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Degradação dos Manguezais no Maranhão.pdf

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Universidade Federal Do Maranhão 
Bacharelado Interdisciplinar Em Ciência e Tecnologia 
Meio Ambiente e sustentabilidade 
 
Soluções Ambientais 
A Degradação dos Manguezais No 
Maranhão 
 
Componentes: 
Alef Veloso Pires Ferreira 
 Brendo Vieira Soares 
Gabriel Moraes Telles 
 Jose Lucas Costa Magalhães 
 Samara Da Paixão Santos Vieira 
São Luis – MA 
Agosto de 2016 
 
Universidade Federal Do Maranhão 
Bacharelado Interdisciplinar Em Ciência e Tecnologia 
Meio Ambiente e sustentabilidade 
 
Soluções Ambientais 
A Degradação dos Manguezais No 
Maranhão 
 
Componentes: 
Alef Veloso Pires Ferreira 
 Brendo Vieira Soares 
Gabriel Moraes Telles 
 Jose Lucas Costa Magalhães 
 Samara Da Paixão Santos Vieira
São Luis – MA 
Agosto de 2016 
Resumo 
Este trabalho foi desenvolvido com base em pesquisas já realizadas sobre a 
situação dos manguezais do Maranhão. Este ecossistema vem sofrendo 
pressão antrópica desde a colonização, a cultura de que o manguezal é um 
ambiente insalubre, contribuiu consideravelmente para a sua degradação, 
porém esse ecossistema é de extrema relevância para a manutenção de 
centenas de espécies, os manguezais contribuem de forma significativa para a 
contenção das marés e controle da salinidade dos lençóis freáticos. Neste 
trabalho foram pesquisadas as causas da degradação dos manguezais no 
Maranhão e meios de contenção e de remediação, bem como o uso 
sustentável dos manguezais como forma de preservá-lo. 
 
