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Bianca Sumitomo, Janaina Guerra, Jonatas Melli, Larissa Domingues e Tatiane Yuka Engenharia Química – 6° Termo – Noturno Processos Químicos Industriais O petróleo já era conhecido na Antiguidade, ainda que de forma rudimentar. Os egípcios utilizavam o betume para preservar os corpos dos faraós. O velho testamento conta que as arcas de Noé e de Moises foram calafetadas com betume do mar morto E ainda na Mesopotâmia já era usado como material de construção O petróleo foi destilado pela primeira vez em Alexandria, embora os persas e os árabes já conhecessem um processo básico de destilação, em frações mais leves, para fins de uso militar. Em 347 a.C. os chineses já perfuravam poços usando hastes de bambu. Em 1846 a perfuração do primeiro poço moderno, no Azerbaijão, maior país produtor do século XIX; 1853 – George Bissell recolheu algumas amostras de petróleo e pagou U$$526,08 ao catedrático Benjamim Siliman Jr, da Universidade de Yale, para verificar se seria possível extrair dele um iluminante de qualidade; 1857 – Bissel com James Townsend criaram a Seneca Oil Company, uma companhia destinada perfurar poços para a produção de petróleo; 1859 – Edwin L Drake atingiu um reservatorio a 21 metros de profundidade e começou a produzir 10 barris por dia, após ser expulso da Seneca Oil Company, por não acreditarem em sua forma de extração. Assim o querosene substituiu todos os iluminantes que o precederam e os refinadores de carvão ou passaram imediatamente para o petróleo ou faliram. Entretanto em 1879, quando Thomas Edison inventou a lâmpada elétrica, o petróleo poderia ter um fim. Mas em 1896 Henry Ford apareceu com o motor de combustão interna, que lhe permitiu produzir o primeiro automóvel em 1903. Sendo o primeiro motor a diesel inventado entre 1893 e 1897 por Rudolf Diesel. 1870 – Formação da Standard Oil por Rockerfeller, que padronizou a produção dos compostos refinados, organizando transporte, refino e comercialização 1880 – Desmantelamento do monopólio da Standart Oil Company em 34 empresas menores e formação do grupo “Sete Irmãs”,; 1901 – Exploração dos recursos nos países de terceiro mundo; 1914 a 1918 – Primeira Guerra Mundial; 1930 – Fortalecimento da indústria petroquímica; 1938 – Gasolina era o principal derivado; 30 % da energia consumida no mundo provinha do petróleo; 1939 a 1945 – Segunda Guerra Mundial; Ao fim da Segunda Guerra Mundial houve escassez de petróleo e os governos e grandes corporações da Europa e dos Estados Unidos, iniciaram a disputa para tomar posse das jazidas de petróleo do Oriente Médio. Em 1960 Arábia Saudita, Kuwait, Irã, Iraque e Venezuela criaram a OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo; “um cartel contra o cartel das sete irmãs”, que tinha como objetivos: Estabelecer uma política petrolífera comum a todos os grandes produtores de petróleo do mundo (países membros); Definir estratégias de produção; Controlar preços de venda de petróleo no mercado mundial; Analisar e gerar conhecimentos para os países membros sobre o mercado de petróleo mundial; Controlar volume de produção de petróleo da organização. Após diversos confrontos envolvendo principalmente ingleses e norte-americanos por jazidas no Oriente Médio, em 1970, os norte- americanos e sauditas imaginaram um “modelo”. Foi feito uma nacionalização pactuada da Arabian Oil Company, onde os estrangeiros abririam mão do controle da extração, desde que ficassem com a garantia de fornecimentos suficientes para continuar dominando o mercado. Porem, a calma envolvendo o petróleo não duraria muito, e ainda passou por muitos choques: 1° Choque do Petróleo (1973) 2° Choque do Petróleo (1980) 3° Choque do Petróleo (1990) A historia do Petróleo no Brasil pode ser dividida em 4 fases: 1° Fase (1858-1938) 2° Fase (1939-1953) 3° Fase (1954-1996) 4° Fase (1996-até os dias atuais) 1° Fase (1858-1938) 1864 – Thomas Denny Sargent, recebeu concessão para prospecção e lavra do petróleo, no município de Camamu, na Bahia. 