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DISCIPLINA Psicologia Jurídica SEMANA 9

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DISCIPLINA: Direitos Fundamentais
Semana 9
Alienação Parental e Abandono Moral
 
1. Alienação parental.
A alienação parental consiste em incutir na criança sentimentos negativos em relação a um dos genitores, ação promovida pelo genitor ou familiar que detém o convívio por maior tempo.
Ou, segundo o art. 2º da Lei 12.318/10 (Lei de Alienação Parental), “considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.”
O parágrafo único do art. 2º da referida lei exemplifica medidas de alienação parental:
         realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; 
         dificultar o exercício da autoridade parental; 
         dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; 
         dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; 
         omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; 
         apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; 
         mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. 
Havendo indício da prática de ato de alienação parental, em ação autônoma ou incidental, o juiz, se necessário, determinará perícia psicológica ou biopsicossocial. 
A Lei de Alienação Parental prevê medidas a serem aplicadas para coibir a infração. Além das medidas emergenciais previstas no art. 4º, há instrumentos dispostos no art. 6º aptos a inibir ou atenuar os efeitos da alienação:
         declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; 
         ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado; 
         estipular multa ao alienador; 
         determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; 
         determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão; 
         determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; 
         declarar a suspensão da autoridade parental. 
2. Abandono moral.
O abandono moral se configura pela abdicação do convívio e amparo emocional de um genitor em relação a seu filho, independente de eventual adimplemento da obrigação alimentícia.
Segundo a doutrina que defende a existência de tal fenômeno, o genitor que deixa de oferecer afeto ao filho gera um dano e deve ser responsabilizado civilmente. Nesse sentido, é pedagógico o voto da Min. Nancy Andrighi do Superior Tribunal de Justiça nos autos do RECURSO ESPECIAL Nº 1.159.242 – SP:
Sob esse aspecto, indiscutível o vínculo não apenas  afetivo,  mas também legal que une pais e filhos, sendo monótono o entendimento doutrinário de  que,  entre  os  deveres inerentes  ao  poder  familiar, destacam-se  o  dever  de convívio,  de  cuidado,  de  criação e  educação dos filhos,  vetores  que,  por  óbvio, envolvem  a  necessária  transmissão de atenção e o acompanhamento do desenvolvimento sócio-psicológico da criança.
E é esse vínculo que deve ser buscado e mensurado, para garantir a proteção do filho quando o sentimento for tão tênue a ponto de não sustentarem, por si só, a manutenção física e psíquica do filho, por seus pais – biológicos ou não.
Nessa mesma ação, julgada em maio de 2012, o pai da autora foi condenado a pagar a ela R$ 200 mil pelo abandono afetivo.
A tese não é pacífica, dividindo bastante a opinião dos juristas, pois há a preocupação de se banalizar a situação como dano moral, criando uma indústria de indenizações.
Outra questão é a discussão sobre se o desamor é algo indenizável. Em outra ação sobre o mesmo tema, o Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Maia da Cunha escreveu em seu voto “A lei pode obrigar o pai a reconhecer legalmente o filho, bem como a registrá-lo e sustentá-lo financeiramente, mas não pode ser obrigado a amá-lo”
Portanto, é uma tema bastante polêmico e que está sendo construído jurisprudencialmente, sem possuir todos os contornos definidos.
TEXTOS INDICADOS:
Lei n. 12.318/10 (Lei de Alienação Parental), disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12318.htm
Acórdão do RECURSO ESPECIAL Nº 1.159.242 – SP, disponível em https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/ita.asp?registro=200901937019&dt_publicacao=10/05/2012
 
QUESTÕES:
 
1) Cite dois atos que podem caracterizar a Alienação Parental?
2) Qual é a principal divergência dos juristas em relação ao abandono moral?

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