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TÓPICOS EM LIBRAS: SURDEZ E INCLUSÃO (CEL0284/2636007) 9003 Aula 1: Diferença, Inclusão e Identidade na Sociedade Contemporânea - Informação Cultural (IC): Nas comunidades sinalizantes é hábito apresentar-se não somente informando o nome, mas também com um SINAL. Esse SINAL pode ser entendido como uma espécie de “batismo” dentro dessas comunidades. Cada pessoa tem um SINAL próprio que faz referência a alguma característica particular dela (somente referência física; física com a primeira letra do nome; um evento marcante etc.). - Informação Linguística (IL): As frases em Libras, muitas vezes, omitem algumas palavras que são usadas; em outras palavras, são construções sintéticas, econômicas. Lembre-se: Libras não é a tradução de língua portuguesa. Quer um exemplo? Em português, dizemos “qual é o seu nome?”. Em LIBRAS basta usar as palavras “seu” + “nome” e a interrogação é marcada pela expressão facial gramatical. O conato com a LIBRAS não é apenas uma obrigação do cumprimento das recentes politicas linguísticas e educacionais que visam a divulgação da LIBRAS e da dita “cultura surda” e a implementação de estratégias para a inclusão da pessoa surda na sociedade. As pessoas surdas não são mudas. O termo “surdo-mudo” é fruto de um equívoco do passado. Os surdos têm, salvo exceção, o aparelho fonador preservado. Se aparentemente não falam, isso se deve a dificuldades impostas pela memória auditiva e não percepção do som que emitem. Por isso, não se deve falar “surdo-mudo”. Língua e identificação para os surdos: Após vários anos de total exclusão e subjugamento a padrões culturais inerentes a uma vida tipicamente ouvinte, os surdos, conduzidos pelas pesquisas na área da linguística, da educação e outras, puderam reconhecer-se como seres dotados de uma língua. Suas comunidades linguísticas apresentam peculiaridades culturais a elas inerentes. A identidade do surdo deve ser construída com base em suas capacidades, em suas peculiaridades linguístico-culturais. Por isso alguns estudiosos referem-se aos surdos como sujeitos sinalizantes, usuários de Libras. -Identidade: É uma luta simultânea contra a dissolução e a fragmentação (Bauman, 2005). Assemelha-se ao grito de guerra. - Inclusão: Conjunto de ações que visam incluir pessoas portadores de necessidades (educativas) especiais na sociedade como um todo, mas que para tal promove modificações/adaptações também da parte da sociedade para receber e incluir essas pessoas. - Integração: Conjunto de ações que visam integrar pessoas portadoras de necessidades (educativas) especiais à sociedade sem, contudo, exigir mudanças da sociedade. - Sinal: Neste curso, refere-se ao elemento linguístico que corresponde aos itens lexicais formadores do léxico da língua de sinais. - Sinalizante: Refere-se a toda pessoa que domina a língua de sinais e é dela usuário no seu cotidiano. - LIBRAS: Sigla referente a Língua Brasileira de Sinais. Trata-se da língua de sinais utilizada por grande parte dos surdos brasileiros que a têm como primeira língua. A língua brasileira de sinais foi reconhecida como meio legal de comunicação entre pessoas das comunidades de surdos brasileiros através da Lei 10436 de 24 de abril de 2002. - INES: Instituto Nacional de Educação de Surdos, fundado em 1857 pelo Imperador D. Pedro II sob orientação do professor francês Ernest Huet. - Interprete Educacional: Seu papel em sala de aula é servir como tradutor/intérprete entre pessoas que compartilham línguas e culturas diferentes como em qualquer contexto tradutório que vivenciou ou vivenciará. Ele realiza uma atividade humana e que exige dele estratégias mentais na arte de transferir o contexto, a mensagem de um código linguístico para outro. O intérprete de LIBRAS educacional não é um tutor, mas pode contribuir demais para uma boa relação entre surdos e ouvintes. Saiba mais Lei de Libras: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm Decreto que a regulamenta: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004- 2006/2005/decreto/d5626.htm Aula 2: Especificidades da Língua de Sinais e os Parâmetros que Regem a Formação de Sinais e o uso da LIBRAS Há que se pensar em gramática como um sistema mentalmente compartilhado entre os usuários de uma língua, cujo funcionamento e estrutura não dependem de uma educação formal para serem aprendidos. Isto equivale a dizer, por exemplo, que qualquer falante, mesmo alguém considerado analfabeto, possui uma gramática (um conjunto de regras em sua mente), a qual aprendeu no convívio com a sua comunidade linguística. A língua de sinais, a exemplo de qualquer língua oral, tem uma gramática própria, constituída por um conjunto de regras presente na mente dos seus usuários. Poderemos ter a tendência a acreditar que a língua de sinais seja uma espécie de “língua oral sinalizada”. Em consequência disso, acabaremos acreditando que o léxico (dicionário mental), os aspectos sintáticos, semânticos, pragmáticos e quirológicos da LIBRAS constituem um emaranhado de sinais, aleatoriamente utilizados, que mais parecem uma língua oral mal falada. A língua de sinais, a exemplo de qualquer língua