1871 – Registrou-se no Brasil, os primeiros mercados de querosene, importado de Nova York. 1897 – O fazendeiro Eugenio Ferreira de Camargo, perfurou um poço de 488 m, na região de Bofete (S). Este é considerado o primeiro poço petrolífero do pais, porem apenas 2 barris foram extraídos dele 1938 – Criação do Conselho Nacional do Petróleo (CNP), com a incumbência de explorar petróleo e de participar da criação de um parque refinador no Pais. 1938 – Até essa época era permitido que os capitais privados nacionais ou estrangeiros pudessem ser aplicados em quaisquer atividades petrolíferas no País. 1938/1939 – Foi iniciada a perfuração no poço DNPM-163, em Lobato, que é considerado o descobridor de petróleo no Brasil. 2° Fase (1939-1953) 1939-1953 - Só era permitido a empresas brasileiras refinar petróleo no país. 1941 – Jorrou petróleo comercial pela primeira vez, resultante de trabalhos do CNP 1940-1945 – Cresceu a campanha denominada “Campanha do Petróleo” pelo controle nacional sobre o petróleo. 1953 – Getulio Vargas enviou ao Congresso o projeto 1516 prevendo a criação da PETROBRAS (Petróleo Brasileiro S/A). 3° Fase (1954-1996) 1954 – O Brasil já tinha um consumo de 150000 barris por dia de derivados e contava com uma refinaria particular do Grupo Ipiranga de 6000 barris por dia, e uma refinaria na Bahia operada pelo CNO com capacidade de 3700 barris por dia. 1954 – Foram construídas as refinarias de Manguinhos e Capuava, com capacidade para 10000 barris por dia e 20000 barris por dia, respectivamente. 1955 - Foi construída a refinaria de Cubatão, com capacidade para 45000 barris por dia. 1957 - Foi construída a refinaria de Manaus, com capacidade para 5000 barris por dia. 1960 - Walter K Link (Superintendente do Departamento de Exploração e Produção da PETROBRAS), norte-americano, declarou: “Duvido que qualquer companhia comercial de petróleo continuasse a exploração nas bacias paleozoicas brasileiras”. 1961 – Pedro de Moura, Decio Oddone e Gerson Fernandes, brasileiros, assumiram a condução da exploração do petróleo na PETROBRAS. 1968 – 1974 – Foram encontrados jazidas em Guaricema (1968), Dourado, Camorim, Caioba (1970), Ubarana (1973), Bacia Potiguar e Garoupa (1974). 4° Fase (1996-até os dias atuais) 1997 – A Petrobras passou a competir com outras empresas estrangeiras, e a União permitiu que fossem contratos empresas privadas para exercer o mesmo papel. Com o desenvolvimento das tecnologias de exploração, de perfuração e de produção em lugares cada vez mais profundos, foram descobertos os campos gigantes Albacora (1984), Marlim (1985), Barracuda (1990), Roncador (1997), Jubarte (2001) e Cachalote (2002). Pré-Sal Em 2005, os primeiros indícios de petróleo no pré-sal são encontrados na Bacia de Santos (SP). No dia 2 de setembro de 2008, o navio-plataforma P-34 extraiu os primeiros litros de óleo da camada Pré-Sal, no Campo de Jubarte, na Bacia de Campos (RJ). Em maio de 2009, deu-se início à produção de petróleo na descoberta de Tupi, por meio do Teste de Longa Duração (TLD). A Petrobras atingiu, em 1º de janeiro de 2013, recorde de processamento de petróleo nas suas refinarias. A carga refinada foi de 2,111 milhões de barris,volume cerca de 10 mil barris/dia superior ao recorde anterior, ocorrido em 12 de agosto de 2012. A marca foi alcançada respeitando as diretrizes de confiabilidade