Abstract 
This work was developed based on research already carried out on 
the situation of the Maranhão mangroves. This ecosystem has been 
suffering anthropic pressure since colonization, the culture of the 
mangroves is an unhealthy environment, contributed significantly to 
their degradation, and however this ecosystem is of extreme 
relevance to the maintenance of hundreds of species, the 
mangroves contribute significantly to the containment of the tides 
and control of salinity of groundwater. This work researched the 
causes of the degradation of the mangroves in Maranhão and 
means of containment and remediation, as well as the sustainable 
use of mangroves as a way to preserve it. 
Introdução 
O manguezal é considerado um ecossistema costeiro de transição entre os 
ambientes terrestre e marinho. A caracterização dos manguezais depende dos 
tipos de solos litorâneos e, sobretudo, da dinâmica das águas que age sobre 
cada ambiente costeiro. A cobertura vegetal, ao contrário do que acontece nas 
praias arenosas e nas dunas, instala-se em substratos de vasa de formação 
recente, de pequena declividade, sob a ação diária das marés de água salgada 
ou, pelo menos, salobra. 
A riqueza biológica dos ecossistemas costeiros faz com que essas áreas sejam 
os grandes berçários naturais, tanto para as espécies características desses 
ambientes, como para peixes e outros animais que migram para as áreas 
costeiras durante, pelo menos, uma fase do ciclo de sua vida. 
No noroeste do Maranhão são quase 6 mil km² do litoral. Em São Luís, cerca 
de 50% dessa vegetação já desapareceu por conta de crescimento 
descontrolado da capital. O depósito de sedimentos, consequência do 
assoreamento, faz-se sentir nas praias e nos entroncamentos de igarapés e 
rios em todo o Golfão Maranhense. 
O Golfão está localizado no extremo norte do estado e é constituído pelas 
baías de São José e São Marcos, onde está localizada a ilha de São Luís. Esta 
área é de extrema importância para pesquisas, pois está configurado como 
Área de Proteção Ambiental das Reentranças Maranhenses constitui-se em um 
sítio de Rede de Resevas de Aves Costeiras do Hemisfério Ocidental e um sítio 
do Rasmar (Área úmida de interesse Internacional com 1.775,036 ha). Este 
sítio está entre os 8 maiores sítios do Rasmar no mundo, e apresenta critérios 
representativos únicos como por exemplo aves aquáticas e peixes.
Localização dos Manguezais no Maranhão 
Os manguezais maranhenses são encontrados desde o município de 
Carutapera, na costa ocidental do estado, estendendo-se pela costa oriental 
até Tutóia. Ocupam toda faixa de terras abrangidas pela foz e as margens de 
rios, até o limite interno da influência de maré, nas reentrâncias maranhenses. 
Segundo IBAMA/SEMATUR (1991), a área de manguezais no Maranhão foi 
avaliada inicialmente em 602.300 ha, incluindo-se os 226.600 ha de mangues 
ocorrentes no Golfão maranhense1. De acordo com Rebelo e Medeiros (1988), 
as áreas abrigadas da ação das ondas, associadas ao clima quente e úmido, 
constituem o paraíso desse ecossistema litorâneo, pois as águas calmas e 
salobras favorecem o surgimento dos depósitos de sedimentos finos (silte2 e 
argila). 
A área de Preservação Ambiental das Reentranças maranhenses apresenta 
uma área de 2.680,911ha e localiza-se entre a desembocadura do rio Gurupi e 
a Baía de São Marcos, incluído a Ilha do Cajual. Esta área corresponde a maior 
parte dos manguezais do estado do Maranhão. 
Em São Luís as áreas de manguezais estão associadas as bacias hidrográficas 
que cortam a ilha entre as principais podemos destacar : 
Bacia do Rio Anil Embora se localize em terrenos alagadiços e seu uso seja 
restrito à ocupação, os manguezais têm sido desmatados e/ou aterrados para 
posteriormente serem implantadas palafitas e áreas de ocupação, mas também 
órgãos de gestão e empreendimentos particulares. 
Bacia do rio Paciência A malha hidrográfica desta bacia é constituída pelos 
rios Paciência, Itapiracó, Saramanta, Prata, Santa Rosa, Miritiua e pelos 
igarapés Cumbique, Iguaiba, Cristovão, Cajueiro, Maiobão e Genipapeiro, 
dentre outros. O rio Paciência, principal corpo hídrico da bacia, apresenta um 
curso de 32 km inserido num ambiente estuarino que se desenvolve no sentido 
nordeste da Ilha de São Luís, desembocando na Baia de São José 
Bacia do rio Bacanga é a segunda bacia mais fortemente urbanizada da cidade 
de São Luís, perdendo apenas para a bacia do rio Anil, apresentando 
 
1
 O Golfão maranhense é um complexo estuarino localizado em uma posição em ângulo reto em relação 
ao litoral. No golfão, desembocam duas drenagens independentes; o sistema Mearim/ Pindaré/ Grajaú, na 
baía de São Marcos, e o rio Itapecurú, na baía de São José O golfão é largamente aberto ao norte sobre 
a plataforma continental (100 km), a NW, o litoral é constituído por “falas rias” e a Leste, este trecho é 
retilíneo e ocupado por campos dunários (El-Robrini, 1992). 
2
 Silte são fragmentos de rocha ou partículas detríticas menores que um grão de areia, que entram na 
formação do solo ou de uma rocha sedimentar. 
problemas associados à ocupação desordenada e lançamento de esgotos in 
natura. A pesar da ocupação urbana informal, a bacia possui uma extensa área 
de cobertura vegetal, formando o Parque Estadual do Bacanga, onde se 
encontra a barragem do Batatã, que produz 10% da água potável de São Luís, 
e a Área de Proteção Ambiental do Maracanã, criada como área de 
tamponamento da expansão urbana e industrial. 
 
Bacias Hidrográficas de São Luis. 
 
Áreas cobertas por florestas de Mangues. 
 
