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5. As obrigações previdenciárias

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AS OBRIGAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
1. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA
A obrigação previdenciária pode ser PRINCIPAL ou ACESSÓRIA. A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento da contribuição social previdenciária ou penalidade pecuniária, extinguindo-se juntamente com o crédito dela decorrente.
A obrigação acessória decorre da legislação previdenciária e tem por objeto as prestações positivas (fazer) ou negativas (deixar de fazer / tolerar) nela previstas, no interesse da arrecadação ou da fiscalização. Esta obrigação, pelo simples fato de sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
2. SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Com a edição da Lei nº 11.457/07 foi criada a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), órgão da administração direta subordinado ao Ministro de Estado da Fazenda. A secretaria tem a competência para executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212/91 e das contribuições instituídas a título de substituição.
Com essa norma, a Secretaria da Receita Federal do Brasil passa a ser o sujeito ativo da obrigação previdenciária, com responsabilidade pelo cumprimento das obrigações principais e acessórias decorrentes da legislação.
O sujeito passivo da obrigação previdenciária é o contribuinte ou pessoa responsável pelo pagamento de contribuições sociais previdenciárias ou penalidades pecuniárias, bem como pelo cumprimento das obrigações acessórias decorrentes da legislação.
Contribuinte é aquele que mantém relação direta com a situação que constitua fato gerador de contribuições sociais previdenciárias. Pessoa responsável é aquela que, apesar de não se revestir da condição de contribuinte em relação a um fato gerador, tem sua obrigação decorrente de disposição expressa em lei.
Exemplo: empregador doméstico.
São sujeitos passivos da obrigação previdenciária a empresa, as equiparadas à empresa, o empregador doméstico, os segurados e os responsáveis na forma da lei.
2.1. Conceito previdenciário de empresa e de empregador doméstico
O art. 15 da Lei nº 8.212/91 traz o conceito de empresa e de empregador doméstico, no âmbito previdenciário.
I - empresa – a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional.
II - empregador doméstico – a pessoa ou família que admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico.
Equipara-se a empresa, para os efeitos da Lei nº 8.212/91, o contribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras.
Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica urbana cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores qualificados, por ela remunerados e assistidos. É obrigada a registrar o trabalhador na condição de temporário na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), conforme dispõe a Lei nº 6.019/74.Parte inferior do formulário
Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que procuram satisfazer as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc. Em outras palavras, administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços públicos, sendo dividida em administração direta e indireta.
A administração direta é aquela exercida pelo conjunto dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Nesse caso, os órgãos não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia administrativa.
Na administração indireta, o Estado transfere a sua titularidade ou execução das funções para que outras pessoas jurídicas, ligadas a ele, possam realizar. A administração indireta é composta pelas autarquias, fundações, sociedades de economia mista, empresas públicas e outras entidades de direito privado. Tais entidades possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia administrativa.
A lei trata da figura do equiparado à empresa, que é também sujeito passivo da relação obrigacional previdenciária, com se fosse empresa. Estabelece a lei que se equipara à empresa:
a) o contribuinte individual, em relação a segurado que lhe presta serviço;
b) a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras;
c) o operador portuário e o órgão gestor de mão de obra de que trata a Lei nº 8.630/93;
d) o proprietário ou dono de obra de construção civil, quando pessoa física, em relação a segurado que lhe presta serviço.
Os segurados da Previdência Social são os principais contribuintes do sistema de previdência social previsto na ordem jurídica nacional. São contribuintes em função do vínculo jurídico que possuem com o regime de previdência, uma vez que para obter benefícios devem verter contribuição ao fundo comum.
Os segurados são classificados em obrigatórios e facultativos. Os segurados obrigatórios são aqueles dos quais a lei exige a participação no custeio, bem como concede a eles benefícios e serviços quando presentes os requisitos para a concessão. Já os segurados facultativos são aqueles que não estão obrigados pela lei, mas que resolvem verter contribuições para fazer jus a benefícios e serviços.
São segurados obrigatórios e, por essa razão, contribuintes do sistema, os indivíduos enquadrados como empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e segurado especial. Para estes segurados a filiação é automática, sendo a inscrição feita a posteriori.
3. CADASTRO DOS SUJEITOS PASSIVOS
Para que a Previdência Social conheça seus contribuintes e possa fazer o devido controle de arrecadação das contribuições, torna-se necessária a sua identificação. Para isso a norma previdenciária mantém seu cadastramento, sendo feito por meio de matricula ou inscrição no Regime Geral de Previdência Social. Considera-se:
I - cadastro, o banco de dados contendo as informações de identificação dos sujeitos passivos na Previdência Social;
II - matrícula, a identificação dos sujeitos passivos perante a Previdência Social, podendo ser o número do:
a) Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), para empresas e equiparados a empresas obrigados da inscrição no CNPJ;
b) Cadastro Específico do INSS (CEI), para empresas e equiparados desobrigados da inscrição no CNPJ ou que ainda não a tenham efetuado;
III - inscrição de segurado, o Número de Identificação do Trabalhador (NIT) perante a Previdência Social.
Os cadastros do INSS são constituídos dos dados das empresas, dos equiparados a empresas e das pessoas físicas seguradas da Previdência Social. A inscrição ou a matrícula serão efetuadas, conforme o caso:
I - no Cadastro Nacional de Informação Social (CNIS), mediante atribuição de um NIT, para os trabalhadores em geral;
II - simultaneamente com a inscrição no CNPJ, para as pessoas jurídicas ou equiparadas;
III - no Cadastro Específico do INSS (CEI), no prazo de trinta dias contados do inicio de suas atividades, para a empresa e equiparado, quando for o caso.
