Buscar

Introdução à Parasitologia

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
LABORATÓRIO DE PARASITOLOGIA 
 
Introdução à Parasitologia 
Atualmente, apesar dos grandes avanços que conseguimos, ainda somos uma 
sociedade com enorme desequilíbrio social, sanitário, ambiental e cultural, 
mantida pela dominação de uns e submissão e alienação de outros” 
Dr. David Pereira Neves. 
 Introdução 
Jeca Tatú 
“o Jeca não é assim: está assim” 
(Monteiro Lobato) 
 
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 Casos novos Óbitos Prevalência 
 estimada 
_______________________________________________________________________________ 
Malária .................... 300-500 milhões 1,5-2,7 milhões ... 
Tricomoníase .......... 170 “ ... 113.000.000 
Amebíase ................ 48 “ 70 mil ... 
Leishmaníases: 
 tegumentares ...... 1,5 “ ... 9.500.000 
 viscerais .............. 500 mil 80 “ 2.500.000 
Tripanossomíases: 
 americana ........... 300 “ 45 “ 18.000.000 
 africana ............... 150 “ 100 “ 400.000 
Ascaríase ............... ... 60 “ 250.000.000 
Ancilostomíase ...... ... 65 “ 151.000.000 
Oncocercíase ......... ... 45 “ 17.700.000 
Esquistossomíases ... 20 “ 200.000.000 
_______________________________________________________________________________ 
 Introdução 
 Definições 
PARASITOLOGIA: Ciência que estuda a associação entre parasita-hospedeiro. 
 
PARASITISMO: Interação ecológica entre indivíduos de espécies diferentes 
(hospedeiro e parasita), onde existe unilateralidade de benefícios, em que se observa 
além da associação íntima e duradoura com uma dependência metabólica de grau 
variável. 
Trypanosoma cruzi Taenia saginata 
Helmintos Protozoários 
Comensalismo 
peixe-piolho (+) 
e tubarão (0) 
Dependência 
metabólica 
Mutualismo cupim (+) e protozoário (+) 
Parasitismo Ascaris (+) e ser humano (-) 
DEPENDENCIA METABÓLICA 
PARASITISMO ≠ DOENÇA PARASITÁRIA 
 Definições 
 Definições 
HOSPEDEIRO: organismo que vai albergar o parasita. 
 
• Hospedeiro definitivo: é o que apresenta o parasita na sua forma adulta ou as 
fases de reprodução sexuada. 
 
• Hospedeiro intermediário: aquele em que o parasita vive em fase embrionária, 
larvária ou de reprodução assexuada. 
RESERVATÓRIO: População de hospedeiros nos quais o parasita vive e se multiplica. 
 
ZOONOSE: Doenças e infecções que acometem a animais e o homem. 
ESTENÓXENO: Parasito que apresenta alta 
especificidade, ocorrendo em somente uma espécie de 
hospedeiro. 
 
EURÍXENO: Organismo que apresenta baixa 
especificidade parasitária, ocorrendo em varias espécies 
de hospedeiro 
ESPECIFICIDADE 
 Ciclos biológicos 
MONÓXENO (DIRETO) 
1 hospedeiro 
DEFINITIVO 
HETERÓXENO (INDIRETO) 
2 ou mais hospedeiros 
DEFINITIVO 
INTERMEDIÁRIO 
 Ciclo Monóxeno (Trichomonas vaginalis) 
 Ciclo Heteróxeno (Plasmodium falciparum) 
 Mecanismos de agressão 
 
 AÇÃO ESPOLIATIVA: consumo nutrientes do hospedeiro. 
 
 AÇÃO TÓXICA: quando produtos do metabolismo do parasita são tóxicos para o 
hospedeiro. 
 
 AÇÃO MECÂNICA: quando a presença do parasita em determinado órgão, pode ser 
obstrutiva ou destrutiva. 
 
 AÇÃO TRAUMÁTICA: quando o parasita promove traumas no hospedeiro tanto na fase 
larvária como na forma adulta. 
 
