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Anotações de Aula Tópicos em Libras, Surdez e Inclusão

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TÓPICOS EM LIBRAS, SURDEZ E INCLUSÃO.
Aula 001
História da Educação de Surdos
Antiguidade – Platão, Sócrates, Aristóteles. O que elas têm em relação à pessoa com surdez? Elas tinham posição frente a essas pessoas? Platão e Aristóteles não entendiam e não acreditavam no potencial da pessoa surda, já que achavam que já que não escutavam, também não podiam imaginar. Pensavam que não eram produtivas e que estado não deveria investir nelas. Sócrates pensava o contrário. Pensava que essas pessoas podiam se comunicar a partir de formas diferentes, como gestos. No Brasil, somente em 2002 a língua de sinais foi reconhecida. O que a sociedade fez durante todo esse tempo, sendo que na antiguidade Sócrates já reconheceu a dificuldade dessas pessoas? 
Vale lembrar que na antiguidade havia também o direito de se matar crianças que nasciam com “defeitos”. Havia um padrão de beleza e perfeição e não era necessário investir nas pessoas com deficiência porque elas não trariam nada em troca. 
Idade Média – surdos eram considerados inaptos à educação e ao sacerdócio. Pessoa surda não tinha direito legal – ex. não fazia direito da herança, não podia casar, etc. 
Idade Moderna – as coisas começaram a mudar e evoluir. Na Europa começou-se a dedicar a educação de pessoas surdas: 
Girolano Cardano – italiano, primeiro a colocar que pessoa com surdez poderia aprender. Era da área da saúde. 
Monge Pedro Ponde de Leon – primeiro professor de surdos da história. Ensinava meninos surdos e da elite. Pessoas “do povo” ainda não tinham acesso a essa educação. Havia preocupação muito grande ainda que essa pessoa viesse a falar. Sinais ainda não era o principal fator. 
Laurent Joubert 
Juan Pablo Bonet – primeira pessoa a criar alfabeto digital (alfabeto com as mãos). Sinais de hoje são muito próximos ao dele ainda. 
Abade de L’Épée – é um marco e realmente fez a diferença. Primeiro a chegar e falar que surdos se comunicavam de maneira não estática, com movimento. Percebeu que essas pessoas estavam criando uma língua.
Samuel Hei Nike – enquanto todos trabalhavam possibilidade de trabalhar com sinais, esse proibiu na Alemanha o uso de sinais e introduziu o método alemão ou método oral. Fugiu de tudo que estava sendo feito na Itália, França e outros países. 
Edward Gallaudet – Americano. Começa junto com um professor surdo a desenvolver a educação para surdos na América do Norte. 
Congresso de Milão – 1880 – países de reúnem para discutir educação de pessoas surdas e fica decidido que fica proibido o uso da língua de sinais. Muda totalmente os rumos da educação de surdos no mundo. 
Brasil – 1857 – Dom Pedro cria no Rio o instituto imperial de surdos e mudos. Hoje é o IMES, referencia nacional na educação de surdos. Trabalhos se iniciam com meninos de 7 a 14 anos que eram educados formalmente. Três anos antes houve o inicio da educação de cegos. No Brasil há ainda outros institutos: Instituto Santa Terezinha, DERDIC, FENEIS, Cortia / SP, Santa Maria / RS. 
Legislações e Documentos
Declaração Universal dos direitos humanos – todos tem o direito assegurado à educação de qualidade. Não leva em consideração se é com deficiência ou não. TODOS tem esse direito. 
1990, Tailândia, em Jomtien – Conferencia Mundial de Educação para Todos. Brasil assinou documento. 
Declaração de Salamanca, 1994 – Vem falando das minorias, principalmente. Foca no atendimento das minorias em meio a todas as outras crianças. Toda criança tem direito a educação e de atingir e manter nível adequado de aprendizagem. Todas as crianças têm características únicas. Escolas devem ser inclusivas a fim de combater discriminação. 
Convenção da Guatemala, 2001 – diz não a qualquer forma de preconceito. 
Leis do Brasil
LDB 9394/1996 – tinha capitulo inteiro para pessoas com deficiência. 
Lei 10436/2002 – Lei que reconheceu a LIBRAS.
Lei 5626/2005 – inclui LIBRAS em todos os cursos de graduação do país. Todas as licenciaturas possuem libras.
Lei 10319/2010 – reconhece profissão do interprete de línguas. 
Inclusão
É poder estar com as pessoas. É a possibilidade de se desenvolver com o todo. É não criar subgrupos. A sociedade precisa mudar para incluir as pessoas com deficiência, e não o contrário. 
ATIVIDADE 001
Ao se trabalhar com línguas de sinais deve-se tirar tudo das mãos para que sinais fiquem claros. A comunidade surda reconhece as pessoas por seus sinais. Seu sinal é como um batismo na sociedade surda. Somente um surdo te pode “batizar”, baseado nas características e pontos marcantes seus. 
Aula 002
Identidade surda
Identidade – processo de consciência de si mesmo, que ocorre por meio de relações intersubjetivas, de comunicações, linguísticas e experiências sociais, tornando-se um processo ativo. Será que quando um surdo convive com outras pessoas vai se comunicar e entender da mesma maneira? O canal de comunicação deles é diferente (visual e espacial). A intensidade da língua oral é o mesmo da língua de sinais? Grupos diferentes de surdos possuem as mesmas características?