O NIT poderá ser o número de inscrição no:
I - INSS;
II - Programa de Integração Social (PIS);
III - Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP);
IV - Sistema Único de Saúde (SUS).
As cooperativas de trabalho e de produção e a pessoa jurídica são obrigadas a efetuar a inscrição, no INSS, dos seus cooperados ou contribuintes individuais contratados, respectivamente, caso esses não comprovem sua inscrição na data da admissão na cooperativa ou dacontratação pela empresa.
Os órgãos da administração pública direta, indireta e as fundações de direito público, bem como as demais entidades integrantes do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI), que contratarem pessoa física para prestação de serviços eventuais, sem vínculo empregatício, deverão obter dela a respectiva inscrição no INSS, como contribuinte individual, ou providenciá-la em seu nome, caso não seja inscrita.
Quando da formalização do cadastro não será exigida documentação comprobatória, bastando que o sujeito passivo preste as informações necessárias. As informações fornecidas para o cadastramento têm caráter declaratório e são de inteira responsabilidade do declarante, podendo a RFB ou o INSS, conforme o caso, exigir, a qualquer momento, a sua comprovação.
A comprovação das informações fornecidas, quando exigida, poderá ser feita mediante a apresentação dos seguintes documentos:
- instrumento de constituição da empresa e respectivas alterações ou atas de eleição da diretoria, registrados no órgão competente;
- comprovante de inscrição no CNPJ;
- carteira de identidade, número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e comprovante de residência do responsável pessoa física;
- contrato de empreitada total celebrado com o proprietário do imóvel, dono da obra ou incorporador, exigível da empresa construtora responsável pela matrícula;
- projeto aprovado da obra a ser executada ou Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) para a obra de construção civil matriculada ou alvará de concessão de licença para construção, sempre que exigível pelos órgãos competentes;
- contrato com a Administração Pública e edital, no caso de obra de construção civil vinculada aos procedimentos de licitação previstos na Lei nº 8.666/93;
- quando se tratar de segurado especial ou de produtor rural pessoa física contribuinte individual:
a) comprovante de cadastro no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA);
b) contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;
c) bloco de notas de produtor rural ou notas fiscais de venda por produtor rural;
d) comprovante de pagamento do Imposto Territorial Rural (ITR) ou de Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) fornecido pelo INCRA ou autorização de ocupação temporária fornecida pelo INCRA;
e) declaração de sindicato de trabalhadores rurais, de pescadores ou de colônia de pescadores, registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, homologada pelo INSS, atestando a condição de segurado especial ou de produtor rural pessoa física;
f) caderneta de inscrição pessoal visada pela Capitania dos Portos ou pela Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE) ou pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS);
g) declaração fornecida pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), atestando a condição do índio como trabalhador rural, homologada pelo INSS.
Quando o cadastro no INSS não ocorrer simultaneamente com a inscrição no CNPJ, a empresa deverá apresentar na Agência da Receita Federal o documento constitutivo e alterações, registrados no órgão próprio, e o cartão de inscrição no CNPJ.
A inclusão no CEI será efetuada da seguinte forma:
I - verbalmente, pelo sujeito passivo, no Centro de Atendimento ao Contribuinte (CAC) ou na Agência da Receita Federal do Brasil (ARF);
II - no sítio da RFB na Internet, no endereço http://www.receita.fazenda.gov.br;
III - de ofício, por servidor da RFB.
A inclusão do NIT será:
I - na página da Previdência Social via Internet, no endereço www.previdencia.gov.br;
II - nos quiosques de autoatendimento das APS;
III - nas unidades móveis.
A inscrição de segurado contribuinte individual poderá ser efetuada também pelo serviço de atendimento telefônico (PREVFONE - 135).
Os dados identificadores de corresponsáveis deverão ser informados no ato do cadastramento. O profissional liberal responsável por mais de um estabelecimento deverá cadastrar uma matrícula CEI para cada estabelecimento em que tenha segurados empregados a seu serviço.
4. CONTRIBUIÇÕES DOS TRABALHADORES
A cobrança de contribuição social do próprio beneficiário pelo regime previdenciário é consequência da natureza contributiva do sistema, além de ser mandamento constitucional (art. 195, II da CF/88).
A base de cálculo da contribuição social previdenciária dos segurados do RGPS é o salário de contribuição. Genericamente, a lei determina que o salário de contribuição seja composto pela remuneração do segurado (exceto o segurado especial). As parcelas meramente ressarcitórias e indenizatórias são excluídas da base de cálculo. Entende-se por salário de contribuição:
I - para o empregado e o trabalhador avulso – a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos que lhes são pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou de acordo coletivo de trabalho ou de sentença normativa, observado os limites mínimos e máximos do salário de contribuição;
II - para o empregado doméstico – a remuneração registrada na carteira profissional e/ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observados os limites mínimo e máximo de contribuição;
III - para o contribuinte individual – a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observados os limites mínimo e máximo de contribuição;
IV - para o dirigente sindical na qualidade de empregado – a remuneração paga, devida ou creditada pela entidade sindical, pela empresa ou por ambas;
V - para o dirigente sindical na qualidade de trabalhador avulso – a remuneração paga, devida ou creditada pela entidade sindical;
VI - para o segurado facultativo – o valor por ele declarado, observados os limites mínimo e máximo de contribuição.
O salário de contribuição para o contribuinte individual filiado a partir de 29 de novembro de 1999 que exercer atividade remunerada por conta própria será o valor auferido no exercício da atividade, observados os limites mínimo e máximo, ainda que para recolhimento de contribuições em atraso.
O salário de contribuição para o segurado cooperado filiado a cooperativa de trabalho é o valor recebido ou a ele creditado resultante da prestação de serviços a terceiros, pessoas físicas ou jurídicas, por intermédio da cooperativa.