 
Proteção dos Mangues 
Resolução CONAMA Nº 004, de 18 de setembro de 1985. 
Publicado no D.O.U. de 20/1/86. 
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das 
atribuições que lhe conferem a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e tendo 
em vista o que estabelece a Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, alterada 
pela Lei nº 6.535, de 15 de junho de 1978, e pelo que determina a Resolução 
CONAMA no 008/84, RESOLVE: 
Art. lº - São consideradas Reservas Ecológicas as formações florísticas e as 
áreas de florestasde preservação permanente mencionadas no Artigo 18 da 
Lei nº 6.938/81, bem como as que estabelecidas pelo Poder Público de acordo 
com o que preceitua o Artigo lº do Decreto nº 89.336/84. 
Art. 2º - Para efeitos desta Resolução são estabelecidas as seguintes 
definições: 
a) - pouso de aves - local onde as aves se alimentam, ou se reproduzem, ou 
pernoitam ou descansam; 
b) - aves de arribação - qualquer espécie de ave que migre periodicamente; 
c) - leito maior sazonal - calha alargada ou maior de um rio, ocupada nos 
períodos anuais de cheia; 
d) - olho d'água, nascente - local onde se verifica o aparecimento de água por 
afloramento do lençol freático; 
e) - vereda - nome dado no Brasil Central para caracterizar todo espaço 
brejoso ou encharcado que contém nascentes ou cabeceiras de cursos d'água 
de rede de drenagem, onde há ocorrência de solos hidromórficos com renques 
buritis e outras formas de vegetação típica ; 
l) depressão - forma de relevo que se apresenta em posição altimétrica mais 
baixa do que porções contíguas; 
1. linha de cumeada - interseção dos planos das vertentes, definindo uma linha 
simples ou ramificada, determinada pelos pontos mais altos a partir dos quais 
divergem os declives das vertentes; também conhecida como "crista", "linha de 
crista" ou "cumeada"; 
 2. restinga - acumulação arenosa litorânea, paralela à linha da costa, de forma 
geralmente alongada, produzida por sedimentos transportados pelo mar, onde 
se encontram associações vegetais mistas características, comumente 
conhecidas como "vegetação de restingas" ; 
 3. manguezal - ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos sujeitos 
à ação das marés localizadas em áreas relativamente abrigadas e formado por 
vasas lodosas recentes às quais se associam comunidades vegetais 
características; 
 4. duna - formação arenosa produzida pela ação dos ventos no todo, ou em 
parte, estabilizada ou fixada pela vegetação; 
LEI Nº 7.661, DE 16 DE MAIO DE 1988. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional 
decreta e eu sanciono a seguinte lei: 
Art. 1º. Como parte integrante da Política Nacional para os Recursos do Mar - 
PNRM e Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA, fica instituído o Plano 
Nacional de Gerenciamento Costeiro - PNGC. 
Art. 2º. Subordinando-se aos princípios e tendo em vista os objetivos genéricos 
da PNMA, fixados respectivamente nos arts. 2º e 4º da Lei nº 6.938, de 31 de 
agosto de 1981, o PNGC visará especificamente a orientar a utilização nacional 
dos recursos na Zona Costeira, de forma a contribuir para elevar a qualidade 
da vida de sua população, e a proteção do seu patrimônio natural, histórico, 
étnico e cultural. 
Parágrafo único. Para os efeitos desta lei, considera-se Zona Costeira o 
espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo seus 
recursos renováveis ou não, abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre, 
que serão definida pelo Plano. 
Art. 3º. O PNGC deverá prever o zoneamento de usos e atividades na Zona 
Costeira e dar prioridade à conservação e proteção, entre outros, dos seguintes 
bens: 
I - recursos naturais, renováveis e não renováveis; recifes, parcéis e bancos de 
algas; ilhas costeiras e oceânicas; sistemas fluviais, estuarinos e lagunares, 
baías e enseadas; praias; promontórios, costões e grutas marinhas; restingas e 
dunas; florestas litorâneas, manguezais e pradarias submersas; 
II - sítios ecológicos de relevância cultural e demais unidades naturais de 
preservação permanente; 
III - monumentos que integrem o patrimônio natural, histórico, paleontológico, 
espeleológico, arqueológico, étnico, cultural e paisagístico. 
 
