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scclerotium rolfsii

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SCLEROTIUM ROL FSII SACC. NO NORDESTE BRASilEIRO
ROG~RIO TAVARES DE ALMEIDA
RESUMO
No presente trabalho é apresentado uma lista de
plantas hospedeiras de Sclerotium rolfsii Sacc. decor-
rente de inúmeras inspeções fitopatol6gicas realizadas
pelo autor em Estados do Nordeste do Brasil. São in-
clu ídas fotografias e uma discussão sobre o pat6geno.
SUMMARY
SCLEROTIUM ROLFSII SACC. IN
NORTHEAST OF BRAZIL
I n th is paper is presented a I ist of
host plants of Sclerotium rolfsii Sacc.,
identified by the author in Northeast of
Brazil. A discussi°':1 on the pathogen and
photographs are presented.
PALAVRAS-CHAVE: Sclerotium rolfsii,
Nordeste brasileiro, plantas hospedeiras.
1. INTRODUçAO
O fungo Sclerotium rolfsii Sacc.
constitui a forma assexual ou imperfeita
de Athelia rolfsii (Curzi) Tu & Kim-
brough17, cujos sinônimos são: Pellicula-
ria rolfsii (Curzi) West20 e Corticium
rolfsii (Sacc.) Curzi9. Conforme AINS-
WO RTH 1 e, baseando-se na sugestão de
T ALBOT16, pertence à Família Conio-
phoraceae, Ordem Aphyllophorales, Sub-
classe Holobasidiomycetidae, Classe
Himenomycetes, Subdivisão Basidiomy-
cotina, Divisão Eumycota e, ao Reino
Mycetae ou Reino dos Fungos, de acor-
do com WITTAKER21.
A. rolfsii, forma ainda não registrada
no Nordeste brasileiro, é de ocorrência
rara na natureza20, tendo sido, contudo,
produzida várias vezes em meios de cul-
tura artificiais10,140 Na sua forma
assexual o fungo se caracteriza por pro-
duzir um crescimento miceliano branco,
abundante, em meio de cultura e nas par-
tes das plantas atacadas (FIGS. 1,2 e
3A), sendo que, em determinada fase do
ciclo de vida, forma estruturas vegetati-
vas de reprodução, denominadas escleró-
cios, marrons, geralmente arredondados,
medindo de 0,5 a 2,Omm de diâmetro
(FIG.3A)
O patógeno é bastante pol ífago e
causa, além do estiolamento de mudi-
nhas de diversas plantas e da Podridão
dos frutos (FIG. 2), a Podridão do colo
(FIGo r), também denominada Podridão
de esclerócio, Mal de esclerócio e Murcha
de esclerócio.
O fungo em sua forma assexual, S.
rolfsii Sacc., multiplica-se através de es.
clerócios que, embora relativamente
numerosos, não representam um proces-
. Prof. do Centro de Ciências Agrárias da Univer-
sidade Federal do Ceará e pesquisador do CNPq.
Ciên. Agron.. "'ortaleza. 18 (1 ): pág. 67- 71 - Junho. 19117 67
Figura 1 - Crescimento miceliano branco na região do colo de plantas de tomateiro atacadas por Sclerotium rolfsii
Sacc.
Figura 2 - Crescimento branco em frutos de melancia e no solo, representado pelo micélio de Sclerotium rolfsii
Sacc.
68
-
Ciên. Agron., Fortaleza, 18 (I): pág. 67-71 - Junho, 1987
A B c
eroti
'richodermaSclerotium
- Tri ,derma
Fig. 3 - A - micélio branco e esclerócios marrC'ns de Sclerotium rolfsii Sacc. B - Tricho-
derma sp. isolado de esclerócios de S. rolfsii. C-S. rolfsii e Trichoderma sp., indicando o
avanço da colônia deste último sobre S. rolfsii e eliminação do mesmo em meio de cultura
BOA.
fotografadas plantas com os sintomas da
fitomoléstia.
3. RESULTADOS E DISCUSSAO
so de reprodução tão eficiente na disse-
minação do patógeno como o dos fungos
que produzem esporos em estruturas es-
pecializadas. Por outro lado, embora al-
tamente resistentes às condições adversas
do meio, os esclerócios podem ser ataca-
dos por fungos hiperparasitas, fato cons-
tatado por ALMEIDA & LANDIM4 no
Estado do Ceará.
O presente trabalho não constitui um
levantamento completo sobre a ocorrên-
cia de S. rolfsii, registrando apenas as in-
cidências do patógeno verificadas pelo
autor e decorrentes de numerosas inspe-
ções fitopatológicas em áreas do Nordes-
te brasileiro.