No caso do síndico ou do administrador eleito para exercer atividade de administração condominial, estando isento do pagamento da taxa de condomínio, o valor da referida taxa integra a sua remuneração.
O salário de contribuição do produtor rural pessoa física, enquadrado como contribuinte individual, é o valor por ele declarado em razão do exercício da atividade rural por conta própria, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição.
O salário de contribuição para o ministro de confissão religiosa ou membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa, desde que o valor despendido pela entidade religiosa ou pela instituição de ensino vocacional, em face do seu mister religioso ou para a sua subsistência, independa da natureza e da quantidade do trabalho executado, é o valor por ele declarado, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição.
Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado, inclusive o doméstico, ocorrer no curso do mês, o salário de contribuição será proporcional ao número de dias efetivamente trabalhados, observadas as normas estabelecidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social.
A partir de 1º de janeirode 2015, o salário de contribuição não poderá ser inferior a R$ 788,00 nem superior a R$ 4.663,75.
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4.1. Empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico
A contribuição social previdenciária dos segurados empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico é calculada mediante a aplicação da alíquota de 8%, 9% ou 11% sobre o seu salário de contribuição, de acordo com a faixa salarial, a saber:
- até 1.399,12 – 8,00%;
- de 1.399,13 até 2.331,88 – 9,00%;
- de 2.331,89 até 4.663,75 – 11,00%.
O segurado empregado, inclusive o doméstico, que possuir mais de 1 (um) vínculo, deverá comunicar a todos os seus empregadores, mensalmente, a remuneração recebida até o limite máximo do salário de contribuição, envolvendo todos os vínculos, a fim de que o empregador possa apurar corretamente o salário de contribuição sobre o qual deverá incidir a contribuição social previdenciária do segurado, bem como a alíquota a ser aplicada.
O segurado deverá apresentar os comprovantes de pagamento das remunerações como segurado empregado, inclusive o doméstico, relativos à competência anterior à da prestação de serviços, ou declaração, sob as penas da lei, de que é segurado empregado, inclusive o doméstico, consignando o valor sobre o qual é descontada a contribuição naquela atividade ou que a remuneração recebida atingiu o limite máximo do salário de contribuição, identificando o nome empresarial da empresa ou empresas, com o número do CNPJ, ou o empregador doméstico que efetuou ou efetuará o desconto sobre o valor por ele declarado.
O segurado deverá manter sob sua guarda cópia da declaração, juntamente com os comprovantes de pagamento, para fins de apresentação ao INSS ou à fiscalização da RFB, quando solicitado.
As bases de cálculo das contribuições sociais previdenciárias da empresa e do equiparado são as seguintes:
I - o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestam serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou de acordo coletivo de trabalho ou de sentença normativa;
II - o total das remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestam serviços;
III - o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços em relação a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativa de trabalho;
IV - o valor bruto da receita da comercialização da produção rural própria, se produtor rural pessoa jurídica ou da comercialização da produção própria, ou da produção própria e da adquirida de terceiros, se agroindústria;
V - a receita obtida com a realização de espetáculo desportivo, no território nacional, se associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional;
VI - a receita obtida com o licenciamento de uso de marcas e símbolos, patrocínio, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos desportivos, se associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional.
A gratificação natalina - décimo terceiro salário - integra o salário de contribuição, exceto para o cálculo do salário de benefício, sendo devida a contribuição quando do pagamento ou crédito da última parcela ou na rescisão do contrato de trabalho.
O salário-maternidade é base de cálculo para a contribuição do empregador, sendo que durante o período de licença-maternidade da segurada empregada doméstica, o empregador doméstico está obrigado a recolher apenas a contribuição a seu cargo.
Integra a remuneração a bolsa de estudos paga ou creditada ao médico-residente ou ao residente em área profissional da saúde, participantes dos programas de que tratam, respectivamente, o art. 4º da Lei nº 6.932, de 7 de julho de 1981, com a redação dada pela Lei nº 10.405, de 9 de janeiro de 2002, e o art. 13 da Lei nº 11.129, de 30 de junho de 2005.
Integra a remuneração o valor da taxa de condomínio da qual é isento de pagamento o síndico ou o administrador eleito para exercer atividade de administração condominial.
Caracterizam o pagamento de remuneração ou retribuição a moradia, a alimentação, o vestuário e outras prestações in natura fornecidas ao segurado empregado ou ao contribuinte individual.
A remuneração adicional de férias, de que trata o inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal, integra a base de cálculo, no mês a que ela se referir, mesmo quando paga antecipadamente na forma da legislação trabalhista.
O valor das diárias para viagens, quando excedente a 50% (cinquenta por cento) da remuneração mensal do empregado, integra a base de cálculo pelo seu valor total.
O valor pago à segurada empregada gestante, conforme disposto na alínea "b" do inciso II do art. 10 do ADCT da Constituição Federal, integra a remuneração, no mês da rescisão do contrato de trabalho, excluídos os casos de conversão em indenização previstos nos arts. 496 e 497 da CLT.
Não integram o salário de contribuição, exclusivamente:
I - os benefícios da previdência social, exceto o salário-maternidade;
II - a ajuda de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta, nos termos da Lei nº. 5.929, de 30 de outubro de 1973;
Estes adicionais são concedidos no caso de transferência provisória ou permanente do aeronauta, nos seguintes termos:
Transferência provisória: o empregador é obrigado a pagar ao aeronauta, além de seu salário, um adicional mensal, nunca inferior a 25% do salário recebido na base,
Na transferência permanente: o aeronauta, além do salário, terá direito ao pagamento de uma ajuda de custo, nunca inferior ao valor de 4 meses de salário, para indenização de despesas de mudança e instalação na nova base, bem como o seu transporte, por conta da empresa. 
