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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA FLORESTAL CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO DE SEMENTES NO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA-PA Discentes: Dionízia Moura Amorim Loirena do Carmo Moura Sousa Maurílio Silva do Monte Nágilla Gabriella Euzébio da Silva Nayra Glaís Pereira Trindade Thaynara Viana Cavalcante Docente: Dra. Márcia Hamada ALTAMIRA - PARÁ OUTUBRO/2013 2 DIONÍZIA MOURA AMORIM LOIRENA DO CARMO MOURA SOUSA MAURÍLIO SILVA DO MONTE NÁGILLA GABRIELLA EUZÉBIO DA SILVA NAYRA GLAÍS PEREIRA TRINDADE THAYNARA VIANA CAVALCANTE CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO DE SEMENTES NO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA-PA Trabalho apresentado como requisito para média total na disciplina de Manejo de Produtos Florestais Não- Madeireiros, do curso de Bacharelado em Engenharia Florestal da UFPA, ministrada pela professora Márcia Hamada. ALTAMIRA - PARÁ OUTUBRO/2013 3 CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO DE SEMENTES NO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA-PA 1. INTRODUÇÃO A Floresta Amazônica ainda é fonte de recursos naturais para muitas utilidades humanas, não somente aqueles recursos alocados via mercado, como também aqueles para autoconsumo ou uso direto da família ou comunidade, em que, muitas comunidades ainda possuem neles a fonte de alimento, renda, paz, bem-estar social, saúde e segurança (PEREIRA, 2007). Dentre estes os Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNM) se destacam por serem os mais utilizados pelas comunidades. Segundo o Ministério da Agricultura de Moçambique (2008), os PFNM são aqueles derivados da floresta, exceto a madeira, cuja definição engloba fibras, frutos, raízes, cascas, folhas, taninos, cogumelos, exsudados, mel, plantas medicinais, lenha e carvão, entre outros. Silva et al. (2010) ressaltam que, em tese, estes produtos também podem ser obtidos de plantas semidomesticadas em plantios ou sistemas agroflorestais. Apesar da magnitude socioeconômica dos PFNM, verifica-se que há pouca informação sistematizada sobre a quantidade, valor, processos de produção, industrialização e comercialização desses produtos. No entanto, ainda não tem merecido a devida atenção da parte das politicas econômicas e sociais governamentais, o que precisa ser mudado, pois a escassez de informações é um empecilho à conservação e ao desenvolvimento de estratégias mercadológicas para esses produtos, sendo necessário que se identifique o potencial extrativo de cada produto, sua importância social, sua projeção econômica e a partir daí, formular medidas de políticas econômicas e proporcionar melhor qualidade de vida as comunidades (FIEDLER et al., 2008). Poucos são os estudos desenvolvidos para entender a estrutura das cadeias de comercialização dos PFNM, as relações estabelecidas entre os agentes mercantis e sua respectiva participação na composição do valor dos produtos, e que apontem os principais gargalos para o desenvolvimento desta economia. Esse tipo de estudo permite entender como o produtor participa no processo mercantil, e quais possibilidades existem para que o mesmo atue mais eficientemente nas respectivas cadeias de comercialização (IDESP, 2011). 4 De acordo com Morvan (1988), a cadeia produtiva é definida a partir de um determinado produto final. A partir desta visão, trata-se de um conjunto de componentes e processos interligados que agem no intuito de fornecer produto aos consumidores finais, via transformação de insumos básicos, constituindo-se em um sistema, que pode se subdividir em sistemas menores ou subsistemas (SIMIONI, 2001). 2. OBJETIVO Identificar e caracterizar a cadeia produtiva de sementes florestais comercializadas no município de Altamira-PA. Analisando aspectos como: perfis dos agentes mercantis, estrutura das cadeias, Valor Bruto da Produção (VBP), o Valor Adicional Bruto (VAB) e a Renda Bruta Total (RBT), fatores críticos e potenciais. 3. MATERIAL E MÉTODOS O levantamento da cadeia produtiva de sementes florestais foi realizado no mercado municipal “Maria de Lourdes Roque Souza” e na feira livre da cidade de Altamira-Pará (Figura 1). A pesquisa foi realizada através da aplicação de questionários semi-estruturados junto a 10 (dez) agentes mercantis. Figura 1 - Feira do Produtor Maria de Lurdes Roque Souza. O Valor Bruto da Produção a preços de mercado (VBP) é o resultado da multiplicação de todas as quantidades de produtos vendidos pelos seus preços, isto é, o faturamento bruto de todas as unidades produtoras mais os valores de 5 produtos que não são comercializados. A fórmula utilizada para chegarmos ao VBP foi a seguinte: VBP = Produção x Preço Médio A definição do Valor Adicional Bruto (VAB) é dada pela diferença entre o VBP e o consumo intermediário (CI). Isto é, o valor de todas as mercadorias que entram na produção de outras mercadorias é descontado do valor total das mercadorias produzidas. A fórmula utilizada para chegarmos ao VAB foi a seguinte: VAB = VP – CI Onde: VAB: Valor Adicionado (ou Agregado); VP: Valor da Produção; e CI: Consumo Intermediário. A Renda Bruta Total (RBT) é obtida através da multiplicação entre a quantidade de produto vendido, estocado e/ou consumido pelo preço de venda do mesmo produto. A RBT também pode ser denominada de Valor Bruto de Produção (VBP). A fórmula utilizada para chegarmos ao RBT foi a seguinte: RBT = P.q Onde: P: preço líquido de venda; q: quantidade (kg) vendida e/ou consumida e/ou estocada. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram encontrados 06 (seis) produtos, utilizados tanto para uso alimentício, quanto para uso fármaco (Tabela 1). Tabela 1 – Produtos, tipo de uso e propriedades das sementes encontradas no mercado municipal e feira livre do município de Altamira-PA. Nome vulgar Nome científico Tipo de Uso Propriedades 6 Castanha-de- caju Anacardium occidentale Alimentício É rica em fibras, minerais (magnésio, ferro, potássio, selênio, cobre e zinco) e vitaminas (A, D, K, PP, E). Castanha-do- pará Bertholletia excelsa Alimentício É rica em selênio, bem como, é uma boa fonte de magnésio e tiamina. Cumaru Dipteryx odorata Medicinal Anti-espasmódicas, emenagogas, cadio-tónicas e anti-asmáticas. Jucá Caesalpinia ferrea Medicinal Antidiarréica, cicatrizante, béquica, febrífuga, expectorante, hemostáticas, anti-sépticas, tonificantes e antimicrobianas. Noz moscada Myristica fragrans Alimentício É rica em fibras e uma excelente fonte de manganês mineral, além disso, possui baixo teor de sódio e colesterol baixo. Sucupira Diplotropis purpurea Medicinal Atua contra enfermidades como a artrite, a artrose, o reumatismo e as dores nas costas, nos joelhos e nas articulações. Quanto à procedência, constatou-se que as sementes são oriundas do próprio município, de municípios vizinhos, tais como, Medicilândia, Vitória do Xingu e Santarém, bem como do nordeste brasileiro, especificamente do Piauí. A distribuição das sementes está melhor descrita na tabela 2. Tabela 2 - Procedência das sementes comercializadas no mercado municipal e feira livre da cidade de Altamira-PA. Nome vulgar Procedência Castanha-de-caju Altamira, Vitória do Xingu e Medicilândia Castanha-do-pará Altamira e Medicilândia Cumaru Altamira, Medicilândia,Santarém e Piauí Jucá Altamira, Medicilândia e Piauí Noz moscada Piauí Sucupira Piauí De modo geral, a cadeia produtiva de sementes no município de Altamira envolve diversos agentes mercantis, as sementes são retiradas da floresta, de áreas nativas ou plantadas, e vendidas por produtores locais e por uma empresa (situada no Piauí) para os atravessadores, que vendem os produtos no mercado municipal e 7 feira livre da cidade diretamente para o consumidor final, que utiliza as sementes para uso alimentício ou medicinal. Além disso, há casos em que o produtor local vende as sementes para o consumidor final, sem que haja a interferência de agentes intermediários (Figura 2). Figura 2 – Fluxograma da cadeia produtiva de sementes do município de Altamira-PA. A seguir serão apresentadas as principais cadeias de comercialização dos produtos identificados no município de Altamira. 4.1. CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA CASTANHA-DE-CAJU a) Caracterização dos agentes mercantis - Produtor local: produção proveniente de áreas plantadas, no Projeto de Assentamento Assurini, município de Altamira, e propriedades rurais nos municípios de Medicilândia e Vitória do Xingu; 8 - Atravessadores (atacadista local): pequenos comerciantes, do próprio município, que compram a castanha-de-caju in natura dos produtores e comercializam no mercado municipal e feira livre de Altamira; e - Consumidores: pessoas do próprio município que compram a castanha-de- caju dos atravessadores, em pequenas quantidades, somente para uso alimentício. b) Estrutura da cadeia de comercialização Os agentes mercantis atuam, em média, há 25 e 40 anos no ramo. Sendo que, a comercialização das sementes não é a única fonte de renda, complementam a renda com o cultivo agrícola e aposentadoria. Na descrição da capacidade instalada dos agentes mercantis entrevistados identificou-se que os mesmos não possuem local adequado para armazenagem, armazenando as sementes em suas próprias residências em sacos de fibra de 60 kg, sacos plásticos e sacos do tipo rede. Em relação ao transporte, o meio de transporte utilizado é fretado, caminhão e carro, sendo que, o produtor é quem paga o frete. Quanto aos equipamentos, os entrevistados alegam não possuir nenhum equipamento. A mão-de-obra predomina a familiar, sem que haja a necessidade da contratação de terceiros. Em relação ao período de trabalho todos inferem trabalhar o ano todo. c) Preço médio praticado nas transações entre os agentes mercantis O preço da castanha-de-caju praticado pelo produtor local foi de R$ 2,00/kg na venda para o atravessador, enquanto que o preço de venda para o consumidor final foi de R$ 3,00/kg. Constatando-se dessa forma, que o preço praticado pelo atravessador é 1,5 vezes maior do que o preço médio recebido pelos produtores. d) Valor Bruto da Produção (VBP) Somando-se todos os valores recebidos pela venda da castanha-de-caju por todos os produtores entrevistados, o Valor Bruto da Produção (VBP) foi de R$ 480,00/ano para o produtor local e R$ 720,00/ano para o atravessador. 9 e) Valor Adicionado Bruto (VAB) Ao longo da cadeia de comercialização da castanha-de-caju, da produção local até o consumidor final, o valor de R$ 220,00 foi adicionado ao produto, sendo descontados do VBP os valores com a compra de insumos, em que, R$ 480,00 corresponde à aquisição do produto in natura e R$ 20,00 a aquisição das embalagens para a venda. f) Renda Bruta Total (RBT) Os atravessadores foram responsáveis pela renda bruta total de R$ 720,00/ano, pois compraram de insumo a castanha-de-caju in natura por R$ 480,00/ano e adicionaram o montante de R$ 240,00/ano. 4.2. CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA CASTANHA-DO-PARÁ a) Caracterização dos agentes mercantis No caso específico da Castanha-do-pará, as relações mercantis ocorrem de duas maneiras: (1) do produtor local para o consumidor final, e (2) do produtor para o atravessador, e do atravessador para o consumidor final. - Produtor local: produção proveniente de áreas nativas, no Projeto de Assentamento Assurini, município de Altamira, ramal situado no km 18, entre o trecho Altamira - Brasil Novo, e propriedades rurais no município de Medicilândia; - Atravessadores (atacadista local): pequenos comerciantes, do próprio município, que compram a castanha-do-pará in natura dos produtores e comercializam no mercado municipal e feira livre de Altamira; e - Consumidores: pessoas do próprio município que compram a castanha-do- pará dos atravessadores, em pequenas quantidades, somente para uso alimentício. 