oral, tem uma gramática própria, constituída por um conjunto de regras presente na mente dos seus usuários. Poderemos ter a tendência a acreditar que a língua de sinais seja uma espécie de “língua oral sinalizada”. Em consequência disso, acabaremos acreditando que o léxico (dicionário mental), os aspectos sintáticos, semânticos, pragmáticos e quirológicos da LIBRAS constituem um emaranhado de sinais, aleatoriamente utilizados, que mais parecem uma língua oral mal falada. Por isso, podemos afirmar que os surdos, como qualquer ouvinte, possuem uma língua, na medida em que, dotados desta capacidade linguística, decodificam logicamente o mundo, organizando-o em suas mentes, através dos recursos físicos e mentais dos quais dispõem. Por isso, podemos afirmar que os surdos, como qualquer ouvinte, possuem uma língua, na medida em que, dotados desta capacidade linguística, decodificam logicamente o mundo, organizando-o em suas mentes, através dos recursos físicos e mentais dos quais dispõem. Percebeu-se que um sinal é produzido a partir da combinação de elementos espaciais, visuais e motores. - Informação Cultural (IC): Se você reparou bem, o sinal cuja legenda era "Como vai você?”, em português, tem a transcrição do sintagma em LIBRAS "Saúde B-E-M". Isso porque tal forma de construir a frase é pragmática, na LIBRAS equivale a perguntar “Como vai você?“ em português. - Informação Linguística (IL): algumas palavras podem ser sinalizadas de forma diferente, dependendo de alguns aspectos (como a pessoa que sinaliza, por exemplo). É o caso da palavra MÃE que, se sinalizada por uma criança, terá um sinal; se sinalizada por um adulto, será outro. - Expressão Facial e ou Corporal: Alguns sinais só podem ser diferenciados a partir da observação da expressão facial que acompanha a sua produção de acordo com o contexto discursivo. Em termos de configuração das mãos, de movimento, ponto de articulação e orientação, os sinais correspondentes à palavra e a expressão “triste” e “por exemplo” são praticamente os mesmos. A expressão facial que denota tristeza e pedido são cruciais para diferenciá-los no contexto discursivo. - Configuração da Mãos: Trata-se do “formato” que a mão ou as mãos assumirão no momento da produção de sinais. Existem mais de quarenta formatos em que as mãos podem ficar configuradas, além do alfabeto manual. É importante conhecer as configurações existentes para que haja precisão na produção do sinal e para que se possa obter maior domínio na aplicação dos sinais em contextos específicos, como no uso de classificadores, por exemplo. Sinais como os correspondentes às palavras “Itália”, “bobo”, “fluminense (time esportivo)”, ”evitar”, entre outros, possuema mesma configuração de mãos. - Ponto de Articulação: Mesmo se a configuração das mãos estiver correta, o sinal pode não ser compreendido se, acaso, não for feito no adequado ponto do espaço em relação ao corpo. Este ponto pode ser relativo a alguma parte do corpo que é tocada no momento da produção do sinal. Ou, então, relativo a um espaço neutro (vertical ou horizontal). Sinais correspondentes às palavras em português “sábado” e “aprender”, embora, tenham a mesma configuração e movimento, são articulados em pontos diferentes em relação ao corpo. - Movimento: A produção de um sinal pode exigir um movimento específico ou nenhum tipo de movimento. Isto pode estabelecer diferenças semânticas e/ou gramaticais. Os números ordinais, por exemplo, diferenciam-se dos cardinais pelo movimento feito em sua produção. O movimento é um parâmetro bastante complexo, pois pode abarcar uma série de formas e de direções diferentes, identificáveis a partir da maneira (contínuo, refreado, de retenção), da frequência, do tipo (de contato, de contorno, etc.) e direcionalidade. Os sinais correspondentes a “sábado” e “aprender”, citados anteriormente, exigem um “abrir e fechar das mãos repetidamente”, enquanto que o verbo “pensar” não exige nenhum tipo de movimento. - Orientação: No momento da produção do sinal, as palmas das mãos estão voltadas para uma determinada direção, a essa peculiaridade dá-se o nome de orientação. Essa direção é crucial para determinar, por exemplo, o uso sintático-semântico de alguns verbos. Se considerarmos verbos como “emprestar” e “pedir emprestado”, logo percebermos que a orientação das mãos determinará o sujeito da ação. Saiba mais Projeto de registro das línguas de sinais e suas culturas: https://www.ethnologue.com/ Acessibilidade Brasil: http://www.acessobrasil.org.br/ Aula 3: Políticas Linguísticas e Educacionais Discriminar, excluir indivíduos ou grupos em função de determinados usos da linguagem ou em nome da preservação de certas identidades: essas são questões que vêm emergindo em polêmicas geradas na atualidade. Tais questões trazem para o centro das discussões a vida política da linguagem e o caráter ético inerente aos estudos científicos da linguagem, suas aplicações políticas e educacionais. - O Oralismo: É uma filosofia e ou metodologia educacional que defende a ideia de que os surdos devem ser oralizados em detrimento à língua de sinais, ou seja, deveria fazer leitura labial para que possam se comunicar com