McLoad A evidência apresentada corrobora a hipótese de que o ácido nucléico do tipo desoxirribose é a unidade fundamental do princípio transformante em Pneumococcus Tipo III Neste momento da aula você deve ser capaz de defender de maneira convincente que o DNA é a Molécula da hereditariedade Composição química do ácido desoxiribonucléico Nucleotídios • Os nucleotídios, unidades básicas dos ácidos nucléicos, são constituídos de – Uma base nitrogenada (anel heterocíclico de átomos de carbono e nitrogênio) – Uma pentose (açúcar com cinco carbonos) – Um grupo fosfato (molécula com um átomo de fósforo cercado por 4 oxigênios) Bases Nitrogenadas • As bases nitrogenadas são de dois tipos: – Púricas: Adenina (A) e Guanina (G) – Pirimídicas: Timina (T), Citosina (C) e Uracil (U) • As purinas são constituídas de dois anéis fundidos de 5 e 6 átomos • e as pirimidinas de um único anel de 6 átomos • Apenas quatro tipos diferentes de bases são encontrados em um dado polímero de ácido nucléico – No DNA as bases constituintes são A, G, C, e T enquanto no RNA são A, G, C, e U • Uracila e Timina são moléculas bastante relacionadas, diferindo apenas pelo grupo metila encontrado no átomo C5 do anel pirimídico da Timina Bases Nitrogenadas Resíduos de Açúcar • Dois tipos de pentoses são encontrados nos ácidos nucléicos – Ribose e desoxirribose • Diferem uma da outra pela presença ou ausência do grupo hidroxila no C 2' da pentose. É baseado nesta característica que os ácidos nucléicos recebem o nome RNA (ribose) ou DNA (desoxirribose) •Os carbonos da desoxirribose são numerados sequencialmente da direita para a esquerda. •O primeiro carbono é 1' (lê-se como um linha), o segundo é 2' (dois linha), e assim sucessivamente. •A base nitrogenada liga-se ao carbono 1', •e o grupo fosfato ao carbono 5'. •O nucleotídeo abaixo é ligado covalentemente ao carbono •3'. •Isto permite que uma longa fita seja construída. Resíduos de Açúcar (desoxiribose) Resíduos de Açúcar • A pentose é o elo de ligação entre a base e o grupo fosfato – De um lado, o Nitrogênio 9 das purinas ou o Nitrogênio 1 das pirimidinas liga-se ao C1' da pentose e, de outro lado, o grupo carboxila do átomo de C5' da pentose participa da ligação éster com o grupo fosfato DNA – os nucleotídeos • Desoxiribonucleotídeos Genética Humana Nucleotídeos Ligação fosfodiéster Em direção à compreensão da estrutura do ácido desoxirribonucléico Prof. Rinaldo Pereira Estrutura do DNA • Erwin Chargaff – Relação entre quantidade de bases nitrogenadas em vários organismos – A=T e C=G Estrutura do DNA • Rosalind Franklin, 1952 – Cristalografia de Raio X de DNA em trabalho colaborativo com Maurice Wilkins Estrutura do DNA • James Watson e Francis Crick, 1953 Pontes de hidrogênio Watson-Crick Estrutura do DNA • A molécula de DNA é uma dupla hélice cujas cadeias estão unidas por pontes de hidrogênio estabelecidas entre purinas e pirimidinas complementares – Adenina sempre pareia com Timina (A = T) – e Guanina com Citosina (G = C) Estrutura do DNA • Dupla hélice antiparalelas • Sugestão de um mecanismo de replicação para o DNA DNA conformação B DNA e Histonas A cromatina Organização do Cromossomo Linfócito humano Linfócito de rato Cromatina Regiões mais coradas – heterocromatina Regiões menos coradas - eucromatina Localização dos cromossomos no núcleo Estrutura cromossômica • Padrões de cromatina – Heterocromatina • Regiões densamente coradas – Eucromatina • Regiões pouco coradas Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I Organização da cromatina Cromossomo metafásico Cromatina, cromossomos e meiose Vamos descrever o que estamos vendo aqui Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I Cromossomo Estrutura cromossômica Estrutura tri-dimensional dos cromossomos Centrômero Telômeros Braço longo Braço curto Cromátides Cariótipo Humano DNA nos cromossomos DNA nos cromossomos Nucleossomo Nucleossomas Primeiro nível de organização da cromatina Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I Estrutura do cromossomo • Vários níveis de organização • Do menos condensado (núcleo na interfáse) ao mais condensado (núcleo metafásico) • DNA e proteínas Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I Nucleossomo Estrutura do Nucleossoma Replicação do DNA Replicação do DNA • Em organismos com DNA circular existe uma única origem de replicação • Em organismos eucariotos, existem várias origens de replicação distribuídas ao longo dos cromossomos Duplicação cromossômica e DNA Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I - Prof. Rinaldo Pereira Replicação do DNA • A maquinaria da replicação do DNA – Topoisomerase • Enzima responsável por remover a torção da dupla fita • Desempenha este papel rompendo uma ligação fosfodiéster de uma fita – Helicase • Responsável pela abertura da dupla fita através do rompimento das pontes de hidrogênio – DNA polimerase • Adição do nucleotídeo complementar ao da fita molde • Através da quebra das ligações de fosfato do DNTP promove a ligação fosfodiéster entre OH 3´e o P do carbono 5´ – Primase • Responsável pela síntese de um pequeno fragmento de RNA (primer) que dará a OH 3´para DNA polimerase • É removido durante a replicação – Ligase • Responsável por fazer a ligação de 3` OH e 5´P, nos intervalos após remoção dos primers e síntese de DNA – Proteínas de ligação a fita simples • Mantêm o DNA como fita simple após ação da helicase Replicação do DNA • Origens de replicação Forquilhas de replicação Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I - Prof. Rinaldo Pereira Origens de replicação: procariotos Fig. 8-22 Origens de replicação: eucariotos Origens de replicação: eucariotos Replicação do DNA • A replicação do DNA sempre ocorre na direção 5´-3 – Então uma fita será sintetizada de maneira contínua e a outra fita de maneira discontínua – Os fragmentos sintetizados de maneira descontínua são chamados de fragmentos de Okazaki Go to MCB 1201, MCB 1202 Helicase “Priming” Fig 8-27 Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I - Prof. Rinaldo Pereira Replicação do DNA Modelo em Procariotos Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I - Prof. Rinaldo Pereira Replicação do DNA Como um dímero pode sintetizar as fitas contínua e descontínua ? Go to MCB 1203 Coordenação de síntese da dupla fita Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I - Prof. Rinaldo Pereira Replicação do DNA Ligação fosfodiéster pela DNA polimerase Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I - Prof. Rinaldo Pereira Replicação do DNA Atividade revisora 3´-5´ exonuclease Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I - Prof. Rinaldo Pereira Replicação do DNA Remoção dos fragmentos de Okazaki Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I - Prof. Rinaldo Pereira Replicação do DNA Atividade da enzima Ligase Replicação nosterminais de cromossomos telômeros Replicação dos telômeros Genética Aplicada a Medicina - 2007 - I - Prof. Rinaldo Pereira Go to MCB 1204 Replicação dos telômeros
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