operacional das instalações, bem como os princípios de Segurança, Meio Ambiente e Saúde. O petróleo extraído no campo de produção é chamado de Óleo cru. Em seu estado natural é uma mistura complexa de vários elementos, sendo: Hidrocarbonetos (83 a 87% em carbono e 11 a 15% em hidrogênio) Compostos oxigenados (0 a 3,5%) Compostos nitrogenados (0 a 0,5%) Compostos sulfurados (0 a 6%). Petróleo - do latim petroleum (petrus, pedra e oleum, óleo), ou seja, “óleo de pedra”. Muitas teorias existem a respeito da origem do petróleo, entretanto a mais aceita é a teoria orgânica. O petróleo teria origem da decomposição da matéria orgânica do plâncton marinho, que a elevadas pressões e temperaturas juntamente com reações químicas de decomposição, formou o óleo de pedra. Que após se formar na rocha matriz desloca-se até encontrar uma bacia sedimentar, onde aloja-se nos poros rochosos, formando as jazidas. Os petróleos crus caracterizam-se pela variabilidade de composição e devem ser caracterizados antes da refinação. No decorrer dos anos, tornou-se usual dividir os crus em quatro “bases”: Base parafínica Base intermediaria Base naftênica Base aromática Outra forma de caracterizar um petróleo é medindo seu grau API. O grau API é inversamente proporcional a densidade, e são classificados em: Classificação Densidade API Leves < 870 kg/m³ API>31,1 Médios 920kg/m³ – 870kg/m³ 22,3<API<31,1 Pesados 1000 - 920kg/m³ 10<API<22,3 Extra-Pesados > 1000kg/m³ API<10 As buscas podem ser divididas em duas bases (Onshore ou Offshore), porem, os passos para a prospecção de petróleo são basicamente os mesmo e incluem: Levantamentos Aéreos; Levantamentos Geoquímicos; Levantamentos Sísmicos; Integração de Dados; Perfuração de Poço. Existem varias finalidades para a perfuração, dentre elas: Estratigráfico; Pioneiro; De Extensão ou Delimitação; De Produção; De Injeção. As formas de perfuração, são: Onshore ▪ Método Percussivo; ▪ Método Rotativo. Offshore ▪ Plataformas Fixas; ▪ Plataformas Submersíveis; ▪ Plataformas Auto-elevatórias; ▪ Plataformas Flutuantes (Semi-Submersíveis); ▪ Plataformas Flutuantes (FPSO-Navios Flutuantes de Produção, Processamento, Estocagem e Distribuição); ▪ Plataformas Tension Leg. O sistema de extração do petróleo varia de acordo com a quantidade de gás acumulado na jazida. Se a quantidade de gás for grande o suficiente, sua pressão pode expulsar por si mesma o óleo, bastando uma tubulação que comunique o poço com o exterior. Se a pressão for fraca ou nula, será preciso ajuda de bombas de extração. E para levar o petróleo são utilizados oleodutos e gasodutos, que são tubos subterrâneos que transportam, respectivamente, o óleo e o gás. Esses dutos podem ser terrestres (construídos em terra) ou submarinos (construídos no fundo do mar). Estão localizados em maior escala nas regiões costeiras ─ interligando as plataformas com terminais e estes entre si e as refinarias. Para que os derivados do petróleo possam ser obtidos, é necessário o processamento do petróleo. Os processos de refino são classificados em: Processos de separação; Processos de conversão; Processos de tratamento; Processos auxiliares. São sempre de natureza física. Tem por objetivo desdobrar o petróleo em suas frações básicas ou processar uma fração previamente produzida, no sentido de retirar dela um grupo especifico de compostos. Os agentes responsáveis por estas operações são físicos e por ação de energia ou de massa sobre o petróleo ou suas frações. Destilação A destilação é um processo físico de separação, baseado na diferença de temperaturas de ebulição entre compostos coexistentes numa mistura líquida. Os principais tipos de destilação são: Destilação Integral