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APOSTILA 1. Processo Civil I . Pilares do CPC

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APOSTILA 1
Direito Processual I
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Princípios Basilares do Novo CPC
Contraditório substancial
Boa Fé Objetiva
Cooperação
Efetividade
Respeito ao auto regramento da vontade
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1. Princípio do Contraditório Substancial
Artigo 5º, LV da CF
Artigo 7º. NCPC
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
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Princípio do Contraditório Substancial
Contraditório Formal
Formado pelo Binômio INFORMAÇÃO E REAÇÃO
INFORMAÇÃO: partes cientificadas de todos os termos e atos do processo
REAÇÃO: possibilidade de se manifestar a respeito dos atos considerados prejudiciais
Ex: juntada de documento (abre espaço para manifestação da outra parte)
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Princípio do Contraditório Substancial
Contraditório Substancial
Formado pelo binômio INFLUÊNCIA e NÃO SURPRESA
INFLUÊNCIA: Poder das partes de participarem ativamente influenciando o resultado do processo
Ex: parte não é apenas ouvida
NÃO SURPRESA (P. Proibição da Surpresa)
Juiz não pode decidir sobre aquilo que não foi previamente debatido, surpreender, sem ouvir as partes, deve levar em consideração as alegações submetidas ao debate para a construção do processo (artigo 9º e 10º)
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Princípio do Contraditório Substancial
NÃO SURPRESA
Ainda que seja matéria que pode ser conhecida de Ofício:
Ex: Prescrição e Decadência (artigo 487, II)
Ex: Ilegitimidade para a Causa
Ninguém alegou, mas juiz tem a obrigação de ouvir previamente as partes
Ressalvada a hipótese do artigo 332, § 3º. Mas diante do artigo 9º e 10º, as partes tem oportunidade de se manifestar
CPC 2015
NÃO ACELERA PROCESSO
DEMOCRATIZA PROCESSO
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Princípio do Contraditório Substancial
Exemplos:
Artigo 133 CPC Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica
CPC 1973 Juiz fazia a desconsideração e só depois ouvia as partes
CPC 2015 tem que ter contraditório prévio – as partes influenciam o resultado da decisão 
Artigo 489 - Sentença
Juiz deve obedecer sistema
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Princípio do Contraditório Substancial
Exemplos:
Artigo 489
Juiz obedece sistema formal na sentença
Artigo 489, § 1º. Teoria da fundamentação das decisões
Juiz deve apreciar todas as alegações da parte vencida
Da parte vencedora não carece
I, Relatório
II, Fundamentação
III, Dispositivo
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2. Princípio da Boa Fé Objetiva
Artigo 5º. (Normas Fundamentais)
Quem participa do processo - comportar com boa fé
Artigo 322, § 2º. (Extinção do Processo)
A interpretação do pedido: conjunto da postulação e 
 o princípio da boa fé
Artigo 489, § 3º. (Da sentença e da coisa Julgada)
Decisão judicial interpretada: 
conjugação de todos os elementos 
e conforme princípio da boa fé
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Princípio da Boa Fé Objetiva
Boa fé Objetiva é NORMA DE CONDUTA
Princípio (norma) da Boa fé
Boa fé (elemento subjetivo - ação)
Condutas corretas
Leais de todos os sujeitos
Coerentes
Decorrências e Concretizações da Boa fé
Partes
Procuradores
Curadores
Juiz
Ministério Público
Auxiliares da Justiça
Terceiros
Amicus Curiae
Norma que impõe dever de agir sem má-fé
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Concretização do Princípio da Boa-fé Processual
Doutrina alemã agrupou 4 casos de aplicação da boa-fé objetiva ao processo
proibição de agir de má-fé
proibição de venire contra factum proprium
Tu quoque
suppressio
Proibição de agir de má-fé
Ex: artigo 258 (requerer dolosamente citação por edital); artigo 80 (litigância de má-fé); artigo 143, I (atuação dolosa do órgão jurisdicional)
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Concretização do Princípio da Boa-fé Processual
Proibição de Venire contra factum proprium
Proibição do comportamento contraditório
Ex: Réu reconhece pedido do autor e depois se arrepende e protocola outro pedido (preclusão lógica)
Ex: Partes pedem para suspender o prazo processual. Juiz defere. Depois sentencia. Parte apela. Tribunal julgou recurso intempestivo. Recurso Especial no STJ. STJ diz que judiciário não poderia ter sentenciado durante a suspensão do processo. Sentenciar e contar prazo durante a suspensão é venire contra factum proprium
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Concretização do Princípio da Boa-fé Processual
PERGUNTA:
 Juiz pode rever uma decisão sob tutela provisória, sem alteração do quadro fático probatório que ensejaram ao deferimento da medida?