os ouvintes através desse método. Foi institucionalizado a partir do congresso de Milão, em 1880. - O linguista Stokoe, em 1960, percebeu e comprovou que a língua de sinais atendia a todos os critérios linguísticos de uma língua genuína, no léxico, na sintaxe e na capacidade de gerar uma quantidade infinita de sentenças. O linguista Stokoe observou que os sinais não eram imagens, mas símbolos abstratos complexos, com uma complexa estrutura interior. - Comunicação Total: Por volta da década de 1960, após os estudos linguísticos de Willian Stokoe que identifica níveis linguísticos na língua de sinais dos EUA. Então, educadores e pesquisadores passam, de forma equivocada, a entender as línguas de sinais como mais um recurso na formação educacional dos surdos, ao invés de perceber o desvelamento científico como prova que são línguas. - Política Linguísticas: A proposição de políticas linguísticas será eticamente efetiva se acompanhada de ações em torno do sujeito e da sociedade. Não decorrer de consenso sobre a injustiça e preconceito, poderá representar apenas uma forma de “acalmar a consciência”. No século XIX os surdos eram proibidos de usar a língua de sinais. Em 1880 houve o congresso de Milão e apesar de haver 40% de professores surdos na escola, eles não votaram e suas línguas foram extintas. É o discurso da etnia linguística, psicolinguística, psicossocial. Garantia do direito linguístico: Entende-se como língua Brasileira de Sinais – Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visualmotora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. - Políticas Educacionais: Pensar um modelo novo de Educação, seria pensar na criação de um index de cultura inclusiva, por ações inclusivas. As escolas só perdem sem a educação inclusiva, o quanto poderia tornar muito mais rica e legal sua escola, pois quanto mais e maior for a diversidade presente num mesmo espaço/tempo, mais intrigante e fascinante fazem-se as relações. Se fôssemos criados na cultura inclusiva, nossas práticas sociais e relações seriam mais abertas à diversidade, sem termos que passar por um período de conscientização, já que isso seria internalizado naturalmente em nossa mente. - L.D.B: É a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Neste documento foi garantido o direito da educação das pessoas com deficiência. A L.D.B contribuiu para várias conquistas da inclusão e agora a criança surda e com deficiência tem o direito de ser matriculada na unidade escolar comum a todos mais próxima à sua casa e tem o direito de permanência. Saiba mais Decreto Nº 5.626: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm Decreto Nº 3.298: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm Lei de LIBRAS Nº 10.436: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm Aula 4: Cultura em Comunidades Sinalizante Viemos aprendendo um pouco sobre a língua de sinais brasileira e também levantando questões relativas às políticas linguísticas e educacionais no Brasil, pensando nos sujeitos sinalizantes e nas implicações das ações de inclusão propaladas pela sociedade atual. Para que essas ações pudessem ter início, foram necessários movimentos que promoveram debates polêmicos e ações afirmativas a favor do reconhecimento do sujeito surdo como um ser diferente da maioria ouvinte da população e dotado de capacidade linguística, de educabilidade, potencial profissional e intelectual, etc. A sociedade passou a ser apresentada, e continua paulatinamente a ser, à língua, aos hábitos, às diferenças e semelhanças com os ouvintes, às necessidades (educativas) especiais dos sujeitos surdos. Aqueles sujeitos que até então eram vistos como deficientes auditivos limitados em suas capacidades, passam a ser reconhecidos como sujeitos (surdos) complexos, com identidade própria e com um conjunto de hábitos, transmitidos principalmente através da sua língua, ao qual tem se convencionado chamar de “cultura surda”. Os sujeitos surdos são, em sua grande maioria, filhos de pais ouvintes. Situação que provoca, por maior a rejeição que tenha sofrido da família ou a falta de conhecimento sobre língua de sinais e surdez, algum tipo de interação com o que é conhecido como “cultura ouvinte”. Há também os casos em que pais surdos têm filhos ouvintes, o que pode provocar um redimensionamento de condutas e valores não no sentido de abandonar ou renegar a “cultura surda”, mas de estabelecer novas relações e interesses em relação à “cultura ouvinte”. Ensinar LIBRAS ou Ensinar a Oralizar? Muitos surdos são oralizados. Em função do método educativo utilizado durante a sua formação (durante muitos anos optou-se pelo chamado Oralismo nas escolas especializadas), alguns surdos simplesmente não compartilham os mesmos hábitos dos surdos que dominam a língua de sinais. Sua identidade é construída a partir de outra realidade linguística e cultural e, por vezes, podem chegar mesmo a sofrer certa discriminação dentro das ditas “comunidades surdas”. Para ampliar os conhecimentos a esse respeito, é interessante fazer a leitura do Manifesto dos Surdos Oralizados. Cerca de 98% das famílias de surdos não sabem LIBRAS, os pais muitas vezes entram em luto ao