 AÇÃO IRRITATIVA: deve-se à presença constante do parasita que, sem produzir lesões 
traumáticas, irrita o local parasitado. 
 
 INFLAMATÓRIA: o próprio parasita ou produtos de seu metabolismo estimulam o 
afluxo de células inflamatórias. 
 
AÇÃO ESPOLIATIVA 
 Mecanismos de agressão 
Diphyllobothrium latum 
Consumo de Vitamina B12 
(anemia perniciosa) 
AÇÃO TÓXICA 
 Mecanismos de agressão 
Plasmodium vivax 
Plasmodium falciparum 
HEMOZOINA 
(Regulação da resposta imune) 
AÇÃO MECÂNICA 
 Mecanismos de agressão 
Ascaris lumbricoide 
 
 
 
Obstrução intestinal 
VETOR: organismo ou outro veículo capaz de transmitir o parasita. 
 Tipos de vetores 
VETOR BIOLÓGICO: é quando além de ser 
transmitido, o parasita também se reproduz ou 
se desenvolve no organismo vetor. 
 
 
 
VETOR MECÂNICO: apenas transporta o parasita 
entre ambientes ou hospedeiros, quem não se 
reproduz e nem se desenvolve no vetor. 
 
 
 
VETOR INANIMADO OU FÔMITE: objetos, tais 
como: seringa, talheres, copos, etc, que 
conseguem transportar o parasita 
 
 Vias de transmissão 
PASSIVA: ingestão de ovos, cistos ou oocistos. 
 
 
Quando não existe gasto de energia para iniciar a infecção 
 Vias de transmissão 
ATIVA: penetração de larva através da pele. 
 
 
Quando existe gasto de energia para a invasão 
 
 
 Adaptações parasitarias para a sobrevivência 
 
TRANSMISSÃO: Grande capacidade reprodutiva (Formação de cistos resistentes). 
PENETRAÇÃO NO HOSPEDEIRO: Glândulas secretoras (enzimas proteolíticas). 
NUTRIÇÃO: fagocitose, pinocitose, tubo digestivo, difusão. 
FIXAÇÃO: lábios, ventosas, acúleos. 
SINCRONICIDADE: sincrônico com o ciclo circadiano do hospedeiros (malária) 
RESISTÊNCIA A AGRESSÃO DO HOSPEDEIRO: antiquinases, resistência à ação de 
anticorpos ou de macrófagos, indução de imunossupressão. 
 
 Sobrevivência e permanência do parasita 
 
FATORES INERENTES AO PARASITA: 
 
 INFECTIVIDADE: capacidade de instalar-se no hospedeiro 
 
 PATOGENICIDADE: capacidade de determinar o aparecimento dos sintomas da 
doença. 
 
 VIRULÊNCIA: medida pela intensidade da manifestação clínica da doença 
 
 RESISTÊNCIA: capacidade do parasita em sobreviver for a do organismo do 
hospedeiro. 
 
 PERSISTÊNCIA: capacidade do parasita de permanecer em uma população de 
hospedeiro. 
 
 TROPISMO: capacidade de deslocar-se em direção ao hospedeiro. 
 
 Sobrevivência e permanência do parasita 
 
FATORES INERENTES AO HOSPEDEIRO: 
 
 
 IDADE 
 
 IMUNIDADE: menor gravidade a partir da segunda infecção 
 
 ALIMENTAÇÃO 
 
 DOENÇAS INTERCORRENTES 
 
 ASSOCIAÇÃO BACTERIANA 
 
 MEDICAMENTOS USADOS: corticoides (imunodepressores) 
 
 USOS E COSTUMES: consumo de carne crua, andar descalços, etc. 
 
 Conceitos finais 
 
PARASITISMO  DOENÇA PARASITÁRIA 
Patologia está relacionada com dois fatores dos parasitas: 
 
• TIPO DE PARASITA 
• NÚMERO (CARGA PARASITÁRIA)

Continue navegando