CÓDIGO FLORESTAL Lei n°4771, de 15 de setembro de 1965. 
 
Art. 1º As florestas existentes no território nacional e as demais formas 
de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens 
de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de 
propriedade, com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta 
Lei estabelecem. 
[...] 
§ 2º Para os efeitos deste código, entende-se por: 
[...] 
II - Área de Preservação Permanente: 
Área protegida nos termos dos arts. 2° e 3° desta Lei, coberta ou não 
por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos 
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico 
de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações 
humanas. 
 
Seção I 
Das Disposições Gerais 
Art. 1º Esta Resolução define os casos excepcionais em que o órgão ambiental 
competente pode autorizar a intervenção ou supressão de vegetação em 
Área de preservação permanente - APP para a implantação de obras, 
planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social, ou para 
a realização de ações consideradas eventuais e de baixo impacto ambiental. 
§ 1º É vedada a intervenção ou supressão de vegetação em APP de 
nascentes, veredas, manguezais e dunas originalmente providas de 
vegetação, previstas nos incisos II, IV, X e XI do art. 3° da Resolução 
CONAMA no 303, de 20 de março de 2002, salvo nos casos de utilidade 
pública dispostos no inciso I do art. 2o desta Resolução, e para acesso de 
pessoas e animais para obtenção de água, nos termos do § 7o, do art. 4o, da 
Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965.
Flora Presente nos Manguezais do Maranhão 
No Maranhão como na maior parte dos manguezais do Brasil, predominam três 
espécies de mangue vermelho, mangue branco e mangue preto. Ao longo de 
milhares de anos, as espécies de mangue desenvolveram adaptações 
fisiológicas que lhes permitiram viver nesse ambiente desfavorável à maioria 
das plantas. Dentre essas adaptações, as mais importantes são: 
 Presença de raízes aéreas (pneumatóforos) que emergem da lama em 
grande quantidade. 
 Existência de lenticelas ou pequeno agrupamento de pontos de orifícios 
para as trocas gasosas (adaptações que permitem uma melhor 
circulação de gases entre a planta e o meio externo). 
 Viviparidade, ou seja, processo reprodutivo onde os propágulos e 
sementes germinam na própria árvore mãe antes de caírem ou durante 
sua dispersão pelas marés. 
 Presença de mecanismos fisiológicos que permitem a filtragem ou 
eliminação do salino interior da planta. 
 Desenvolvimento de raízes escoras ou Rhizophoros (gaiteiras em 
algumas regiões) para fixarem-se ao substrato lamoso. 
Espécies de Mangue 
Rhizophora mangle (mangue vermelho): É a espécie mais conhecida ao longo 
do Litoral Brasileiro, uma árvore de casca lisa e clara, que ao ser raspado 
mostra cor vermelha. Suas raízes escoras são visíveis a longas distâncias e 
crescem rapidamente para atingir o solo lamoso e dar estabilidade à planta. O 
sistema radicular é formado por raízes chamadas rizóforos e possui 
membranas permeáveis que filtram a água, não permitindo a passagem do sal 
para o interior da planta. A sua estrutura reprodutiva (vivíparo) se dá através de 
propágulos que ao amadurecer se desprendem da árvore mãe e caem como 
lanças, apontadas para baixo, vindo a enterrar-se na lama. Sua casca é 
bastante rica em tanino, substância de cor vermelha e impermeabilizante. No 
início da colonização do Brasil foi muito explorada pelos curtumes para tingir 
couro e hoje tem sua exploração restrita e regulamentada, apesar da grande 
utilização pelas ceramistas. Na Malásia, está sendo utilizada para a produção 
de álcool, repelentes naturais e remédios. 
 
Laguncularia racemosa (mangue branco). É uma árvore pequena cujas folhas 
têm pecíolo vermelho com duas glândulas em sua parte superior, junto à 
lâmina da folha. Apresentapneumatóforos menores do que os da Avicennia em 
média 10 cm de altura. É a espécie mais utilizada pelo caranguejo-uçá, para o 
cultivo de fungos e micro-organismos, depois do apodrecimento das folhas no 
interior das tocas. 
 