Identidade se fortalece quando nos relacionamos com nossos pares. Identidade vai se formando de acordo com pessoas ao seu redor – família, escola, trabalho, comunidade. Identidade é de um grupo, que tem as mesmas ideias, mesmas formas de perceber e pensar. O entendimento da diversidade de identidade nos leva a observação dos vários tipos de comunicação que os indivíduos fazem. 
Como o surdo desenvolve identidade se não se comunica com outros surdos?
Perlin (1998), autora surda, define identidade surda das seguintes maneiras:
Identidade flutuante – surdo se espelha na representação do ouvinte, vive e se manifesta de acordo com o mundo ouvinte. Ele se apropria da comunidade maior, da comunidade ouvinte. 
Identidade inconformada – surdo não consegue captar representação da identidade ouvinte e se sente numa identidade subalterna. Grupo que não consegue participar da vida do ouvinte. Surdo não se adéqua a identidade ouvinte, mas também não convive com o surdo. 
Identidade de transição – contato dos surdos com a comunidade surda é tardio. Ao passar da comunicação oral-visual para a visual-sinalizada, o surdo passa por um conflito social. Ex. surdo que nasceu numa família de ouvintes, não tinha contato com comunidade surda e mais tarde começa a conviver com grupo de surdos e assim há confusão entre língua de sinais e língua falada. Fala-se ao mesmo tempo em que fazem os sinais, o que não é correto. 
Identidade híbrida – nos surdos que nascem ouvintes e se ensurdecem ao longo da vida. Terão presente as duas línguas, numa dependência dos sinais e do pensamento na língua oral. 
Identidade surda
Está associada à forma de comunicação e linguagem dos surdos. Segundo Vigotsky, é através da comunicação que nos diferenciamos dos outros animais e assumimos papel de seres humanos. É a principal forma de expressão do pensamento e é instrumento essencial à constituição das funções psicológicas superiores. 
Hoje sabemos que desde bebês, tem que ter aprender línguas de sinais. É preciso ter entendimento desde cedo que há outra forma de se comunicar. 
Identidade e origem
Surdo – filho de pais surdos – para ele identidade flui desde que ele nasce, pois para ele é comum. 
Surdo – filho de pais ouvintes – muitas vezes causa a identidade de transição, pelo contato tardio com língua de sinais. 
Ouvinte – filho de pais surdos 
Universo de onde cada grupo veio interfere na formação da identidade. A maioria dos surdos são filhos de pais ouvintes. Falta de informações sobre língua de sinais dificulta a comunicação.
Identidade e participação
Surdo precisa estar na presente na comunidade para que sua identidade se forme. Mesmo os ouvintes que desejam ter fluência na língua de sinais, precisam de convivência com surdos. É como qualquer língua. 
Identidade surda x identidade ouvinte – cada um tem uma característica própria. O surdo vê o mundo através dos sinais, gesto e espaço. 
ATIVIDADE 002
Gestos são feitos em um espaço determinado, não abrindo os braços para onde se bemdesejar. Não se deve falar ao gestuar. Atenção é dada somente aos gestos se não falarmos ao mesmo tempo. 
Aula 003
Quais são as causas da surdez?
Pré-natais – fatores genéticos e hereditários (tio, avós, pais surdos que passam para recém-nascido). Causas que vem durante a gestação. Durante a gestação é possível também que a mãe teve rubéola e assim criança pode nascer surda. Taxoplasmose e Citomegalovírus também pode ter como sequela a surdez. Hoje é possível fazer mapeamento genético para saber se criança pode nascer surda ou não. Uso de medicamentos não indicados durante a gravidez também pode causar surdez. 
Perinatais – na hora do parto podem acontecer problemas também. Um deles é a anóxia – a falta de oxigênio no cérebro. Isso pode causar diversos problemas, sendo um deles os auditivos. Há também problemas de traumas na hora do parto.
Pós-natais – doenças adquiridas pelo individuo ao longo da vida – otite (infecções na orelha), meningite, caxumba, sarampo. É possível ter perda leve da audição e não surdez total. Outros fatores como idade e acidentes também podem levar a perda de audição. 
Há ainda causas desconhecidas que levam a surdez. Isso representa cerca de 40% dos fatos de casos de surdez. Não é difícil conversar com pessoas que não sabem dizer o que ocorreu na gravidez que possa ter ocasionado o problema.
Época em que ocorre a surdez
É importante e pode ocorrer em dois momentos:
Pré-lingual – antes de a criança possuir a comunicação, antes de emitir sons e verbalizar. É mais fácil para essa criança aprender a linguagem de sinais. É mais fácil “pegar” uma língua quando ainda não se aprendeu outra. 
Pós-lingual – pessoa que perde a audição depois de já possuir a comunicação e uma língua adquirida. Já sabia falar, mas perdeu o canal auditivo. Há memória auditiva, mas a partir da fatalidade que tira a audição, perde a capacidade de ampliar linguagem pela ouvida. Quando mais velho se perde a audição, mais difícil é de aceitar a língua de sinais. Isso porque é preciso uma mudança de identidade para que se use a língua de sinais, e muitas pessoas mais velhas tem certo receio de aprendê-la. 
A questão da época em que se torna surdo determina a dificuldade do individuo para aprender a língua de sinais, seja por questões linguísticas realmente, ou por questões sociais e pessoais. 
Graus da perda auditiva
Quando se faz uma audiometria para saber como a saúde auditiva está, o resultado é medido da seguinte forma:
Normal – 0 a 25 decibéis – audição normal.
