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SIGNERS CRIAM ou situação. evoluíram. e a máquina, Essas tensões E CONTI N UAM A então, documentos m tipos mobilizou LETRA I 47 Interstate Light Interstate Light Compressed Interstate Light Condensed Interstate Regular Interstate Regular Compressed Interstate Regular Condensed Interstate Bold Interstate Bold Compressed Interstate Bold Condensed Interstate Black Interstate Black Compressed Interstate Black Condensed Projetada por Tobias Frere-Jones, Font Bureau, '993 nn pp Scala Scala Sans Scala Italic Scala Sans Italic SCALA CAPS SCALA SANS CAPS Scala Bold Scala Sans Bold A Scala, de Martin Majoor, Scala Sans Bold usada neste livro, começou como uma fonte serifada. SCALA JEWEL CRYSTAMais tarde, Majoor adicionou a ela uma subfamaia SCALA JEWEl DIAMOND sem serifa e um conjunto ornamental denominado SCALA JEWEL PEARL jewel U6iaJ. O diagrama acima,foi to por ele, mostra SCALA JEWEL SAPHYR a espinha comum entre as versões serifada e sem serifa. GRANDES PAMÍLIAS u ...................... u u ........... ___.._ "-1....... u u ..............--..- ,... ,...... u A UNIVERSfoi projetada pelo tipógrafo suíço Adrian Frutiger em '957. Ele desenhou 21 versões da Univers, em cinco pesos e larguras. Ao contrário de muitas famaias tipográficas, que crescem com o tempo ao ganharem popularidade, a Univers foi concebida como um sistema total desde o princípio. Um tipo romano tradicional de livro costuma ter uma família pequena - um grupo nuclear consistindo de romana, itálica, versaletes e talvez um peso bold e um semibold (cada qual com sua itálica). As famílias sem serifa possuem normalmente muitos outros pesos e tamanhos - fino, leve, preto, ultra estreito, estreito etc. Nos anos 1990, muitos designers de tipos criaram famílias com versões serifadas e sem serifa. Versaletes e algarismos não alinhados (uma cortesia normalmente reservada a famílias serifadas) foram incluídos nas versões sem serifa da Thesis, da Scala, e de muitas outras grandes famílias contemporâneas. PROJETANDO FONTES LETRA I 48 M ERC URY BO LO SMALL CA PS Prova, 2 003 Designer: Jonathan HoeAer, The HoeAer Type Foundry A Mercury foi projetada para a produção de jornais modernos, ou seja, para a impressão rápida e de grande volume em papel barato. As notas desta prova, que mostram apenas uma das variantes dessa vasta famaia tipográfica, comentam tudo - da largura ou peso das letras ao tamanho e à forma das serifas. LETRA I 49 PROJETANDO PONTES LAS VEGAS: CASTAWAYS Desenhos e tipos acabados . 2001 Direção de arte: Andy Cruz Design tipográfico: Ken Barber Engenharia de fonte: Rich Roat House I ndustries A Castaways pertence a uma série de Jontes digitais baseadas na sinalização comercial de Las Vegas. A sinalização original Joi frita por artistas letristas cujos letreiros e logotipos eram Jeitos à mão. A Hou se lndustries é uma JUndição tipográfica digital que cria fontes inspiradas na cultura popular e na história do designo O designer Ken BarberJaz desenhos a lápis e depois digitaliza seus contornos. Por mais de quinhentos anos, a produção de fontes foi um processo industrial. A maioria dos tipos eram moldados em chumbo até o surgimento da fotocomposição nos anos 1960 e 1970; as primeiras fontes digitais (também criadas nesse período) ainda requeriam equipamento especializado para o seu projeto e produção. O desenho de fontes só se tornaria um campo mais acessível com o advento dos microcomputadores. No final do século xx, "fundições tipográficas" digitais haviam aparecido no mundo todo, muitas delas lideradas por um ou dois designers. Contudo, produzir uma fonte completa ainda é uma tarefa enorme. Mesmo uma família pequena possui centenas de caracteres diferentes, e cada um deles requer muitas fases de refinamento. O designer tipográfico também precisa determinar como deve ser o seu espacejamento, que plataformas irá usar e como irá funcionar em diversos tamanhos, meios e linguagens. LETRA I 50 THE LOCUST [ESQ.] E MElT BANANA [DI R.] Cartazes serigrafados, 2002 Designer: Nolen Strals Nem todas as letras são tipográficas. A letragem manual ainda é uma força vibrante no design gráfico, como mostram esses cartazes de dois eventos musicais de Baltimore. A letragem manual também é a base de várias fontes digitais, mas dificilmente elas chegam perto da potência das letras verdadeiramente fritas à mão. I so MELT BANANA [OI R.] serigrafados , 2002 Nolen Strals Nem todas as letras silo tipográficas. A letragem manual ainda é uma força vibrante no design gráfico, como mostram esses cartazes de dois eventos musicais de Baltimore. A letragem manual também é a base de várias fontes digitais, mas dificilmente elas chegam perto da potência das letras verdadeiramente feitas à mão. LOGOTIPOS LETRA I 52 Johannes Hübner übner Ingenieurbüro Informalions- und Funklechnik TeI0351-4772181 Fax 0351-4772191 Funk 0172-3513564 BünaustraBe 21 01109 Dresden www.johannes-huebner.de mail@johannes-huebner.de H ÜSNER Programa de identidade, 1998 Designer: Anton Stankowski A identidade visual desta firma de engenharia usa a letra H como marca. As proporções da marca mudam de acordo com o contexto. LETRA I 53 LOGOTIPOS RACHEL COMEY Logotipos, 2003 Designer: Anton Ginzburg Esses logotipos, f eitos para uma designer de moda, usam letras tradicionais de manei ra contemporânea. A formalidad e dos caracteres manuscritos clássicos é atenuada pelo uso de letras minúsculas na escrita do nome da designer, enquanto a letra M em caixa·alta na partícula "coMey" injeta um elemento-surpresa no nome. OS LOGOTIPOS usam a tipografia e a letragem para grafar o nome de uma organização de um modo memorável. Se algumas marcas são feitas com símbolos abstratos ou ícones pictóricos, um logotipo usa letras para criar uma imagem distinta. Os logotipos podem ser feitos com fontes existentes ou com letras personalizadas. Atualmente, muitos deles têm várias versões para uso em situações diversas. Um logotipo faz parte de um programa de identidade mais abrangente, que o designer concebe como uma linguagem viva (e mutante) de acordo com as circunstâncias. museumthe THE NOGUCHI MUSEUM Logotipo, 2004 Designers: Abbott Miller e Jeremy Hoffrnan, Pentagram Os lados de um quadrado foram suavemente encurvados em referência à obra de Isamu Noguchi, que dá nome ao Noguchi Museum. O quadrado côncavo coordena-se com a fonte Balance, que também possui elementos levemente curvos. PONTES DE TELA LETRA I 54 L ETTE RS CAP ES Site, 2002 Designer: Peter Cho Esse site experimental traz letras bitrnap animadas em um espaço tridimensional. Fui ficando cansado da gritaria por tipos mais suavizados que corrigissem o serrilhamento dos tipos digitais. Enquanto urna parte de mim chorava ao ver a Gararnond retalhada na grade de pixels, a outra parte pensava, "E dai?" John Maeda, 2001 \ 54 serrilhamento dos na grade de LETRA \ 55 FONTES DE TELA A suavização, que usa tons de cinza para criar a ilusão de contornos curvOS;J é eficaz para a reprodução de textos na tela em tamanhos grandes. Em mmmb:J.~, no 9b.n1D" eIIIIIeS BII:II ~ d ... Úx;;IIr,. Mu:iIm ~ te:le:itxms) ~USIr ii::m.e. ~ pIIRh em 1:30. LETRA SUAVIZADA LETRA BITMAP A suavização digital [anti-aliasing] cria a aparência de uma borda suave ao Jazer com que alguns pixels da borda de uma letra apareçam em tons de cinza. Ela i mais eficaz em títulos grandes do que em textos pequenos. FONTES PARA IMPRESSÃO FONTES PARA A TELA A Helvetica, criadana Suíça em A Verdana é uma fonte sem serifa 1957, é uma das fontes mais projetada por Matthew Carter populares do mundo. especialmente para a tela. Embora a Helvetica seja a fonte-padrão de muitos A Verdana possui altura-x maior, curvas mais computadores, ela foi projetada para impressão. simples e formas mais abertas que a Helvetica. HELVETlCA 12 E 8 PT Projetada por Max Miedinger, 1957 VERDANA 12 E 8 PT Projetada por Matthew Carter, 1996 Criada para um jomallondrino, a Times A Georgia é uma fonte serifada de tela Roman também é muito popular, em projetada com curvas simples, formas grande parte por sua enorme distribuição, abertas e espacejamento generoso. Ela é a fonte-padrão de muitos sites, porque se pode esperar Georgia e Verdana, encomendadas pela Microsoft, foram que muitos usuários a possuam em seus computadores. amplamente distribuídas, tornando-se úteis para a internet. TIMES 12 E 8 PT Projetada por Stanley Morison, 1931 GEORGIA 12 E 8 PT Projetada por Matthew Carte" 1996 FONTES BITMAP LETRA I 56 fontes bitmap são feitas para mostraoores oigitais, fontes Ditma~ são feitas ~ara mostra~ores ~i~itais em tamannos es~ecíficos, Fontes bitmap são para mostradores digitais. Fontesbitmapsão feitas para mostradores digitais. fontes bitmap são feitas para mostradores digitais em tamanhos específicos, Fontes b innap são te itas para mostradoresdigitais. FAMÍLIA LO·RES Projetada por Zuzana Licko para a Emigre, '985 Essas fontes bitmap incoporam as famaias tipográficas precedentes Emigre, Emperor, Oakland e Universal, todas da mesma designer. Fontes bitmap sao feitas para mostrad(,res digitais em tamanh(,s espedfi(os . Fontes bitmap sao feitas para mostradores digitais em tamanhos específicos. Fonres lJitmap são Teiras para mostradores digirais em ramanlJ-os especÍficos. PIXELLA REGULAR, ITALlC, BOLO, E BOLO ITALlC DE 8 PT Projetada por Chester para a Thirstype, 2003 Fontes bitmap são feitas para mostradores digitais em tamanhos especí1icos. Fontes bitmop são feitos poro mostrodores digitois em tomonhos específicos_ Fontes bitmop são feitos poro mostrodores digitois_ Fontes bitmap são feitas para mostradores digitais em tamanhos especí1icos. Fontes bitmap são feitas para mostradores digitais em tamanhos especí1icos. fontes bitmop são feitos poro mostrodores digitois em tomonhos específicos_ fontes bitmop são feitos poro mostrodores digitais_ FFF CORPORATE DE 8 PT Projetada por Walter Apai para a Fonls for Flash, 2003 Essas fontes são projetada especificamente para funcionar com o aplicativo de autoração multimídia Macromedia Flash. 