descobrir queo filho é surdo, ficam entre a "frustração" e a devoção de cuidar do filho inesperado. A que núcleo de família de surdos se refere o fragmento destacado. - Pais Surdos com Filhos Ouvintes: Provocam um redimensionamento de condutas e valores não sentido de abandonar ou renegar a “Cultura Surda”, mas de estabelecer novas relações e interesses em relação à “Cultura Ouvinte”. Adquirem a língua de sinais naturalmente concomitante à aquisição da língua oral, pois estão expostas aos dois sistemas linguísticos. Essas crianças crescem bilíngues e são chamadas de CODA (Child of Deaf Adults). - Filhos Surdos de Pais Ouvintes: Situação que provoca, por maior a rejeição que tenha sofrido da família ou a falta de conhecimento dobre língua de sinais e surdez, algum tipo de interação como que é conhecido como “Cultura Ouvinte”. - Surdos Filhos de Pais Surdos: Provoca a aquisição natural da LIBRAS e relações intrafamiliar mais plena. Todos no núcleo daquela família são usuários e dominam LIBRAS como sendo sua língua materna. OBS: Nas opções abaixo encontra-se um conjunto de hábitos específicos das comunidades surdas onde se forma a cultura surda, EXCETO: R: Utilização de buzina luminosa nos carros. - O termo sujeito sinalizante, usado nesta disciplina, faz referência: R: A todo sujeito que domina e é usuário assíduo da língua de sinais. Aula 5: Aspectos Sociolinguísticos da Língua de Sinais Ao analisarmos as características principais dos seres humanos, logo destacamos o fato de que o homem é dotado de faculdade da linguagem. Isto o diferencia dos demais seres em função da complexidade dessa faculdade em relação à de qualquer outro ser. Aquilo que chamamos de faculdade da linguagem diz respeito a um sistema inato que, quando ativado, possibilidade o surgimento das diferentes línguas que conhecemos. - Língua e Linguagem: Antes mesmo de falarmos pela primeira vez, já possuímos um sistema mental através do qual estruturamos nosso pensamento, nosso conhecimento de mundo. Dessa forma, cada povo desenvolve uma língua especifica possibilitado pelas regras desse sistema inato. Isso quer dizer que se uma criança nasce no Japão, a faculdade de aprender japonês é a mesma de uma criança que nasce no Brasil. Apenas cada criança irá desenvolver a língua específica do meio em que vive. - Sociolinguísticos: É uma área que estuda a língua em seu uso real, levado em consideração as relações entre a estrutura linguística e os aspectos sociais e culturais da produção linguística. A língua é uma instituição social e, portanto, não pode ser estudada como uma estrutura autônoma, independente de contexto situacional, da cultua e da história das pessoas que a utilizam como meio de comunicação. - Linguagem: É uma faculdade humana, uma capacidade que os homens têm para produzir, desenvolver, compreender a língua e outras manifestações simbólicas semelhantes à língua. - Língua: É a parte bem definida e essencial da faculdade da linguagem. Ela é um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de convenções necessárias estabelecidas e adotadas por um grupo. É um fato social. - Aspectos Sociolinguísticos: Em português, existem diversas manifestações de variação linguística, como a variação histórica (escrevia-se farmácia com [ph], por exemplo) e a variação regional. Não só não é universal como tampouco é homogênea, existindo manifestações diversas de acordo com região, idade, sexo, tempo, status social e estilo. A LIBRAS apresenta todas essas variações como qualquer outra língua. Alguns falantes dizem “aipim”, outros “mandioca”, outros “macaxeira”. Toda a língua passa por um processo de padronização que diz respeito à escolha de uma das suas manifestações dialetais como sendo a representante de todas as outras formas. Isto se dá a partir de critérios sócio-políticos, econômicos e culturais, e não propriamente linguísticos. Além disso, esse processo é facilitado por instrumentos como dicionários, gramáticas, livros, mídia etc. Existem vários tipos de línguas de sinais que apresentam semelhança entre si. O português, por exemplo, é originado das línguas latinas, que por sua vez são originadas do latim vulgar. Já em relação à LIBRAS, é derivada em parte da língua de sinais francesa, por isso é semelhante a outras línguas de sinais da Europa. Precisamos lembrar que LIBRAS não é a pura gestualização da língua portuguesa, pois em Portugal existe uma língua de sinais diferente da LIBRAS, por exemplo. Se observarmos o fato de os surdos não constituírem um grupo étnico, nós poderíamos tender a não perceber as comunidades sinalizantes como minorias linguísticas. No entanto, se considerarmos a modalidade linguística, a quantidade, os lugares, associações onde se reúnem, teremos uma comunidade linguística específica. Por isso, inclusive, as comunidades sinalizantes conseguem ter uma forma natural e não coercitiva de comunicação. Tais comunidades, dado às relações estabelecidas com a maioria ouvinte, podem ser entendidas como uma minoria linguística. OBS: Se considerada sob o enfoque sociolinguístico e pensada em suas especificidades, a LIBRAS: R: Não pode ser classificada como universal, diferindo das demais línguas