III - a parcela in natura recebida de acordo com programa de alimentação aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, nos termos da Lei nº. 6.321, de 14 de abril de 1976;
IV - as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e o respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis do Trabalho;
Art.137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. * (Redação dada pelo Decreto-Lei 1.535/77).
	Este ponto merece atenção: somente as férias indenizadas são excluídas do salário de contribuição; seja em virtude de rescisão contratual, na qual as férias vencidas ou programadas são pagas, ou ainda no caso da dobra, paga pela empresa. As férias, quando pagas no período de vigência do contrato de trabalho, e o adicional constitucional sofrem incidência normalmente. No caso da dobra (art. 137 da CLT), a não incidência é exclusiva da parcela indenizatória, pois as férias normais compõem o salário de contribuição. O abono pecuniário, referente à conversão em pecúnia de 1/3 do período de férias a que tiver direito, também é excluído da base de incidência. O adicional de férias, como pagamento acessório, segue o principal. Se forem férias indenizadas ou a parcela da dobra, o adicional respectivo também é excluído da base, e vice-versa.
V - as importâncias recebidas a título de:
Indenização compensatória de quarenta por cento do montante depositado no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, como proteção à relação de emprego contra despedida arbitrária ou sem justa causa,
b) indenização por tempo de serviço, anterior a 05 de outubro de 1988, do empregado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;
Esta importância diz respeito aos trabalhadores que, ao iniciarem suas atividades em períodoanterior à Constituição de 1988, optaram pela estabilidade prevista no art. 497 da CLT, em vez do recebimento do FGTS.
c) indenização por despedida sem justa causa do empregado nos contratos por prazo determinado, conforme estabelecido no art. 479 da Consolidação das Leis do Trabalho;
	Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato. Este valor é excluído do salário de contribuição, já que é evidentemente indenizatório.
d) indenização do tempo de serviço do safrista, quando da expiração normal do contrato, conforme disposto no art. 14 da Lei n° 5.889, de 8 de junho de 1973;
	A supracitada lei trata do trabalho rural, e o artigo em questão diz respeito ao trabalho de safra, isto é, o que tenha sua duração dependente de variações estacionais da atividade agrária. Nestes contratos, em seu término normal, a empresa paga ao safrista, a título de indenização do tempo de serviço, importância correspondente a 1/12 do salário mensal, por mês de serviço ou fração superior a 14 dias.
e) incentivo à demissão;
	São valores pagos aos trabalhadores que decidem rescindir seus contratos de trabalho. As importâncias recebidas precisam ser devidamente comprovadas, como por exemplo, por meio de acordo assinado por empregador e empregado com a supervisão do sindicato. Nestas condições, esses valores são excluídos do salário de contribuição.
f) aviso prévio indenizado (revogado pelo Decreto 6.722, 12-1-2009).
g) indenização por dispensa sem justa causa no período de trinta dias que antecede a correção salarial a que se refere o art. 9º da Lei nº. 7.238, de 29 de outubro de 1984;
	O empregado dispensado sem justa causa, no período de 30 dias que antecede a data de sua correção salarial, terá direito à indenização adicional equivalente a um salário mensal, seja ele optante ou não pelo FGTS.
h) indenizações previstas nos art. 496 e 497 da CLT;
	Art.495 - Reconhecida a inexistência de falta grave praticada pelo empregado, fica o empregador obrigado a readmiti-lo no serviço e a pagar-lhe os salários a que teria direito no período da suspensão. 
	Art.496 - Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o grau de incompatibilidade resultante do dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa física, o tribunal do trabalho poderá converter aquela obrigação em indenização devida nos termos do artigo seguinte. 
	Art.497 - Extinguindo-se a empresa, sem a ocorrência de motivo de força maior, ao empregado estável despedido é garantida a indenização por rescisão do contrato por prazo indeterminado, paga em dobro. 
i) abono de férias na forma dos artigos 143 e 144 da Consolidação das Leis do Trabalho;
	Art.143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. * (Redação dada pelo Decreto-Lei 1.535/77). 
§ 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo. * (Redação dada pelo Decreto-Lei 1.535/77).
§ 2º - Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigo deverá ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da respectiva categoria profissional, independendo de requerimento individual a concessão do abono. * (Redação dada pelo Decreto-Lei 1.535/77).
§ 3º - O disposto neste artigo não se aplica aos empregados sob o regime de tempo parcial. * (Acrescido pela MP 1.709-01/98 e convalidado pela MP 2.076-33/01)
	Art.144 - O abono de férias de que trata o artigo anterior, bem como o concedido em virtude de cláusula do contrato de trabalho, do regulamento da empresa, de convenção ou acordo coletivo, desde que não excedente de 20 (vinte) dias do salário, não integrarão a remuneração do empregado para os efeitos da legislação do trabalho * (Redação dada pela MP 1.523-7/97 e transformada na Lei 9.528/97).
	Trata do abono pecuniário e do abono de férias. Ambos têm natureza indenizatória e, portanto, são excluídos do salário de contribuição.
j) ganhos eventuais e abonos expressamente desvinculados do salário por força de lei;
	A ideia para a exclusão destes valores é que tais rubricas não são pagas do modo continuado ao trabalhador e, logo, não serão substituídas pelo benefício previdenciário, o que permite sua exclusão da base de cálculo. De modo geral, entende-se que determinada rubrica deixa de ser eventual, quando passa a ser paga por três meses consecutivos. Entretanto, outras situações podem também configurar a habitualidade do pagamento, dependendo do caso concreto.
k) licença-prêmio indenizada; 
Os valores de licença-prêmio seriam pagos em virtude da conversão de certo período maior de licença concedido voluntariamente pelo empregador em pecúnia, tendo em vista o interesse de ambos.