01 LETRA I 57 FONTES BITMAPI 56 IS, es ~ecíTIco s ~ digitais. e s pe c ífi cos, AS FONTES BITMAP são feitas dos pixels (picture elements [ou elementos pictográficos]) que estruturam a tela. Se uma letra PostScript consiste de um contorno vetorizado, um caractere bitmap contém um número fixo de unidades retilíneas "ligadas" ou "desligadas". Fontes de contorno são escaláveis, ou seja, podem ser reproduzidas em meios de alta resolução bem como impressas em quase qualquer tamanho. No entanto, são dificeis de ler em pequenas dimensões na tela, onde os caracteres são traduzidos em pixels. (A suavização pode até piorar a legibilidade de textos pequenos.) Em uma fonte bitmap, os pixels não se dissolvem à medida que as letras crescem. Alguns designers gostam de explorar esse efeito, que chama a atenção para a geometria digital das letras. As fontes de pixels são amplamente utilizadas tanto no meio impresso quanto no digital. 8 pH Corporate 16 pH Corporate 24 PH Corporate 32 PH Corporate Uma fonte bitmap é projetada para ser usada em tamanhos especificos tais como 8 pixels, B08a-JANDEL NIJHOF g, LEE STAALSTRAAT 13-A 1011 Jf{ AMSTERDAM 22/05/03 13: 12 000000 00094 b'ED.1 VERZOO.mST. 42.50 TVf'OI3RAFIE 6.00 TVf'OI3~'AFIE 16.50 TVP\]~'AFIE 19.50 TVPOIJI;:AFIE 3.3.95 r r "':"t:"TVPOGRAFIE ~~ ....''"' TVPOI3RAFIE 32.00 TVPOGRAFIE 59.00 TVPOGRAFIE 40.00 WPOGRAFIE 50.40 Wf'OI3RAFIE 47.25 TVPDGRAFIE 80.00 WPOGRAFIE 37.70 SIJE:TDTAL 520.15 BTW LAAG 29.44 STUf{S 13Q CREDIT 520.1.5 O[]f( ANTWUARIAAT TEL:020-6203980 F A>:: 020-6393294 N I )HOF & LEE Recibo, 2003 t?SpU~?7CC/s. específicos. s específicos. específicos. . Flash. porque seu corpo é construído precisamente com unidades de tela. Em tela, uma fonte bitmap deve ser mostrada em múltiplos pares de seu tamanho original (um tipo de 8 px deve ser ampliado para 16, 24, J2 px e assim por diante). As telas de Macs e PCs mostram 72 pixels por polegada. Desse modo, um pixel equivale a aproximadamente um ponto. Esse recibo de caixa registradora, impresso com uma fonte bitmap, vem de uma livraria de design e tipografia em Amsterdã . (A autora ainda está em débito com essa transação.) EXERCÍCIO COM LETRAS Crie um protótipo para uma fonte bitmap desenhando letras em uma malha quadrada. Substitua as curvas e diagonais das letras tradicionais por elementos retilíneos. Evite fazer "escadas" detalhadas, que não passam de curvas e diagonais disfarçadas. Esse exercício revisita os anos 19IO e 1920, quando designers de vanguarda faziam fontes experimentais baseados em elementos geométricos simples. O projeto também reflete a estrutura das tecnologias digitais - dos recibos de caixas registradoras e placas de LEDS às fontes de tela - , mostrando de que maneira uma fonte pode funcionar como um sistema de elementos. Exemplos de trabalhos de estudantes do Maryland lnstitute College ofArt JAMES ALVAREZ LETRA I 58 -.-1 .JL WENDY NEESE LETRA I 59 EXERCÍCIO COM LETRAS JOEY POUS [ BRUCE WILLE N BRENDON MCCLEAN THE XIX AMENDMENT Instalação tipográfica na Grand Central Station. Nova York. 1995 Designer: S tephen Doyle Cliente: The New York State Division of Women Patrocinadores: The New York State Division of Women. Metropolitan Transportation Authority. Revlon e Merrill Lynch TEXTO I 62 CYBERSPACE ANO CIVIL SOCIETY Cartaz, 1996 Designer: Hayes Henderson Em vez de representar o ciberespaço como um diagrama etéreo, o designer usou manchas de textos sobrepostos para construir um vulto agourento. 1996 : Hayes Henderson vez de representar o IClb f:resp1aço como um diagrama etéreo, o designer usou manchas de textos sobrepostos para construir um vulto agourento. TEXTO LETRAS REÚNEM-SE EM PALAVRAS ; PALAVRAS CONSTROEM SENTENÇAS. Em tipografia , o termo "texto" é definido como uma seqüência contínua de palavras, distinta de legendas ou títulos mais curtos. O bloco principal é freqüentemente chamado de "corpo" e contém a principal massa de conteúdo. Também conhecido como "texto corrido", pode fluir de uma página, coluna ou caixa para outra. O texto pode ser visto como uma coisa - um objeto impávido e robusto - ou como um fluido derramado nos continentes da página e da tela. Pode ser sólido ou líquido, corpo ou sangue. Como corpo, o texto é mais íntegro e completo que os elementos que o circundam, sejam eles imagens, legendas e fólios, ou banners, botões e menus. Os designers geralmente tratam o corpo de texto com consistência, fazendo-o aparecer como uma substância coerente distribuída ao longo dos espaços de um documento. Nos meios digitais, textos longos são normalmente partidos em pedaços que podem ser alcançados por mecanismos de busca ou links de hipertexto. Designers e escritores contemporâneos produzem conteúdo para vários contextos - de páginas impressas a uma gama de ambientes de software, tipos de telas e dispositivos digitais, cada qual com seus próprios limites e oportunidades. Os designers abrem caminhos para dentro - e para fora - do fluxode palavras quebrando o texto em partes e oferecendo atalhos e rotas alternativas através da massa de informação. De um simples recuo (que sinaliza a entrada para uma nova idéia) a um link destacado (que anuncia um salto para outro local) , a tipografia auxilia os leitores a navegarem pela correnteza do conteúdo. Eles podem procurar um dado específico ou esforçar-se para processar rapidam~nte um volume de conteúdo e dele extrair elementos para uso imediato. Embora muitos livros vinculem o propósito da tipografia à melhoria da legibilidade da palavra escrita, uma das funções mais refinadas do design é de fato ajudar os leitores a não precisar ler. TEXTO I 64 PSALTER-HOURS I nglês. século XIII Walters Ms_ Wro2. fo I. 33v Acervo do Walters Art Museum. Baltimore Um monge escala a lateral da página para substituir um trecho incorreto pela linha corrigida da margem inferior. TEXTO I 65 Marshall McLuhan, A galáxia de Gutenberg (São Paulo: Cia Editora Nacional/Edusp, 1972). A respeito do futuro da propriedade intelectual, ver Lawrence Lessig, Free Culture: How Big Media Uses Technology and the Law to Lock Down Culture and Control Creativity (Nova York: Penguin, 2004). ERROS E PROPRIEDADE A tipografia ajudou a consolidar a noção literária do "texto" como obra original e completa - um corpo estável de idéias expresso de forma essencial. Antes da invenção da imprensa, os documentos manuscritos coalhavam- se de erros. Cópias eram copiadas de cópias , cada qual com suas próprias irregularidades e lacunas. Os escribas desenvolveram maneiras inventivas de inserir linhas faltantes nos manuscritos para salvar e reparar esses objetos laboriosamente preparados. Substituindo o manuscrito copiado à mão, a impressão com tipos móveis foi o primeiro sistema de produção em massa. Assim como ocorre com outros sistemas de produção em massa, o custo de compor os tipos, assegurar sua correção e rodar a impressão cai unitariamente à medida que o volume de impressão aumenta. O investimento de trabalho e capital destina-se mais a instrumentar e preparar a tecnologia que a fazer unidades individuais. O sistema de impressão permite que autores e editores corrijam uma obra ao passar do manuscrito à galé tipográfica. As "provas" são cópias de teste feitas antes do início da produção final. O ofício do revisor assegura a fidelidade do texto impresso ao original do autor. No entanto, mesmo o texto que consegue transpor os portais da impressão é inconstante. Cada edição de um livro é o registro fóssil de um texto - um registro que muda a cada tradução, citação, revisão, interpretação ou discussão. Desde a ascenção das ferramentas digitais de escrita e edição, os originais manuscritos fizeram tudo menos desaparecer. A correção eletrônieãestá-substitttindo-os-hierogli[os--do-editor. Textos on-line podem ser descarregados, reformatados, readequados e recombinados. A imprensa ajudou a estabelecer a figura do autor como o proprietário de um texto e as leis de copyright foram estabelecidas no início do século XVI II para proteger seu direito a essa propriedade. A era digital é cingida por batalhas entre aqueles que defendem a liberdade fundamental de dados e idéias e aqueles que esperam proteger - às vezes indefinidamente - os investimentos feitos na produção e edição de conteúdo. A página tipográfica clássica enfatiza a completude da obra e a sua autoridade como produto acabado. Já as estratégias alternativas de design nos séculos xx e XXI refletem a n~tureza contestada da autoria, revelando a abertura dos textos ao fluxo das informações e à corrosividade da história. A tipografia tendeu a fazer com que a linguagem deixasse de ser um meio de percepção e exploração para transformar-se em um produto portátil. Marshall McLuhan, 1962 TH E TELEPH ON E BOOK: TE CHNO LO GY, SCHI ZO P HR ENI A, ELECTRI C S PE