Perda leve – perda de 25 a 40 decibéis - não consegue se ouvir e entender quando se está no meio de muitos sons ou muitas pessoas, por exemplo. Considerado deficiente auditivo. 
Perda moderada – perda de 41 a 70 decibéis – dificuldade de falar no telefone às vezes, não se escuta qualquer ruído por perto, por exemplo. Geralmente é complicado uma pessoa com perda moderada admitir que a tenha porque na realidade ela ainda escuta um pouco (Ex. se vira para trás não escuta o que está sendo dito a frente). Considerado deficiente auditivo. 
Perda Severa – perda de 71 a 90 decibéis – precisa de sons altos e pesados para que ela escute. Aqui começa o uso do aparelho auditivo. Considerado surdo. 
Perda Profunda – perda de acima de 91 decibéis – só ouve sons muiiito altos, como turbina de avião, por exemplo. Considerado surdo. 
Deficiente auditivo – ainda consegue usar a linguagem oral
Surdos – geralmente são encaminhados para uso de língua de sinais
Definição de surdez
Segundo Skilar, “o surdo é considerado uma pessoa que não ouve e, portanto, não fala. É definido por suas características negativas; a educação se converte em terapêutica, o objetivo do currículo escolar é dar ao sujeito o que lhe falta: a audição, e seu derivado: a fala.”.
Definição atual – surdos são pessoas que utilizam comunicação espaço-visual como meio de conhecer o mundo, em substituição a audição e a fala. 
Definição atual da educação – trabalha-se com entender qual é a necessidade do indivíduo. Compete ao professor saber como aquele aluno vai se comunicar – necessidade de uso de língua de sinais, intérpretes, etc. Precisa saber também se é uma pessoa com deficiência auditiva ou surda. 
Essas informações existem em função de 2002 para cá. Quando se entende os conceitos de libras, deficiência, etc. é possível saber que essas pessoas não são bilíngues e que atualmente é possível obter recursos para trabalhar com essas pessoas. A inclusão nos ensina a conviver com a necessidade dos outros – a questão social e de comunicação hoje é muito mais importante. Hoje a lei obriga qualquer lugar público a ter um intérprete, inclusive e principalmente nas escolas. É preciso recursos, tanto materiais quanto políticos, para que essas leis aconteçam realmente no Brasil.
Segundo IBGE:
Brasil – 45,6 milhões de deficientes. 23,9% possuem pelo menos uma deficiência visual, auditiva, motora ou mental. 9,7 milhões de brasileiros possuem deficiência auditiva – de perda leva a perda profunda. 
Língua de sinais – 5 parâmetros
É como acontece a língua de sinais. É o que se observa para saber se alguém realmente sabe língua de sinais. 
Configuração de mãos – são as possibilidades de sinais a serem feitos com a mão.
Ponto de articulação – onde acontece o gesto
Sinal – é estático ou em movimento
Direção – se tem movimento tem direção correta
Expressão facial
ATIVIDADE 003
Qual a definição, de acordo com a sócio-antropologia, de surdo e deficiente auditivo?
Sócio-antropologia pensa em funcionalidade. Está preocupada em como essa pessoa vai se comunicar. 
Surdo – audição e fala não tem função. Vai usar língua de sinais.
Deficiente auditivo – consegue usar audição e fala e faz uso de aparelho auditivo. Não se entende como necessidade a utilização de língua de sinais nesses casos. 
O que uma criança com perda auditiva moderada consegue perceber auditivamente?
Escuta e participa de tudo. Porém, se desvia a sua atenção, se perde. Geralmente acha que consegue fazer tudo que um ouvinte pleno, mas na realidade não é bem assim. Percebem-se muitos erros na escrita dessas pessoas, já que não ouve bem e então também não escreve bem. 
Aula 004
Cultura 
Cultura são esquemas perceptivos e interpretativos que um grupo usa para definir sua relação com o mundo. A língua faz parte de uma cultura. Língua é um instrumento que serve para criar e simbolizar e fazer circular sentido as coisas. É um processo de interação social. É fundamental para um grupo.
Cultura surda
Hoje sabemos que nosso país, apesar de tudo, investe muito nos bens sociais, isso é, na preocupação de todas as pessoas tenham acesso a teatros, cinemas, museus. Isso acontece porque hoje se entende que as pessoas com deficiência entendem as coisas de formas diferentes. 
Em referencia a língua de sinais, cultura geralmente está relacionado aos mecanismos compensatórios que surdos usam para agir no mundo, como por exemplo, vibrações, luzes, etc. 
Hoje há gama grande de produções voltada a esse universo. Não estamos criando subgrupos, mas estamos mostrando a todos que existem pessoas diferentes a fim de criar respeito. Estamos trazendo o subgrupo para o grupo maior. Não podemos dizer que todos aprendem e entendem o mundo da mesma forma. As produções voltadas a surdos os ajudam a ter educação melhor, mais conhecimento, etc., visando autonomia dessas pessoas. Mostram-se diferenças para que se busquem alternativas. Pessoas vão, vagarosamente, entendendo o mundo das pessoas com deficiência. É um trabalho lento, pois requer entendimento da população e até certa mudança de hábitos. 
Lane (1992) ressalta que a cultura surda, além da língua, é composta de literatura específica, sua própria história ao longo do tempo, história de contos de fadas, fábulas, romances, peças de teatro, anedotas, jogos de mímica.
Teatro Brasileiro Surdo
Há sim brasileiros que se dedicam a isso. Há muita expressão facial e corporal. Em grandes cidades também há intérpretes em peças de teatro, tornando-o mais acessível. 
