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Os fungos PGAD 2014

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UFPA/ICB/MICOLOGIA Os Fungos – Módulo PGAD Profª Solange Costa 
 
 1 
OS FUNGOS. QUEM SÃO ESTES SERES? 
 
 Os fungos (do latim fungus = cogumelo), também conhecidos por nomes populares como cogumelos, orelhas de pau, 
urupês, leveduras, mofo, bolor, entre outras denominações, são organismos que apresentam forma, tamanho e coloração 
bastante variados, os quais interferem constantemente em nossas atividades muitas vezes trazendo benefícios e também 
causando prejuízos. A ciência que estuda os fungos é a Micologia, cujo termo deriva do grego mykes = fungo. Estima-se que 
existam pelo menos um milhão e quinhentas mil espécies de fungos, das quais aproximadamente 100.000 espécies já foram 
descritas. Isto significa que ainda há muitas espécies desconhecidas ou até mesmo extintas. Estas estimativas mostram que os 
fungos apresentam mais espécies que os vegetais e animais somados, excluindo-se os insetos. O maior organismo vivo na 
Terra, hoje, é um espécime de Amillaria ostoyae, um fungo causador de podridão vegetal, que ocupa mais de 600 hectares de 
floresta, perto de Mount Adams, no estado de Washington. Estima-se que este fungo tenha entre 400 a 1000 anos de idade. 
 
Características citológicas 
 Os fungos apresentam células eucarióticas, comparáveis aos animais e vegetais, portanto, apresentam um núcleo 
distinto e as organelas citoplasmáticas são envolvidas por membranas o que permite diferenciá-los das bactérias. Em geral, 
apresentam uma parede celular rígida, característica esta, compartilhada por bactérias e plantas. A maioria dos fungos 
apresenta a quitina como maior componente polissacarídico da parede celular, além de glucano, manano e outros. Apresentam 
como reserva energética, glicogênio e lipídios. A membrana plasmática é rica em ergosterol. 
 
Nutrição e modos de vida 
 Quanto ao modo de nutrição os fungos são seres heterotróficos, isto é, utilizam compostos formados por outros 
organismos, alimentando-se por absorção. Secretam enzimas digestivas que liberadas para o meio extracelular degradam as 
macromoléculas em substância mais simples capazes de serem absorvidas pela célula. Os animais também são heterotróficos, 
entretanto, seu modo de nutrição é diferente, ingerem seu alimento e depois digerem internamente. 
 Alguns fungos vivem como sapróbios alimentando-se da matéria orgânica, muitas vezes em decomposição, que podem 
ser reservas de outros organismos, produtos de excreção ou restos de vegetais e animais. Outros vivem como parasitas sobre 
células vivas de outros fungos, plantas, animais e outros organismos. Muitas espécies vivem em associação simbiótica, como 
por exemplo, os fungos liquenizados que resultam de associação entre fungos e algas. 
 