Mangue Branco 
Avicennia schaueriana (mangue preto): Conhecida também como Siriba, 
siriúba ou mangue preto. É uma árvore de casca lisa castanho-claro, que 
quando raspada mostra cor amarelada e apresenta folhas esbranquiçadas por 
baixo devido a presença de pequenas escamas. Esse gênero é mais tolerante 
ás altas salinidades, elimina o sal do interior da planta através de estômatos 
localizados na superfície das folhas. O sistema radicular desenvolve-se 
horizontalmente, a poucos centímetros da superfície da lama e dessas raízes 
axiais saem ramificações que crescem eretas (aéreas), conhecidas como 
pneumatóforos, com a função de fazer a troca gasosa entre a planta e o meio 
ambiente. 
 
Mangue Preto. 
 
Fauna Presente nos Manguezais do Maranhão 
Os manguezais são conhecidos como berçários, porque existe uma série de 
animais que se reproduzem nestes locais. 
Moluscos: Muitos moluscos vivem enterrados na lama, como é o caso dos 
sururus, enquanto que outros se fixam às raízes do mangue, como as ostras, e 
outros ainda se encontram em galerias cavadas em pedaços de madeira, os 
turus. 
 
Peixes: Os peixes podem passar toda a sua vida no manguezal, uma fase ou 
apenas fazer migrações diárias de acordo com as marés, para a reprodução e 
bisca de alimento. Dentre as espécies, o peixe-boi é o que possui maior 
dependência dos manguezais, e atualmente encontra-se em perigo de extinção 
temos ainda outra espécie peculiar em nossos manguezais o mero 
(Epinephelus itajara) além de sardinha, bagre, robalos, tainhas, baiacus, 
anchovas e outros; 
SURURU 
OSTRAS 
 
Peixe-boi e Mero, ambos ameaçados de extinção. 
Crustáceos: Dentre os crustáceos, o mais conhecido é o caranguejo (Ucides 
cordatus), e também os siris, tanto o azul quanto o vermelho. Os camarões, 
pitus, também são importantes no manguezal; 
 
Aves: O manguezal é um verdadeiro santuário de aves que vivem parte de sua 
vida nos manguezais, principalmente as migratórias que encontram nos 
mangues proteção para descansar e se reproduzir, tais como, as garças, os 
guarás, os falcões, biguás, etc; 
Anfíbios: No manguezal os anfíbios encontram refúgio e alimento, dentre 
outros citamos os sapos, rãs e jias; 
Répteis: Os Répteis que podem ser encontrados nos manguezais são os 
cágados e os jacarés; 
Mamíferos: Os mamíferos representam uma fauna diversificada dentro dos 
manguezais. Muitos visitam a noite, à procura de alimento. Morcegos, 
macacos, guaxinins, capivaras e outros. 
Impactos Ambientais E degradação dos Manguezais 
A supressão ou degradação dos manguezais resulta em impactos ambientais e 
socioeconômicos, uma vez que diminui a produtividade natural, modifica a 
paisagem e força a saída de populações locais (SCHAEFFER-NOVELLI, 
Siri 
Caranguejo 
Sarnambi 
2002). No Brasil, vários estudos descrevem a estrutura das florestas de 
mangue, relacionando o grau de desenvolvimento estrutural com os fatores 
ambientais (SCHAEFFER- NOVELLI et al., 1994; SEIXAS et al., 2006). Apesar 
de muitos manguezais estarem localizados em núcleos urbanos e sujeitos a 
vários tipos de impacto, poucos trabalhos comparam áreas de mangue com 
diferentes históricos de urbanização (SOUZA & SAMPAIO, 2001; DEUS et al., 
2003). 
Desmatamento, erosão acelerada, especulação imobiliária e obras públicas. 
Ações humanas que colocam em primeiro lugar o chamado desenvolvimento 
sem medir as consequências ambientais. 
 