Piadas
Piadas dos surdosàs vezes não têm graça e vice–versa. 
Literatura Surda
Algumas estórias são contadas em língua de sinais, assim crianças surdas já podem crescer em contato com sua língua materna. Karnopp e Machado realizaram uma pesquisa e viram que está se produzindo muito livros traduzidos para LIBRAS. Traduziram clássicos como “Os três porquinhos”. 
Essas estórias não vêm somente no esquema de sinais. Mas vem junto com SignWriting, que é um sistema de escrita para escrever língua de sinais. 
SignWriting
Desenvolvida por Valerie Sutton em 1974. Primeira estória na língua foi Goldilocks and the three bears. Antigamente, usuários de libras escreviam no português. Brasil ainda não tem muito conhecimento sobre essa linguagem.
Família - Espaço de inclusão
Família – muitos pais não sabem que seus filhos nascerão surdos, pois durante os nove meses de gestação não houve problema algum. Como será a estruturação dessa família? A família é um fator muito importante, pois é ela que serve de suporte e motiva. Como a família brasileira convive com surdo? Ela é ainda muito tradicional ou entende que o surdo precisa de algumas coisas diferentes de um ouvinte?
É importante que a família reconheça o que significa ter uma pessoa surda em casa e aprender LIBRAS. Senão, como a criança vai interagir e se desenvolver? Se a família não se comunica de forma adequada, a criança poderá ter noção do que é a relação de família, valores, etc.? Por esse motivo é importante que a família saber se comunicar com o surdo. É importante também para a escola saber se comunicar com o surdo, pelo mesmo motivo.
Mas e se alguém na família passa a ser deficiente ao longo da vida? Há sim uma diferença de quando se nasce com deficiência e quando se passa a ter uma deficiência ao longo da vida. Isso porque a deficiência exige que se olhe para aquele indivíduo de forma diferente do que era antes. É preciso ter noção de que a vida não precisa parar por conta da deficiência, mas o apoio da família é de extrema importância. 
Nascer com deficiência é diferente de se tornar deficiente, sim!
Contudo, algumas famílias, infelizmente, ainda não possui conhecimento para reconhecer a surdez e saber como lidar com essas pessoas. É fundamental que em famílias com filhos surdos, pelo menos um membro da família deve aprender a língua de sinais. 
ATIVIDADE 004
Defina cultura surda
A cultura inclui a maneira como pessoas se expressam. Os surdos possuem língua de sinais e consequentemente entendem e realizam comunicações através dela. Porem, isso não exclui a possibilidade de terem o que qualquer ouvinte tem, como teatro, piadas, cinema. O que acontece é que a maneira como isso é passado é diferente. 
Aula 005
Comunicação
Quando se pensa em qualquer língua, pensa-se em comunicação. Sem a comunicação não se vive. É uma maneira de interação entre as pessoas e não precisa ser verbal. Podem-se utilizar gestos, olhares, movimentos corporais, sinais e símbolos. Com a língua brasileira de sinais, como é? Ela é completa?
Ela é uma língua em construção, mas que não deixa nada a desejar. A partir dela faz tudo que se faz com a língua falada – se expressa sentimentos, experiências, desejos. Os movimentos corporais e expressões faciais fazem muito parte da língua de sinais também. Quando se aprende LIBRAS, passa-se a se dar mais atenção a seus gestos e rosto.
Há hoje também a comunicação alternativa para pessoas que não conseguem se comunicar através dos sinais ou da língua (paralisia cerebral, por exemplo). Comunica-se por símbolos, computadores, etc. O ideal é que a pessoa esteja no meio e possa se comunicar. 
Linguagem
Vigotsky – linguagem não é apenas comunicação, mas função reguladora do pensamento que envolve significação, isso é, linguagem é o que da cara para o que se pensa. Por meio da linguagem se constitui o pensamento do sujeito e como esse vê o mundo ao redor. Linguagem pode acontecer de várias maneiras – teatro, escrita, gestos.
Linguagem é a capacidade que o homem possui para se comunicar e expressar seus pensamentos. Língua é um conjunto de vocabulário de um idioma, regras gramaticais, etc. LIBRAS foi reconhecido de idiomas quando se percebeu que havia uma estrutura. É preciso entender que ela á uma língua diferente, assim como o inglês é do português. 
Curiosidades
ONU mais da metade dos idiomas do mundo estão condenados a extinção porque quem domina o idioma original não os passa para seus filhos. Quando não há registro escrito da língua, se novas gerações não a aprendem, a língua morre. ONU já alerta para ela. No Brasil, por exemplo, há uma língua chamada ‘arikapu’ que somente seis índios falam no Ceará. Quando portugueses chegaram aqui, indígenas falavam mais de 1000 idiomas diferentes. A perda da língua é perda de cultura.
Cerca de 3400 a 6120 línguas podem desaparecer até 2100. Idiomas estão sumindo porque metade das línguas é falada por comunidades pequenas (+-2500 habitantes). Há incentivo para que se faça registro escrito dessas línguas para que elas não desapareçam totalmente. No caso de LIBRAS há grande trabalho para que língua se espalhe, já que é preciso cerca de 100.000 falantes para manter a língua (segundo a UNESCO). Outro motivo para extermínio de línguas são as guerras – que por vezes acabam na proibição do uso de determinada língua. 
Línguas orais e línguas de sinais
Línguas de sinais são tão naturais quanto às línguas orais. Ambas surgiram naturalmente da interação com outras pessoas. É importante para crianças surdas conviver com pessoas que se comunicam pela língua de sinais. Sabemos hoje que se adquire uma língua nova até cerca dos cinco anos, e por isso a comunicação é importante para criança. 