 
VI - a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria;
	O vale-transporte foi instituído pela Lei nº. 7.418, de 16/12/85. Por este sistema, o empregador fornecerá os vales a seus empregados para utilização efetiva em despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa, através do sistema de transporte coletivo público, urbano ou intermunicipal e/ou interestadual. 
VII - a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da Consolidação das Leis do Trabalho;
	Art.470 - As despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregador. * (Redação dada pela Lei 6.203/75). 
Diz respeito às despesas resultantes da transferência do empregado, que correrão por conta do empregador. Somente estará excluída da base de incidência se paga em parcela única. Do contrário, o total ingressará no salário de contribuição.
VIII - as diárias para viagens, desde que não excedam a cinquenta por cento da remuneração mensal do empregado;
	Se, por exemplo, determinado empregado receber remuneração de R$1.000,00, sendo R$200,00 referentes a diárias, seu salário de contribuição será somente de R$800,00. As contribuições do empregado e da empresa serão sobre R$800,00 e não R$1.000,00.
IX – a importância recebida pelo estagiário a título de bolsa ou outra forma de contraprestação, quando paga nos termos da Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, e a bolsa de aprendizagem paga ao atleta não profissional em formação, nos termos da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998, com a redação dada pela Lei nº 10.672, de 15 de maio de 2003;
X - a participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica;
	A participação nos lucros ou resultados da empresa, está regulamentada na Lei nº. 10.101/00 em obediência ao preceito instituído na CF/88, art. 7º, inciso XI, dispondo que essa participação será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados. A lei veda o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores, a título de participação nos lucros ou resultados da empresa, em período inferior a um semestre civil ou mais de duas vezes no mesmo ano civil. Assim, se tais valores, ainda que decorrentes de lucro forem pagos em desacordo com a lei, como por exemplo, mensalmente, serão desconsiderados como tal, sendo, então, agregado ao salário de contribuição e gerando contribuição do empregado e da empresa.
XI - o abono do Programa de Integração Social/Programa de Assistência ao Servidor Público;
XII - os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego;
XIII - a importância paga ao empregado a título decomplementação ao valor do auxílio-doença desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa;
	Algumas empresas, em virtude de convenção ou acordo coletivo de trabalho, assumem o compromisso de complementar a eventual diferença entre o valor recebido pelo empregado no auxílio-doença e o que deveria receber se estivesse trabalhando. Embora a lei não preveja esta obrigação, algumas empresas assumem o compromisso da complementação, que estará a salvo da incidência, desde que tal direito seja garantido a todos os empregados da empresa.
XIV - as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira de que trata o art. 36 da Lei nº. 4.870, de 1º de dezembro de 1965;
	Art.36 - Ficam os produtores de cana, açúcar e álcool obrigados a aplicar, em benefício dos trabalhadores industriais e agrícolas das usinas, destilarias e fornecedores, em serviços de assistência médica, hospitalar, farmacêutica e social, importância correspondente no mínimo, às seguintes percentagens:
a) de 1% (um por cento) sobre preço oficial de saco de açúcar de 60 (sessenta) quilos, de qualquer tipo, revogado o disposto no art. 8º do Decreto-Lei nº. 9.827, de 10 de setembro de 1946;
b) de 1% (um por cento) sobre o valor oficial da tonelada de cana entregue, a qualquer título, às usinas, destilarias anexas ou autônomas, pelos fornecedores ou lavradores da referida matéria;
c) de 2% (dois por cento) sobre o valor oficial do litro de álcool de qualquer tipo produzido nas destilarias.
XV - os valores das contribuições efetivamente pagos pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar privada, aberta ou fechada, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes;
	Tais valores pagos pela empresa, na condição de patrocinador de regime previdenciário privado de previdência, são excluídos do salário de contribuição, mas a ressalva é que: desde que a vantagem seja extensível a todos os empregados e dirigentes.
XVI - o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou com ela conveniada, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa;
XVII - o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços;
XVIII - o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado, quando devidamente comprovadas; 
	Certas empresas solicitam que seus empregados utilizem seus próprios veículos para a realização de atividades externas, reembolsando-os dos gastos com combustível e manutenção (por exemplo, vendedores).
XIX - o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei nº. 9.394, de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo;
	A lei nº. 9.394/96 estabelece as diretrizes e base da educação nacional, prevendo, no art. 21, a Educação Básica como sendo a formada pela Educação Infantil e os Ensinos Fundamental e Médio, visando a desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável ao exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Além da Educação Básica, o dispositivo legal trata dos cursos de capacitação e qualificação profissionais, isto é, os ensinamentos necessários para o exercício de profissão ou , até mesmo, seu aprimoramento. No último caso, a exclusão somente será válida se o curso for vinculado às atividades desenvolvidas pela empresa. Se, por exemplo, um mecânico tem um curso de teatro pago pelo empregador, ainda que voltado à qualificação profissional, não estará excluído do salário de contribuição.
XX – os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais; 
XXI - o valor da multa paga ao empregado em decorrência da mora no pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão do contrato de trabalho, conforme previsto no § 8º do art. 477 da Consolidação das Leis do Trabalho.
	Este dispositivo da CLT trata da multa a ser paga pelo empregador, por trabalhador, em caso de mora do pagamento das verbas rescisórias. O pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverá ser efetuado nos seguintes prazos:
a) até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato; 
b) até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, quando da ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou dispensa de seu cumprimento. 
XXII - o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade da criança, quando devidamente comprovadas as despesas; 
XXIII - o reembolso babá, limitado ao menor salário de contribuição mensal e condicionado à comprovação do registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social da empregada, do pagamento da remuneração e do recolhimento da contribuição previdenciária, pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade da criança; 
XXIV - os valores das contribuições efetivamente pagos pela pessoa jurídica relativo a prêmio de seguro de vida em grupo, desde que previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho e disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes. 
