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Anotações Criminologia

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1 
www.vouserdelegado.com.br 
LÚCIO VALENTE – CRIMINOLOGIA 
 
RESUMO -> LELIO BRAGA CALHAU 
 
Anotações do aluno Fillipe Tenório 
 
Aulas no Periscope 
 
12/04/2015 
 
Até 1905 os estudiosos do crime não entendiam a divisão exata entre 
criminologia e direito penal, pois esta somente surge como ciência a partir da 
criação da teoria do crime com Liszt e Beling. 
 
O direito penal é a ciência do dever-ser. Não se estuda o que é, mas o que deve 
ser. Já a criminologia é uma ciência do ser, estuda dados empíricos da realidade. 
 
Método utilizado no direito penal é dedutivo. Na criminologia é indutivo. 
 
Obs.: A criminologia desenvolve um caráter crítico com relação ao direito penal. 
 
Fenomenologia criminal: surgimento e descrição do crime; 
 
Etiologia criminal: se dá com as causas da criminalidade (drogas, pobreza?); 
 
Biologia criminal: análise da personalidade criminal (possui ligação com 
Lombroso); 
 
Geografia criminal: estuda o crime em sua divisão no espaço; 
 
Ecologia criminal: influência do meio ambiente. 
 
Criminologia # Criminalística. Esta está mais relacionada às ciências biológicas, 
de informática etc. 
 
 Tipologia: 
 
Criminologia científica -> diz respeito à própria ciência da criminologia. 
 
Criminologia aplicada -> é um conjunto de criminologias científicas e empíricas 
criadas por aqueles que fazem parte do sistema penal. Diz respeito à aplicação 
prática da criminologia. 
 
Criminologia acadêmica -> sistematização e ensino da criminologia. 
 
Criminologia analítica -> Análise dos desdobramentos da criminologia e sua 
incidência no mundo fenomênico. 
 
2 
www.vouserdelegado.com.br 
 
Criminologia clínica -> Forma de criminologia voltada à ressocialização do 
agente delinquente. Possui ligação com a teoria da pena e sua prevenção especial 
positiva ou máxima. 
 
Criminologia crítica, radical ou moderna -> Possui inspiração marxista. Propõe 
mudança do método de compreender a análise da sociedade como um todo, e 
não apenas do indivíduo. Possui forte ligação com a denominada política 
criminal verde. 
 
 
14/04/2016 
 
1) Criminologia do consenso (centro-direita): 
 
Possui influência funcionalista. Deve haver uma cooperação entre cada órgão, 
empresa, pessoa que possuem uma função dentro da sociedade. 
 
 O que seria crime para essa criminologia? 
R: Uma desarmonia anormal entre os membros da sociedade – uma ruptura na 
harmonia que deveria ser constante. 
 
2) Criminologia do conflito (esquerda): 
 
Influência marxista. Aplicada na criminologia por W. Bonger. 
 
 O que seria crime para essa criminologia? 
R: O crime é o resultado da luta entre classes. 
 
 Teorias do consenso: 
 
a) Escola de Chicago – A compreensão do crime relacionava-se diretamente 
com o conglomerado urbano estruturado de forma desorganizada, o que 
favoreceria a criminalidade. 
 
A principal tese dessa teoria diz respeito às zonas de delinquência (locais 
que favorecem a presença do crime). 
 
Defensores: Willian Thomas / Robert Park (zonas concêntricas). 
 
Shaw e Makay – zonas com menor IDH possuem maior índice de 
criminalidade. 
 
b) Teoria da associação diferencial (Sutherland) – É influenciado pela 
escola de Chicago, porém, vai além. Sutherland afirma que as pessoas 
aprendem o comportamento criminoso a partir da interação com outras 
 
3 
www.vouserdelegado.com.br 
grupos, não necessariamente com a mídia. Existem padrões 
comportamentais que são favoráveis ao crime, outros não. 
 
Obs.: Os mecanismos de aprendizagem do crime são os mesmos de 
qualquer outra conduta virtuosa. 
 
Uma pessoa se torna delinquente quando as definições favoráveis à 
violação da lei superam as desfavoráveis. Ex.: Cartel de combustíveis que 
é favorável ao lucro. Esse método se espalha a partir do momento que se 
demonstra lucrativo, ainda que contrário à lei. 
 
A característica dessa teoria afirma que o crime não está relacionado à 
pobreza. Claro que nos lugares mais pobres a criminalidade é alta, mas 
isso diz respeito a um problema estatístico. 
 