ECH Livro, 1989 Des igne r: Richard Ecke rs ley Autor: Avital Rone ll Composição: Michae l Iensen Editora : Unive rs ity of Nebraska Press Fotografia: Dan Meye rs Este livro - um estudo filosófico da escrita como tecnologia material, usa a tipografia para enfatizar o argumento retórico do texto_ Esta dupla, por exemplo, é fra turada por "rios" tipográficos (espaços que se conectam verticalmente através da página). Os rios violam sua textura uniforme e unificada - um objetivo sagrado do design tipográfico tradicional. "How indccd could I aim my argument ar some singular destinarion. or anolher among you whos<: proptr name I might foraamplc:t know? And thro, is knowing a proper name: tantamount toknowing acone someonc?" (MC, 2). Otrrida dtmOnstratts for his part Ihat me mostj a srrucrure af the mark participares in a spccch dtsrined in .dgeneral ~ addrtsStts (destina/Rira) who are not easily determinable or~ vancc: ro "ti ~ who,as far as any possiblc calcularian is concerned, in any case COm- O ~ manda great reserve ofindctermination. This involvcs a languagc op craringas asysrcrn afmarks: "Languagc, howcvcr, is only oncamong lhos< systems ofmarlrs Ihat c1aim Ihis curious tendency as Iheir prop erty: Ihey simultaneously incline rowards incrcasing the reserves or random indctenninarion as weU as the capaciry for coding and ovcr· coding or, in othcr words, for control and sclf-regulation" (Me, ! ). We begín to discem how dle simultaneiry of detemüning, oodíng, and cvcn supereoding forros a deep cooperarion wilh the inclination in language toward anticoding, ar what Derrida sees as me inflatt:dre servts of random indeterminatentss. This double-edged coding, wt must rcmember1 regards, as it were, nonschizophrenic language, if such a thing there bc:. "Such competition between randomness and code disrupts lhe very systematiciry of lhe system while it also, how ever, regulates lhe ttstl.:ss, unstable interplay of lhe system. Whatever its singulariry in this respect, lhe linguisric system of m= traCts or marks would merely bt, it scems to me, justa par ocular cxample ofme law ofdestabilization" (MC, 2) . It may be useful to note mat Derrida understands languagc in terms primar ily of traCts and marks, where Lainguage conccms signs in the first placc, and in particular the broken rapport of that which ~ signifYing to what ostensibly lies hidden bthind ir, or the discon nection between signs and signs ar signs and referents. Laíng ~ Icd to assume the latency ofasingle, unique, localizable but rimid presence-rather than trace ar residual mark- from where it oould bt securely determined who speaks, and to whom. This aU too bricf excursion into "My Chances,» which may unwit· tingly reproduce lhe effect and trauma of a chance cncountcr, means to cngage a dialogue bttween lhe qutsrion of address raised by Laing and lhe ones raised in rum by Derrida. Foritnow appears Ihat Laíng placts his btes on the sustained systematicicy oflhe system which Otnida shows a1ways a1ready to falI unde" law ofdcsrabilization.89 Morcover, Dcrrida does not suggest lan guagCIO~ sttm! 10 ~ lightof., bttn~ makc""", srnctor lOuch. ln mal I duto com< andUlrt dcstinarion, forcxamplc to knowing the most dcstincd in ad dctcrminablc or anycase com· language cp onearnong theirprop restrves or andova (Me, l). coding, indinarion inflattdrc coding, wt languagc, if ir also, how S)"tcm. sysremof justa par ltmaybc Ihat which ~ or lhe discon- Laing ~ butumid \ whtrt ir whom. \ mayunwir· cncountcr, of addrtss For itnoW syste.rnaticity fali under . suggcst lan tanciry of TEXT O 167 ESPACEJAMENTO o design é tanto um ato de marcar quanto de espaçar. A arte do tipógrafo não lida apenas com a textura positiva das letras, mas com os espaçosnegativos entre elas e ao seu redor. Na prensa tipográfica, todo espaço é construído por um objeto fisico (uma peça de metal ou madeira sem imagens proeminentes) . Os lingotes de chumbo e as fatias de cobre inseridos anonimamente entre palavras e letras são tão fisicos quanto os caracteres à sua volta. Finas tiras de chumbo dividem as linhas de tipos; uma "mobília" feita de blocos mais largos contém as margens da página. Embora as quebras entre as palavras nos pareçam naturais , a linguagem falada é percebida como um fluxo contínuo, sem vazios audíveis. No entanto, o espacejamento tornou-se crucial para a escrita alfabética. Ele foi adotado depois da invenção do alfabeto grego para tornar as palavras inteligíveis como unidades distintas. Tentelerumalinhadetextosemespacejam entoparapercebersuaimportância. Com a invenção da tipografia, o espacejamento e a pontuação deixaram de ser vazios e gestos e ganharam a ossatura dos artefatos fisicos . As marcas de pontuação; que eram usadas de maneiras diferentes pelos diversos escribas, tornaram-se parte do aparato padronizado e regulamentado da página impressa. O estudioso da comunicação Walter Ong demonstrou como a imprensa converteu a palavra em um objeto visual precisamente localizado no espaço: "A impressão tipográfica do alfabeto, na qual cada letra era moldada em uma peça isolada de metal (o tipo) foi uma revolução psicológica de primeira ordem... A impressão situa as palavras no espaço com uma fixidez que a escrita nunca atingiu. Se a escrita transportou as palavras do mundo do som para o mundo do espaço visual, a impressão fixou sua posição nesse espaço". A tipografia transformou o texto em uma coisa, em um Walter Ong, Orality and objeto material com dimensões conhecidas e localizações fixas. Literacy: The Technologizing O filósofo francês Jacques Derrida, que desenvolveu a teoria ofthe Word (Londres e Nova desconstrutivista nos anos 1960, declarou que, embora o alfabeto represente York: Methuen, 198r) . Ver também Jacques Derrida, o som, ele não pode funcionar sem marcas e espaços de silêncio. A tipografia Gramatologia (São Paulo: manipula as dimensões silenciosas do alfabeto, empregando hábitos e técnicas Perspectiva, 2006) . que são vistos mas não ouvidos, tais como o espacejamento e a pontuação. Em vez de tornar-se um código transparente de gravação do discurso falado , o alfabeto desenvolveu recursos visuais próprios, ganhando poder tecnológico ao deixar para trás suas conexões com o mundo falado. Que um discurso supostamente vivo se preste a ser espacejado quando grafado é algo que diz respeito à sua própria morte. Jacques Derrida, 1976 TEXTO 68 LINEARIDADE No ensaio "Da obra ao texto", o crítico francês Roland Barthes apresentou dois modelos opostos de escrita: a "obra" fechada e fixa versus o "texto" aberto e instável. Na visão de Barthes, a obra é um objeto asseado e bem embalado, revisto e protegido, aperfeiçoado e completado pela arte da impressão. O texto, ao contrário, é impossível de ser contido e opera através de uma rede dispersa de enredos-padrão e idéias recebidas . Barthes enxergava o texto como algo "inteiramente tecido por citações, referências, ecos e linguagens culturais (e que linguagem não é cultural?), anteriores e contemporâneos, que abrem caminho por uma vasta estereofonia ( ... ) A metáfora do texto é a rede" . Escrevendo nos anos 1960 e 1970, Barthes antecipou a internet como uma rede descentralizada de conexões. Barthes descrevia a literatura, mas suas idéias ressoam na tipografia - a manifestação visual da linguagem. O "corpo" singular da página de texto tradicional tem sido apoiado há muito tempo pelas características de navegação do livro - dos fólios e títulos que marcam a posição do leitor a dispositivos tais como índice, apêndice, resumo, nota de rodapé e sumário, que puderam emergir porque o livro tipográfico é uma seqüência fixa de páginas, um corpo alojado em uma grade de coordenadas conhecidas. Todos esses dispositivos atacam a linearidade, fornecendo meios de acesso e escape da corrente unívoca do discurso. Se a fala flui em uma única dimensão, a escrita ocupa tempo e espaço. Uma das tarefas mais urgentes da tipografia consiste em explorar essa dimensão espacial, liberando os leitores das amarras da linearidade. Embora os meios digitais sejam celebrados por seu potencial de comunicação não-linear, a linearidade triunfa no meio eletrônico, seja nas linhas de informação que rastejam ao pé da tela de canais como a CN N , ou nos letreiros luminosos que movimentam informações no ambiente urbano. As aberturas de filmes - elogiadas convergências da tipografia com o cinema - servem para distrair a audiência do tédio dos créditos. A linearidade domina muitos dos programas que alegaram ter revolucionado a escrita e a comunicação cotidianas. Programas de processamento de texto, por exemplo, tratam os documentos como um fluxo linear. (Programas de paginação como QuarkXPress e Adob InDesign, ao contrário, permitem aos usuários trabalhar espacialmente, quebrando textos em colunas e páginas que podem ser ancoradas e localizadas.) Programas Um texto { ... } é um espaço multidimensional onde diversas escritas nenhuma delas original- misturam-se e colidem. Roland Barthes, 1971 Roland Barthes •• Da obra ao texto". in O rumor da língua. Parte II (São Paulo: Brasiliense. 1988). 