10 b) Estrutura da cadeia de comercialização Os agentes mercantis possuem um período de atuação no ramo bastante variável, variando de 2 meses a 40 anos. De modo que, a comercialização das sementes não é a única fonte de renda, complementam a renda com o cultivo agrícola e aposentadoria. O método de coleta apenas foi possível de ser descrito no caso do comerciante que vende os produtos de sua própria propriedade, em que, a coleta das sementes é realizada de forma manual, sem o uso de nenhum equipamento, utilizando as próprias mãos para catar os frutos diretamente do chão. Constatou-se também que não há o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), colocando em risco a vida das pessoas que realizam essa atividade. A coleta é realizada com mão-de-obra familiar e envolve três pessoas. Em relação à quebra dos frutos, o produtor utiliza foice e terçado para retirar as amêndoas de dentro do ouriço. Na descrição da capacidade instalada dos agentes mercantis entrevistados identificou-se que apenas um dos entrevistados possui local adequado para armazenamento das sementes, armazenando as sementes em um galpão, enquanto que os demais deixam as sementes em suas próprias residências, em sacos de fibra de 60 kg, sacos plásticos e sacos do tipo rede. Em relação ao transporte, na maioria dos casos o meio de transporte utilizado é fretado, caminhão e carro, sendo que, o produtor é quem paga o frete, havendo apenas um caso em que o meio de transporte é do atravessador, dessa forma os custos são de sua responsabilidade. A mão-de-obra predomina a familiar, sem que haja a necessidade da contratação de terceiros. Em relação ao período de trabalho todos inferem trabalhar durante todo o ano. c) Preço médio praticado nas transações entre os agentes mercantis O preço da castanha-do-pará praticado pelo produtor local foi de R$ 3,00/kg na venda para o atravessador, enquanto que o preço de venda para o consumidor final foi de R$ 5,00/kg. Constatando-se dessa forma, que o preço praticado pelo atravessador é 1,7 vezes maior do que o preço médio recebido pelos produtores. 11 d) Valor Bruto da Produção (VBP) Somando-se todos os valores recebidos pela venda da castanha-do-pará por todos os produtores entrevistados, o Valor Bruto da Produção (VBP) foi de R$ 8.928,00/ano para o produtor local e de R$ 14.880,00/ano para o atravessador. e) Valor Adicionado Bruto (VAB) Ao longo da cadeia de comercialização da castanha-do-pará, o valor de R$ 3.888,00 foi adicionado ao produto, sendo descontados do VBP os valores com a compra de insumos, em que, R$ 8.928,00 corresponde à aquisição do produto in natura, R$ 384,00 à compra de sacos plásticos, R$ 240,00 à aquisição de sacos do tipo rede e R$ 1.440,00 ao aluguel da banca de venda. f) Renda Bruta Total (RBT) Os atravessadores foram responsáveis pela renda bruta total de R$ 14.880,00/ano, pois compraramde insumo a castanha-do-pará in natura por R$ 8.928,00/ano, as embalagens por R$ 624,00, alugaram as bancas de venda por R$ 1.440,00 e adicionaram o montante de R$ 3.888,00/ano. 4.3. CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO CUMARU a) Caracterização dos agentes mercantis - Produtor: produção proveniente de áreas nativas, no Projeto de Assentamento Assurini, município de Altamira, propriedades rurais nos municípios de Medicilândia e Santarém, além de uma empresa, chamada “Casa das Ervas” no Estado do Piauí; - Atravessadores (atacadista local): pequenos comerciantes, do próprio município, que compram o cumaru in natura dos produtores e/ou empresa e comercializam no mercado municipal e feira livre de Altamira; e 12 - Consumidores: pessoas do próprio município que compram o cumaru dos atravessadores, em pequenas quantidades, somente para uso medicinal. b) Estrutura da cadeia de comercialização Os agentes mercantis atuam, em média, há 25 anos no ramo, variando de 10 a 40 anos. Sendo que, somente dois entrevistados relatam ter a venda de sementes como única fonte de renda. Os outros complementam a renda com o cultivo agrícola e aposentadoria. Na descrição da capacidade instalada dos agentes mercantis entrevistados identificou-se que os mesmos possuem local adequado para armazenagem, armazenando as sementes em depósitos em sacos de fibra de 60 kg, sacos plásticos, vasilhas plásticas e caixas de papelão. Em relação ao transporte, o meio de transporte utilizado é fretado, caminhão e ônibus, sendo que, o produtor e/ou empresa é quem paga o frete. Quanto aos equipamentos, os entrevistados alegam não possuir nenhum equipamento. Em relação ao processo de secagem, apenas um dos vendedores realiza a secagem das sementes, utilizando o método ao ar livre. Quanto ao beneficiamento, apenas dois dos vendedores afirmam realizar o beneficiamento das sementes, um deles se refere à basicamente retirar a casca das sementes, e o outro a fazer “garrafadas”. Envolvendo geralmente apenas uma pessoa. A mão-de-obra predomina a familiar, sem que haja a necessidade da contratação de terceiros. Em relação ao período de trabalho todos inferem trabalhar o ano todo. c) Preço médio praticado nas transações entre os agentes mercantis O preço do cumaru praticado pelo produtor local foi de R$ 50,00/kg na venda para o atravessador, enquanto que o preço de venda para o consumidor final foi de R$ 125,00/kg. Constatando-se dessa forma, que o preço praticado pelo atravessador é 2,5 vezes maior do que o preço médio recebido pelos produtores. 