XXV - o valor despendido por entidade religiosa ou instituição de ensino vocacional com ministro de confissão religiosa, membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa em face do seu mister religioso ou para sua subsistência, desde que fornecido em condições que independam da natureza e da quantidade do trabalho executado;
XXVI - as importâncias referentes à bolsa de ensino, pesquisa e extensão pagas pelas instituições federais de ensino superior, de pesquisa científica e tecnológica e pelas fundações de apoio, nos termos da Lei nº 8.958, de 20 de dezembro de 1994, conforme art. 7º do Decreto nº 5.205, de 14 de setembro de 2004;
XXVII - a importância paga pela empresa a título de auxílio funeral ou assistência à família em razão do óbito do segurado;
XXVIII - as diárias para viagens, independentemente do valor, pagas aos servidores públicos federais ocupantes exclusivamente de cargo em comissão; e.
XXIX - o ressarcimento de valores pagos a título de auxílio moradia aos servidores públicos federais ocupantes exclusivamente de cargo em comissão.
	As parcelas acima, quando pagas ou creditadas em desacordo com a legislação pertinente, integram a base de cálculo da contribuição para todos os fins e efeitos, sem prejuízo da aplicação das cominações legais cabíveis.
 	O valor mensal do auxílio-acidente integra o salário de contribuição, para fins de cálculo do salário de benefício de qualquer aposentadoria.
Contribuinte Individual e Segurado Facultativo
Contribuinte Individual 
	Para estes segurados, a contribuição não é progressiva, mas sim proporcional. Apesar de a base de cálculo ser o salário de contribuição, como visto acima, a alíquota é constante, equivalente a 20%. Neste caso não há qualquer redução decorrente da CPMF. Ainda que um contribuinte individual receba remuneração equivalente a um salário mínimo, não há diminuição de sua alíquota de contribuição.
A alíquota de contribuição dos segurados contribuinte individual e facultativo é de vinte por cento aplicada sobre o respectivo salário de contribuição, observado os limites mínimo e máximo do salário de contribuição.
No passado não havia contribuição patronal sobre a remuneração paga ao contribuinte individual que lhe prestava serviço, no entanto, atualmente existe a contribuição feita pela empresa sobre a remuneração paga ou creditada ao contribuinteindividual (art. 22, III da lei nº. 8.212/91). Essa alteração ocorreu com a Lei nº. 9.876 /99 que criou uma sistemática de redução da contribuição desse segurado, por meio de um abatimento da contribuição feita pela empresa. 
Esta regra foi inserida no corpo da Lei nº. 8.212/91, artigo 30, parágrafo 4º, que dispõe:
Na hipótese de o contribuinte individual prestar serviço a uma ou mais empresas, poderá deduzir, da sua contribuição mensal, quarenta e cinco por cento da contribuição da empresa, efetivamente recolhida ou declarada, incidente sobre a remuneração que esta lhe tenha pagado ou creditado, limitada a dedução a nove por cento do respectivo salário de contribuição. Essa regra é mera faculdade do segurado, não se traduzindo em uma obrigatoriedade. Ademais, a dedução não é plena, mas limitada a 9% do salário de contribuição do contribuinte individual. O parâmetro para o cálculo do valor a deduzir é a contribuição da empresa sobre o valor pago ou creditado ao segurado. Assim, se, por exemplo, o contribuinte individual recebeu R$1.000,00 de certa empresa, ele poderá deduzir 45% de R$200,00, ou seja, R$90,00 (porque a contribuição da empresa é de 20% sobre R$1.000,00, logo, R$200,00). 
Assim, sua contribuição, ao invés de R$200,00 (20% de R$1.000,00), seria no valor de R$110,00.
A Medida provisória nº. 83/02, posteriormente convertida na Lei nº. 10.666/03, a qual prevê a obrigatoriedade da empresa em arrecadar a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração, e a recolher o valor arrecadado, juntamente com a contribuição a seu cargo, até o dia dois do mês seguinte da competência. Por esta nova regra, caberá a empresa já efetuar a retenção da cotização devida pelo contribuinte individual, na alíquota de 11%, sendo a responsabilidade pelo recolhimento exclusiva desta, cabendo inclusive a aplicabilidade da presunção absoluta de que o desconto foi feito à época devida de modo correto, imputada a cobrança de quaisquer diferenças somente à empresa, nunca ao segurado.
	Assim sendo, presumir-se-á sempre feito o recolhimento ou a declaração da parte patronal da GFIP, o que possibilita a retenção não por 20%, mas sem por 11%, em qualquer faixa de remuneração. 
Naturalmente que, caso o contribuinte individual receba remuneração de pessoas físicas, continuará a seguir a regra tradicional, em razão desses valores: recolhimento pela alíquota de 20% e encargo próprio pelo pagamento, até o limite máximo do salário de contribuição.
Esta nova forma de cotização do contribuinte individual somente é aplicável a partir do dia primeiro do mês seguinte ao nonagésimo dia da publicação da Medida Provisória nº. 83/02, ou seja, a partir da competência abril de 2003, o que foi ratificado pela Lei nº. 10.666/03, sendo que, até então valerá a regra antiga, com a responsabilidade exclusiva do próprio contribuinte individual (art. 14 da Lei 10.666/03).
A regra da retenção, pela empresa, de 11% sobre a remuneração do contribuinte individual que lhe presta serviço, apresenta exceção: não se aplica ao contribuinte individual, quando contratado por outro contribuinte individual equiparado à empresa ou o produtor rural pessoa física ou ainda a missão diplomática e repartição consular de carreira estrangeira e brasileiro civil que trabalhe no exterior para organismo oficial internacional , do qual o Brasil seja membro efetivo. Para estes, permanecerá a dedução de 45%.
