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DISCIPLINA: Direitos Fundamentais Semana 11 ASSÉDIO MORAL Assédio moral ou mobbing é a violência moral e/ou psicológica exercida contra indivíduo, em ambientes coletivos de convivência, por meio de condutas humilhantes ou vexatórias, causando à vítima sérios problemas de ordem psíquica e atingindo seus direitos de personalidade. . O assédio moral é evento típico do meio laboral, em que o trabalhador está subordinado às ordens do empregador e sujeito às normas sociais de convívio do ambiente corporativo onde se encontra inserido. No entanto, o assédio moral pode estar presente em outros ambientes coletivos, na medida em que o sujeito esteja exposto compulsoriamente ao convívio do grupo, como escolas, monastérios, hospitais etc. Outro ambiente de relevante ocorrência desse tipo de assédio é o escolar. Nesse caso, o assédio é a violência psicológica exercida contra a criança ou adolescente pelos colegas, constituído de palavras e gestos ofensivos, em geral dirigidos por causa de uma característica peculiar da vítima como excesso de peso; uso de óculos; ser estudioso; ter sardas; ser gago etc. O assédio moral exercido entre e contra crianças e adolescentes recebe a denominação de bullying (ou mobbing infantil). Tal espécie de assédio assume gravidade ainda maior em virtude de três fatores: a) A hipossufiência da vítima, visto que a criança não possui desenvolvimento psicológico completo, não tendo, portanto, mecanismos de defesa apropriados para suportar a agressão; b) A hipossufiência do agressor, considerando que, em geral, o agressor também é criança ou adolescente e, por isso, as medidas adotadas para sancionar a infração deverão ser adequadas à reeducação do indivíduo, para evitar que venha a repetir os atos de agressão; c) A perpetuação dos efeitos do bullying na vida adulta, podendo gerar graves transtornos psíquicos que impossibilitam a plena realização pessoal do indivíduo. Alguns elementos constituintes do assédio moral são: a) Condutas abusivas; b) Sujeitos da relação; c) Continuidade; d) Objetivo ou finalidade. São condutas que visam isolar ou humilhar a pessoa diante do grupo. Tais condutas podem ser divididas em três espécies: a) Ações de comunicação: desprezo (não dirigir mais a palavra); exclusão; gritos; reprovação reiterada no trabalho; b) Ações sobre a reputação da pessoa: piadas, mentiras, ofensas, ridicularização de um defeito físico, derrisão pública, por exemplo, de suas opiniões ou ideias, humilhação geral; c) Ações sobre a dignidade profissional: trabalho sem sentido, humilhante ou perigoso; metas de alcance duvidoso; atribuição de tarefas aquém da capacidade ou inferiores ao cargo que ocupa; “roubo” de ideias. O assédio é a agressão desferida pelo agressor à vítima. No polo ativo, é possível a existência de um ou mais agressores. O assédio exercido pelo chefe ao subordinado, em geral, é realizado por uma pessoa, embora ele possa agir em conluio com outros chefes ou subordinados. Já o assédio moral exercido por colegas exige a participação de várias pessoas. Não há uma caracterização precisa da pessoa a ser vítima de assédio moral, podendo qualquer pessoa ser vítima da agressão. Para a caracterização do assédio moral, é indispensável que a conduta seja reiterada, ou seja, deve haver ataques constantes e continuados à vítima. Por fim, o bem atingido no assédio moral são os direitos de personalidade. Assim, a finalidade do assediador (ou assediadores) é fragilizar, de maneira intencional, a constituição psíquica da vítima, atingindo-a em sua autoestima, confiança e autoimagem. No ambiente laboral, uma finalidade secundária seria o afastamento do trabalhador do local de trabalho, ou até mesmo sua demissão. O assédio moral no trabalho pode ser classificado em quatro espécies: a) Assédio moral vertical (ou vertical descendente): é a relação em que o chefe assedia o subordinado (“de cima para baixo”). É a espécie mais comum no ambiente laboral; b) Assédio moral horizontal: ocorre quando a vítima sofre agressão por parte dos colegas. É o assédio que caracteriza o bullying, sendo relevante também na seara laboral; c) Assédio moral ascendente (ou vertical ascendente): é a hipótese em o superior hierárquico sofre assédio por parte de seus subordinados (“de baixo para cima”). É a espécie de assédio com menor ocorrência no ambiente laboral; d) Assédio moral misto: é o assédio exercido por pessoas de diversos níveis hierárquicos, como aquele proveniente ao mesmo tempo de chefe e colegas. Cabe, ainda, ressaltar que o assédio moral é um fenômeno que tem sido verificado com mais densidade (frequência e número de casos) no serviço público do que na iniciativa privada. Tal fato ocorre em razão da estabilidade adquirida pelo ocupante de cargo efetivo. O assédio moral é uma agressão que se dá de forma contínua, reiterada. Na iniciativa privada, a consequência mais grave do assédio moral é a demissão, seja ela pedida pelo empregado ou determinada pela empresa, de forma que se encerra a agressão com a extinção do vínculo entre trabalhador e empregador. Já na Administração Pública, conquanto o servidor seja estável, o vínculo funcional só é rompido em hipóteses muito restritas. Dessa forma, o assédio moral pode se prolongar por períodos significantemente longos, considerando que o servidor não consiga alteração de lotação do cargo, submetendo-se à agressão do superior hierárquico. TEXTO INDICADO: OLIVEIRA, Dalton. Psicologia Jurídica in VADE MECUM HUMANÍSTICO (coord. por Álvaro de Azevedo Gonzaga et al). 2ª Edição. Ed. Revista dos Tribunais: São Paulo, 2011. QUESTÕES: 1) Como se classificam as condutas abusivas no assédio moral? 2) De que tipo de assédio é o bullying?
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