de sinais do mundo. - Sobre a variabilidade linguística estudada na aula cinco, é certo afirmar que: R: Muitos são os fatores sociais que condicionam a variação para línguas faladas e sinalizadas, como região, idade, sexo, classe socioeconômica. (Lucas, 2001). - Marque a opção que denomina corretamente a que tipo de modalidade a LIBRAS se estrutura: R: Modalidade visual-espacial. - Quanto a LIBRAS, é correto afirmar que: R: É heterogênea, não universal, apresenta variações linguísticas. Embora historicamente ágrafa, há atualmente propostas de utilização de um sistema de escrita, o "signwriting". Revisão: Aula 1 a 5 - Identidade: Os surdos foram uma comunidade autentica: Língua, Cultura, Identidade Próprias. Se caracteriza por estar no mundo visual e desenvolver sua experiência em língua de sinais. - Sociedade Inclusiva: Refere-se à participação legítima de todos os tipos de gente na sociedade, para que essa seja construída COM, POR e PARA todos. O discurso sobre o surdo: centrou-se no abafar, no inferiorizar, no descaracterizar as diferenças. - Língua e Linguagem: - Língua: é uma convenção social, um sistema de códigos linguísticos altamente complexo. Sistema de regras finita, as quais permitem as produções de um número infinito de frases. A língua de sinais é uma língua natural, um sistema linguístico legitimo por atender a todos os critérios de uma língua genuína, do léxico a quantidade infinita de sentenças; - Linguagem: é qualquer forma de comunicação verbal e não verbal. - Parâmetros: São unidades mínimas (fonemas) que constituem os léxicos nas línguas de sinais. Unidades formacionais de sinais: CM, Locação da Mão, Movimento, Orientação, Expressões Faciais e Corporais, também conhecidos como Quirologia. - Datilologia e Empréstimo Linguístico: Soletração manual é uma representação manual da ortografia do português. A datilologia é apenas um recurso na fronteira linguística entre a LIBRAS e qualquer outro idioma oral. Cumpre a função de empréstimo linguístico. - Politicas Linguísticas: Garantia do direito linguístico: Entende-se como Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visualmotora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundo de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Lei 10436/2002. O decreto da LIBRAS 5626/05 que orienta a efetivação da Lei da LIBRAS. - Surdo: é aquela pessoa que com surdez congênita ou adquirida na infância, assume uma identidade surda, num processo de endoculturação à linguagem e aos elementos culturais de uma determinada comunidade surda. - DeficientesAuditivos: Também com surdez congênita ou adquirida, se diferencia por negar a língua de sinais, segue um modelo cultural “ouvinista” (sofre influência da família e médicos, seu modelo social é a pessoa ouvinte), se comunica através da leitura orofacial e vice sob a ótica da deficiência. - Cultura Surda: As identidades surdas são construídas dentro das representações possíveis da cultura surda, eles moldam de acordo com o maior ou menor receptividade cultural assumida pelo sujeito. - Sociolinguístico e Língua de Sinais: A comunidade surda brasileira protagoniza os fatos que podem classificar como sociolinguísticos, por natureza. A língua é o maior instrumento de interação social entre os membros de uma mesma comunidade linguística e reflete no campo da interação as variações linguísticas. Aula 6: Algumas Categorias Gramaticais da Libras: Pronomes, Advérbios, Adjetivos Em LIBRAS, podemos identificar basicamente as mesmas categorias gramaticais já conhecidas pelo estudo das línguas orais, como pronome, adjetivo etc. Precisamos, no entanto, estar atentos para as formas de funcionamento e uso de cada uma delas dentro do discurso, pois se trata de uma língua cuja modalidade é viso-espacial. Isso provoca modificações no conceito de cada uma delas. O sistema pronominal da língua brasileira de sinais, a exemplo do português, é formado por três pessoas do discurso. Dependendo da configuração de mãos utilizada e de direção para qual aponta no espaço, as pessoas do discurso podem ser especificadas. Podem aparecer tanto no singular quanto no plural. - Pronomes: Os pronomes, em regra, indicam os elementos presentes e não presentes nas orações, nos discursos. Como são unidades lexicais, ou seja, são palavras, são constituídos por unidades menores, chamados de fonemas, que na LIBRAS conhecemos como parâmetros. A característica essencial dos pronomes é a apontação no nível da frase, como um marcando os sujeitos e objetos. - O sistema pronominal em LIBRAS: pronomes pessoais: Em LIBRAS, o sujeito da ação pode apontar alternadamente para o interlocutor e para si próprio, mãos formando o número dois, para significar “nós dois”. Da mesma forma, pode-se especificar tanto a primeira quanto a segunda e terceiras pessoas em três pessoas, quatro pessoas, plural, etc. Nas frases em LIBRAS o sujeito pode ser omitido (no caso da primeira e segunda pessoas) desde que o contexto possibilite identificá-lo. No caso da terceira pessoa, essa não será apontada se, mesmo estando presente, não for intenção do usuário ressaltar a sua presença por motivos culturais como, por exemplo, isso ser ou não