Nestas hipóteses, apesar de existir cota patronal, não haverá o desconto, cabendo ao próprio contribuinte individual efetuar seu recolhimento, com dedução.
A Lei nº. 10.666/03 também prevê a aplicação desta mesma regra à cooperativa de trabalho, em relação à contribuição social devida por seu cooperado. Cabe à mesma reter a parcela devida pelos cooperados. Ainda que não exista a cota patronal neste caso, a cooperativa de trabalho deverá reter a contribuição devida por seus cooperados, que são contribuintes individuais.
Também cabe às cooperativas de trabalho e às pessoas jurídicas, em geral, efetuar a inscrição no INSS de seus cooperados e contratados, respectivamente, como contribuintes individuais, se ainda não forem inscritos. Tal procedimento é fundamental para que se possa informar a atividade laborativa e a remuneração do trabalhador na GFIP.
Todavia, para as cooperativas de trabalho, a Lei nº. 10.666/02, também determina que o valor arrecadado dos cooperados seja recolhido até o dia 15 do mês seguinte ao de competência a que se referir. Assim, a cooperativa d trabalho terá dois prazos de recolhimento: o dia 02 do mês seguinte ao da competência, para cota patronal, contribuições retidas de empregados, avulsos e contribuintes individuas não cooperados, e o dia 14 do mês seguinte ao da competência exclusivamente para valores retidos dos cooperados.
Entretanto, elas ficam excluídas da obrigatoriedade de desconto e recolhimento da contribuição individual, quando este for contratado por outro contribuinte individual, equiparado à empresa, por produtor rural pessoa física ou por missão diplomática e repartição consular de carreira estrangeiras, além do brasileiro civil que trabalhe no exterior para organismo oficial internacional, do qual o Brasil seja membro efetivo. Todavia, apesar de não haver o desconto por partes destes, o contribuinte individual poderá utilizar-se da dedução de 45% da contribuição das empresas citadas, recolhendo o equivalente a 11% do seu salário de contribuição, segundo as regras já expostas.
Assim, a partir de 01 de abril de 2003 a contribuição previdenciária do contribuinte individual pode ocorrer das seguintes formas:
De 20% da remuneração auferida em decorrência da prestação de serviços por conta própria, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição;
De 20% que lhe for paga ou creditada, no decorrer do mês, pelos serviços prestados à entidade beneficente de assistência social isenta das contribuições sociais, observado o limite máximo do salário de contribuição e a obrigação de recolher a diferença entre a remuneração total e o valor mínimo e aquela for menor que este;
11% da remuneração que lhe for paga ou creditada, no decorrer do mês, pelos serviços prestados à empresa, em face da dedução de 45% devida ao contribuinte individual que presta serviço a produtor rural pessoa física, a missão diplomática, ou repartição consular de carreiras estrangeiras da remuneração que lhe for paga ou creditada, observado o limite máximo do salário de contribuição;
De 20% da remuneração que lhe for paga ou creditada, no decorrer do mês, pelos serviços prestados a contribuinte individual equiparado a empresa, a produtor rural pessoa física, a missão diplomática ou repartição consular de carreira estrangeiras, permitida a dedução de 45% incidente sobre a remuneração que estes lhe tenha pago ou creditado no respectivo mês, desde que efetivamente recolhida ou declarada,limitada a dedução a 9% do respectivo salário de contribuição.
Cabe ressaltar que o contribuinte individual é obrigado a complementar, diretamente, a contribuição até o valor mínimo mensal do salário de contribuição, quando as remunerações recebidas no mês, por serviços prestados a pessoas jurídicas, forem inferiores a este. Da mesma forma, caso preste serviços à pessoa física, deverá efetuar os recolhimentos por conta própria e pela alíquota de 20%%. Quer dizer que, caso os valores recebidos pelas empresas sejam inferiores ao limite mínimo do salário de contribuição do individual, deverá o mesmo complementar a diferença pela alíquota de 20%.Da mesma forma, caso os valores recebidos superem o limite mínimo, mas ainda exista valor percebido de pessoas físicas, caberá o recolhimento pela alíquota de 20%, obedecendo-se ao limite máximo do salário de contribuição.
Por exemplo: certo contribuinte individual recebeu no mês de maio de 2003, R$2.000,00 de certa empresa e R$2.000,00 de pessoas físicas, em razão de seu trabalho. A empresa deverá descontar do individual R$220,00 (11% de R$2.000,00) recolhendoeste valor em conjunto com os descontos dos demais segurados e parte patronal. Caberá ao segurado somente recolher sobre a diferença, até o limite do salário de contribuição, com a alíquota de 20%. 
Da Contribuição do Segurado Facultativo
	O segurado facultativo é responsável pelo recolhimento de sua contribuição A contribuição social corresponde a 20% (vinte por cento) do salário de contribuição por ele declarado, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição.
 	Será de 11% (onze por cento), sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário de contribuição a alíquota de contribuição do segurado facultativo que optar pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição. Caso o segurado pretenda contar o tempo correspondente para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição deverá complementar a contribuição mensal mediante o recolhimento de mais 9% (nove por cento), acrescido dos juros moratórios. 
		A CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADOR DOMÉSTICO
O empregador doméstico é responsável pela arrecadação, mediante desconto no pagamento da remuneração, da contribuição social previdenciária do segurado empregado doméstico a seu serviço, e pelo recolhimento da contribuição descontada juntamente com a contribuição a seu cargo. A contribuição social previdenciária do empregador doméstico é de 12% (doze por cento) do salário de contribuição do empregado doméstico a seu serviço.