Línguas de sinais são diferentes entre os diversos países por questão de cultura. Mesmo que se fale a mesma língua oral, a língua de sinal pode diferir. 
Surdos e Ouvintes
Interesse – aprende-se uma língua por um interesse e esse desencadeador é diferente de pessoa para pessoa. 
Dificuldade – há dificuldade de ouvintes no mundo dos surdos também. 
Aprendizado de língua de sinais – pessoas aprendem línguas de sinais de países diferentes mais rapidamente. Isso se deve à capacidade que as pessoas surdas têm em desenvolver e aproveitar gestos e pantomimas para a comunicação e estarem atentos às expressões faciais e corporais das pessoas.
ATIVIDADE 005
Qual a diferença ente LS e LO? LS é universal?
LS e LO são diferenciadas pelos canais de comunicação. Quando se fala em LS, não se pensa em nada que seja oral ou auditivo, que é o que acontece com LO. Com LS se trabalha visão e espaço. Com LO se trabalha oralidade e audição. 
LS não é universal. Cada país tem a sua de acordo com sua cultura. Brasil mesmo possui duas – LIBRAS e Kaapor (indígena). Contudo, pessoas de países e lugares diferentes se entendem mais rapidamente em sinais do que na língua falada. Isso acontece porque há estudos para se criarem os sinais, eles não são exatamente aleatórios, apesar de um pouco diferente de lugar para lugar.
Aula 006
Filosofias de comunicação para surdos
Como foi processo para pessoas surdas serem inseridas? Como se queria, ao longo da historia, que surdo se comunicasse?
No inicio, todos os trabalhos eram voltados para o oralismo. No inicio, trabalhavam-se línguas de sinais, mas o foco era oralismo. 
Em seguida, veio a comunicação total – fala com oralidade. Por fim veio o bilinguismo.
Oralismo – profissionais que trabalham com oralismo acreditam que trabalhar fala faria com que pessoa conseguisse se desenvolver no contexto social. Mas, como se ensina algo que a pessoa nunca ouviu? A fala dessa pessoa nunca será 100% natural – ela será treinada a falar. É importante estimular a pessoa a falar, porém, não se deve impedir a pessoa surda de aprender outra língua (sinais) que é o que defensores do oralismo fazem. As técnicas utilizadas para aprendizado da língua oral por surdos são a estimulação auditiva, a mecânica da fala e leitura labial:
Estimulação auditiva – estimular todos os sons que chegam para essa pessoa.
Mecânicada fala – ensinar fonemas
Leitura labial – através dos movimentos e posição da língua. 
Comunicação total – com o tempo percebeu-se que surdos em grupos usavam comunicação gestual. Podem-se usar sinais, falas, gestos, símbolos, alfabeto digital. O problema disso é o uso simultâneo da língua oral e de sinais. Não se deve falar e usar sinais simultaneamente. Deve-se sempre lembrar que línguas de sinais tem estrutura diferente. Forma como pessoas surdas pensam não é a mesma em que pensamos em português. Sinais e fala junto é o sistema bimodal – causa muita confusão pela grande quantidade de recursos que se usa. Esse sistema prejudica também o aprendizado da língua escrita. 
Gestos: espontâneos e naturais
Mímica: imitação
Pantomima: representação teatral
Sinal: convencional, tem significado para um grupo social.
Datilologia, alfabeto ou soletração manual: letras e números representados com as mãos. 
Língua de sinais no Brasil
Estudo iniciado por Lucinda Ferreira-Brito. Apresentou conceito de que surdo tem que ser bilíngue – aprender língua de sinais de seu país e a língua materna escrita. Não se pede para surdo falar, mas se pede que ele leia e escreva. Em 1969, houve a primeira tentativa de registrar a língua de sinais falada no Brasil. Foi publicado por Eugênio Oates o dicionário Linguagem das mãos. Segundo Ferreira Brito (1993), apresentava um índice de aceitação por parte dos surdos de 50% dos sinais listados. Porém, Brasil assumiu LIBRAS somente em 2002, com necessidade de se aprender a escrever e ler em português. 
No Brasil há duas línguas de sinais – LIBRAS e LSKB (Kaapor). 
Segundo o Censo de 2010 – 45,6 milhões de pessoas apresentam alguma deficiência – 23,9% da população. A auditiva acomete 9,7 milhões de pessoas – 5,1%. Deficiência severa declarada por 2,1 milhões de pessoas. Essas pessoas estão chegando à faculdade e a maioria delas estão em faculdades particulares. Estão assumindo posto muito importante porque estão estudando e pesquisando sua própria cultura. 
Bilinguismo 
Primeira língua do surdo é a de sinais e a segunda passa a ser a portuguesa escrita. Criança deve ser exposta as duas línguas desde que nasce. Capovilla define língua portuguesa como secundaria e que surdo deve desenvolver suas habilidades na sua língua primaria. 
A língua de sinais propicia o desenvolvimento linguístico e cognitivo da criança surda, facilita o processo de aprendizagem de língua oral, serve de apoio para a leitura e compreensão de textos e favorece a produção escrita. – Quando se aprende sua língua rapidamente, aprende-se mais facilmente durante a vida. 
Preocupação central do bilinguismo é a autonomia do surdo. Através de seu aprendizado e durante sua vida. Não é possível andar com um interprete sempre do lado. 
