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CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES APRENDIZ
FACULDADE DE DIREITO
Wellington Magalhães
CHEQUE
Barbacena
2015
RESUMO
O título de crédito “cheque” é bastante tradicional no Brasil. Caracteriza-se por uma ordem de pagamento à vista, com modelo de confecção fixado pelo Banco Central, podendo ser utilizado em várias modalidades, cada uma com suas particularidades, quais sejam: cheque cruzado; cheque visado; cheque administrativo; e cheque para ser creditado em conta.
Dentre as suas regulamentações, se encontram as possibilidades de revogação, de sustação e de cancelamento, observadas as exigências legais para cada hipótese. O cheque possui prazos de apresentação e prescrição definidos, sendo que o seu pagamento é condicionado ao montante financeiro equivalente que o emitente mantém no banco sacado. Em se tratando de não pagamento, o emitente poderá ser considerado estelionatário, sendo imputado à luz do Código Penal brasileiro.
Palavras-chave: cheque, banco, pagamento, emitente, saque
RESUMEN
El título de crédito "check" es bastante tradicional en Brasil. Se caracteriza por una orden de pago en efectivo, con la fabricación de modelo establecido por el Banco Central, se puede utilizar en varios modos, cada uno con sus peculiaridades, a saber: cotejar; cheque certificado; cheque de caja; y comprobar que se abonarán en cuenta.
Entre sus reglamentos, son la revocación de posibilidades, ser suspendido y cancelado, sujeto a los requisitos legales de cada hipótesis. El cheque tiene plazos de presentación y de prescripción definido, y su pago está condicionado a la cantidad financiera equivalente que el autor conserva el banco librado. En el caso de falta de pago, el emisor puede ser considerado estafador, y acusó a la luz del Código Penal brasileño.
Palabras clave: comprobar, pago, banco, emisor, servir
1 - INTRODUÇÃO
Na presente pesquisa, procurou-se abordar o tema “cheque”, haja vista a sua inexorável importância na organização econômica e social de nosso país. Devido a sua acessibilidade à maior parte da população, o assunto foi explorado no sentido de suscitar nos adeptos dessa modalidade de título de crédito o conhecimento dos direitos e deveres pertinentes ao uso consciente e responsável do cheque.
Foram expostos tópicos de fundamental relevância, quais sejam: definição, requisitos e modalidades; situações de revogação, sustação e cancelamento; prazos de apresentação e prescricionais; e sanções previstas em lei para aqueles que usam de má-fé ao utilizar essa importante ferramenta de circulação de divisas.
2 - DESENVOLVIMENTO
2.1 - Definição
O cheque é uma ordem de pagamento à vista ex lege, emitida (sacada) contra banco ou instituição financeira que lhe seja equiparada (sacado), onde o emitente tenha fundos disponíveis. Sempre será à vista, ainda que lhe tenha sido “pós-datado” (comumente chamado de “pré-datado”).
No ordenamento jurídico pátrio, se encontra regulamentado pela Lei nº 7.357/85 (Lei do Cheque), bem como por diversos atos normativos infra-legais editados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), por força da previsão contida no art. 69 da referida lei.
2.2 - Requisitos
O cheque é um título de crédito de modelo vinculado, pois o Banco Central fixa o padrão a ser seguido obrigatoriamente em sua confecção. Outrossim, todo cheque deve conter:
a expressão “cheque” (cláusula cambiária);
uma ordem incondicional de pagamento de quantia determinada;
nome do sacado (banco ou instituição financeira);
data do saque (importante para aferir a prescrição);
lugar do saque (importante para aferir qual será o prazo de apresentação);
assinatura do emitente (sacador).
2.2.1 - Teoria dos equivalentes – ausente o lugar do pagamento ou saque (emissão), tal requisito pode ser suprido de acordo com as diretrizes traçadas pelo art. 2º da Lei do Cheque. Todavia, pela intervenção normativa do Banco Central, optou-se por criar um modelo padronizado de cheque, com todos os requisitos definidos por normas do CMN. Assim, não há mais que se falar em requisitos supríveis no cheque.