	Quando o empregado doméstico exercer, concomitantemente, mais de uma atividade abrangida pelo RGPS, deverá efetuar as contribuições sobre todas essas atividades, observando o limite máximo de contribuição.
	A base de cálculo da contribuição social previdenciária do empregador doméstico é o salário de contribuição do empregado doméstico a seu serviço, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição.
A lei define como base de cálculo da contribuição social previdenciária do empregador doméstico o salário de contribuição do empregado doméstico a seu serviço, e não a remuneração, concluindo-se que a contribuição do empregador, assim como a do doméstico, é dotada de limite máximo.
Aí reside mais uma distinção entre empresa e empregador doméstico. A contribuição daquela incide sobre a remuneração de seus trabalhadores, sendo, portanto, desprovida de qualquer limite máximo. A contribuição do empregador doméstico não traz qualquer benefício a este. De modo análogo às empresas, o empregador doméstico é mero patrocinador compulsório dos benefícios previdenciários do segurado a seu serviço e de seus dependentes. Caso o empregado doméstico também exerça atividade remunerada, aí será segurado obrigatório em razão desta atividade e deverá verter as contribuições nesta condição, dessa vez em benefício próprio.
	A contribuição social previdenciária do empregador doméstico é de doze por cento do salário de contribuição do empregado doméstico a seu serviço. Além de sua contribuição, também é responsabilidade do empregador doméstico o desconto e repasse ao INSS da contribuição devida pelo empregado a seu serviço, sendo ambas recolhidas em conjunto, na mesma guia.
	A contribuição social previdenciária do segurado empregado doméstico, como visto em estudo anterior, é calculada mediante a aplicação da alíquota de oito, nove e onze por cento sobre o seu salário de contribuição, de acordo com a faixa salarial constante da tabela publicada periodicamente pelo MPS. Para os salários de contribuição de valor até três salários mínimos, as alíquotas serão reduzidas, em virtude da CPMF, conforme tabela publicada pela MPS. 
	As contribuições sociais previdenciárias do segurado empregado doméstico e a contribuição do empregador doméstico, respectivamente, deverão ser recolhidas pelo empregador doméstico até o dia quinze do mês seguinte ao da ocorrência do seu fato gerador, prorrogando-se o vencimento para o dia útil subsequente quando não houver expediente bancário no dia quinze.
	O empregador doméstico optante pelo pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), deverá providenciar sua matrícula no Cadastro Específico do INSS (CEI).
		CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO ESPECIAL
	
	O segurado especial tem forma toda peculiar de contribuição. Em virtude de mandamento constitucional (art. 195, §8º da CF/88), este segurado contribui com percentual incidente sobre o valor da comercialização de sua produção rural.
	O segurado especial deve promover a sua inscrição e a dos demais membros do grupo familiar junto ao INSS, matriculando-se no Cadastro Específico do INSS-CEI, cujo número será utilizado para o recolhimento de suas contribuições. Somente ao segurado especial e permitida a inscrição post mortem.
	Para ele não há salário de contribuição, pois este conceito perde o sentido. Aqui a base de cálculo é simplesmente o valor de venda da produção rural (incluindo a pesqueira, para o pescador artesanal).
	Ao contrário dos demais segurados, a contribuição do segurado especial não é, necessariamente, mensal, pois esta somente ocorre quando há alguma venda de produto rural. Se o segurado está no período entre safras, não há venda e, portanto, não há contribuição, embora o mesmo continue sendo segurado obrigatório do RGPS, com plena cobertura previdenciária.
	De fato, o segurado especial é uma figura sui generis, com tratamento totalmente distinto, inclusive para efeitos de concessão de benefícios. Tal distinção somente é válida, por ser prevista na própria constituição.
	A alíquota de contribuição do segurado especial e de 2,0% (dois por cento) da receita bruta, proveniente da comercialização da sua produção (art. 25, inciso I da Lei 8.212; 91). Acresce-se a esta o percentual de 0,1%, para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente do RAT – riscos ambientais do trabalho. 
	O art. 25, § 1º da Lei nº. 8.212/91 dá ao segurado especial a possibilidade de, além da contribuição obrigatória supracitada, contribuir, facultativamente, como se contribuinte individual fosse.Esta capacidade dada ao especial visa a possibilita-lo a postular benefícios superiores ao salário mínimo, pois, em regra, seus benefícios são fixados neste valor. Logo, como contribuinte individual, desde que contribua sobre base superior ao salário mínimo, poderá obter benefícios de valor mais elevado.
	Integram a produção, para efeito de contribuição, os produtos de origem animal ou vegetal, em estado natural ou submetidos a processos de beneficiamento (a primeira modificação ou o preparo dos produtos de origem animal ou vegetal, sem lhes retirar a característica original, assim compreendidos, entre outros, os processos de lavagem, limpeza, descaroçamento, pilagem, descascamento, debulhação, secagem, socagem e lenhamento), ou industrialização rudimentar (o processo de transformação do produto rural, alterando-lhe as características originais, tais como, a pasteurização, o resfriamento, a fermentação, a cristalização, o carvoejamento, o cozimento, a destilação, a moagem, a torrefação, a fundição, bem como os subprodutos e os resíduos obtidos (aqueles que, mediante processo de beneficiamento ou de industrialização rudimentar de produto rural original, surgem sob nova forma, tais como a casca, o farelo, a palha, o pelo e o caroço, entre outros.
	Como regra geral, cabe ao adquirente da produção do segurado especial o recolhimento da contribuição devida. O segurado especial somente será responsável quando comercializar sua produção no exterior; diretamente, no varejo, ao consumidor pessoa física; a produtor rural pessoa física ou a segurado especial.

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