Não se deve obrigar um grupo a utilizar uma língua diferente da sua, pois, dessa maneira perde-se a essência desse ser humano. 
Surdo não é bilíngue por opção – é por necessidade. 
ATIVIDADE 006
Bilíngue surdo x bilíngue ouvinte
Bilíngue ouvinte geralmente aprende segunda língua porque quer. Bilíngue surdo aprende português por necessidade – tudo para convivência no mundo é feito de forma escrita, como placa de um ônibus, bulas de remédios, etc.
Comunicação Total - Não deu certo porque oralidade e sinais são duas estruturas diferentes. Passar oral para sinais é descaracterização dos sinais. Sinais não precisam de tudo que língua oral tem, como por exemplo, “do”, “da”, artigos em geral. 
Aula 007
Atendimentos Educacionais Especializados na área da surdez e Legislação
1857 – criação do instituto nacional dos surdos, RJ, por Dom Pedro. Era uma escola só para surdos e essa era a concepção inicial – que deveria haver um espaço somente para os grupos com deficiência. Isso acontecia porque havia o pensamento de que os grupos de pessoas com deficiência não poderiam se desenvolver completamente. 
Conforme o tempo foi passando, percebeu-se que dentro da escola regular poderia haver espaço para esses alunos. 
Na época de integração, esses alunos não iriam para a mesma sala que os alunos sem deficiência, porém, teriam uma sala especial nas escolas de ensino regular. Após a alfabetização poderiam ir para uma sala comum ou retornar aos institutos especializados. Havia classes especiais dentro das escolas regulares e havia também escolas regulares. A visão, inclusive pedagógica, era muito clinica – preocupa-se com motivos da deficiência, origem, etc. Muitos não se preocupavam com o processo de aprendizado. Atualmente, com a ideia de educação inclusiva, esse sistema não deveria mais existir. Isso não acaba com instituições como a APAE, por exemplo, mas é preciso repensar das práticas dessas escolas especiais. 
Antigamente também, na integração, havia os professores itinerantes. Ele ligava a sala normal com a sala especial. Ele observava o desenvolvimento do aluno na sala regular e levava para as salas de recurso o que ainda era necessário para esse aluno. Era o mediador entre ensino regular e especializado. Esse professor organizava o aprendizado do aluno com deficiência e também ajudava o professor do ensino regular quando necessário. 
A sala de recursos tinha como objetivo dar condições do aluno com deficiência se desenvolver. Por exemplo, para a área da surdez, era necessário um profissional com conhecimento em libras. A ideia era trabalhar o que o aluno precisava. 
Resolução CNE/CEB nº2 (11/09/01), define-se serviços de apoio pedagógico especializado como sendo “[...] serviços educacionais diversificados oferecidos pela escola comum para responder às necessidades educacionais especiais dos educandos”. – Já havia organização da escola nessa época para que todos os alunos fossem atendidos. 
Porém, não adiantava o aluno ter tudo isso, mas não incluí-lo no sistema. Com esse sistema, o professor também não era incluído no sistema. Não havia integração dele com o sistema de ensino da escola. 
Mas, como atuar com alunos incluídos sem os profissionais especializados? Não há como abrir a porta das escolas para alunos com deficiência e deixá-los simplesmente passar, sem que aprendam nada. É preciso investir na educação inclusiva para professores. 
Atualmente temos o que? 
Libras foi reconhecida em 2002, e assim, o sistema para ensino de surdos mudou, com certeza. Surgiu uma nova perspectiva e uma nova proposta de trabalho. Atualmente se enfatiza as capacidades que o aluno tem e não o que ele não pode fazer. E para isso é preciso formar novos profissionais.
Atendimento Educacional Especializado
AEE de LIBRAS – ensina língua de sinais para surdos
AEE em LIBRAS – onde se trabalham sinais principais de cada matéria
AEE de Língua Portuguesa – trabalha português como segunda língua para surdos
Instrutor Surdo – ensino organizado por professores surdos, geralmente estão nos AEE de LIBRAS.
Professores intérpretes – volta deles porque LIBRAS foi reconhecido como novo idioma, e então se necessita de intérpretes. Surdos tem o direito de ser recebido em todos os lugares na sua língua. 
Atendimento Educacional Especializado de LIBRAS
Vai da creche até ensino médio. É importante que caminhe junto com o português, e passado preferencialmente por professores surdos. 
Atendimento Educacional Especializado em LIBRAS
É um pouco mais complicado porque precisa mostrar ao aluno linguagem específica de cada disciplina. É preciso que o aluno conheça o vocabulário específico de cada matéria antes de estudá-la, para que não fique perdido durante a aula. Isso torna importante ter um professor de cada matéria formado em LIBRAS. 
Atendimento Educacional Especializado de Língua Portuguesa
Não se trabalha o português da classe regular, mas como segunda língua. É uma metodologia especializada, pois não usa a fonética, como é o mais comum. O ideal é que pessoas formadas em Letras passe esse conhecimento. 
Resumo – antigamente havia noção somente de recursos, como reforço para o aluno. Hoje a ideia são os AEE para que alunos se desenvolvam e mostrem competências juntos com outros alunos. 
ATIVIDADE007
Legislação e mudanças nos atendimentos e mudanças nos atendimentos educacionais oferecidos aos surdos.