falta de educação. - O sistema pronominal em LIBRAS: pronomes demonstrativos e advérbios de lugar: Em termos de sinais utilizados, essas duas categorias não apresentam diferença, sendo possível diferenciá-las apenas a partir do contexto. As relações estabelecidas são as mesmas da norma padrão encontrada em boa parte das línguas orais, a saber: este/isto/aqui, esse/isso/aí, aquele/aquilo/lá. - O sistema pronominal em LIBRAS: pronomes interrogativos: Os pronomes como QUE e QUEM (que + pessoa ou quem) são utilizados no início ou final da frase, dependendo do contexto. QUANDO pode ser especificado em relação ao passado ou ao futuro, dependendo da direção do movimento da mão. - O sistema pronominal em LIBRAS: pronomes possessivos: Os possessivos não apresentam concordância de número (pelo menos não em relação ao objeto) e nem de gênero. Concordam sempre em relação à pessoa do discurso. - Advérbios de tempo: São utilizados como uma espécie de marca sintática para indicar o tempo verbal na frase. Em geral, ficam no início da frase. São conhecidos como dêiticos, pois são elementos linguísticos que realizam referências aos falantes, é o uso de palavras apontando para a situação em que o discurso é materializado. Também tem o conceito de ser a classe gramatical das palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. - Adjetivos: Não há concordância em relação ao gênero ou ao número. São fundamentais para a formação de classificadores descritivos, assumindo de maneira icônica a qualidade/forma de um objeto. São posicionados na frase logo após o substantivo. Saiba mais Dicionário de LIBRAS: http://www.ines.gov.br/dicionario-de-libras/main_site/libras.htm OBS: características dos adjetivos na Língua Brasileira de Sinais: R: Na formação de classificadores descritivos, os adjetivos, assumem de maneira icônica a qualidade ou a forma de um objeto. - Considerando a importância das expressões faciais e corporais (marcas não manuais) para o contexto comunicacional em LIBRAS, assinale a ÚNICA opção que explicita sua relevância: R: As expressões faciais e corporais são aquelas que marcam sentenças como interrogativas, negativas, afirmativas, exclamativas. Aula 7: Princípios de Estruturação de uma Sentença em LIBRAS Para estudar a construção de frases em LIBRAS, é preciso pensar que essa língua se estrutura a partir de recursos espaciais e visuais, ou seja, se utiliza do espaço para dar coerência e coesão às palavras que formam a sentença. Em LIBRAS, encontramos quatro tipos de frases: - Afirmativas: a expressão facial é neutra. - Negativas: A negação pode ser feita através de três processos: Incorporação de um sinal de negação diferente do afirmativo. Com um movimento negativo com a cabeça, simultaneamente à ação que está sendo negada. Com sinal NÃO e outros sinais com sentidos de negação na frase. - Interrogativa: Sobrancelhas frazidas e um ligeiro movimento da cabeça, inclinando-se para cima - Exclamativa: Sobrancelhas levantadas e um ligeiro movimento de cabeça inclinando-se para cima e para baixo. - Imperativa: Expressa uma ordem, um pedido, uma orientação, conselho, mas não deixa de ser uma ordem. O Imperativo pode ser afirmativo e negativo. Ex.: Não faça isso! Cala a boca! As frases, na língua portuguesa, seguem a ordem SVO (sujeito-verbo-objeto). Em LIBRAS, no entanto, as sentenças nem sempre seguem essa ordem, pois não seguem necessariamente uma sequência linear de ideias. A frase que você está vendo segue uma ordem: a tal da SVO. Teoricamente, toda frase pronunciada por um falante tende a estar nessa ordem, ainda que ela possa ocorrer invertida também como: “Um carro eu comprei ontem”. Nesse caso, temos uma organização tópico-comentário. A organização tópico-comentário é recorrente em LIBRAS. Ela consiste em colocar o tópico no início da frase, seguindo de comentário. A frase, em português “O macaco gosta de comer banana”, ficaria, em Libras, “Comer banana o macaco gosta”. O que aconteceu? O tópico da frase passou para o início, invertendo a ordem SVO. É importante lembrar que a ordem SVO também é a mais usada na LIBRAS. Esta ordem pode ser vista, sobretudo, quando são utilizados verbos com flexão, ou seja, aqueles que o uso revela facilmente o sujeito, como, por exemplo, os verbos perguntar e ajudar. OBS: Na LIBRAS é muito comum a construção frasal em tópico-comentário. Tal organização consiste em pôr certo elemento (palavra) em destaque, na seguinte posição. R: No início da frase - Na sentença em LIBRAS "PESQUISAR ELA NÃO-GOSTAR" (=pesquisar, ela não gosta) temos a seguinte estrutura: R: Tópico-comentário porque o verbo está deslocado à esquerda. Aula 8: Categorias Gramaticais da LIBRAS: Verbos e Classificadores Em Libras, encontramos categorias gramaticais que também estão presentes nas línguas orais. Sendo assim, na Libras encontramos itens lexicais que podem ser classificados como verbo, advérbio, adjetivo e pronome. A categoria artigo, no entanto, recorrente em inúmeras línguas orais, não existe em Libras. Embora o conceito atribuído às Libras seja semelhante ao das línguas orais, suas formas de classificação e de funcionamento são diferentes. Portanto, à Librasnão pode ser