68 de apresentação como o PowerPoint destinam-se a iluminar a fala guiando a audiência pelo desdobramento linear do discurso oral. Entretanto, eles reforçam o fluxo de mão única do discurso ao invés de aliviá-lo. Uma só folha de papel poderia fornecer um mapa ou um sumário de uma apresentação oral, mas o PowerPoint arrasta-se no tempo com sua multidão de telas . Nem todos os meios digitais favorecem o fluxo linear em detrimento do arranjo espacial. A base de dados , uma das estruturas informacionais emblemáticas do nosso tempo, é essencialmente uma forma não-linear, um sistema de elementos que podem ser rearranjados em incontáveis seqüências, oferecendo a leitores e escritores um menu simultâneo de opções. Leiautes de páginas podem ser construídos em tempo real a partir de porções independentes de informação, concatenadas de acordo com as respostas do usuário. A internet está forçando autores , editores e designers a trabalharem inventivamente com novas modalidades de "microconteúdo" (títulos de página, palavras-chave, alt tags [códigos que identificam arquivos de imagem]) que permitem a busca, a indexação, a marcação, a conversão de dados para áudio etc. As bases de dados são a base dos jogos eletrônicos, revistas e catálogos - gêneros que criam um espaço informacional mais que uma seqüência linear. As lojas e livrarias que vemos no ambiente construído não passam de bases de dados feitas de objetos tangíveis. O crítico de mídia Lev Manovich descreveu a própria linguagem como uma espécie de base de dados, um arquivo de elementos que usamos para articular as afirmações lineares do discurso. Muitos projetos de design pedem mais ênfase no espaço, no sistema e na estrutura simultânea do que na seqüência, na afirmação e na narrativa linear. O design atual freqüentemente combina aspectos da arquitetura, da tipografia, do cinema, da sinalização, do branding e de outros discursos. Dramatizando a qualidade espacial de um projeto, os designers podem estimular a compreensão de documentos ou ambientes complexos. A história da tipografia é marcada pelo uso cada vez mais sofisticado do espaço. Na era digital, onde os caracteres não são recolhidos de pesadas gavetas cheias de unidades manufaturadas, mas acessados com teclado e mouse, o espaço tornou-se mais líquido e menos concreto e a tipografia evoluiu de um corpo estável de objetos para um sistema flexível de atributos. A base dedados e a narrativa são inimigos naturais_ Competindo pelo mesmo território da cultura humana, clamam para si o direito exclusivo de dar significado ao mundo. Lev Manovich, 2002 111~:Udi':CJ. ll não ~reoltorua (...) Barthes, "Da obra texto", in O rumor da Parte II (São Paulo: Irasl.uen:se, [988) . TEXTO 1 69 Sobre a linearidade do processamento de palavras, ver Nancy Kaplan, "Blake's Problem and Ours: Some Reflections on the lmage and the Word", ReaderlyjWriterly Texts, 3.2 (primavera/verão 1996) , p. 125. Sobre o programa PowerPoint, ver Edward R. Tufte, "The Cognitive Style Df PowerPoint", (Cheshire, Connecticut: Graphics Press, 2003). Para mais informações sobre a estética das bases de dados, ver Lev Manovich, The Language Df New Media (Cambridge: M IT Press, 2 0 02). -- -~-- .~ TEXTO I 70 ~p--.- , / ,1'" , , VISUAL THESAURUS 2.0 Mídia interativa, 2003 Designers: Plumb Design [nc. Esse dicionário digital de sinônimos apresenta as palavras em uma rede tridimensional de relações. O termo central é ligado a nós que representam seus diferentes sentidos. Quanto mais conexões um satelite nodal tiver, tanto maior e mais próxima será sua aparição na tela. Clicar em um termo-satelite o leva ao centro. TEXTO I 7' ~ nt malevefeR li :,Ó· ev :,;~ ral •I.. ". '.t. • W~E ed Sucedendo ao autor, o "scriptor" não traz mais paixões, humores, sentimentos e impressões dentro de si, mas um imenso dicionário do qual extrai uma escrita que não conhece fim. Roland Barthes, 1968 KATHERINEmcCoy MICHAEL mcCoy A"sclence Nothing pulls you into the territory between ..rt and science quite 50 quickly 8S design.lt is lhe borderline where contradictions and teo sioos exisl between lhe quantifiable and Lhe poetic. It is lhe field between desire and necessity. Designers thrive in those conditions, moving belween land and W8 t r. A typical critique aI Cranbrook ca" easily move in a rnatterof minutes belween e MA'II.~" "C. poel lc a discussion oIthe object as a validation of being to lhe precise mechanical proposal for actuating lhe object. The discussion moves from Heidegger to lhe "strange material of lhe week" or from Lyotard to prinLing lechnologies without missing a beato The free flow of ideas, and lhe leaps from lhe technical to lhe mythical, stem from lhe attempt to maintain a studio plal- form Ihal supports each student's search lO & Dl sl·' necess'ty find his or herown voice as a designer. The sludio is a hothouse lhat enables students and faculty lo e~coun~er their o~n visions of lhe world a~d acl ~n lh~~ - a .. process lhat 15 ai Llrnes chaoue, eonnicting, and occaslonally InspIrlng. Watching the process of students .bsorbing new ideas .nd in nuences, and lhe incredible range of in- lerpretalions of lhose ideas ioto design, is M ,lMOlO·' technology ao annual experience lhat is always arnsz- ing. In recent yeaJ'S, for example. the de partment has had the experienee ofwatchingwood craftsmen discourse metamorphose into high technologists , and graphic designers ioto software humanists. Yet it ali seems eonsistent. They are bringing a very per sonal vision to an area thal desperately needs it. The messiness of human experi , u r I • t P I u r o I 1st ence is wanning up lhe cold precision of technology lO make it livable, and lived in. Unlike the Bauhaus, Cranbrook never embraced a si ngular teachingmethodorphilosophy,otherthan Saarinen's exhortation to each student to find his ar her own way, in the company of olher artists and designers who were en gaged in lhe same search. The energy aI Cranbrook seems lo come from lhe fael of Individuai C om m una I themutualsearch,although notlhemutual conclusion. If design is about life. why shouldn't iI have ali Lhe complexity, vari- ety, contradiction, and subljm.ity of life? Much of the work done .. t Cr .. nbrook h.s been dedicated to changing Lhe status quo. h is polemical. calculated to ruilledesigners' feathers. And D .. ".I.OU· rlgorous TEXTO 73 CRANBROOK DESIGN : THE NEW DISCOURSE Livro, '990 Designers: Katherine McCoy, P. Scott Makela e Mary Lou KIOh Editora: Rizzoli Fotografia: Dan Meyers Sob a direção de Katherine e Michael McCoy, o programa de graduação em design visual e industrial na Cranbrook Academy ofArt tornou-se um centro de ponta para o design experimental dos anos '970 ao início dos '990. Katherine desenvolveu o modelo de "tipografia como discurso", no qual o designer e o leitor interpretam ativamente o texto de um autor. o NASCIMENTO DO USUÁRIO o modelo de Roland Barthes, que vê o texto como uma rede aberta de referências e não como uma obra fechada e perfeita, afirma a importância do leitor na criação do significado: "o texto aciona sua leitura (como uma porta, como uma máquina com botão 'play') e o leitor a sobreaciona, jogando com o texto como quem joga um jogo, procurando uma prática que o reproduza". Assim como uma interpretação musical, a leitura é uma performan.ce da palavra escrita_ Os designers gráficos abraçaram a idéia do texto do leitor nos anos 1980 e no início dos 1990, usando camadas de texto e diagramas interconectados para explorar a teoria de Barthes a respeito da "morte do autor"_ Em lugar do modelo clássico, que vê a tipografia como o cálice de cristal do conteúdo, essa visão alternativa pressupõe que o próprio conteúdo muda a cada ato de representação_A tipografia toma-se um modo de interpretação. Ao redefinir a tipografia como "discurso", a designer Katherine McCoy implodiu a tradicional dicotomia entre ver e ler. Imagens podem ser lidas (analisadas, decodificadas, isoladas) e palavras podem ser vistas (percebidas como ícones , formas ; padrões). Valorizando a ambigüidade e a complexidade, seu método desafiou leitores a produzirem seus próprios significados, procurando elevar o status dos designers no processo autoral. No final dos anos 1990, um outro modelo enfraqueceu essa tentativa de tomada do poder pelos designers_ Ele não foi tomado de empréstimo da crítica literária, mas dos estudos de interação homem computador [HeI, em inglês] e dos campos do design de interface e de usabilidade_ Nem leitor, nem escritor: o sujeito dominante de nossa era tomou-se o usuário, uma figura concebida como um conjunto de necessidades e limitações cognitivas, físicas e emocionais_ Assim como um paciente ou uma criança, o usuário é alguém a se proteger e cuidar, mas também a se escrutinizar e controlar por meio de pesquisas e testes_ O uso do texto toma-se mais importante que seu significado_ Alguém clicou aqui para chegar ali. Quem comprou isso também comprou aquilo_ O ambiente interativo não apenas dá aos usuários um certo grau de controle e direcionamento, mas tâ'mbém reúne dados a seu respeito de um modo mais silente e insidioso_ O texto imaginado por Barthes como um jogo a ser jogado persiste à medida que o usuário responde aos sinais do sistema_ Nós podemos jogar com o texto, mas ele também joga conosco. Projete urna interface homem-máquina de acordo com as habilidades e as fraquezas da humanidade, e você terá ajudado o usuário não apenas a realizar urna tarefa, mas a ser alguém mais feliz e produtivo. Jef Raskin, 2000 TEXT O I 74 Os designers gráficos podem usar as teorias da interatividade para revi sita r algumas suposições básicas a respeito da comunicação visual. Um exemplo: por que os leitores da internet