Legislação e educação estão vinculadas. Em um curto espaço de tempo, a área da surdez teve MT desenvolvimento, principalmente a partir de 2006. LIBRAS foi reconhecida e individuo surdo foi reconhecido como bilíngue na legislação. Dessa maneira, o AEE mudou. No caso da surdez há vários profissionais distintos necessários para o desenvolvimento do aluno, inclusive um profissional surdo. É um pouco diferente do caso das outras deficiências. 
Aula 008
Como o surdo aprende?
Durante muito tempo acreditou-se que os surdos deveriam ter acesso à língua oral ou escrita, através de treinos de fala somente. Valorizava-se muito a língua falada, inclusive para os surdos. Por muito tempo focou-se em fazer o surdo falar. Hoje sabemos que surdos não precisam falar para que seja alfabetizado em língua portuguesa. O canal de comunicação deles é diferente, e assim a alfabetização deve ser feita.
Mais recentemente, surdos passaram a ser vistos como minorias, e o processo de aquisição do português por esse grupo tem sido rediscutido e os problemas q eles tem com o português são apontados como problemas comuns às minorias linguísticas. Isso não é visto como algo negativo, mas um grupo com cultura própria e linguagem própria que o diferencia. Desta maneira, pensa-se o trabalho de maneira diferente. 
A relação entre oralidade e escrita é problema para aquisição de L2 pelos surdos. Quando aprendemos português, parte-se do conhecimento prévio, vindo da família, de narrativas, etc. Com o surdo, não há conhecimento prévio internalizado – criança, não estrutura narrativas orais e desconhece o universo da oralidade. Por esse motivo é importante que a criança surda tenha contato com a língua de sinais desde muito pequeno.
O alfabeto geralmente é introduzido relacionando as letras às palavras do universo da criança, como nome de objetos. É possível tornar esse material acessível aos surdos também, colocando o alfabeto digital. Porém, para o aluno surdo, há impossibilidade de reconhecer a relação entre a letra e o som e, além disso, a criança desconhece o vocabulário, porque nunca o ouviu. É preciso que o professor lembre que as crianças surdas reconhecem somente os gestos. 
Para alunos regulares, professores falam muito em sílabas e inclusive pronunciam claramente as palavras, dividindo-as por sílabas. O aluno surdo não verá diferença alguma, já que ele diferencia palavra por suas propriedades visuais, e não auditivas. 
Leitura é fundamental para surdos, assim como ler para o surdo, em língua de sinais. Para o aluno surdo, a leitura é trabalhada em contexto para que se chegue às peculiaridades da língua portuguesa. 
A oralidade apresenta recursos que são complicados para um surdo entender, como gestos, expressões faciais, repetições, hesitação, truncamentos. “A partir de uma concepção de linguagem que privilegia a interlocução como espaço de produção de sentidos e de constituição de sujeitos, focalizamos a linguagem como um processo criador que se refaz a cada momento no trabalho dos/com os sujeitos.” (GERALDI, 1997). 
Dominar o português hoje, para o surdo, significa autonomia. Algumas dicas para o ensino de português como segunda língua são: 
LP deve ser mediada pela LS;
Trabalhar diferentes contextos da LP para posteriormente ser ensino da gramática; (Karnopp; Pereira, 2012).
Ler muito, pois auxilia com o uso da pontuação...
Exploração das praticas linguísticas do surdo, usar a L1 para chegar a L2.
Escrita social e coletiva, baseado em Vigostsky; - Não somente escrever sozinho, mas participar da criação dos colegas também. 
Contação de historias.
G- Ler e escrever, usando a LS para se produzir a escrita. – Dica: se não entender texto de um surdo, pedir pra ele explicar na língua dele. Muitas vezes percebe-se que falta vocabulário para ele na língua portuguesa. 
Atividades com imagens podem ser trabalhadas? Hoje, a língua de sinais é muito rica, então sim, é possível trabalhar com imagens, como mapas, por exemplo. 
Interprete de Libras e Língua portuguesa
Fluente em português e LIBRAS. Têm capacidade de verter de uma língua para a outra em tempo real ou em pequeno espaço de tempo. Ele não é professor. Somente media a conversação. Não tem nem que ser formado em pedagogia. O tradutor e intérprete, ao mediar a comunicação entre usuários e não usuários da Libras, deve observar preceitos éticos no desempenho de suas funções, entendendo que não poderá interferir na relação estabelecida entre a pessoa com surdez e a outra parte, a menos que seja solicitado.
ATIVIDADE 008
Como deve ser o ensino de português para o surdo?
Ter em mente que para ele, português é segunda língua. Ter noção de que sua escrita pode não estar de acordo com a série em que está na escola. Deve haver diversidade de informação visual e recursos textuais. 
Aula 009
Organização da LIBRAS
Cinco parâmetros
É como acontece o sinal, como o sinal é organizado:
Configuração de mão – como está a posição da mão, quantas mãos vão ser usadas, etc. Há mais de 60. São maneiras diferentes de posicionar as mãos, gerando sinais ou expressões diferentes.
Ponto de articulação – onde acontece o movimento. Com a mesma configuração é possível ter vários pontos de articulação: ao lado da cabeça, no queixo, à frente, na frente da boca, etc. O ponto de articulação pode mudar muito o significado da palavra. Geralmente os sinais vêm descritos com tudo em livros de libras – com a configuração de mãos, com o ponto de articulação, com o movimento, se há expressão, etc. 
Orientação: direção do movimento. Sinais têm as seguintes direções:
Unidirecional: somente vai para algum lado
Bidirecional: movimento que vai e vem
Multidirecional: movimento contínuo em várias direções 
Movimento: há sinais estáticos e outros não. 