estudada tenho como base a Língua Portuguesa, já que sua gramática é independente da língua oral. A ordem dos sinais na construção de uma frase em Libras obedece a regras próprias, que refletem a forma de o surdo processar suas ideias tendo como parâmetro a sua percepção visual-espacial da realidade. - Definição dos Classificadores: Um classificador (CL) é uma forma que estabelece um tipo de concordância em uma língua. Na linguagem de Libras, os classificadores são formas representadas por configurações de mão que, substituindo o nome que as precedem, podem vir junto aos verbos de movimento e de localização para classificar o sujeito ou o objeto que está ligado à ação do verbo. - Classificadores como Ícones: Os classificadores, em Libras, são marcadores de concordância de gênero para pessoas, animais ou coisas. Eles são muito importantes, já que ajudam a construir a estrutura sintática por meio de recursos corporais. Muitos classificadores são icônicos. Às vezes, eles se referem ao objetou ser como um todo. Em outras, se referem somente a uma parte ou característica do ser. Durante uma conversa em libras, os interlocutores, além da linguagem das mãos, fazem uso das expressões do rosto para enfatizar o que está sendo dito. Elas funcionam, portanto, como um recurso para melhorar a comunicação em Libras. A LIBRAS possui classificadores, um tipo de morfema gramatical que é afixado a um morfema lexical ou sinal, para descreve-lo quanto à forma e tamanho ou para descrever a maneira como esse referente se comporta na ação verbal. - Verbos não Direcionais: são aqueles que não apresentam flexão e concordância quanto à pessoa, número. Os verbos não direcionais são os verbos mais simples na LIBRAS, são produzidos no corpo como os verbos CONHECER e AMAR ou no espaço como o verbo TRABALHAR. São subdivididos em dois grupos ancorados ao corpo e verbos que incorporam a negação. Alguns verbos ancorados são AMAR, CONHECER, SABER; alguns verbos com incorporação da negação são SABER-NÃO, VER-NÃO, TER-NÃO. - Verbos Classificadores: São verbos que possuem concordância de gênero, pois concordam com o sujeito ou com o objeto da frase e a configuração de mão é uma marca de concordância de gênero: PESSOA, ANIMAL ou COISA. Exemplo: o verbo CAIR vai concordar com o objeto que executa a ação, a configuração vai mudar para indicar pessoa, veículo, coisa redonda, plana, fina e longa, etc. OBS: Na Libras, ao descrever a movimentação de pessoas circulando em uma rua, utiliza-se o recurso corporal denominado: R: Classificadores Aula 9: Mercado de Trabalho Contábil Internacional Não é porque uma pessoa não pode escutar que ela não enxerga". Tal mensagem nos faz pensar que, muitas vezes, quando pensamos em surdos, associamos sua imagem a pessoas limitadas, incapazes de realizar ações que nós ouvintes realizamos. Eliminar o preconceito é entender que essas pessoas são capazes de viver em sociedade. Ainda é um longo caminho a percorrer. Que tal começar entendendo um pouco mais sobre sua forma de se comunicar? Veja os diálogos desta aula e teste a sua compreensão! - Língua e interação: A língua é concebida como um meio para a realização de relações interpessoais e para o desemprenho das trocas verbais e ou interações sociais entre indivíduos. O foco principal é a de que as trocas linguísticas se dão por meio do exercício comunicativo de interagir por meio da construção do discurso. O sistema linguístico funciona como um instrumento para a principiar e manter as relações sociais. A LIBRAS possui classificadores, um tipo de morfema gramatical que é afixado a um morfema lexical ou sinal, para descreve-lo quando à forma e tamanho ou para descrever a maneira como esse referente se comporta na ação verbal. OBS: Melhor recurso para garantir que comunicação ocorra de forma efetiva? R: As expressões faciais - As expressões faciais são parte da gramática da LIBRAS com função singular e contribui para produção e compreensão de um sinal. Alternativa que indica as suas duas classificações: R: Afetivas e gramaticais. - segundo a área de conhecimento descrito no enunciado a seguir. "Numa perspectiva sociolinguística, podemos pensar a língua da seguinte maneira": R: Como meio de comunicação, como uma estrutura, como um valor social. - As expressões faciais e corporais podem ser divididas em dois grupos. Assinale a ÚNICA opção que revela essas duas categoriais: R: Expressões faciais e corporais afetivas e gramaticais. Aula 10: Literatura em Língua de Sinais Surdos participam muito pouco das ações culturais na sociedade. Isso ocorre, sobretudo, por causa da falta de acesso desta parcela da população às produções artísticas, já que a maioria das ações culturais tem sua comunicação com o público baseada na oralidade, ou seja, na fala. Um exemplo importante de inciativa cultural deste nicho às manifestações artísticas é a Companhia de Teatro Mãos Livres, que luta para que as barreiras de comunicação sejam minimizadas através de espetáculos produzidos tanto para surdos como para a sociedade ouvinte. A Companhia de Teatro Mãos Livres surgiu em 2005, a partir de uma prática pedagógica desenvolvida dentro das salas de aula de escolas