Alteração do quadro fático probatório (S)
Sem alteração: venire contra factum proprium
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Concretização do Princípio da Boa-fé Processual
Verwirkung (do alemão) - confisco
Suppressio (Menezes Cordeiro) - supressão
Perda do poder processual em razão de seu não exercício por tempo suficiente para incutir no outro sujeito a confiança legítima de que esse poder não seria usado
Ex: a) perda do poder do juiz de examinar a admissibilidade do processo, após anos de tramitação regular, sem que ninguém houvesse suscitado a questão
b) perda do direito da parte de alegar nulidade, em razão do lapso de tempo transcorrido 
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Concretização do Princípio da Boa-fé Processual
Tu quoque (Brute, fili, mi)
Proibição do comportamento surpreendente ou inovador que rompe a legítima confiança, deixando a parte em situação de desvantagem
Ex: provas foram produzidas pelas partes. Na sentença o juiz inverte o ônus da prova. Assim surpreende as partes.
Ônus da parte se faz no saneamento (artigo 357 CPC)
Ex: Inventário. Na sentença Juiz manda desmembrar o processo em razão de herdeiros diferentes
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3. Princípio da Cooperação
Artigo 6º. Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva
Todos os sujeitos devem cooperar para o resultado do processo
DIÁLOGO – RELAÇÃO DIALÉTICA
Órgão Jurisdicional: não é mero expectador do duelo das partes
Contraditório é valorizado como instrumento indispensável ao aprimoramento da decisão judicial e não apenas como regra formal de validade da decisão
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Princípio da Cooperação
Cooperação: impõe deveres a todos os sujeitos do processo
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Deveres das Partes em razão da COOPERAÇÃO
Português: Miguel Teixeira de Sousa
Dever de lealdade processual: as partes e o juiz não podem agir de má-fé (artigo 80, 81, 142 e 143)
Dever de esclarecimento: o juiz deve esclarecer os seus pronunciamentos e pode exigir esclarecimentos das partes (artigo 321 e 379, I)
Ex: Decisão Judicial deve ser esclarecida (artigo 489)
Ex: Juiz pode decidir fazendo uso de precedentes. Parte também pode pedir fazendo uso de precedentes.
No entanto deverá fazer a “distinção” ( comparação entre o precedente e o caso concreto)
Precedente: Código criou os Precedentes Judiciais e existem precedentes que são vinculantes (Ex: decisão de recurso repetitivo; Incidente de resolução de demandas repetitivas)
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Deveres das Partes em razão da COOPERAÇÃO
Português: Miguel Teixeira de Sousa
Dever de Proteção
Não se pode causar danos aos demais participantes do processo (Artigo 77, VI; 448, I)
Ex: cumprimento provisório de sentença (artigo 520, I e IV)
Código passa a exigir caução para a prática do cumprimento provisório de sentença
Dever de prevenção:
O juiz tem o dever de indicar as insuficiências, os defeitos e as irregularidades das postulações, para que possam ser supridos, sanados ou superados
(Artigo 321; 932, parágrafo único; 938)
Ex: inadmissibilidade do recurso por custas insuficientes; antes de considerar inadmissível o recurso o relator dá prazo de 05 dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
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Deveres das Partes em razão da COOPERAÇÃO
Português: Miguel Teixeira de Sousa
Dever de Consulta:
O juiz não pode decidir qualquer matéria sem consultar previamente as
partes, ainda que se trate de matéria congnoscível de ofício
Ex: artigo 10; artigo 493, parágrafo único; artigo 933)
Ex: Juiz percebe que houve uma incompetência absoluta. Nenhuma das partes alegou
Ex: Se surge qualquer argumento novo que não foi debatido pelas partes tem que consultar previamente as partes.