são mais impacientes que os leitores de materiais impressos? O senso comum diz que a tela é inerentemente mais dificil de ler que o papel. No entanto, estudos de HCI feitos no final dos anos 1980 provaram que um texto preto nítido sobre um fundo branco pode ser lido comtanta eficiência na tela quanto na página impressa. A impaciência do leitor digital vem da cultura, não da natureza da tela. Os usuários de sites têm expectativas diferentes dos usuários de impressos. Eles querem sentir-se "produtivos", não contemplativos; não querem processar, querem buscar; esperam ser desapontados, distraídos e atrasados por pistas falsas. Os hábitos culturais da tela estão gerando mudanças no design de impressos e reafirmando o papel da imprensa como um lugar onde uma leitura extensiva ainda pode ocorrer. Outra assunção comum é que os ícones são um modo mais universal de comunicação que o texto. Eles são peças centrais das interfaces gráficas [Graphic User Interface ou GUI, em inglês) que conectam os usuários aos computadores. Mesmo assim, os textos poderiam fornecer indicações mais específicas e precisas que os ícones. O fato é que eles não simplificam a tradução de conteúdos em diversas línguas porque requerem explicação em múltiplas línguas. Os infindáveis ícones do desktop, funcionam mais como reforço da identidade da marca que como suporte de usabilidade. Os designers modernos do séculos xx glorificaram a linguagem "universal" da figura, mas , na era do código, o texto tomou-se um denominador mais comum que as imagens, capaz de ser buscado, traduzido, reformatado e reestilizado para meios de comunicação alternativos ou futuros. Integrar fisicamente forma e conteúdo talvez tenha sido o impulso mais persistente da arte e do design do século xx. Os poetas dadaístas e futuristas, por exemplo, usaram a tipografia para criar textos cujo conteúdo era inseparável do leiaute concreto de letras específicas em uma página. No século XXI , forma e conteúdo voltaram a ser separados. Folhas de estilo, por exemplo, impelem os designers a pensarem global e sistematicamente ao invés de se concentrarem na construção fixa de uma superficie particular. Esse modo de pensar permite que o conteúdo seja reformatado para dispositivos e Sobre a legibilidade na tela , ver John D. Gould et ai., "Reading from CRT Displays Can Be as Fast as Reading from Paper", Human Factors, n 29, v 5 (I987): 497-5I7· A respeito do usuário agitado, ver Jakob Nielsen, Designing Web Usability (lndianápolis: New Riders, 2000). Sobre o fracasso dos ícones de interface, ver Jef Raskin, The Humane Interface: New Direetions for Designing Interaetive Systems (Reading, Massachusetts: Addison· Wesley, 2000). Usuários da internet não gostam de ler ( ...) Querem continuar movendo-se e clicando. Jakob Nielsen, 2000 174 Be as Fast as Reading Paper", Human Fa'Cwrs, v 5 (1987): 497-517. do usuário ver Jakob Nielsen, Web Usability t:lianapollS: New Riders, o fracasso dos ícones de ver Jef Raskin, Humane Interface: New for Designing . Systtms (Reading, ~assaclJUsletts: Addison clicando. TEXTO 1 7S A respeito do pensamento sobre o design transmidiático, ver Brenda Laurel, Utopian Entrepreneur (Cambridge: MIT Press, 2001). Jef Raskin fala a respeito da escassez da atenção humana e do mito do espaço vazio em The Humane Interface: New Directions for Designing Interactive Systems, citado na página 74. usuários diversos e o prepara para a sua pós-vida, enquanto os meios de estocagem eletrônica iniciam seus ciclos de decadência e obsolescência. No século xx, artistas e críticos modernos afirmaram a especificidade de cada meio. O cinema, por exemplo, foi definido como uma linguagem construtiva distinta do teatro, e a pintura foi descrita como um meio fisico auto-referente. Hoje, no entanto, o meio nem sempre é a mensagem. O design tornou-se uma empresa transmidiática, onde autores e produtores criam mundos de personagens, lugares, situações e interações que podem aparecer em diversos produtos. Um jogo pode apresentar versões diferentes na TV, no computador, no console de videogames ou no celular, bem como em camisetas, lancheiras e bonecos de plástico. A beleza e a maravilha do "espaço vazio" é outro mito modernista sujeito a revisão na era do usuário. Os designers modernos descobriram que o espaço aberto na página pode ter tanta presença fisica quanto as áreas impressas. Mas o espaço em branco nem sempre é uma delicadeza mental. Edward Tufte, um feroz advogado da densidade visual, defende a máxima ampliação do volume de dados presentes em uma única página ou tela. Para ajudar o leitor a conectar, comparar e localizar dados rapidamente, uma só superficie lotada de informações bem organizadas pode ser melhor que várias páginas com muito espaço em branco. Na tipografia como na vida urbana , a densidade convida ao intercâmbio íntimo de pessoas e idéias. Nessa tão falada era da sobrecarga de informações, as pessoas continuam podendo processar só uma mensagem de cada vez. Esse fato bruto da cognição é o segredo por trás dos passes de mágica: truques que ocorrem quando a audiência está desatenta. A feroz competição pela atenção dos leitores dá a eles a chance de criar uma economia da informação ao escolher para onde olhar. Os designers podem ajudá-los a fazer escolhas satisfatórias. A tipografia é uma interface com o alfabeto. A teoria do usuário tende a favorecer soluções normativas em detrimento das inovadoras, deixando o design em segundo plano. Os leitores, por sua vez, costumam ignorar essa interface, deslizando confortavelmente por ela no compasso habitual do alfabeto. Às vezes, no entanto, essa interface deveria poder falhar. Ao evidenciar-se, a tipografia pode iluminar a construção e a identidade de uma página, tela, lugar ou produto. Se as pessoas não fossem boas em achar coisas minúsculas em listas longas, o Wall Street Journal teria saído do mercado há anos. lef Raskin, 2000 TEXTO I 76 INVENTADA NO RENASCIMENTO , A TIPOGRAFIA permitiu ao texto tornar-se uma forma fixa e estável. Assim como ocorreu com o corpo da letra, o corpo do texto foi transformado pela imprensa em um produto industrial, que gradualmente tornou-se mais aberto e flexível. Os críticos dos meios eletrônicos notaram que a ascenção da comunicação em rede não levou à tão temida destruição da tipografia (ou mesmo à morte da imprensa) , mas à explosão do império alfabético: "O texto alfanumérico renasceu das próprias cinzas, como uma fênix digital voando nos monitores, nas redes e nos ambientes do espaço virtual". A tela do computador acolhe o texto com mais hospitalidade que as telas do cinema ou da televisão porque oferece proximidade física, controle do usuário e escala apropriada ao corpo. O livro não é mais o principal responsável pela custódia da palavra escrita. Os projetos de branding são poderosas variantes da alfabetização que operam com símbolos, ícones e padrões tipográficos, deixando marcas em edifícios, embalagens, capas de discos, sites, mostruários de lojas e outras incontáveis superfícies e espaços. Com a expansão da internet, novas (e velhas) convenções ligadas à apresentação de textos rapidamente coagularam-se, apropriando-se de metáforas provenientes da imprensa e da arquitetura: janela, moldura, página, banner, menu. Os designers que trabalham nesse fluxo de múltiplos meios confrontam o texto de inúmeras maneiras , dando forma a corpos extensos mas também a manchetes, olhos, legendas, notas, testemunhos, logotipos, barras de navegação, alt tags e outras próteses lingüísticas que anunciam, apóiam e até mesmo eclipsam o corpo principal de texto. A dissolução da escrita é mais extremada no ambiente da internet, onde leitores distraídos resguardam seu tempo e dão mais valor à função que à forma. Essa inquietude, como já foi dito, não vem da natureza dos monitores, mas dos novos comportamentos engendrados pela internet, um local de busca e encontro, rastreamento e escavação. Tendo tomadoo trono do escritor ao longo do século xx, o leitor agora se aflige e se atrasa, substituído pelo sujeito dominante de nossa era, o usuário, cuja escassa atenção é nosso produto mais cobiçado. Não a desperdice. o hipertexto significa o fim da morte da literatura. Stuart Moulthrop, 1991 Sobre a escrita eletrônica, ver Peter Lunenfeld , Snap to Crid: A User's Cuide to Digital Arts, Media, and Cultures (Cambridge: M IT Press, 2001) ; Jay David Bolter, Writing Space: Computers, Hypertext, and the Remediation of Print (Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates , 2001), and Stuart Moulthrop, "You Say You Want a Revolution? H ypertext and the Laws ofMedia," The New Media Reader, Noah Wardrip· Fruin e Nick Monfort (ed.) (Cambridge: M IT Press, 2003), pp 691-7°3 a escrita eletrônica, Lunenfeld, Snap A User's Cuide to Arts, Media, and (Cambridge: M lT 2001); Jay David Writing Space: Hypertext, and Re"~edl:atl(m of Print NJ: Lawrence Associates, 2001), Stuart Moulthrop, "You Vou Want a Revolution? and the Laws The New Media Noah Wardrip Nick Monfort (ed.) TEXTO 177 ~.,t ! HUVY A CRunn CATALOGUE ~ i BACKPACIl PROFILES • PRESElHlNG • IMC • LOSIN ~. TEU US • FAOS 07 :01· Sepumber 18·2003 Ne-w update 8t Anna Komonen's stylinQ 'w'ebsite. Nlce l Anna Komonen Pos ted by Kustaa Saksi lti :37 . Sepunlber V . 