Estrutura somática 
 Os fungos têm estrutura somática tipicamente filamentosa (forma multinucleada e/ou multicelular), entretanto há 
espécies unicelulares. Os fungos filamentosos (bolores) são constituídos por estruturas cilíndricas ou tubulares, denominadas 
hifas, as quais tendem a ramificar-se em todas as direções, formando o micélio. As hifas podem apresentar paredes 
transversais, denominadas de tabiques ou septos e que as dividem em células. De acordo com a presença ou ausência de septos 
as hifas podem ser cenocíticas ou septadas. As hifas cenocíticas, contínuas ou asseptadas, apresentam protoplasma 
multinucleado e contínuo, isto é, sem septos, enquanto que as hifas septadas apresentam septos. A hifa septada é multicelular, 
podendo apresentar células uni, bi ou multinucleadas (maioria). Quanto à coloração, onde hifas transparentes são denominadas 
hialinas e as hifas escuras ou demáceas, apresentam pigmento escuro - a melanina. A melanina é encontrada na parede celular 
destes fungos, e está relacionada à resistência aos raios ultravioleta e às enzimas líticas produzidas por outros micro-
organismos. 
 As leveduras são fungos predominantemente ou exclusivamente unicelulares, caracterizadas por células globosas e/ou 
ovais, uninucleadas. Em alguns casos podem formar pseudohifas e também micélio verdadeiro escasso. Algumas leveduras 
apresentam uma cápsula de mucopolissacarídeos que as protege do processo de fagocitose. Alguns fungos apresentam 
organização micelial complexa (pletênquima), formando estruturas macroscópicas, como por exemplo, os cogumelos 
comestíveis. 
 Quando isolados em meio de cultura, os fungos formam colônias, que resultam do crescimento concêntrico. As 
leveduras formam colônias pastosas, cremosas semelhantes às de bactérias, enquanto que os fungos filamentosos formam 
colônias de textura cotonosa (algodão), aveludadas, pulverulentas (pó) entre outras. As colônias podem apresentar coloração 
variada e produção de pigmentos extracelulares. 
As hifas podem se diferenciar em outras estruturas somáticas tais como rizóides, estolão, esclerócio, rizomorfa entre outros. 
Rizóides são estruturas semelhantes a raízes com função de absorção e fixação observadas no gênero Rhizopus e Absidia, por 
exemplo. 
 
Distribuição e Habitat 
 Os fungos estão literalmente em todos os lugares da Terra. São encontrados nos diversos ecossistemas aquáticos e 
terrestres, vivendo em variados tipos de substratos que apresentem material orgânico, água e temperatura apropriada 
compreendida, geralmente, entre 4 a 60 ºC. Portanto são encontrados em regiões tropicais, subtropicais, temperadas e frias. 
Algumas espécies têm distribuição geográfica restrita a determinadas áreas (fungos endêmicos). 
 
UFPA/ICB/MICOLOGIA Os Fungos – Módulo PGAD Profª Solange Costa 
 
 2 
Meios de dispersão 
 A eficiência da dispersão dos fungos está relacionada à alta produção de propágulos, sendo os esporos os mais 
importantes, especialmente os de origem assexuada que são produzidos em grande quantidade. Normalmente as estruturas 
dos fungos que servem para sua disseminação são os esporos, especialmente os assexuados, entretanto fragmentos do micélio 
e outras estruturas também podem ser veiculados. A principal via de dispersão dos fungos é o ar atmosférico, onde os 
propágulos podem ser levados a grandes distâncias pelo vento. Entretanto outras vias podem ser utilizadas, como a água 
(correntes marítimas e fluviais) e vetores, entre os quais insetos, aves, o homem, e outros. O homem e outros animais podem 
apresentar uma microbiota fúngica endógena, são também importantes vias de dispersão de fungos. Na superfície corpórea 
encontram-se várias espécies de fungos em processo de dispersão, constituindo a microbiota transitória. Poucas espécies de 
fungos fazem parte da microbiota endógena do homem e outros animais, destacando-se Candida albicans e Malassezia spp. 
 
Respiração 
Nos fungos predomina a respiração aeróbia; a anaeróbia só ocorre quando no meio, as condições são de anaerobiose. 
As leveduras, por exemplo, podem proliferar em anaerobiose parcial, produzindo a fermentação alcoólica. Poucas espécies de 
Chytridiomycota são anaeróbias obrigatórias. 
 
Dimorfismo 
 Alguns fungos apresentam a capacidade de se apresentar sob duas formas distintas, ou seja, podem apresentar-se na 
fase micelial (M, mould ou F) e na fase leveduriforme (L ou Y, yeast) e vice-versa. Entre os fatores clássicos que induzem esta 
conversão estão a temperatura, nutrientes e tensão de CO2. Em geral no hospedeiro (37ºC) exibem a forma de levedura e na 
natureza (ou em temperatura de 25ºC a 30ºC) apresentam a forma filamentosa. Incluem patógenos primários de micoses 
sistêmicas como o Paracoccidioides brasiliensis, Histoplasma capsulatum e Sporothrix schenckii. Alguns autores consideram 
Candida albicans como uma espécie dimórfica por ser uma levedura que pode formar pseudohifas e hifas quando em 
parasitismo. 
 