13 d) Valor Bruto da Produção (VBP) Somando-se todos os valores recebidos pela venda do cumaru por todos os produtores entrevistados, o Valor Bruto da Produção (VBP) foi de R$ 4.500,00/ano para o produtor local e R$ 11.250,00/ano para o atravessador. e) Valor Adicionado Bruto (VAB) Ao longo da cadeia de comercialização do cumaru, da produção local até o consumidor final, o valor de R$ 4.830,00 foi adicionado ao produto, sendo descontados do VBP os valores com a compra de insumos, em que, R$ 4.500,00 corresponde à aquisição do produto in natura, R$ 480,00 a aquisição das embalagens para a venda e R$ 1.440,00 ao aluguel da banca de venda. f) Renda Bruta Total (RBT) Os atravessadores foram responsáveis pela renda bruta total de R$ 11.250,00/ano, pois compraram de insumo o cumaru in natura por R$ 4.500,00, embalagens por R$ 480,00, alugaram a banca de venda por R$ 1.440,00 e adicionaram o montante de R$ 4.830,00/ano. 4.4. CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO JUCÁ a) Caracterização dos agentes mercantis - Produtor: produção proveniente de áreas nativas, no Projeto de Assentamento Assurini, município de Altamira, propriedades rurais no município de Medicilândia, além de uma empresa, chamada “Casa das Ervas” no Estado do Piauí; - Atravessadores (atacadista local): pequenos comerciantes, do próprio município, que compram o jucá in natura dos produtores e comercializam no mercado municipal e feira livre de Altamira; e 14 - Consumidores: pessoas do próprio município que compram o jucá dos atravessadores, em pequenas quantidades, somente para uso medicinal. b) Estrutura da cadeia de comercialização Os agentes mercantis atuam, em média, há 25 anos no ramo, variando de 10 a 40 anos. Sendo que, somente um dos entrevistados relata ter a venda de sementes como única fonte de renda. Os outros complementam a renda com o cultivo agrícola e aposentadoria. Na descrição da capacidade instalada dos agentes mercantis entrevistados identificou-se que os mesmos possuem local adequado para armazenagem, armazenando as sementes em depósitos em sacos de fibra de 60 kg, sacos plásticos, vasilhas plásticas e caixas de papelão. Em relação ao transporte, o meio de transporte utilizado é fretado, caminhão e ônibus, sendo que, o produtor e/ou empresa é quem paga o frete. Quanto aos equipamentos, os entrevistados alegam não possuir nenhum equipamento. Quanto ao beneficiamento, apenas um dos vendedores afirmam realizar o beneficiamento das sementes, que consiste em basicamente fazer “garrafadas”. Envolvendo geralmente apenas uma pessoa. A mão-de-obra predomina a familiar, sem que haja a necessidade da contratação de terceiros. Em relação ao período de trabalho todos inferem trabalhar o ano todo. c) Preço médio praticado nas transações entre os agentes mercantis O preço do jucá praticado pelo produtor local foi de R$ 15,00/kg na venda para o atravessador, enquanto que o preço de venda para o consumidor final foi de R$ 60,00/kg. Constatando-se dessa forma, que o preço praticado pelo atravessador é 4,0 vezes maior do que o preço médio recebido pelos produtores. d) Valor Bruto da Produção (VBP) Somando-se todos os valores recebidos pela venda do jucá por todos os produtores entrevistados, o Valor Bruto da Produção (VBP) foi de R$ 630,00/ano para o produtor local e R$ 2.520,00/ano para o atravessador. 15 e) Valor Adicionado Bruto (VAB) Ao longo da cadeia de comercialização do jucá, da produção local até o consumidor final, o valor de R$ 642,00 foi adicionado ao produto, sendo descontados do VBP os valores com a compra de insumos, em que, R$ 630,00 corresponde à aquisição do produto in natura, R$ 288,00 a aquisição das embalagens para a venda e R$ 960,00 para o aluguel da banca de venda. f) Renda Bruta Total (RBT) Os atravessadores foram responsáveis pela renda bruta total de R$ 2.520,00/ano, pois compraram de insumo o jucá in natura por R$ 630,00/ano, as embalagens por R$ 288,00, alugaram as bancas de venda por R$ 960,00 e adicionaram o montante de R$ 642,00/ano. 4.5. CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA NOZ MOSCADA a) Caracterização dos agentes mercantis - Empresa (produtor): produção proveniente de áreas nativas, de uma empresa, chamada “Casa das Ervas” no Estado do Piauí; - Atravessadores (atacadista local): pequenos comerciantes, do próprio município, que compram a noz moscada in natura dos produtores e comercializam no mercado municipal e feira livre de Altamira; e - Consumidores: pessoas do próprio município que compram a noz moscada dos atravessadores, em pequenas quantidades, para uso alimentício. b) Estrutura da cadeia de comercialização Os agentes mercantis atuam, em média, há 25 anos no ramo. Sendo que, a comercialização das sementes é a única fonte de renda. Na descrição da capacidade instalada dos agentes mercantis entrevistados identificou-se que os mesmos possuem local adequado para armazenagem,16 armazenando as sementes em depósitos, dentro de tambores com tampa. Em relação ao transporte, o meio de transporte utilizado é fretado, caminhão, sendo