Palafitas em área de mangue. 
A ocupação humana nas áreas de manguezais, além de representar uma 
problemática ambiental, significa péssima qualidade de vida. A expansão 
urbana sobre as áreas de manguezais localizam-se próximas ao centro da 
cidade (São Luís) e tem provocado além da degradação que compromete a 
integridade do ecossistema manguezal, também uma ocupação humana 
precária de uma população de baixa renda, e que habitam as palafitas 
apresentando baixa qualidade de vida (Gomes, 2001). 
 
Desmatamento e poluição devastam os manguezais 
 
Outros fatores que Afetam os Manguezais: 
 Queimadas 
 Deposição de lixo 
 Lançamento de esgoto 
 Lançamentos de efluentes 
industriais 
 Dragagens 
 Construções de marinas 
 Pesca predatória 
 Carcinocultura 
 
Importância dos Manguezais 
Alem de abrigar uma avifauna que utiliza o manguezal como área de 
alimentação, reprodução, desenvolvimento e refugio, a capacidade de reciclar 
e reter nutrientes, gerando mais energia do podem consumir e a presença de 
todos os tipos de produtores, fazem do manguezal um ambiente de grande 
importância econômico-ambiental. 
 Desempenha importante papel como exportador de matéria orgânica 
para o estuário, contribuindo para produtividade primária na zona 
costeira. 
 É no mangue que peixes, moluscos e crustáceos encontram as 
condições ideais para reprodução, berçário, criadouro e abrigo para 
várias espécies de fauna aquática e terrestre, de valor ecológico e 
econômico. 
 Os mangues produzem mais de 95% do alimento que o homem captura 
do mar. 
 Sua manutenção é vital para a subsistência das comunidades 
pesqueiras que vivem em seu entorno. 
 A vegetação de mangue serve para fixar as terras, impedindo assim a 
erosão e ao mesmo tempo estabilizando a costa. 
 As raízes do mangue funcionam como filtros na retenção dos 
sedimentos. 
 Constitui importante banco genético para a recuperação de áreas 
degradadas. 
O Emprego da Biotecnologia Na Recuperação de Manguezais 
 Fitorremediação 
Esta técnica vem sendo utilizada para a descontaminação de solos e rios há 
muito tempo para remediar ações antrópicas. Por volta de 1910, a 
fitorremediação foi aplicada em solos contaminados por metais pesados na 
Rússia. Em 1926 com a publicação de “A Biosfera" por Wladimir Vernadsky 3. 
Houve um estudo dos fluxos biogeofísicos entre o solo (litosfera), os vegetais 
(biocenose) e a atmosfera levaram à definição das regras de cálculo de 
bioacumulação de metais pesados nos vegetais. 
Por volta de 1980, a extinta URSS4 , anunciou um conjunto de instruções para 
um programa de "fitorecultivação" dos solos industriais contaminados que 
resultou o tratamento de mais de 1,4 milhões de hectares entre 1980 e 1990. 
A partir da verificação da eficácia destas técnicas foram desenvolvidos estudos 
e pesquisas que visavam à melhoria da fitorremediação, à medida que as 
ações humanas desempenham um papel degradante sobre o meio ambiente o 
emprego desta tecnologia se torna mais sofisticado e abrangente, a 
fitorremediação é eficaz na descontaminação de rios e do solo contaminados 
por metais (Pb, Zn, Cu, Ni, Hg, Se), compostos inorgânicos (NO3- NH4+, PO4 
3-), elementos químicos radioativos (U, Cs, Sr), hidrocarbonetos derivados de 
petróleo (BTEX)5 . 
A fitorremediação está dividida em cinco processos de acordo com as técnicas 
empregadas: 
 Fitoextração: Este processo funciona através da absorção dos 
contaminantes pelas raízes. Podem ser utilizados para contaminantes 
como os metais (Cd, Ni, Cu, Zn, Pb), podendo também serem usadas 
para compostos inorgânicos (Se) e compostos orgânicos. Algumas 
espécies de plantas que podem ser usadas na técnica de fitoextração: 
Alyssum bertolonii, Aeolanthus biformifolius, Thlaspi caerulescens. 
(Newman, 2004). 
 Fitovolatilização: é aquele em que as plantas e/ou organismos a elas 
associados ajudam a remover os poluentes do meio pela volatilização 
destes. Há o sequestro e remoção do poluente, que passapara a 
atmosfera através do vapor de água volatilizada. A volatilização pode 
ocorrer pela biodegradação na rizosfera ou após a passagem na própria 
planta. Os poluentes podem ser transformados em gases através do 
processo de respiração das plantas. A vantagem de tal técnica é que 
remove o contaminante do ecossistema, devendo ser utilizada com 
 