Expressões faciais e corporais. Causa estranhamento nas pessoas, pois a maioria acha que vão movimentar só as mãos. Porém, expressões fazem parte da LIBRAS. Alguns sinais possuem até pequenos sons, originários do movimento da vibração da boca, por exemplo. Expressões são obrigatórias. Não é um “plus”.
São todos avaliados quando se está avaliando se uma pessoa sabe ou não língua de sinais. É fundamental saber os cinco parâmetros. É melhor que se conheçam poucos sinais da maneira perfeita, do que muitos sem perfeição.
Composição da língua de sinais
Alfabeto datilológico – letras e números
Pronomes – existem na língua de sinais. Porém, não há variação de gênero para sinais, como para ele ou ela e meu ou minha, por exemplo. Na comunicação do dia a dia, surdos às vezes os omitem. 
Frases interrogativas – são mostradas por expressões faciais ao fim da frase – levantar a sobrancelha. Na língua fala a entonação muda. Em LIBRAS, a expressão facial muda. 
Sinais de pontuação – muitas vezes são desenhados realmente, no ar.
Adjetivos – sem gênero e sem variação de número. Como está na comunicação, se nota isso no contexto. 
Verbos – é como se aparecessem sempre no infinitivo. O tempo é trabalhado com expressões de tempo. Na língua portuguesa há vários tempos verbais. Em LIBRAS, juntamos o verbo com algum sinal que indique o tempo (ontem, mês passado, amanhã) para mudar o tempo verbal. 
Classificadores: é quando se da vida a objetos, animais, etc. e isso começa a diferenciar pessoas que sabem trabalhar mesmo com LIBRAS. É como diferenciar a mesma palavra em várias situações diferentes, que é possível em LIBRAS. 
Ex. “Cair” na língua falada é sempre o mesmo cair e é modificado pelo que vem a seguir. Em LIBRAS, há um “cair” para cada situação. O sinal para mostrar uma “pessoa caindo” é diferente para mostrar um “papel caindo”, por exemplo. O verbo toma vida de acordo com o que se fala. Só faz isso quem realmente domina LIBRAS. 
ATIVIDADE 009
Cinco parâmetros para:
Por que
Configuração: com a mão em D.
Movimento: sim, bater das pontas dos dedos.
Ponto de articulação: na frente do peito
Expressão: somente se for pergunta
Orientação:de cima para baixo
Alemanha
Configuração: em L
Movimento: não
Ponto de articulação: na testa
Expressão: não
Orientação: não, é estático.
Aula 010
Tecnologia e a surdez
A primeira coisa é pensar em comunicação. Tecnologia proporciona outra maneira de se chegar numa outra pessoa. 
Há também a inclusão, já que a tecnologia torna possível que mais pessoas tenham acesso ao aprendizado de LIBRAS, por exemplo. Inclusão também acontece quando pessoa ouvinte e pessoa surda se comunicam por meio de mensagens. 
Há quebra de barreiras arquitetônicas, não só para pessoas com deficiência. Pode-se conversar com muitas pessoas em qualquer lugar do mundo. Há acesso ao que está sendo feito e necessidade de outros lugares. Essa troca também pode acontecer com surdos e ouvintes. 
Tecnologias proporcionam troca de ideias entre qualquer pessoa, sejam elas pessoas com deficiência ou não. 
O que há hoje em dia para surdos, como facilitador:
Software de dicionário de LIBRAS: está na página do acesso Brasil. Escolhe-se uma palavra e uma interprete mostra o sinal. Não está muito atualizado, mas é muito bom. 
MSN e Whatsapp: Hoje todos tem um celular e é ótimo para surdos. Estimulam desenvolvimento cognitivo e potencializa apropriação de ideias, conhecimento, habilidades e informações que influenciam para a formação de identidade, realidade e mundo em que vivemos. Professores podem inclusive usar Whatsapp para trabalhar a segunda língua com surdos. Podem-se usar as mensagens dele para mostrar para o próprio aluno onde ele está errando. 
Facebook: o que vale para o Whatsapp vale para Facebook. É uma ferramenta para troca de informações e passagem de mensagens. 
Telefone para surdos: é um aparelho em que se precisa de cartão, precisamos digitar. É caro. Muitas pessoas não sabem usar. Hoje em dia há os celulares que facilitam mais a vida. 
Celular: IBM inclusive desenvolveu sistema que transforma mensagens de texto em vídeo com mensagem em LIBRAS. Há também várias outras tecnologias que fazem a passagem de uma língua para outra. Há ainda softwares que trabalham com leitura labial. 
Closed-Caption: a maioria dos surdos não tem língua portuguesa adquirida para se entender ideias na rapidez na qual o closed-caption funciona. Legislação diz que surdos tem direito a receber suas informações em sua primeira língua. Porém, ter um interprete é muito caro e por isso ainda muitas vezes as redes não o têm. Esse é um projeto embasado em duas leis: lei 5296 e art. 52 da lei 10098. 
Projeto TLIBRAS – projeto brasileiro, recurso de baixo custo. Professor com microfone ligado ao computador que interpreta mensagens e a transfere para LIBRAS. 
Implante coclear – colocado por meio de cirurgia e conhecido como ouvido biônico. Deve ser uma escolha de o surdo colocá-lo ou não. Não é garantido de que 100% dos casos de certo, porém, antes de colocá-lo se passa por uma triagem. Exige trabalho diferenciado para pessoas que o tem – não é possível trabalhar com um implantado da mesma maneira que se trabalha com um surdo.

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