que, a empresa é quem paga o frete, em que, o valor já vem incluso no valor cobrado pelas sementes. Quanto aos equipamentos, os entrevistados alegam não possuir nenhum equipamento. A mão-de-obra predomina a familiar, sem que haja a necessidade da contratação de terceiros. Em relação ao período de trabalho todos inferem trabalhar o ano todo. c) Preço médio praticado nas transações entre os agentes mercantis O preço da noz moscada praticado pela empresa foi de R$ 90,00/kg na venda para o atravessador, enquanto que o preço de venda para o consumidor final foi de R$ 200,00/kg. Constatando-se dessa forma, que o preço praticado pelo atravessador é 2,2 vezes maior do que o preço médio recebido pelos produtores. d) Valor Bruto da Produção (VBP) Somando-se todos os valores recebidos pela venda da noz moscada por todos os produtores entrevistados, o Valor Bruto da Produção (VBP) foi de R$ 540,00/ano para a empresa e R$ 1.200,00/ano para o atravessador. e) Valor Adicionado Bruto (VAB) Ao longo da cadeia de comercialização da noz moscada, o valor de R$ 230,00 foi adicionado ao produto, sendo descontados do VBP os valores com a compra de insumos, em que, R$ 540,00 corresponde à aquisição do produto in natura, R$ 30,00 a aquisição das embalagens para a venda e R$ 400,00 ao aluguel da banca de venda. f) Renda Bruta Total (RBT) Os atravessadores foram responsáveis pela renda bruta total de R$ 1.200,00/ano, pois compraram de insumo a noz moscada in natura por R$ 17 540,00/ano, as embalagens por R$ 30,00, alugaram a banca de venda por R$ 400,00 e adicionaram o montante de R$ 230,00/ano. 4.6. CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA SUCUPIRA a) Caracterização dos agentes mercantis - Empresa (produtor): produção proveniente de áreas nativas, de uma empresa, chamada “Casa das Ervas” no Estado do Piauí; - Atravessadores (atacadista local): pequenos comerciantes, do próprio município, que compram a sucupira in natura dos produtores e comercializam no mercado municipal e feira livre de Altamira; e - Consumidores: pessoas do próprio município que compram a sucupira dos atravessadores, em pequenas quantidades, para uso medicinal. b) Estrutura da cadeia de comercialização Os agentes mercantis atuam, em média, há 25 anos no ramo. Sendo que, a comercialização das sementes é a única fonte de renda. Na descrição da capacidade instalada dos agentes mercantis entrevistados identificou-se que os mesmos possuem local adequado para armazenagem, armazenando as sementes em depósitos em sacos de fibra de 60 kg, sacos plásticos, vasilhas plásticas e caixas de papelão. Em relação ao transporte, o meio de transporte utilizado é fretado, caminhão e ônibus, sendo que, a empresa é quem paga o frete. Quanto aos equipamentos, os entrevistados alegam não possuir nenhum equipamento. Quanto ao beneficiamento, apenas um dos vendedores afirmam realizar o beneficiamento das sementes, que consiste em basicamente fazer “garrafadas”. Envolvendo geralmente apenas uma pessoa. A mão-de-obra predomina a familiar, sem que haja a necessidade da contratação de terceiros. Em relação ao período de trabalho todos inferem trabalhar o ano todo. 18 c) Preço médio praticado nas transações entre os agentes mercantis O preço da sucupira praticado pela empresa foi de R$ 25,00/kg na venda para o atravessador, enquanto que o preço de venda para o consumidor final foi de R$ 60,00/kg. Constatando-se dessa forma, que o preço praticado pelo atravessador é 4,0 vezes maior do que o preço médio recebido pela empresa. d) Valor Bruto da Produção (VBP) Somando-se todos os valores recebidos pela venda da sucupira por todos os produtores entrevistados, o Valor Bruto da Produção (VBP) foi de R$ 600,00/ano para a empresa e R$ 1.440,00/ano para o atravessador. e) Valor Adicionado Bruto (VAB) Ao longo da cadeia de comercialização da sucupira, o valor de R$ 360,00 foi adicionado ao produto, sendo descontados do VBP os valores com a compra de insumos, em que, R$ 600,00 corresponde à aquisição do produto in natura, R$ 80,00 a aquisição das embalagens para a venda e R$ 400,00 ao aluguel da banca de venda. f) Renda Bruta Total (RBT) Os atravessadores foram responsáveis pela renda bruta total de R$ 1.440,00/ano, pois compraram de insumo a sucupira in natura por R$ 600,00/ano, as embalagens por R$ 80,00, alugaram a banca de venda por R$ 400,00 e adicionaram o montante de R$ 360,00/ano. 4.7. ANÁLISE GERAL A pesquisa constatou que as sementes comercializadas em Altamira reúnem um VBP total de R$ 32.010,00, de modo que as espécies que obtiveram maior participação foram a castanha-do-pará, com 46% (R$ 14.880,00), seguido do 19 cumaru, com 35% (R$ 11.250,00) (Figura 3 e 5). Esses valores podem ser explicados porque essas duas espécies são as mais procuradas pelos consumidores, e como o VBP está diretamente relacionado a quantidade vendida (produção), os valores se tornam mais elevados nesses casos. Figura 3 – Distribuição do VBP das sementes comercializadas no município de Altamira-PA. Quanto ao VAB total, as sementes reuniram juntas R$ 10.170,00, sendo que, o cumaru foi quem teve maior participação, com 48% (R$ 4.830,00) (Figura 4 e 5), acredita-se que esse fato ocorreu porque geralmente as sementes de cumaru são adquiridas por quilo e revendidas por unidade, agregando maiores valores ao produto. Figura 4 – Distribuição do VAB das sementes comercializadas no município de Altamira-PA. Castanha-de-caju 2% Castanha-do-pará 46% Cumaru 35% Jucá 8% Noz moscada 4% Sucupira 5% Castanha-de-caju 2% Castanha-do-pará 38% Cumaru 48% Jucá 6% Noz moscada 2% Sucupira 4% 20 Em relação ao RBT, podemos considerar o mesmo comportamento obtido para o VBP, já que ambos os cálculos refletem as mesmas informações. De modo que, assim como o VBP o RBT total foi de R$ 32.010,00 (Figura 5). Figura 5 – Valores de VBP, VAB e RBT das sementes comercializadas no município de Altamira-PA. 4.8. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL Os produtos florestais não-madeireiros (PFNM), como óleos fixos e essenciais, frutos, amêndoas, fibras, corantes, plantas fitoterapêuticas e outros, são de ocorrência abundante nas florestas tropicais e consistem em uma fonte de renda alternativa para milhares de famílias que vivem da agricultura familiar. Segundo Pastore Júnior e Borges (s/d) a floresta amazônica ainda é fonte de recursos naturais para muitas utilidades humanas. Não somente aqueles recursos alocados via mercado, mas também aqueles alocados para o autoconsumo ou uso direto da família ou comunidade. Desse modo, a função social da floresta ainda é muita diversa e rica. Muitas sociedades locais ainda têm nela a fonte primeira de alimento, renda, paz, bem-estar social, saúde e segurança. Dessa forma, naquelas sociedades e comunidades que vivem exclusivamente da extração de recursos naturais renováveis, o fim do extrativismo tem significado o fim de uma fonte básica de renda, de trabalho e condições de subsistência. Corroborando acerca desse tema, Machado (2008) infere que, os PFNM são utilizados na alimentação, produção de medicamentos, usos cosméticos, construção de moradias, tecnologias tradicionais, produção de utensílios e tantos Castanha- de-caju Castanha- do-pará Cumaru Jucá Noz moscada SucupiraVBP 720,00 14880,00 11250,00 2520,00 1200,00 1440,00 VAB 220,00 3888,00 4830,00 642,00 230,00 360,00 RBT 720,00 14880,00 11250,00 2520,00 1200,00 1440,00 0,00 2000,00 4000,00 6000,00 8000,00 10000,00 12000,00 14000,00 16000,00 V a lo re s (R $ ) 21 outros usos. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), cerca de 80% da população de países em desenvolvimento usam os PFNM para suprir algumas de suas necessidades de vida. Além disso, de acordo com Alexiades e Shanley (2004), a coleta de sementes representa um controle maior do desmatamento, pois quem utiliza o produto normalmente preserva as matrizes. Os PFNM criam uma economia de importância social inestimável para as sociedades da Amazônia. Produtos como castanha-do-pará, borracha, palmito, açaí, babaçu etc. ainda são fonte de renda para milhares de famílias. Além disso, a gestão de recursos naturais renováveis, enquanto forma de absorção da força de trabalho disponível e geração de renda, reduz o impacto ecológico causado por outras atividades econômicas substitutas tais como a agricultura, a pecuária, a garimpagem e a extração madeireira (PASTORE JÚNIOR e BORGES, s/d). Dos produtos analisados no presente trabalho, a castanha-do-pará e o cumaru estão dentre os PFNM da região amazônica que são exportados do Brasil. Vale ressaltar que, a castanha-do-pará é o segundo maior produto em abrangência geográfica e importância social da Amazônica. Ela ainda é explorada em 53,6% do estado de Rondônia, 54% do Acre, 32% do Amazonas e 42% do Pará. Embora os preços de exportação estejam subindo, dentro da floresta os coletores dizem que trabalham com capacidade ociosa por que o preço que recebem pela venda das sementes não compensa. Por outro lado, apesar da magnitude socioeconômica dos PFNM, verifica-se que há pouca informação sistematizada sobre quantidade, valor, processos de produção, industrialização e comercialização desses produtos. Essa escassez de informações é um empecilho à conservação e ao desenvolvimento de estratégias mercadológicas para esses produtos (FIEDLER et al., 2008). 4.9. CONTRIBUIÇÃO NO PIB DO MUNICÍPIO Em 2008, o Produto Interno Bruto - PIB da Região de Integração Xingu somou R$ 1.397 milhão, com uma variação de 8,7% em relação ao PIB contabilizado no ano anterior (R$ 1.285 milhão), porém se manteve na 10ª colocação no ranking entre as regiões de integração e participou com um 22 percentual de 2,4% no PIB estadual. Altamira é o município com maior participação no PIB regional, com aproximadamente 40,6% (R$ 567.678), pois o setor de indústria e serviços obteve um valor, em torno de, três vezes maior que os valores obtidos pelo 2º colocado Uruará, o valor agropecuário foi R$ 5.855 maior que o valor obtido no município de Pacajá. De modo geral, o PIB de Altamira foi três vezes maior que o segundo colocado Uruará, justificando assim, sua condição de cidade pólo da região. Assim como também, polarizadora do espaço regional com a prestação de serviços bancários, saúde, educacionais e comerciais (PARÁ, 2011). A participação da comercialização de sementes na economia do município de Altamira é incipiente, pois essa atividade não gera grandes contribuições ao Produto Interno Bruto. Contudo, para os produtores locais e para os atravessadores, essa participação representa um incremento de renda anual que colabora na manutenção das famílias. 