A Tabela 1 mostra as plantas ataca-
das por S. rolfsii no Nordeste brasileiro,
locais da ocorrência e, além de citações
do autor, algumas referências bibliográfi-
cas representando constatações, com re-
lação a uma cultura num determinado
local, anteriores às do autor.
Algumas plantas suscetíveis a S.
rolfsii e cultivadas em larga escala no
Nordeste do Brasil, como é o caso da
mandioca, Manihot esculenta Crantz,
não são registradas na Tabela 1, por não
terem suas incidências sido constatadas
pelo autor. Assim, CONCEIÇÃO8 se re-
fere à Podridão do colo dessa Euforbia-
cea e recomenda medidas de controle
com relação aS. rolfsii para a mandioca
cultivada nos tabuleiros costt:iros do
Brasil. CAVALCANTE et alii7 registram
a ocorrência de S. rolfsii em batatinha,
Solanum tuberosum L., no Estado do
Ceará, enquanto BATI ST A6 reporta a
incidência do fungo em referência em
2. MATERIAL E METODO
O presente levantamento é o resulta-
do de inúmeras inspeções fitopatológicas
realizadas pelo autor em diversas micror-
regiões homogéneas do Estado do Ceará
e aos perímetros irrigados do Departa-
mento Nacional de Obras Contra as Se-
cas (DNOCS) na região Nordeste. Foram
realizadas coletas de plantas atacadas,
isolamento do patógeno em laboratório e
Ciên. A2ron.. Fortaleza. 18 (I): Oá2. 67-71 - Junho. 1987 69
TABELA I
Plantas Atacadas por Sclerotium rolfsii Sacc. No Nordeste Brasilei ro. Fortaleza, 1987
Lactuca sativa L.
Arachis hypagaea L.
CE, PE
CE, PI
Beterraba
Cajueiro
Cebola
PI
CE
CE
Heta vulgaris L.
Anacardium occidentale L.
Allium cepa L.
Cenoura Daucus carota L. CE
Cunhã ou
Clitória
Feijão de
Corda
Feijão Comum
ou mulatinho
Guar
Mangueira
Melancia
Melão
Milho
Pimenta
Pimentão
Clitoria ternatea L. CE
CE,BA,PA,PIVigna unguiculata (L.)
Walp.
Phaseolus vulgaris L. BA. PE
Repolho
Tomateiro
Cyamopsis tetragonoloba (1..) Taub. PI
Mangifera indica L. GE
Citrullus vulgaris Schrad. PI
Cucumis meIo L. PI
Zea mays L. CE
Capsicum pendulum Ve". PE
Capsicum frutescens L. CE
(C. annuum L.)
Brassica oleracea varo CE
capitata L.
Lycopersicon esculentum CE,PA,PE
Mi". P!
ALMEI DA et alií2, PONTE12,
VASCONCELOS18
* Atacando plantas adultas, sem reflexos na produção.
mudas de citros no Estado de Pernambu-
co.
tos (FIG. 2) e determinando a perda to-
tal da produção de fruto5 em 1 hectare
plantado com essa cucurbitácea no Esta-
do do Piauí.
Em virtude do modo de dissemina-
ção do fungo, através de esclerócios e
pelo micélio branco cotonoso, e de um
possível controle biológico de S. ro/fsii
no solo, acredita-se que os mesmos são
fatores importantes na baixa incidência
do patógeno em muitas culturas no Nor-
deste brasileiro.
PONTE" afirma que a murcha de
esclerócio, com relação à cultura do fei-
jão de corda, Vigna unguiculata (L.)
Walp., não apresenta expressão econômi-
ca na região Nordeste do Brasil, enquan-
to BATISTA6 indica que a mesma é
muito freqüente na cultura do feijoeiro
(Phaseolus vulgaris L.) em solos arenosos
e quando as condições de temperatura e
umidade são elevadas.
Em nosso levantamento (Tabela 1)
verificou-se, normalmente, baixas inci-
dências do patógeno, atacando pequeno
número de plantas, excetuando-se a cul-
tura do .;:omateiro (Lycopergicon escu-
lentum Mill.), com ataques elevados, em
diversos perímetros irrigados do DNOCS.
Merece destaque, também, a ocorrência
de S. rolfsii em melancia, Citrullus vulga-
ris Schrad., causando a Podridão dos fru-
70
4. CONCLUSÕES
- Sc/erotium ro/fsii Sacc. foi registrado
pelo autor em 18 culturas na região
Nordeste, e
- Embora elevadas perdas tenham sido
observadas admite-se como fatores
responsáveis pela baixa incidência do
patógeno no Nordeste o seu modo de
Ciên. Agron., Fortaleza, 18 (I): pág. 67-71 - Junho, 1987
disseminação e um possível controle
biológico no solo.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. AINSWORTH, G.C. A general purpose
classification ou fungi. Bilb. Syst. Myc.