2003 generatlve abstractlons, interact,ve composltlons & experimentai interfece3 ., transphormetic. Ttlanks Paul Posb!d by Rhett Oash woo d 16:25· Sepumber 17 · 2003 ConceptArt .org has some great concept art, (rom some great concept artlsb. Posted by ~ Rhett Dash ll' ood 17 :47 . September U . 2003 StudlO Dumbar 1$ 8: design aqency establ ished in 1977. Solld graphlc deSlgn (but need a Ilttle hei p 'W'Uh site navig8tlon) Pos b!d by Rhett Oa s hwood 16:40 . September I:> . 2003 S",eet and lovely I,nk. Slnce 2001. Sty leboo. t i . relounched , rede.igned, rebooted . Posted by Rhett Oash woo d H EAVY BAC KPACK Site, 2003 Uma celebração da densidade visual pode ser vista nesse site que coleta e escreve notas sobre links que levam a outros sitos. he corpse of the Australopithecus he had illed lay nude before him. Using two fiat tones. he made a cradle to hold his musico ~he thick book of mysteries he had found n the weeds: Grant's Anatomy and DissectIJr e knelt down beside her. a cellist about te Do we not have hand erform. Hold .the scalpel1ike a ce110 bow. organs . dimension '..e. read. grlpplI~g a sharpened clam shell. '?.$ _1_ hen-a quick check against the diagram .~ - tne book=h~ed tho o .... o;)ll·s pointi- / ..~nto the ape-woman's chest/ he flesh yieldll! ;:: rasily. blood oozing out ~. "'" from a mortal . ~ puncture but with no ~essure or urgency. ! ~ /IS though it was OkJ Y' and he continued his ~ pow·s stroke-the)ow opening of a requiem gaining confid~e as he lengthened the ~ cision towaoo her Mons Veneris (fig·cA ). e wiPe~t{ sweat from his eyes. Since sheEI as mor simian than a Neanderthal. he 1wI expec~ her hide to be at least as thick as ca Jus so was surprised to find how much . e himself an Australopithecus could be. HANUFACT UR E DF WHOLLT HICROFABRICATED BI05 ENSORS ,.0_ stra!OpHllt"- "'~ he had the diagram tho ~"'olll's point ne flesh yielded , from a mortal n"'~.':11l·" or urgency, and he continued his opening of a r equiem as he lengthened the Mons Veneris ( fi f.·cA' )· from his eyes . Since she a Neanderthal, he had at least as thick as to find how much could be. ~ROf"R.ltATEO BIOSENSQRS •• 0 .• He took a deep breath, then began a long cut, curving around the then the navel, duplicating in the book till her torso was ae'JITwI'Le",\ by a ur.lllJ,tiWlL In the book, transparenL .. \" ...... '''VR as membranes, presented .ne\[lOC1Y where everything rhymed, he wished i t were that a bloody smudge ...divide the pleura, ,.. B _ I ... ~ VAS: AN OPERA IN FlATLAND Livro, 2002 Designer: S tephen Farrell Autor: Steve Tomasula Editora: Station Hill Press Nessa novela tipográfica sobre a civilização pós-genética, textos e imagens são alinhados a uma série de linhas fi nas que decoram as margens externas. As let ras em negrito ao longo da margem alinhada do texto acentuam a estrutura das colunas. O livro é todo impresso em três cores (carne, sangue e preto). O corpo do texto é explorado como um sistema aberto. KERNING Távola SCAIA COM KERNING SUPRIMIDO O espacejamento parece desigual, com vazios ao redor do T e do v. Távola SCALA COM KERNING Tudo fica mais uniforme, embora os caracteres quase encostem. D'alva SCALA ITALlC COM KERNING SUPRIMIDO Um vazio aparece em volta do apóstroJe e entre o I e o v. D'alva SCALA ITALlC COM KERNING A intimidade característica do itálico requer kerning. glub glub glub~ub glub~ub TEXTO I 80 KERNING Se as letras de uma fonte forem espacejadas muito uniformemente, produzirão um padrão que não parece bem uniforme. Os vazios, por exemplo, aparecem em tomo de letras cujas formas abrem-se em ângulo ou emolduram um espaço aberto (L, T, V, W, Y). Nos tipos de metal, uma letra com keming extravasa as laterais do lingote de chumbo que a sustenta, permitindo a aproximação com outras. Nas fontes digitais usadas atualmente, o espaço entre diferentes combinações de letras é especificado por uma tabela de pares de keming. NOVE BAGUETTES As combinações VE e TIJazem as palavras parecerem desajustadas. NOVE BAGUETTES Com o kerning ajustado manualmente, elas parecem mais homogê/lllll FAZENDO O KERNING DE CORPOS MAIORES Como o espaço entre os caracteres aumenta de acordo com o corpo, os designers muitas vezes fazem o ajuste fino do espacejamento ao trabalhar com letras grandes. À medida que a palavra "glub" aumenta, o vazio entre u e b fica mais óbvio. CRIME TIPOGRÁFICO: MUlTO ESPAÇO Atente para os vazios, especialmente em corpos grandes. glub 80 te forem e, produzirão um rme. Os vazios, por etras cujas formas lm um espaço metal, uma do lingote de parecem mais homogêneas. a palavra e b fica mais óbvio. TEXTO 181 ESPACEJAMENTO Diferentemente do ajuste do espaço entre dois caracteres, o ajuste do espaço global entre as letras é chamado de espacejamento. Espacejar versais e versaletes enobrece-as e é uma prática comum . O designer pode criar um campo visual mais arejado ao espacejar levemente um corpo de texto. O espacejamento negativo raramente é desejável e deve ser usados com parcimônia para ajustar uma ou mais linhas de texto justificado. As letras em caixa·baixa respondem de modo menos favorável ao espacejamento que as letras em caixa·alta porque foram projetadas para postar·se intimamente lado a lado na linha. ESPACEjAM ENTO NORMAL As letras amam umas às outras. Entretanto, devido às suas diferenças anatômicas, algumas letras têm problemas para ganhar intimidade. Veja a letra V, por exemplo, cujo vale sedutor faz seus galhos desabrocharem acima de sua base. O L, ao contrário, pisa firme no chão mas ostenta um certo vazio acima da cintura. Na maioria das ESPACEJAMENTO BAGUETTES SCALA CAPITALS COM ESPACEJAMENTO NORMAL BAGUETT ES SCALA CAPITALS COM ESPACEjAMENTO SOLTO BAGU ETTES BA G U ETTE S SCALA SMALL CAPITALS COM ESPACEjAMENTO NORMAL x SOLTO baguettes baguettes SCALA, ROMAN E ITALlC COM ESPACEjAMENTO SOLTO baguettes baguettes SCALA, ROMAN E ITALlC COM ESPACEjAMENTO NORMAL ESPACEjAM ENTO POSITIVO ESPACEjAM ENTO NEGATIVO As letras amam umas às As letras amam umas às outras. Entretanto, devido às outras. Entretanto, devido às suasdiferenças anatômicas, suas diferenças anatômicas, algumas letras têm problemas algumas letras têm problemas para ganhar intimidade. Veja para ganhar intimidade. Veja a letra V, por exemplo, cujo a letra V, por exemplo, cujo vale sedutor faz seus ga lhos vale sedutor faz seus galhos desabrocharem acima de desabrocharem acima de sua sua base. O L, ao contrário, base. O L, ao contrário, pisa pisa firme no chão mas firme no chão mas ostenta um ostenta um certo vazio acima certo vazio acima da cintura. da cintura. Na maioria das Na maioria das vezes, esses glub vezes , esses problemas são resolvidos pelas tabelas de keming, mas algumas letras precisam de mais atenção em corpos maiores. As versais , quadradas e conservadoras, preferem manter uma certa distância de suas vizinhas. vezes, esses problemas são resolvidos pelas tabelas de kerning. mas algumas letras precisam de mais atenção em corpos maiores. As versais , quadradas e conservadoras, preferem 111,ênter uma certa distância de suas vizinhas. problemas são resolvidos pelas tabelas de keming. mas algumas letras precisam de mais atenção em corpos maiores. As versais, quadradas e conservadoras, preferem man ter uma certa distância de suas vizinhas. CRIM E TIPOGRÁFI CO : ESPACEjAMENTO NEGATIVO Ajuste o sapato, não o pé. Não use espacejamento negativo para ganhar espaço. TEXTO I 82 Ancient maps of the world An when the world was flat Avid inform us, conceming the void Dream where America was waiting Of to be discovered, Trans- Here Be Dragons . .._ ..I'~ for o to be a dragon. mation.-_.__..._",~ MARGO JEFFERSON DANCE INK: AN AVIO DREAM OF TRANSFORMATION Página de revista , 1992 Designer: Abbott Miller Editor: Patsy Tarr O entrelinhamento extremado permite entrelaçar duas correntes de texto. TEXTO I 83 ENTRELINHAMENTO A distância da linha de base de uma linha ti pográfica para outra é chamada de entrelinha. Em inglês. também é chamada de leaáing. em referência às tiras de chumbo [lead) usadas para separar as linhas dos tipos de metal. A entrelinha padrão da maior parte dos programas de paginação é um pouco maior que a altura de versal do tipo. Expandi-Ia torna a cor do bloco de texto mais leve e aberta. Aumentá la ainda mais faz as linhas tornarem-se elementos lineares independentes e deixarem de ser partes de uma textura geral. 7/7 SCALA tipo de 7 pt com entrelinha de 7 pt •Entrelinha de corpo". Quando as linhas são compostas juntas assim, as ascendentes e descendentes começam a encostar, produzindo um efeito desconfortável. A distância da linha de base de uma linha tipográfica para outra é chamada de entrelinha. Em inglês. também é chamada de leading. em referência às tiras de chumbo [lead) usadas para separar as linhas dos tipos de metal. A entrelinha padrão da maior parte dos programas de paginação é um pouco maior que a altura de versa I do tipo. Expandi-Ia torna a cor do bloco de texto mais leve e aberta. Aumentá la ainda mais faz as linhas tornarem-se elementos lineares independentes e deixarem de ser partes de uma textura geral. 7/8.5 SCALA auto-entrelinha; tipo de 7 pt com entrelinha de 8.5 pt Na maioria dos programas de paginação, a entrelinha-padrão é de 120%. um pouco maior que a altura de versa/. A distância da linha de base de uma linha tipográfica para outra é chamada de entrelinha. Em inglês. também é chamada de leading. em referência às tiras de chumbo [leadl usadas para separar as linhas dos tipos de metal. A entrelinha padrão da maior parte dos programas de paginação é um pouco maior que a altura de versa I do tipo. Expandi-Ia torna a cor do bloco de texto mais leve e aberta. Aumentá la ainda mais faz as linhas tomarem-se elementos lineares independentes e deixarem de ser partes de uma textura geral. 