3
 Wladimir Vernadsky (1863-1945), mineralogista russo, pai da ecologia global holista, define o conceito 
numa perspectiva mais ampla e complexa. O conceito de "biosfera" impõe-se a partir de então. 
4
 URSS - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (1922-1991). 
5
 BTEX é um acrônimo que dá nome ao grupo de compostos formado pelos hidrocarbonetos: benzeno, 
tolueno, etil-benzeno e os xilenos (o-xileno, m-xileno e p-xileno). 
cuidado para que as plantas não liberem concentrações altas de 
poluentes na atmosfera. (IBEAS) 
 Fitoestimulação: é um mecanismo no qual os micro-organismos 
associados e/ou beneficiados pela presença vegetal estão envolvidos, 
direta ou indiretamente, na degradação de contaminantes. A 
rizodegradação é quando essa estimulação ocorre nas raízes das 
plantas mudando as condições do solo e aumentando sua aeração, 
ajustando sua umidade e produzindo exsudatos que favorecem o 
crescimento de micro-organismos e, por consequência, a biodegradação 
de contaminantes. (IBEAS). 
 Rizofiltração: é uma técnica em que a adsorção ou precipitação ocorre 
nas raízes ou absorção de contaminantes que estão em solução 
aquosa, ao redor da zona de raízes, e a translocação na planta depende 
do contaminante. Aplicada a metais pesados, radionuclídeos, tais como, 
urânio, césio e estrôncio (EPA, 2000). 
 Fito-estabilização: implica na imobilização do contaminante no solo, 
basicamente metais, através da absorção e acumulação pelas raízes, e 
no uso de plantas e suas raízes para prevenir a migração do 
contaminante. As raízes das plantas, por reduzirem a quantidade de 
água no solo, impedem o movimento dos metais, estabilizando-os e 
evitando a erosão. Aplicada a metais pesados em minas, fenóis e 
solventes clorados. 
 
Processos de Fitorremediação. 
Existem ainda três processos de fitorremediação, que são barreiras 
hidráulicas (que utiliza árvores de grande porte com raízes profundas), 
capas vegetativas (coberturas vegetais de capim ou arvores, as raízes 
incrementam a aeração do solo promovendo a biodegradação 
evaporação e transpiração) e açudes artificiais (ecossistemas formado 
por solo algas micro-organismos e plantas aquáticas vasculares que 
trabalham conjuntamente no tratamento de efluentes, através da ação 
combinada filtração, troca iônica, absorção e precipitação). 
 
 O Uso Da Fitorremediação Na Recuperação De Manguezais. 
Algumas cidades brasileiras já utilizaram o processo de fitorremediação 
na recuperação dos manguezais, entre os quis o da cidade de Cubatão 
na Baixada Santista em São Paulo pode ser aqui citado como modelo de 
estudo para a implantação desta técnica nos manguezais de São Luis. 
A primeira etapa consiste em: 
 Testar a viabilidade da recuperação dos manguezais por meio da 
fitorremediação 
 Elaborar um plano de recuperação das áreas degradadas 
 Definir as técnicas mais adequadas para a situação da área, 
 Fazer o plantio de propágulos e plântulas das espécies de 
mangues nativas 
No caso apresentado a espécie selecionada foi a Rhizophara mangle 
(Figura2), pois esta apresentou expressiva capacidade de regeneração 
e um potencial fitorremediador para contaminantes orgânicos. Após o 
plantio é foram realizados o monitoramento de parâmetros como: altura, 
ramificação, número de folhas, taxa de sobrevivência e formação de 
raízes aéreas. 
Podemos, portanto concluir que a implantação da fitorremediação na 
faixa de manguezais no Maranhão, demanda estudos de campo além do 
levantamento de áreas isoladas uma vez que as agressões antrópicas 
vão desde o lançamento de efluentes domésticos e industriais a 
resíduos sólidos de todas as regiões do planeta. Podemos ainda 
enfatizar que se faz necessário o uso de várias tecnologias para a 
despoluição e preservação dos manguezais. 
 