1:1-4.1966.
2. ALMEIDA, R.T.; MENDES, C.; UCHOA,
C.M. & GUILHERME, R.L. Levanta-
mento das doenças, de plantas cultiva-
das nas áreas de atuação do DNOCS.
B. Téc. DNOCS, Fortaleza, 35(2) : 197-
210.19773. ALMEIDA, R.T.; LANDIM, C.M.U. & TEI-
XEI RA, L.M.S. - Ocorrência de Sclero-
tium rolfsii Sacc. em cajueiro e man-
gueira no Estado do Ceará. Fitossani-
dade, Fortaleza, 3 (1-2): 40-41. 1979.
4. ALMEIDA, R.T. & C.M.U. LANDIM. Estu-
dos preliminares sobre o controle bio-
lógico de Sclerotium rolfsii Sacc.,
agente da murcha de Sclerotium em
feijão-de-corda, Vigna unguiculata (L.)
Walp. Fitossanidade, Fortaleza, 5(1):
15-20. 1981.
5. ALMEIDA, R.T.; VASCONCELOS, I &
FREI R E, V.F. Gêneros de fungos fito-
patogênicos e áreas de pastagens do
Ceará. Fitossanidade, Fortaleza, 6-9
(único): 97-101. 1982/85.
6. BATISTA, A.C. Principais doenças das
plantas em o Nordeste. BoI. SAIC, Re-
cife, 13(4): 195-252.1946.
7. CAVALCANTE, R.D. et alii. Principais
doenças das culturas do Ceará e seu
combate. Secretaria de Agricultura e
Abasteci mento, Forta leza, 1974. 71 p.
8. CONCEiÇÃO, A.S. da. A mandioca.
U F BA/EMB RAPA/BNB/B RANSCAN
NORDESTE, Cruz das Almas, 1979.
382 p.
9. CURZI, M. Some cases of "foot caker"
caused bV Sclerotium observed in Ita-
IV. Rendic. R. Accad. L incei. 14, ser.
VI, 5-6: 233-236.1931.
10. GOTO, K. On the perfect stage of Sclero-
tium rolfsii Sacc. produced on culture
media. Preliminarv reporto J. Soco
Trop. Agric. 2: 165-175. 1930.
11. PONTE, J.J. da Doenças do feijoeiro ma-
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deste brasileiro. BoI. Cear. Agron. 13:
1-12.1972.
12. PONTE, J.J. da Doenças de planta nos pe-
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tados de Pernambuco e Para/Da. Setor
Informativo CCA/UFC, Fortaleza,
1973. 24p. (mimeografado).
13. PONTE J.J. da.; MENDES, C. & SANTOS,
A. dos. Pragas e doenças de planta nos
perfmetros irrigados do DNOCS, nos
Estados da Bahia e Minas Gerais. Setor
Informativo, CCA/UFC, Fortaleza
1974.18 p. (mimeografado).
14. PUNZA, Z.K.; GROKAN, R.G. & ADAMS
Jr., G.C. Influence of nutrition, envi-
ronment, and the isolate, on basidio-
carp formation, development and
structure. in Athelia (Sclerotium)
rolfsii. Mycologia, 74 (6): 917-926.
1982.
15. SALES, F.S.M. Convênio Controle de Pra-
gas em Terras de Pastoreio. CNPq/
BID/FCPC/UFC, Fortaleza. 1980.
64p. (mimeografado).
16. TALBOT, P.H.B. Aphyllophorales I: Gene-
ral characteristics; Thelephoroid and
lupuloid Families. In: Ainsworth, G.C.;
Sparrow F.K. & SUSSMAN, A.S. The
fungi and advanced treatise. Vai. IV B.
Academic Press, New York and Lon-
dono 1973. p. 317-325.
17. TU, C.C. & KIMBROUG, J.W. Systematics
and phylogeny of fungi in the Rhizoc-
tonia complexo Bot. Gaz., 139: 454-
466.1978.
18. VASCONCELOS, I., Terceira contribuição
ao inventário de fungos de plantas do
Ceará. Ciên. Agron., Fortaleza, 1 (2):
121-129.1971.
19. VASCONCELOS, I. Convênio de Fitossa-
nidade, DNOCS/UFC, PG 10;71. 3.0
relatório semestral. Setor Informativo.
CCA/UFC, Fortaleza 1973. 8 p. (mi-
meogrado)
20. WEST, E. sclerotium rolfsii Sacc. and its
perfect stage on clembing figo Phytopa-
thology 37: 67-69.1947.
21. WITTAKER, R.H. New concepts of king-
doms of organisms. Science, 163: 150-
160.1969.
71Ciên. A2ron.. Fortaleza. 18 (1): páa. 67-71 - Junho. 1987

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