7/9 SCALA tipo de 7 pt com entrelinha de 9 pt Essa coluna foi composta com entrelinha maior que o padrão. A distância da linha de base de uma linha tipográfica para outra é chamada de entrelinha. Em inglês, também é chamada de leading, em referência às tiras de chumbo [lead) usadas para separar as linhas dos tipos de metal. A entrelinha padrão da maior parte dos programas de paginação é um pouco maior que a altura de versal do tipo. Expandi-Ia torna a cor do bloco de texto mais leve e aberta. Aumentá la ainda mais faz as linhas tornarem-se elementos lineares independentes e deixarem de ser partes de uma textura geral. 7/10 SCALA tipo de 7 pt com entrelinha de 10 pt À medida que a entrelinha aumenta, o bloco de texto passa a ser visto não como um tom de cinza, mas como linhas nitidamente separadas. ALINHAMENTO TEXTO I 84 o arranjo de colunas de texto com bordas duras ou suaves é chamado de alinhamento. Cada estilo básico de alinhamento traz qualidades estéticas e prejuízos potenciais ao design da página ou da tela. O texto justificado, com bordas uniformes à esquerda e à direita, tem sido a norma desde a invenção dos tipos móveis, possibilitando a cria ção de páginas e páginas com colunas de bordas retas. A tipografia justificada faz uso eficiente do espaço e produz uma forma limpa na página. No entanto, vazios feiosos podem aparecer quando o comprimento da linha é muito curto em relação ao tamanho do tipo. A hifenização é um recurso que quebra palavras longas e ajuda a manter as linhas de texto bem empacotadas. O espacejamen to também pode ser usado para ajustar as linhas. JUSTIFI CADO As margens esquerda e direita são regulares. Quando é bom: O texto justificado produz uma forma limpa na página. Seu uso eficiente do espaço faz com que ele seja a norma para jornais e livros de texto longo. Quando é mau: Vazios feios podem aparecer quando o texto for forçado a caber em colunas com o mesmo comprimento. Evite-os certificando-se de que a linha é grande o suficiente em relação ao corpo do tipo. Fontes menores permitirão que mais tipos caibam na linha. Vazios feios a parecem C R I M E se o designer TIPOGRÁ FI CO: fizer linhas muito MUITOS BURACOS curtas ou quando Coluna muito estreita selec ionar palavras cheia de vazios. longas de mai s. No texto alinhado à esquerda a margem esquerda é dura e a direita é suave. Os espaços entre as palavras não variam. Desse modo, grandes buracos nunca aparecem nas linhas de texto. Esse formato , raramente usado antes do século xx, respeita o fluxo da linguagem e não se submete à lei da caixa. A despeito de suas van tagens, entretanto, ele traz muitos perigos. Acima de tudo, o designer precisa trabalhar duro para controlar a aparência do desalinhamento ao longo da margem direita. Um bom desalinhamento ostenta uma agradável inconstância, sem linhas muito longas ou curtas e com o menor número possível de hifens. Ele é considerado "ruim" quando fica muito regular (ou irregular) ou quando cria formas regulares, tais como cunhas, luas ou trampolins. ALINHAMENTO À ESQUERDA A margem esquerda é dura, a direita é suave. Quando é bom: Os designers usam esse alinhamento quando querem respeitar o fluxo orgânico da linguagem e evitar o espacejamento irregular que infesta as colunas estreitas de texto justificado. Quando é mau: A coluna alinhada à esquerda perde sua aparência orgânica quando é desgraçada pelo mau desalinhamento. Batalhe firme para criar margens aleatórias e naturais, sem cair na tentação dos hifens. Um desalinhamento CRIME ruim produz formas TIPOGRÁFICO: estranhas à sua MAU direita ao invés DESALINHAMENTO de parecer Uma feia diagonal aleatório. estraga a margem. TEXTO 18 5 ALINHAMENTO o alinhamento à direita éuma variante do alinhamento à esquerda, mais familiar. Entre os tipógrafos, sabe·se que o texto alinhado à direita é difícil de ler porque força o olho do leitor a achar uma nova posição no início de cada linha. Isso tanto pode ser verdade quanto lenda urbana. Seja como for, esse tipo de composição raramente é empregado em textos longos. Em blocos menores, no entanto, o texto alinhado à direita produz boas notas marginais, barras laterais, citações, olhos de texto e outras passagens que comentam o texto ou a a imagem principal. O uso de margens retas e irregulares pode sugerir atração (ou repulsão) entre bocados de informação. ALINHAMENTO À DIREITA A margem direita é dura, a esquerda é suave. Quando é bom: O alinhamento à direita pode ser bem-vindo como um desvio do familiar. Ele produz boas legendas, barras laterais e notas marginais, sugerindo afinidades entre os elementos da página. Quando é mau: Ele também pode não ser um desvio bem-vindo, enervando leitores cautelosos. O mau desalinhamento o ameaça tanto quanto aos textos alinhados à esquerda, com uma dificuldade adicional: a pontuação nos finais de linha pode enfraquecer a margem direita. Muita pontuação CRIME (nos finais de linha) TIPOGRÁFICO : ataca, ameaça, A PONTUAÇÃO COM E e, de um modo geral , A MARGEM enfraquece É mais uma concessão a margem direita. que um crime de fato.Cuidado com ela. O texto centralizado é simétrico como a fachada de um edifício clássico. A tipografia centralizada é muito empregada em convites, folhas de rosto, certificados e epitáfios. Às margens de uma coluna centralizada permite·se que sejam dramaticamente irregulares. As quebras nas linhas centralizadas podem ocorrer para dar ênfase a frases importantes (tais como o nome da noiva ou a data do seu casamento) ou para deixa r que um novo pensamento inicie em linha própria. Quebrar linhas dessa maneira tem um nome: quebra pelo sentido. CENTRALIZADO Linhas irregulares são centraliz adas entre as margens esquerda e direita. Quando é bom: O texto centralizado é clássico e formal, trazendo ricas associações com a história e a tradição. Ele convida o designer a quebrá·lo de acordo com o seu sentido e a criar uma forma orgânica em resposta ao fluxo do conteúdo. Quando é mau: O texto centralizado é estático e convencional. Empregado sem cuidado, pode parecer tedioso, estático e melancólico como uma lápide. A morte não é um crime. O texto DES CANSE centralizado também EM não. Mesmo assim, use PAZ a sóbria formalidade dessa composição com cuidado. TEXTO I 86 fit the fads of what they make. 86 BEVOND NOSTALGIA Embroidery, woodcarving, and minutely delailed ceramic glazes are no! techmques we usually assoclate wlth contemporary art and designo These age-old methods nonetheless play a promment part in lhe work of several currenl artlsts and designers, mcludmg Berend Slrik, Wim Delvoye, and Hella Jongerius. Berend Slnk's work resembles an amalgam of modern vulgar cul ture, old crafts, and new subject malter. For one of his besl-known pieces (Untitled, 1993), Strik pasled gapmg female mouths in a row, cut away a similar number of phalluses, and accenluated the lip outlines with eleganl lines of cross-stitching and other ornamental embroidery. The modification tempts the spectator away from the obvious porno graphic interprelalion 50 Ihal, suddenly, lhe slrains of a heavenly choir seem to emerge Irom Ihose unmislakably lubricious lips. The publica tion of French philosopher Georges Batai lle's book Les {armes d'Eras (1986) has made us aware of just how far rehgious ecstasy is intertwined with sexuality, death, and violence. Strik's subjecl is lhe same. His quainl embroidery lechnlque challenges lhe hypocrisy with which past HELLA jONGE RI U S Livro, 200 3 Designers : COMA, AmsterdamfNova York Autora: Louise Schouwenberg Editora: Phaidon Fotografia: Dan Meyers THE BEG/NNING Ilooked into the form without really knowing it at first; I saw walls flying across space. The t ilti ng planes c1i mbed and cut into each other, violent, shattering any notion of building in the conventional sense. And the dialogue began between Daniel Libesk ind and myself, how could such a form be built? Libeskind took me back to ancient times, to the Pyramids. We talked of stone and how to build a form like this from masonry - but the oblique planes and large spans would have needed huge 'strapping ' with prestress or numerous tie devices. Attractive as the idea was in its primitive urges, I advocated concrete or steel to mainta in the daring alignments . There were two ways to consider the question : implant a certain massiveness and celebrate a high redundancy in the configuration; ortrap the tilting planes in a modern rationale of discrete 'framing '. The former would give concrete as a material of tradition, used in an extreme definition; the latter would reduce the great planes to a framing buttressed by internai stiffeners and cross bracing . One method provides density, opacity, and three-dimensional surface as structure, the other lightness and openness that is then c1ad and The first answer leads to a labyrinth, t he second to transparency. We exchanged metaphors. form were c1osed, it could be a mineral deposit, or if an open transparent steel framed building, it could be a lantern or a beacon . If it were heavy, could it be hacked out of granite, or was it buildable out of speClal masonry? The images helped loosen the thinking and inspired us to look for the radical. 