Crimes de colarinho branco -> 1945 (criada por Sutherland). 
 
Afirma também que o crime não está ligado a fatores biológicos – crítica à 
teoria de Lombroso. 
 
Para essa teoria, o estudo é feito sobre atos e não sobre indivíduos – 
possui relação com o direito penal do fato (parte do ato para chegar ao 
indivíduo, e não o contrário). 
 
c) Teoria da anomia – Durkhein (pai da sociologia – sociologia 
funcionalista). 
 
Para essa teoria existem dois tipos de sociedade: sociedade primitiva / 
sociedade contemporânea (solidariedade orgânica – P. da solidariedade). 
 
Sociedade orgânica – baseada na divisão do trabalho / sociedade mutável 
/ enfraquecimento da consciência coletiva que gera o estado de anomia 
devido essa mudança fugaz que acaba por desaguar no enfraquecimento 
das normas em geral. 
 
Anomia nada mais é do que um estado de alienação. 
 
Merton: teoria da estrutura social defeituosa (adapta a teoria da anomia à 
sociedade americana do início do sec.XX – necessidade de ganhos 
econômicos – congruência entre estrutura social e cultural “sonho 
americano”). 
 
Modelos de adaptação de merton – conformismo / inovação / 
ritualismo (hippie) / evasão ou apatia (nega metas culturais e meios 
legítimos) / rebelião (busca mudar as metas culturais e estruturas 
sociais). 
 
 
4 
www.vouserdelegado.com.br 
d) Teoria da subcultura delinquente – Entende que a sociedade é 
constituída de uma cultura principal e diversas outras culturas. Cada uma 
possui suas próprias normas – ela pode ser boa ou ruim (guetos 
americanos / violência juvenil). 
 
ATENÇÃO!!!*** 
Não confundir subcultura com contracultura. Esta nega a cultura dominante e 
procura contradizer a própria sociedade (hippies). 
 
Livro: Delinquent Boys (Albert Cohen) -> Tem inspiração nos trabalhos de 
Durkheim e Merton. Afirma que os jovens criam uma subcultura com valores 
próprios. O comportamento criminal seria uma reação às normas e valores das 
classes mais altas. 
 
Ideias que sustentam a subcultura: 
 Caráter pluralista e atomizado da ordem social; 
 Cobertura normativa da conduta desviada; 
 Semelhanças estruturais, na gênese, dos comportamentos regulares e 
irregulares. 
 
 
 Teorias do conflito: 
 
a) Labelling approach ou etiquetamento – Desvio primário (crime em si) 
/ estigmatização social / distância social de oportunidades / surge uma 
subcultura delinquente com reflexo na autoimagem / estigma decorrente 
da institucionalização / carreira criminal / criminalização secundária 
(reiteração criminosa). 
 
Diz respeito ao interacionismo simbólico, etiquetamento, rotulação ou reação 
social. 
 
Todas as teorias do consenso partem do criminoso. Aqui, para a teoria do 
conflito, o importante é a sociedade que enxerga aquela determinada pessoa 
como um sujeito desviado – é fruto de uma reação social. 
 
Nomes: Erving Goffman e Howard Becker (grupos sociais criam os desvios e 
escolhem os marginais). 
 
Classificação básica: 
-Desvio primário: o crime em si. 
-Desvio secundário: a repetição do crime pela pecha de criminoso. 
 
Classificação de Alessandro Baratta: 
-Criminalização primária: atribuição da etiqueta pelo legislativo (noção de 
injusto). 
 
5 
www.vouserdelegado.com.br 
-Criminalização secundária: etiquetação àqueles que a sociedade entendem 
como desviantes. 
-Criminalização terciária: manutenção do estigma de criminoso. 
 
Obs.: Todo o aparato do sistema penal está preparado para essa rotulação e para 
o reforço desses papéis (Funções essenciais à justiça). 
 
Obs2.: O desvio não é uma qualidade intrínseca da conduta, senão uma qualidade 
que lhe é atribuída por meio de complexos processos de interação social, 
processos estes altamente seletivos e discriminatórios. 
 
Obs3.: No plano jurídico penal, osefeitos criminológicos dessa teoria se deram 
no sentido da prudente não intervenção ou do direito penal mínimo. 
 
b) Teoria crítica ; nova criminologia; criminologia da criminologia – 
Trata o conflito como luta de classes, desenhando diante dos modos de 
produção e da infraestrutura socioeconômica da sociedade capitalista. 
 