Destilação Diferencial Destilação Fracionada Destilação Destilação Conforme o número de estágios de destilação a que o petróleo é submetido, é possível ter unidades de um, dois, ou três estágios. Unidades de um estágio Torres de “pré-flash” e Destilação Atmosférica Destilação Atmosférica e Destilação a Vácuo Unidades de três estágios Destilação Desasfaltação a Propano Produtos: Resíduo asfáltico e Óleo desfaltado. Desasfaltação a Propano Extração de compostos aromáticos por meio de um solvente. Produtos: Extrato aromático e óleo desaromatizado. Desaromatização a Furfural Desparafinação ou Desoleificação a solvente (MIBC) Extração de Aromáticos Os processos de conversão são sempre de natureza química. Visam transformar uma fração em outra(s), ou alterar profundamente a constituição molecular de uma dada fração. Isto é possível através de reações de quebra, reagrupamento ou reestruturação molecular. Pode-se classificar os processos de conversão em dois subgrupos: Catalíticos Não catalíticos. Craqueamento Térmico Viscoredução Craqueamento Catalítico (FCC) Hidrocraqueamento Catalítico Alquilação catalítica Reformação Coqueamento Retardado ou Fluido Os processos de tratamento têm por finalidade principal eliminar as impurezas. Dentre as impurezas, os compostos de enxofre e nitrogênio, por exemplo, conferem às frações propriedades indesejáveis. Os processos de tratamento podem ser classificados em duas categorias: Processos Convencionais Processos Hidroprocessamento. Tratamento Cáustico Tratamento Merox de GLP Tratamento Merox de naftas e querosene Tratamento Bender Tratamento DEA São aqueles que se destinam a fornecer insumos à operação dos outros anteriormente citados, ou a tratar rejeitos desses mesmos processos. Geração de Hidrogênio (fornecimento deste gás às unidades de hidroprocessamento); Recuperação de Enxofre (produção desse elemento a partir da queima do gás ácido rico em H2S); Utilidades (vapor, água, energia elétrica, ar comprimido, distribuição de gás e óleo combustível, tratamento de efluentes e tocha). Ranking das 10 maiores empresas do setor (2008) Distribuição das Reversas Mundiais Preço do Barril: Variação de preços dos derivados no mercado internacional Mercado de distribuição de combustíveis no Brasil Refinarias Brasileiras Variação de preços dos derivados no mercado nacional Relação de recebimentos de royalties (A-E) e participações especiais (F-H) . A refinação do petróleo constitui uma importante indústria de processos físicos e químicos atualmente. Apesar de no petróleo não ser uma fonte de energia renovável, sua exploração mundial e brasileira é expressiva; tal fato se confirma pela constante busca e descoberta de novas reservas. O refino do petróleo representa parte significativa do processo como um todo. Os preços dependem da produção, da cotação do dólar e outros fatores. É necessário que o engenheiro químico esteja sempre atento à questão de custos para o controle da produção. O petróleo ainda é uma das fontes de energia mais importantes do mundo. Indústrias de Processos Químicos - R. NORRIS SHREVE , JOSEPH A. BRINK JR. Apostila: “A Indústria do Petróleo” – prof. Arlindo Charbel SZKLO, A. S. (2008). Fundamentos do Refino de Petróleo. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2008. Apostila: O Processamento Primário – prof. Gilvan Júnior Apostila: O Refino do Petróleo – prof. Alexandre Leiras Gomes Apostila: Operações Unitárias – Petrobrás Apostila: Processos de Refino – Petrobrás http://qgdopetroleo.blogspot.com, Acesso em 12/01/13. http://pgpetroegas.com.br/wp/, Acesso em 12/01/13. http://labvirtual.eq.uhttp://, Acesso em 12/01/13.
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