4.10. PRINCIPAIS ENTRAVES De acordo com Balzon et al. (2004) as pessoas que tem a posse dos PFNM são, normalmente, famílias com baixa escolaridade e quase sempre sem nenhuma instrução quanto a mercados, tecnologias e recursos financeiros, que são levadas a vender sua produção a preços baixos para intermediários (comerciantes locais), ou para “marreteiros”, que são pessoas que adentram ao interior da floresta para adquirir os produtos, mantendo-as dependentes e as impede de fazerem investimentos no setor. Segundo Santos et al. (2003), os PFNM representam hoje um dos grupos mais desafiadores do ponto de vista mercadológico, graças a seu número, variedade de usos e diferenciação de outros produtos básicos. O mercado desses produtos florestais é ainda recente e tem muito que ser desenvolvido e explorado, apresentando-se de forma bastante instável, concentrando-se hora em alguns produtos, hora em outros. Nesse sentido, Gonçalo (2006) corrobora que, os estudos sobre os mercados para esses produtos são ainda insuficientes para atender a demanda crescente de informações que os produtores de base familiar 23 necessitam para organizar a produção e melhorar a renda nas suas unidades produtivas. De acordo com Trindade et al. (2010) os PFNM comercializados no município de Altamira são, em sua maioria, vendidos pelos próprios produtores, utilizando métodos rústicos de estocagem e venda, sem que haja local próprio e organização necessária. De modo que, a instabilidade de demanda de mercado, a inconstância da produção e a falta de organização dos produtores para alcançar certa escala de produção, são alguns dos problemas encontrados pelos agricultores para a comercialização de seus produtos. Diante desse contexto, a nossa pesquisa revela que a principal dificuldade enfrentada para a comercialização das sementes é a pouca demanda e a concorrência com outros vendedores. A respeito dessa problemática, Pastore Júnior e Borges (s/d) inferem que um dos fatores que contribui para que recursos da floresta fiquem expostos aos desequilíbrios entre oferta e demanda é a falta de conhecimentos técnicos sobre gestão de recursos naturais renováveis e a dinâmica de mercados. De modo que, melhores estudos sobre a demanda por PFNM poderão contribuir para reduzir a sobre-exploração dos recursos e tornar preços de mercado mais competitivos. Para tornar os produtos mais atraentes aos consumidores, umas das alternativas apontadas pelos próprios vendedores seria a venda das sementes sem casca, no caso da castanha-do-pará e do cumaru, bem como, a disseminação das propriedades medicinais de algumas sementes, como é o caso da sucupira. Trindade et al. (2010) sugerem ainda que, para melhorar a comercialização dos PFNM, deve-se identificar o potencial de suprimento e padrão de qualidade destes produtos; desenvolver tecnologias de estocagem e transformação; buscar marketing adequado; e criar o conceito de comercialização conjunta, buscando o mesmo canal de comercialização. 24 5. CONCLUSÕES A Cadeia Produtiva Local de sementes no município de Altamira é caracterizada pela venda de seis espécies, oriundas do próprio município, municípios vizinhos e do nordeste brasileiro. Na maioria dos casos as sementes são originadas de áreas nativas, sendo extraída da área de terceiros. A coleta das sementes é realizada de forma manual, em que, o transporte é terceirizado. A participação da comercialização de sementes na economia do município de Altamira é incipiente. A principal dificuldade enfrentada para a comercialização das sementes é a pouca demanda, bem como, a concorrência com outros vendedores. Atualmente, percebe-se que, apesar do potencial dos PFNM para alavancar a economia local, estudos sobre o manejo e o mercado desses produtos ainda são incipientes. 25 6. LITERATURA CITADA ALEXIADES, M. N.; SHANLEY, P. Produtos forestales, medios de subsistência e conservacion. Indonésia: Center International Forestry Reseach, 2004. BALZON, D. R.; SILVA, J. C. G. L. da; SANTOS,A. J. dos. Aspectos mercadológicos de produtos florestais não madeireiros – análise retrospectiva. Disponível em: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/floresta/article/view/2422/2024>. Acesso em: 15 de out. de 2013. FIEDLER, N. C.; SOARES, T. S.; SILVA, G. F. da. Produtos Florestais Não Madeireiros: importância e manejo sustentável da floresta. Revista Ciências Exatas e Naturais, Vitória, v.10, n.2, 263-278, jul./dez. 2008. GONÇALO, J. E. Gestão e comercialização de produtos florestais não madeireiros (PFNM) da biodiversidade no Brasil. Anais. XXVI Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP), Fortaleza- CE, 2006, p. 9. INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, SOCIAL E AMBIENTAL DO PARÁ . Cadeias de comercialização de produtos florestais não madeireiros na Região de Integração Xingu, Estado do Pará: relatório técnico 2011./ Belém: IDESP, 2011. 193p. MACHADO, F. S. Manejo de Produtos Florestais Não Madeireiros: Um manual com Sugestões para o Manejo Participativo em Comunidade da Amazônia. Rio Branco, Acre: PESACRE e CIFOR, 2008, 105 p. MOÇAMBIQUE. Ministério da Agricultura. Manual para a Elaboração e Implementação do Plano de Maneio da Concessão Florestal. Maputo, 2008. 75p. MORVAN, Y. Fondements d´economie industrielle. Paris: Economica, 1988. PARÁ. Secretaria de Estado de Integração Regional. Atlas de Integração Regional do Estado do Pará. Belém: SEIR, 2010. 347p PASTORE JÚNIOR, F.; BORGES, V. L. Extração Florestal Não-Madeireira na Amazônia: Armazenamento e Comercialização. s/d. PEREIRA, L. R. Caracterização da cadeia produtiva de sementes florestais - estudo de caso de uma comunidade extrativista do Estado do Acre. Monografia. 2007 SANTOS, A. J. dos; HILDEBRAND, E.; PACHECO, C. H. P.; PIRES, P. de T. de L.; ROCHADELLI, R. Produtos não madeireiros: conceituação, classificação, valoração e mercados. Revista Floresta, 33(2). 2003. p. 215-224 SILVA, M. da S. Leite de amapá (Parahancornia fasciculata (Poir) Benoist): remédio e renda na floresta e na cidade. 2010. 100 f. Dissertação (Mestrado em 26 Agroecossistemas) - Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010. SIMIONI, F. J. Análise diagnóstica e prospectiva da cadeia produtiva de energia de biomassa de origem florestal. Curitiba, 2007. 