Ciclo de Vida 
 A maioria dos fungos produz duas fases (1) fase somática, e (2) fase reprodutiva. A fase somática caracteriza-se pelas 
atividades de nutrição ou tróficas dos fungos. Todas as células que não estão diretamente envolvidas na reproduçãopodem ser 
consideradas como células do soma ou o corpo do fungo. As células somáticas estão diretamente envolvidas não apenas na 
produção de enzimas extracelulares que digerem nutrientes dos substratos, mas também na absorção dos nutrientes. A fase 
reprodutiva envolve a produção de esporos e de quaisquer estruturas especializadas (ex. gametas) envolvidos em sua formação. 
Os nutrientes absorvidos pelas estruturas somáticas são utilizados na produção de esporos e outras estruturas reprodutivas, as 
quais não são capazes de obter seus próprios nutrientes a partir do substrato. 
 
Fatores que influenciam o crescimento 
Os fungos necessitam de condições mínimas necessárias para seu crescimento. Estas condições são referidas como 
fatores nutricionais e fatores físicos. Entre os fatores nutricionais, requerem macronutrientes em concentrações relativamente 
elevadas, entre os quais, incluem-se elementos químicos como carbono, fósforo, magnésio, potássio e outros. Os 
micronutrientes (elementos traços) são exigidos em concentrações mínimas, incluindo zinco, ferro, cobre, molibdênio entre 
outros. Como todos os seres vivos, os fungos necessitam de água para o seu desenvolvimento. Algumas espécies são halofílicas 
e se desenvolvem em ambiente com elevada concentração de sal. 
 Fatores físicos como, pH, temperatura, umidade, luminosidade e atmosfera, podem influenciar o crescimento de 
muitos fungos. 
 A temperatura de crescimento abrange uma larga faixa, sendo que um grande número de espécies de fungos pode 
crescer a temperaturas que variam um pouco acima de zero (desde que a água esteja disponível na forma líquida) até 40-50ºC. 
Assim os fungos classificam-se em: fungos psicrófilos, que crescem à temperatura de 0 a 20ºC; os mesófilos que crescem entre 
20 e 40°C e os termófilos que crescem de 40 a 50°C. Os fungos de importância médica, em geral, são mesófilos. A temperatura 
influencia tanto na esporulação, quanto no desenvolvimento somático e germinação do esporo. 
A maioria dos fungos tolera amplas variações de pH. Em geral o pH menor que 6 (seis) é mais propício para a maioria 
dos fungos; limites máximos estão em torno de 8 e os mínimos em 1. 
 Os fungos exigem em geral um alto nível de umidade para o seu crescimento. Maior umidade do ar e do substrato 
favorece os processos metabólicos intensificando a esporulação e germinação dos esporos. A esporulação é inibida ou reduzida, 
quando a umidade do ar está abaixo de 60 a 70%. 
Tanto a luz solar como a artificial, podem exercer influência sobre o desenvolvimento dos fungos, embora eles não 
sejam autotrótofos (fotossintetizantes), para os quais a luz é essencial. A luz solar direta pode às vezes, para alguns fungos, 
atuar como fungicida, porém a sensibilidade é muito variável de uma espécie para outra. Há fungos fototróficos positivos, 
negativos e indiferentes. 
UFPA/ICB/MICOLOGIA Os Fungos – Módulo PGAD Profª Solange Costa 
 
 3 
Luz ultravioleta, infravermelha e raios X também afetam os fungos, assim como todos os organismos. Quando a ação 
dessas irradiações é prolongada, pode provocar a morte; quando passageira pode produzir mutações. A luz ultravioleta, por 
exemplo, pode estimular, inibir ou até matar fungos, dependendo da onda, do tempo de exposição e distância da fonte. 
Certos fungos, sob luz difusa ou na obscuridade, formam apenas o sistema vegetativo, necessitando de mais 
luminosidade para se reproduzir. Nos casos em que ocorre formação dos corpos frutíferos na obscuridade, em geral eles são 
anormais e estéreis. 
 