 
Mangue vermelho 
 
Vantagens E Desvantagens Da Fitorremediação 
Esse tipo de processo de descontaminação pode ser aplicado a vários 
ecossistemas, apresenta bons resultados e possui baixo custo de 
implantação. As plantas ajudam no controle do processo erosivo, eólico 
e hídrico. ENEGEP 2005. 
No caso da aplicação de fitorremediação nas áreas de manguezal, há 
uma necessidade de constante monitoramento devido as variações 
constantes de maré. 
Outra vantagem do processo de fitorremediação é que as plantas 
utilizadas podem ser controladas com maior facilidade, o que 
sobressaem outras técnicas de biotecnologia, como por exemplo, o uso 
de bactérias e fungos. 
Por outro lado apresenta algumas desvantagens, o clima é um fator que 
pode restringir o crescimento das plantas, também é mais lenta do que 
as técnicas físico-químicas tradicionais e ainda o risco de contaminação 
na cadeia alimentar 
Outras soluções podem ser aplicadas para a despoluição dos 
manguezais, porém são processos mecânicos, podendo assim 
ocasionar mais impactos na sua implantação e funcionamento, como por 
exemplo, os filtros e o ecoboat. 
Uso Sustentável dos Manguezais 
 
Conclusão 
O trabalho apresentado procurou demonstrar os principais aspectos dos 
manguezais no Maranhão, sua localização , fauna , flora e a importância desse 
ecossistema para as espécies marinhas, e para a manutenção de comunidades 
que sobrevivem do manguezal. 
Outro fator aqui apontado foi a supressão e/ou degradação dos manguezais 
provenientes da constante ocupação irregular, lançamento de efluentes 
domésticos e industriais e lançamento de resíduos sólidos que põe em risco a 
biodiversidade deste ecossistema. 
Foram apontadas soluções tecnológicas, que visam a remediação dos danos. 
Cabe ainda destacar a importância da educação ambiental como agente 
preventivo,somente a conscientização pode contribuir para que as pessoas 
cobrem dos órgãos competentes uma maior fiscalização e punições 
exemplares para quem degrada o meio ambiente, sobrepondo-se as leis. 
 
Refencias 
Mar Sem Fim, A importância dos manguezais. Disponível em: 
<http://marsemfim.com.br/a-importancia-dos-manguezais/ 
Instituto Ecofaxina, A importância dos manguezais para o nosso planeta. 
Disponível em: <http://www.institutoecofaxina.org.br/2008/10/importancia-dos-
manguezais-para-o-nosso.html 
Portal de Ecologia Aquática, O ecossistema manguezal. Disponível em: 
<http://www.ecologia.ib.usp.br/portal/index.php?option=com_content&view=arti
cle&id=70&Itemid=409 
Uniaerp, A importância dos maguezais para o equilíbrio ambiental. Disponível 
em: <http://www.unaerp.br/sici-unaerp/edicoes-anteriores/2005/secao-2-1/904-
a-importancia-dos-manguezais-para-o-equilibrio-ambiental/file 
Museu do Una, Manguezais e estuário. Disponível em: 
<http://www.museudouna.com.br/mangue.htm 
Prezerve o Manguezal, Poluição do manguezal. Disponível em: 
<http://preserveomanguezal.blogspot.com.br/2008/06/poluio-do-manguezal-
uma-pena-que-esse.html 
Revista Memo, Plantas na recuperação de mangues. Disponível 
em:<http://www.revistamemo.com.br/meio-ambiente/plantas-na-recuperacao-
de-mangues/

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