46p. TRINDADE, N. G. P.; SANTOS, A. P. F. dos; PIOVESAN, P. R. R.; OLIVEIRA, J. P. A. P. de; MENEZES, M. C. de. Mercado para Produtos Florestais Não-Madeireiros (PFNM) no Município de Altamira, Pará: Dados Preliminares. CD-ROM. Semana de Integração das Ciências Agrárias (SICA), Altamira-PA, 2010. 27 7. APÊNDICE Figura 06 - Sementes de Castanha-de-caju comercializadas no município de Altamira-PA. Figura 07 - Sementes de Castanha-do-Pará comercializadas no município de Altamira-PA. Figura 08 - Sementes de Cumaru comercializadas no município de Altamira-PA. 28 Figura 09 - Sementes de Jucá comercializadas no município de Altamira-PA. Figura 10 - [A] Sementes de Noz Moscada e [B] Embalagens utilizadas para comercializar as sementes. Figura 11 - Sementes de Sucupira comercializadas no município de Altamira-PA. A B 29 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DE SEMENTES Nome do comerciante: ___________________________________________________________________ Data: ______/______/_______ LOCAL DE COLETA Qual o local de onde são extraídas as sementes (ramal e município)? _______________________________________________________________________________________________ Como é a plantação? ( ) nativa ( ) plantada Qual a idade do plantio? _____________ anos A quem pertence a área de onde é feita a coleta das sementes? ( ) área própria ( ) área de terceiros Em caso, da resposta acima ser área de terceiros, qual a sua relação com essa pessoa? ( ) possuem algum grau de parentesco, qual: _______________________________________ ( ) propriedades vizinhas, qual a distância até a sua propriedade? ________________ km Compra semente o ano todo? ( )Sim ( )Não Sem não, qual o período?__________________________________________________________ MÉTODO DE COLETA Como é feito a extração da semente? ________________________________________________________________________ Quais os materiais utilizados? ( ) terçado ( ) outros _____________________________________________ Há a utilização de EPI? ( ) sim ( ) não Caso sim, quais? _______________________________________________________________________________________________ Quantas pessoas são envolvidas nessa etapa? ____________ pessoas MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL 30 Essas pessoas fazem parte da sua família? ( ) sim, qual grau de parentesco: _______________________________ ( ) não Há a contratação de terceiros? ( ) sim ( ) não Caso sim, qual o valor pago pelo serviço: R$ ________________________ SECAGEM E BENEFICIAMENTO É feito a secagem das sementes? ( ) sim ( ) não Qual o método utilizado? ( ) ao ar livre ( ) outros: _________________________ Há algum beneficiamento? ( ) sim ( ) não Caso sim, qual? ( ) quebra dos frutos ( ) retirada da casca ( ) outros ______________________________________ Quantas pessoas são envolvidas nessa etapa? ____________ pessoas TRANSPORTE Qual a distância da área de sua propriedade até o local de comercialização? ____________ km Como é feito o transporte da semente até o ponto de comercialização? ( ) Caminhão ( )Ônibus ( )Barco ( ) Outro_______________________________ De quem é a propriedade do transporte? ( ) próprio ( ) alugado/fretado Quem custeia o transporte? ( ) Você mesmo ( ) Produtor ( ) Outro. Qual? _________________________________________ Qual o valor pago pelo frete? R$ _____________ Qual a frequência?______________________ É utilizado algum tipo de embalagem para transportar a semente? ( )Sim ( )Não Se sim, qual?__________________________________________________________________________ ARMAZENAMENTO Onde as sementes ficam armazenadas (local e tipo de recipiente)? _______________________________________________________________________________________________ 31 Qual o período médio que as sementes ficam armazenadas? _________________________ COMERCIALIZAÇÃO De quem você compra e qual é a porcentagem? ( ) Direto do produtor _________% ( ) Atravessadores _________% ( ) Associação ou cooperativa _________% Qual?_______________________________________________________ ( ) Outro_____________________________________________________________% Como você compra a semente (em que unidade você negocia)? ( )Unidade ( )Kg ( )Dúzia ( ) Outros___________________________ Como você vende a semente (em que unidade você negocia)? ( )Unidade ( )Kg ( )Dúzia ( ) Outros___________________________ Quantas sementes são comercializadas por dia/mês? _____________ unidades Produto Unidade Preço de compra (R$) Preço de venda (R$) INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES Há quanto tempo trabalha com a venda de sementes? _________ anos Existem outras fontes de renda? () sim ( ) não Caso sim, quais? ( ) aposentadoria ( ) agricultura ( ) bolsa-família ( ) outros __________________________ Qual o custo total mensal da produção (coleta, transporte, etc)? R$ ____________ 32 Qual a renda mensal obtida com a venda das sementes? R$ _______________ Quais as dificuldades enfrentadas para comprar? E comercializar sementes no município de Altamira? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ O que você acha que poderia ser feito para melhorar a comercialização de sementes no município? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ Quais são as exigências dos seus compradores de semente? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ Qual é o tipo de semente é mais procurada no mercado? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________
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