Tem origem nos EUA (escola criminológica de Berkley com Schwendinger e T. 
Platt) e na Inglaterra (National Deviance Conference, encabeçada por I. Taylor, 
P. Walton e J. Young), por volta de 1970 e 1980. 
 
Essa teoria é um aprofundamento do Labelling approach. Alguns doutrinadores 
entendem que essa teoria é aprimoramento do etiquetamento. 
 
 Quem é o criminoso? (Evolução): 
 
 Criminoso é o homem delinquente – crime é patologia pessoal (critérios 
clássicos - Lombroso); 
 Criminosos são homens na relação com a sociedade – crime é patologia 
social: teorias do consenso; 
 Criminosa é a sociedade em relação ao homem – crime é expressão da 
patologia social: teorias do conflito. 
 
O crime é estigmatização das classes mais pobres para manter o status quo ante 
dos poderosos. 
 
 Características: 
 
 Concepção conflitual da sociedade e do direito; 
 O criminoso deve ser compreendido; 
 A criminologia tradicional é preconceituosa; 
 O capitalismo gera desigualdades = crime. 
 
A criminologia crítica faz florecer o neorrealismo de esquerda, o direito penal 
mínimo e o abolicionismo penal (política criminal verde). 
 
 
6 
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25/04/2016 
 
PREVENÇÃO DO CRIME 
 
Prevenção da infração penal no Estado democrático de direito. 
 
 Prevenção: 
- Primária; 
- Secundária; 
- Terciária. 
 
ATENÇÃO!!!*** 
O candidato deve ter em mente que as prevenções primária, secundária e 
terciária não estão ligadas diretamente ao crime como um todo, mas à violência 
urbana. 
 
O que é prevenção do crime? 
R: Consiste em evitar que o crime ocorra – realização do crime. 
 
Obs.: Os clássicos entendiam que os criminosos deveriam ser exterminados. 
 
 Duas formas de prevenção: 
 
Ações diretas – crime in itinere (em formação): prevenção secundária. 
Ações indiretas – causas do crime: prevenção primária e terciária. 
 
1. Prevenção primária: 
 
Aquela que ataca a raiz do problema, leia-se, se volta diretamente à defesa dos 
interesses sociais. Defende que no momento em que o Estado confere os direitos 
fundamentais ao cidadão, ocorre a prevenção primária. 
 
Em apertada síntese, se os direitos fundamentais são garantidos à sociedade, o 
índice de criminalidade será baixo. 
 
2. Prevenção secundária: 
 
Ocorre em situações de vulnerabilidade criminal – são ações pontuais que 
ocorrem nos locais de vulnerabilidade. Ex.: Implementação de UPP’s; ações em 
cracolândia. 
 
3. Prevenção terciária: 
 
Se dá com a aplicação da LEP para evitar a reincidência criminal – possui ligação 
com a prevenção especial negativa ou mínima da teoria da pena que visa evitar a 
reincidência criminosa. 
 
7 
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MODELOS DE REAÇÃO AO CRIME 
 
Diz respeito às políticas criminais – composição do conflito social. 
 
Existem 3 modelos: 
*Dissuasório clássico ou retributivo; 
*Ressocializador ou humanista ou neoclássico; 
*Integrador. 
 
 Modelo dissuasório ou retributivo: 
 
Tem como base a punição do delinquente. Essa punição tem como base sua 
neutralização. 
 
Remédio para o crime: sanções penais que devem ser duras e neutralizadoras. 
 
Obs.: Aqui, a vítima e a sociedade estão excluídas dessa política de reação. Se da 
apenas entre o estado e o criminoso. 
 
Crítica: Garcia-Pablos de Molina (criminologia). 
 
 Modelo ressocializador ou humanista: 
 
É um avanço ao modelo clássico, por isso chamada de modelo neoclássico. 
 
Esse modelo intervém no delinquente, pois a punição, por si só, não é suficiente. 
O castigo deve ser utilitário – deve ter alguma utilidade para o próprio 
criminoso. 
 
 Modelo integrador: 
 
Tem base na idéia da justiça restaurativa, leia-se, aquela que busca o status quo 
ante do conflito criminal. 
 
Importância: recuperação do delinquente. 
 
Vítima ganha relevância: reparação do dano / ações conciliadoras.

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