2.2.2 - Divergência de valores no mesmo cheque – havendo tal divergência, discricionariamente prevalece o que houver sido indicado por extenso.
2.2.3 - Indicação do beneficiário – com supedâneo na Lei nº 9.069/95, a indicação do beneficiário no cheque é obrigatória, salvo quando o valor for igual ou inferior a R$ 100,00 (cem reais), única hipótese em que se admite a emissão de título de crédito ao portador no Brasil.
2.2.4 - Cláusula à ordem – o cheque a possui implicitamente, podendo circular por endosso, ainda que tal cláusula não conste expressamente do documento. Nesse particular, é imperativo salientar que, caso seja apenas riscada a cláusula à ordem que vem expressa no formulário do cheque, este ainda poderá ser endossado, pois a cláusula está implícita. Para impedir o endosso, é essencial que conste expressamente no título a cláusula não à ordem, a qual permite a circulação por meio de uma cessão de crédito.
2.3 - Modalidades de cheque
2.3.1 - Cheque cruzado – consiste na aposição de dois traços transversais e paralelos no anverso do título. Se entre os dois traços não houver nenhuma indicação ou apenas o nome “banco”, trata-se de cruzamento geral e impõe que o cheque somente seja pago mediante crédito em conta, ou seja, impede o seu desconto na “boca do caixa”. Noutro giro, haverá cruzamento especial quando entre os dois traços houver indicação do nome de algum banco específico ou de seu número perante o Banco Central, situação na qual o cheque somente pode ser pago à instituição identificada ou a um cliente seu, via crédito em conta.
2.3.2 - Cheque visado – o banco sacado pode dar um “visto” (certificação ou outra declaração equivalente), mediante assinatura no verso da cártula, devidamente datada, atestando a existência de fundos em nome do emitente em quantia suficiente para honrar o pagamento do cheque. Em tal caso, o banco sacado se obriga a debitar da conta do emitente o valor visado e reservá-lo em prol do beneficiário do cheque durante o prazo de apresentação. Somente pode ser visado o cheque nominal que ainda não tenha sido endossado, mas nada impede que, posteriormente ao “visto”, seja o cheque endossado à outra pessoa.
2.3.3 - Cheque administrativo – é um cheque necessariamente nominal, emitido pelo banco contra ele mesmo, ou seja, o banco é ao mesmo tempo sacador (emitente) e sacado. Também é chamado de cheque bancário, cheque de direção ou cheque comprado.
2.3.4 - Cheque para ser creditado em conta – seus efeitos são bem parecidos aos do cheque cruzado, devendo ser formalizado através da inscrição transversal da expressão “para ser creditado em conta” ou outra equivalente no anverso do cheque (como prevê a lei) ou mediante a indicação do número da conta do beneficiário entre os dois traços do cruzamento (como feito na prática).
2.4 - Revogação ou contraordem do cheque
É ato exclusivo do emitente, cabível a qualquer tempo, mas que somente produz efeitos depois de escoado o prazo de apresentação. Devem ser apresentadas as razões motivadoras que compeliram a realização de tal ato, não cabendo ao banco julgá-las.
2.5 - Sustação ou oposição do cheque
Consoante previsto na Lei do Cheque, pode ser promovida tanto pelo emitente quanto pelo beneficiário. Ademais, além de poder ser requerida a qualquer tempo, também produz efeitos automaticamente, desde que seja fundada em relevante razão de direito (Ex.: cheque obtido mediante dolo ou coação, cheque furtado ou roubado, desacordo comercial etc.). Como preconiza, em sua lição, Fábio Ulhoa Coelho: “Se ao banco não cabe adentrar as razões do ato de sustação, não é possível condicionar a revogação ou oposição à apresentação de qualquer documento”. Destaque-se, contudo, a obrigatoriedade de apresentação do boletim de ocorrência especificamente quando a sustação ou oposição decorrer de furto, roubo ou extravio, exigência válida também para o caso de revogação.2.6 - Cancelamento do cheque
É ato privativo do correntista e tem lugar quando houver extravio de cheque não preenchido e não assinado.