193 INFORMAL LiVTO, 2002 Designer: Januzzi Smith Autor: Cecil Balmond Editora: Prestei Fotografia: Dan Meyers Esse livro é um manifesto em fa vor de um modo "informal" de trabalhar com a engenharia e a arquitetura de estruturas. Ao longo de suas páginas, a tipografia combina alinhamentos à esquerda e à direita, criando uma fissura minúscula mas insistente no interior da coluna de texto e produzindo desalinhamentos irregulares nas margens externas. Essa construção expressa com beleza o principio da informalidade, sublinhada pela integração dos esboços com a tipografia do livro. ALINHAMENTO VERTICAL TEXTO I 90 LU FRAN MOTEL [ESQ.) Wildwood, Nova jersey Fotografia: Dorothy Kresz ILLUMINATED SIGNS [AO LADO] Japão, 192 4 Sinais comerciais muitas vezes utilizam caracteres empilhados. LOM BADAS NA PRATELEIRA Letras empilhadas aparecem às vezes nas lombadas dos livros, mas linhas de base verticais são mais comuns. A leitura de cima para baixo é predominante, especialmente nos Estados Unidos. ---------------- são mais comuns. de cima para baixo muitas caracteres reaomllnUl"<, especialmente Estados Unidos. TEXTO 191 v v E E R R T T I I G G E E M M VERSALETES EM PI LHA DOS CAIXA-ALTA EMPILHADA As letras romanas foram feitas para ficar lado a lado, não uma em cima da outra. As letras em caixa-alta formam pilhas mais estáveis que as letras em caixa-baixa. Centralizar a coluna ajuda a homogeneizar as diferenças de largura. (A letra I é sempre um problema.) v v e e r r t t 1 t g g e e m m CR IM E TIPOGRÁF ICO : CA I XA-BAIXA EMPILHADA CAIXA-BAIXA EMPILHADA As pilhas de letras em caixa-baixa são especialmente esquisitas porque as ascendentes e descendentes fazem o espacejamento vertical parecer desigual. Além disso, a diferença de largura dos caracteres faz a pilha parecer precária. Inglês não é chinês. John Kane, 2002 [Português também não] ALINH AMENTO VERTICAL S c: (])8 -<(1) bJ)rJl -~. I-t Q) • t""""Ic: o ~ c-+ u. ~ 8 ~. $::l(1) H ::-: Õ ~ CIQ C,) o (]) ~ CIl (1) "O o(1), tTl .... > ~ C1S ~ ;:j ÕC CIl "OI>l (1) , ., S S o ~ ~ 'Q)(]) ~ tTl '" CC"l bJ) .2. I» .,o ;:j • t""""I Q) ~ ....., "O o~ o .... C"l~ H(1) o~ ;:j(]) ....., '" s I>l> ~ <"(1) '" SCALA CAIXA-BAIXA COM BASE VERTICAL para baixo para cima em duas direções LINHAS DE BASE VERTICAIS O modo mais simples de fazer com que uma linha de texto forme uma linha vertical é mudar a orientação da linha de base, preservando a afinidade natural das letras que se apóiam nela. Não há regra fixa que determine a leitura de cima para baixo ou vice versa. No entanto, é mais comum compor os textos nas lombadas dos livros de cima para baixo, especialmente nos Estados Unidos. (Também é possível compor o texto nas duas direções ao mesmo tempo.) T EXTO I 92 TEXTO I 93 PARALLELEN IM SCHNITTPUNKT [CRUZAMENTO DE PARALELAS] Cartazes. 1997 Designer: Gerwin Schmidt Editora: Art-Club Karlsruhe Os eixos da tipografia e da paisagem se cruzam para criar esses cartazes simples. fortes e diretos. O texto é espelhado em francês e alemão. HIERARQUIA TEXTO I 94 HIERARQUIA Hierarquia HIERARQUIA H I ERARQUIA Divisão dos anjos Divisão dos an jos D IVISÃO DOS ANJOS A. Anjo Anjo Anjo anjo B. Arcanjo Arcanjo Arcanjo DIVISÃO arcanjo C. Querubim Querubim Querubim DOS ANJOS querubim D. Serafim Serafim Serafim serafim 11 Alto comando do clero Alto comando do clero ALTO COMAN DO DO CLERO A. Papa Papa Papa papa B. Cardeal Cardeal Cardeal ALTO COMANDO cardeal C. Arcebispo Arcebispo Arcebispo DO CLERO arcebispo D. Bispo Bispo Bispo bispo 111 Partes do texto Partes do texto PARTES DO TEXTO A. Obra Obra Obra obra B. Capítulo Capítulo Capítulo PARTES capítulo C. Seção Seção Seção DO TEXTO seção D. Sub· seção Sub·seção Sub·seção sub·seção SÍMBOLO S, RE CUOS RECUOS E QUEBRAS CONSTRASTE DE TIPOS, CONTRASTE DE T I POS E QUEBRA S D E LI N H A DE LI NHA RECUOS E QUEBRAS E ALINHAMENTOS COM DE LINHA QUEBRAS DE LINHA HIERARQUIA Uma hierarquia tipográfica indica um sistema que organiza conteúdo, enfatizando alguns dados e preterindo outros. A hierarquia ajuda os leitores a localizarem-se no texto, sabendo onde entrar e sair e como selecionar algumas de suas ofertas. Cada nível deve ser indicado por um ou mais sinais aplicados consistentemente ao longo do texto. Eles podem ser espaciais (recuo, entrelinha ou posição na página) ou gráficos (tamanho, estilo, cor ou fonte). As possibilidades são infinitas. REDUNDÂNCIA Os escritores geralmente são treinados para evitar redundâncias tais como "planos para o futuro" ou "história do passado". Em tipografia, alguma redundância é aceita e até mesmo recomendada. Quebras de parágrafos, por exemplo, são marcadas por uma quebra de linha e um recuo, redundância muito prática onde um sinal ampara o outro. Para criar uma elegante economia de sinais, tente não usar mais de três sinais para cada nível ou quebra de um documento. VERSAIS SUBLINHADAS ITÁLICAS EM NEGRITO! CR IM E T I POGRÁFI CO : MUITOS SINAIS É possível criar ênfase com apenas uma mudança. ÊNFASE EM TEXTOS CORRIDOS Enfatizar uma palavra ou frase em um texto corrido normalmente requer apenas um sinal. O itálico é a forma-padrão. No entanto, há diversas alternativas, tais como o uso de negrito, VERSALETES e mudanças de cor. Também é possível criar ênfase usando outra fonte. Famílias tipográficas de amplo espectro, tais como a Scala, possuem muitas variantes projetadas para funcionarem umas com as outras. Se quiser misturar farnílias como a Scala e a Futura, ajuste seus tamanhos para que suas alturas-x casem. TEXTO \ 95 HIERARQUIA\ 94 HIERARQUIA anjo DIVISÃO arcanjo ANJOS querubim serafim papa COMANDO cardeal DO CLERO arcebispo bispo obra PARTES capítulo DO TEXTO seção sub·seção DE T I POSNTRASTE ALINHAMENTOS COM tais como do passado" . é aceita e até de parágrafos, por quebra de linha prática onde um uma elegante usar mais de três de um documento. TÍTULO PRINCIPAL TEXTO PRINCIPAL SUB-SEÇÕES Há infinitas maneiras de indicar a hierarquia de um documento. --- MALES TIPOGRÁFI COS COMUNS --- Várias disfunções ocorrem em populações expostas à tipografia por longos períodos de tempo. Algumas das aflições observadas com maior freqüência são listadas aqui. TI POFl LIA Caracterizada por excessiva afeição e fascínio pela forma das letras, freqüentemente excluindo demais interesses e objetos. Os tipofilicos normalmente morrem pobres e solitários. TlPOFOBIA Desgosto irracional pelas letras, normalmente marcado pela preferência por ícones. dingbats e - em casos fatais - por marcadores e adagas. Pode·se acalmar (mas não curar) o tipófobo com doses regulares de Helvetica e Times Roman. TlPOCONDRIA Ansiedade persistente. na qual se acredita ter escolhido o tipo errado. Esse mal é normalmente acompanhado de uma DKO (disfunção do keming óptico). que obriga ao constante ajuste e rea juste do espacejamento entre letras. TI POTERM IA Recu~a promíscua a comprometer-se com uma fonte - ou mesmo com cinco ou seis, como recomendam alguns médicos - por toda a vida. O tipotérmico vê·se sempre tentado a testar fontes "saídas do fomo', normalmente sem permissão. MALES TIPOGRÁFICOS COMUNS Várias disfunções ocorrem em populações expostas à tipografia por longos períodos de tempo. Algumas das aflições observadas com maior freqüência são li stadas aqui. 1ipofililJ Caracterizada por excessiva afeiçlo e fascínio pela forma das letras. freqüentemente excluindo demais interesses e objetos. Os lipofilicos normalmente morrem pobres e solitários. TIpofobia Desgosto irrarionaJ pelas letras. normalmente marcado pela preferência por ícones. dingbals e - em casos fatais - por marcadores e adagas. Pode-se acalmar (mas m.o curar) o tip6fobo com doses regulares de Helvetica e TImes Roman. TIpocondria Ansiedade persistente. na qual se acredita ter escolhido o tipo errado. Esse mal é normalmente acompanhado de uma DKO (disfunção do Iurning óptico), que obriga ao constante ajuste e reajuste do espacejamento entre letras. TIpolt:rmia Re<:usa promíscua a comprometer·se com uma fonte - ou mesmo com cinco ou seis. como recomendam alguns médicos - por toda a vida. O lipotérmico vê-se sempre tentado a testar fontes ~sajdas do forno~. nonnalmente sem permissão. TEXTO I 9 6 zur Huldigung des Ko; - ~. u. ",sers abgebildet: r Karl Kraus zahlt Wilhelm 11. zu "den Schwerverbrechern auf dem Thron" mit der "Beteuerung, daB sie es nicht gewollt haben, woran sie, da sie es taten, doch schuldig sind" [F 595,2]. 1920; F 531,521. .. gemeinsames Vorgehen .. etwas zum Vortrag bringen .. '" di. Falle gehen .. ich habe alies reiflich erwogen .. im Lauf des Abends .. &in Laut aul den Lippen .. zum 5chluB .. zu Mantua in Banden Der Ireue Hof., WaI .. Gesellschaft mil beschránkler Haftung I G. m. b. H. i vorlleb nehmen - - (Momentan sind wir z. B. hei seit der Thronbesteigung I) _ _ - - So erlebte ich, da6 er einen Major, den Adjutanten des Kronprinzen Ohr zog, ihm einen tüchtigen S~ g a b und sagte : - _ .. - - empfing er in Tempelhof im mlntster und den Chef des Militarkabinetl!! ai t e n E sei glaubt, daI! ihr alles besser " ) Deutsche Verlagsanstalt, Stutt~art, Und daJ3 das »gemeinsame Vorgehen« für war, »sobald Kraus die Satire auf Kaiser werde«, beweist eine Vertrautheit der Programm, die ich selbst am Nachmittag ihnen in die Falle gegangen! Aber wenn Innsbruck auf Demonstrationen Abends eine Ahnung von dem
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