públicas (regulares e especializadas), suja metodologia está fundamentada no aprendizado e desenvolvimento integral dos alunos surdos. Esta forma de ensino tem sua didática baseada nas linguagens artísticas como a música, o teatro e a dança, que funcionam como estímulos às relações interculturais. É fato que as novas tecnologias ajudaram a criar recursos para que surdos pudessem ter a chance de melhorar sua qualidade de vida. Com as inovações tecnológicas, vieram esperanças de aumento da inclusão deste público na sociedade. - Heidegger: Considera que uma fronteira não é o ponto onde algo termina, mas, como os gregos reconheceram, a fronteira é o ponto a partir do qual algo começa a se fazer presente. Não visualizamos a cultura surda coo algo localizado, fechado, demarcado. Ao contrário, como algo híbrido, fronteiriço. LIBRAS é uma língua visual-gestual e recentemente seus usuários têm utilizado a escrita em seu cotidiano. Sign Writing é a forma de registro das línguas de sinais e raras são as obras literárias produzidas através dessa escrita. Saiba mais http://www.estadao.com.br/noticias/geral,chip-ajuda-surdos-mudos-a-ouvir-e-falar,20041111p57089 Revisão: Aula 6 a 10 - Identidade: Compartilhamento, ainda que parcialmente, das mesmas motivações, das mesmas finalidades, das mesmas intenções, dos mesmos valores, dos mesmos sofrimentos, das mesmas histórias sociais, da mesma língua e da mesma cultura. - Datilologia: Soletração manual é uma representação manual da ortografia do português, Nela não se encontram as marcas morfológicas da gramática da LIBRAS. Dessa base, podemos concluir que não é sinal, mas expressão silábica. - Datilologia e Empréstimo Linguístico: Cumpre a função de empréstimo linguístico, ou seja, introduz na LIBRAS novas palavras que não tem sinais próprios. Até que se crie, segundo a necessidade dos falantes, um sinal específico. Assim ocorre, por exemplo, da palavra inglesa software para o português. - Datilologia e Os Parâmetros da Libras: São unidades mínimas (fonemas) que constituem morfemas nas línguas de sinais. Unidades formacionais de sinais: CM, Locação da mão, Movimento, Orientação, Expressões faciais e corporais. - Cultura Surda: Heidegger: Considera que uma fronteira não é o ponto onde algo termina, mas, como os gregos reconheceram, a fronteira é o ponto a partir do qual algo começa a se fazer presente. Não visualizamos a cultura surda como algo localizado, fechado, demarcado. Ao contrário, como algo híbrido, fronteiriço. - Políticas Linguísticas: É o discurso da etnia linguística, psicolinguística, psicossocial. Garantia do direitolinguístico. A proposição de políticas linguísticas será eticamente efetiva se acompanhada de ações em torno do sujeito e da sociedade. - Surdo e Deficiente Auditivo: Surdo: assume uma identidade surda, num processo de endoculturação à linguagem e aos elementos culturais de uma determinada comunidade surda; Deficiente Auditivo: Segue um modelo cultural “ouvintista” sofre influência da família e médicos, seu modelo social é a pessoa ouvinte, se comunica através da leitura orofacial. - LIBRAS: É um sistema de signos linguísticos, organizada gramaticalmente e que se constitui de palavras e por elas de frases, discursos, enunciados, orações. A LIBRAS é uma língua, pois possuiu gramática e um sistema abstrato de regras finitas, as quais permitem a produção de um número ilimitado de frases, altamente complexo como as demais línguas. - Sistema Pronominal na Língua de Sinais: O sistema pronominal da língua brasileira de sinais, a exemplo do português, é formado por três pessoas do discurso. Dependendo da configuração de mãos utilizada e de direção para qual aponta no espaço, as pessoas do discurso podem ser especificadas. Podem aparecer tanto no singular quanto no plural. - Tipos de Frases: AFIRMATIVA: a expressão facial é neutra. INTERROGATIVA: Sobrancelhas franzidas e um ligeiro movimento da cabeça, inclinando-se para cima. EXCLAMATIVA: sobrancelhas levantadas e um ligeiro movimento da cabeça inclinando-se para cima e para baixo. FORMA NEGATIVA: a negação pode ser feita através de três processos. - Tópico-comentário: É uma construção com diversas facetas, mas cuja característica principal é a de ser uma construção marcada, em que se coloca em evidência um elemento, chamado de tópico, e faz-se sobre esse tópico um comentário. Na LIBRAS a frequência de tópico-comentário é maior do que na língua portuguesa. Na LIBRAS a ordem básica na estruturação das também é Sujeito – Verbo - Objeto. - Classificadores: São marcadores de concordância de gênero para pessoas, animais ou coisas. - Tipos de Verbos: DIRECIONAIS: que possuem marca de concordância. NÃO-DIRECIONAIS: que não possuem marca de concordância, não se flexionam em pessoa, número. - Foco: Envolve construções duplas em que o elemento duplicado ocupa posição final. Ex.: EU PODER IR PODER. Foco envolve somente núcleos. Ex.: JOÃO DAR LIVRO MARIA DAR. - Língua e Interação: A língua é concebida como um meio para a realização de relações interpessoais e para o desempenho das trocas verbais e ou interações sociais entre indivíduos.
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