2.7 - Prazo de apresentação ao banco sacado
É de 30 (trinta) dias a contar da emissão, quando emitido o cheque no mesmo lugar onde houver de ser pago, e de 60 (sessenta) dias quando a emissão ocorrer em lugar distinto. A não apresentação do cheque nesses prazos traz como consequência a impossibilidade de que o cheque, que não tenha sido pago pelo banco sacado, seja cobrado de eventuais endossantes e seus avalistas. Todavia, não influi na possibilidade de cobrança do emitente e seus avalistas, salvo se estes últimos comprovarem que havia fundos disponíveis durante o prazo de apresentação, mas que deixou de haver posteriormente, em razão de fato não imputável ao emitente.
2.8 - Pagamento do cheque pelo banco sacado
Se houver fundos disponíveis no banco sacado, este tem que pagar o cheque, independentemente de respeitados os prazos de apresentação, desde que o cheque tenha sido apresentado para pagamento antes de implementada a prescrição. Em outras palavras, se o cheque ainda não está prescrito e há fundos disponíveis, deve o banco sacado pagá-lo. Destarte, caso o emitente não possua fundos suficientes à quitação integral do cheque, o banco sacado tem a faculdade de pagar parcialmente o valor da cártula, e o beneficiário não pode recusar o recebimento parcial, que ficará consignado no próprio cheque.
2.9 - Cheque “pós-datado” ou “pré-datado”
Para o banco ou instituição financeira (sacado), é irrelevante se há indicação de uma data futura para o pagamento do cheque, haja vista que este título de crédito é emitido sempre à vista por força de lei (ex lege). Não obstante o descumprimento do contrato ou ajuste, em decorrência do qual houver indicação de data futura prorrogando o prazo de apresentação do cheque, pode implicar em responsabilização civil. O ajuste é comumente formalizado de duas maneiras distintas:
datando o cheque com uma data de emissão futura;
datando o cheque com a real data de emissão, mas colocando em outro local do mesmo a expressão “bom para” seguida de uma data futura ou grampeando na cártula o chamado “chorãozinho” (pequeno pedaço de papel onde consta a data futura).
2.10 - Não pagamento do cheque
Conforme assevera o inciso VI, § 2º, art. 171 do Código Penal, comete crime de estelionato quem “emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento”. Porém, segundo a jurisprudência do STJ, esse tipo penal é escusado no que tange ao cheque pré-datado, haja vista que o emitente não tinha o dolo de emitir uma “ordem de pagamento à vista”, mas meramente uma “promessa de pagamento futuro”.
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho sub examine traz relevantes informações para os adeptos ao uso do cheque, bem como para aqueles que fatalmente irão se deparar com o mesmo, haja vista sua comum circulação na economia brasileira. Foi desenvolvida uma orientação no sentido de trazer os direitos e os deveres daqueles que trabalham com essa modalidade de títulos de crédito, com informações inerentes à sua correta e segura utilização.
Por conseguinte, é mister propugnar tais orientações na efervescência de conscientizar a população de que o cheque é um meio seguro para a circulação de divisas, pois a legislação brasileira garante a incolumidade em relação ao patrimônio do cidadão de boa-fé, proporcionando meios de reaver possíveis prejuízos que possa ter ao utilizar dessa ferramenta.
4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brasil. Lei nº 7.357, de 2 de setembro de 1985. Dispões sobre o cheque e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7357.htm>. Acesso em: 27 de maio de 2015.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. v. 1. 10ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 448.
Súmula 600 do STF: “Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária”.
Súmula 370 do STJ: “Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado”.
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial: títulos de crédito. v. 2. São Paulo: Atlas, 2009. p. 218.

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