Mesmo no Tribunal: tem que dar vista no voto vista
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4. Princípio da Efetividade
Artigo 5º, XXXV, CF (amplo acesso à justiça efetiva)
Artigo 6º, CPC (... decisão de mérito justa e efetiva)
A efetividade pressupõe:
Duração razoável do processo
Máxima coincidência: resultado mais próximo possível do direito material
(o processo deve dar a quem tem direito “tudo aquilo” e “precisamente aquilo a que faz jus” – Chiovenda)
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Instrumentos para a razoável duração do processo
Representação por excesso de prazo, com a possível perda da competência do juízo em razão de demora (artigo 325, CPC)
Mandado de Segurança contra omissão judicial (o pedido será a cominação de ordem para que se profira a decisão)
Ação de Reparação de Danos contra o Estado (com a possibilidade de ação regressiva contra o juiz) se a demora causar prejuízo
Possibilidade de o juiz não ser promovido (artigo 93, II, “e”, CF)
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Máxima coincidência: adaptação da técnica processual ou do procedimento
As partes e o juiz devem se libertar de esquemas processuais pré-moldados para, conforme o caso, adaptarem a técnica processual ou o procedimento ao perfil do direito material ou aos sujeitos
Artigo 139, IV, VI e parágrafo único
j.Info (A revolução silenciosa da execução por quantia certa)
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Flexibilização Procedimental
IV – atipicidade dos meios executivos
Além do figurino previsto no Livro II – Processo de Execução, o juiz pode adotar outras medidas, conforme o caso
ENFAM 48 artigo 139 IV traduz um poder geral de efetivação, permitindo a aplicação de medidas atípicas para garantir o cumprimento de qualquer ordem judicial, inclusive no âmbito
VI – Juiz pode aumentar prazos processuais
Máxima coincidência: adaptação da técnica processual ou do procedimento
Exemplos: Proibição da empresa contratar novos empregados em caso de a empresa não realizar o pagamento de seus empregados (direito desportivo)
Para fazer o motorista pagar multa de trânsito, o juiz como medida coercitiva determina a suspensão da CNH
Cumprimento de sentença
Processo de Execução baseado em Títulos Executivos Extrajudiciais
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5. Respeito ao auto regramento da vontade
Artigo 5, caput, CF (direito fundamental à liberdade)
É o direito que qualquer pessoa tem de regular juridicamente os seus interesses, ou seja, de fazer as suas próprias escolhas
Negócio Jurídico Processual
Artigo 190 CPC
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Negócios Típicos e Atípicos
Exemplos de negócios processuais típicos: 
Eleição de foro (CPC73); calendário processual (artigo 191); suspensão do processo; modificação do réu; escolha consensual do perito; convenção sobre o ônus da prova (CPC73)
Exemplos de negócios processuais atípicos: E. 19 FPPC
Pacto de impenhorabilidade; pacto para não se executar provisoriamente; pacto de exclusão de caução em execução provisória; pacto de mediação obrigatória ou de exclusão da mediação; legitimação extraordinária ativa e litisconsórcio necessário negociais (se houver processo tem que citar A e B)
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Validade do Negócio Processual - Art. 104 C. Civil
Negócio Processual = Negócio Jurídico
Requisitos:
Diretrizes para a validade do objeto:
Não pode afrontar os direitos e as garantias fundamentais do processo (impede que juiz fundamente a sentença, elimine publicidade, elimine contraditório)
Não pode afastar os deveres inerentes aos princípios da boa-fé e da cooperação (eliminar a necessidade de consultar as partes)
Não pode alterar normas cogentes (competência absoluta E. 20 FPPC . Acordo para supressão da 1ª. instância)
Não pode ser celebrado em processo cuja a solução não possa se dar por auto composição (acordo, transação)
Não pode versar sobre matéria de reserva legal
Agente capaz (capacidade processual)
Objeto Lícito, possível e determinável
Forma Prescrita ou não defesa em lei
-Criar recurso = lei
-Ampliar hipótese de Ag. Instrumento
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Negócio Processual e Homologação
Artigo 200 CPC
Negócio Processual NÃO precisa de Homologação Judicial
E. 133 FPPC
Exceção: Casos em que são necessários a homologação judicial
Ex: Desistência Processual (artigo 200, parágrafo único)
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Atividade em sala
PROJETO ALUNO ESCRITOR.
Desenvolver um texto de 15 linhas apontando os princípios basilares do CPC, aprofundando um de sua escolha.
Lembre-se que o texto deverá compreender
Começo
Meio
Fim
Não esquecer de durante o texto, fazer uso de citações diretas e indiretas
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Lição para casa
Entregar Resumo de outros 3 Princípios
DIDIER Jr, Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil, Parte Geral e Processo de Conhecimento. 18. ed. Salvador: Jus Podivum, 2016. V. 1.
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil: Teoria Geral e Processo de Conhecimento. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. V. 1.

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