Reprodução 
Todos os fungos podem propagar-se por fragmentos do micélio, mas o principal meio de reprodução dos fungos é 
através de seus esporos produzidos por via assexuada e/ou sexuada, cujas estruturas reprodutivas apresentam morfologia 
extremamente variada e que servem como base para a identificação dos fungos. 
Na reprodução assexuada ocorre apenas divisão nuclear ou citoplasmática, ou mitose. Enquanto que na reprodução 
sexuada há fusão de dois núcleos formando um zigoto. Há fungos que se reproduzem tanto de maneira assexuada como 
sexuada. Anteriormente as formas assexuadas e sexuadas eram denominadas de estágio imperfeito e estágio perfeito, 
respectivamente. Atualmente, utiliza-se o termo anamorfo para representar a fase assexuada e teleomorfo para referir a fase 
sexuada. Na maioria das vezes, existe uma forma anamórfica e uma forma teleomórfica para cada espécie. Exemplificando, o 
fungo Cryptococcus neoformans, agente etiológico da criptococose, apresenta como forma teleomórfica Filobasidiella 
neoformans. Desta maneira os micólogos convivem com a existência de dois nomes científicos para uma mesma entidade 
biológica. Um representando a forma anamórfica (Cryptococcus neoformans) e referente a seu teleomorfo (Filobasidiella 
neoformans). Assim, os fungos se reproduzem de maneira assexuada, sexuada além do ciclo parassexual. Alguns apresentam 
forma sexuada desconhecida, outros não apresentam a forma assexuada. 
 
 TIPOS DE REPRODUÇÃO ASSEXUADA 
 
 1. FRAGMENTAÇÃO DO TALO: qualquer fragmento do talo é potente e pode resultar na formação de novos indivíduos. 
Em técnicas rotineiras de laboratório, no isolamento de fungos, repicagem e manutenção de coleção, a fragmentação do micélio 
é freqüentemente utilizada. 
 
 2. DIVISÃO OU FISSÃO de células somáticas em duas células filhas. Ex: leveduras (Fig. 1). 
 
 3. BROTAMENTO OU GEMULAÇÃO de células somáticas ou de esporos, em que cada broto (blastosporo ou 
blastoconídio) constitui um novo indivíduo. Reprodução comum entre as leveduras. O encadeamento de blastosporos origina o 
pseudomicélio, que é formado por algumas leveduras (Fig. 2). 
 
 4. ARTROSPOROS ou artroconídios (Gr: arthron = articulação) ou artoconídios: são fragmentos de micélio formados 
pela desarticulação das células que formam as hifas. A parede é relativamente delgada. Ex. Geotrichum (Fig.3) 
 
 5. CLAMIDOSPOROS ou clamidoconídios (Gr:chlamys = manto): são células intercalares ou terminais do micélio, 
formadas por paredes espessadas, mesmo antes da separação das células adjacentes. Funcionam como estruturas de 
resistência dos fungos. Ocorre em leveduras (Candida albicans) e em fungos filamentosos Ex: Fusarium.(Fig.4) 
Fig.1 Fig. 2 Fig.3 Fig.4 
6. PRODUÇÃO DE ESPOROS: é o método mais comum de reprodução assexuada. Os esporos são pequenas unidades de 
propagação, unicelulares ou pluricelulares, de origem assexuada ou sexuada, móveis ou imóveis, sem embrião. Estes recebem 
denominação específica de acordo com os esporóforos (estrutura formadora de esporos) que lhes originam, assim temos: 
 6.1 - ESPORANGIOSPOROS: esporos endógenos, formados no interior de células esporogênicas chamadas esporângios 
(Fig. 5). 
 6.2 - CONÍDIOS: esporos exógenos produzidos sobre hifas denominadas conidióforos (Fig.6 e 7). Os conidióforos 
podem fazer parte de estruturas mais especializadas como sinêmios, e picnídios (Fig. 8). 
 
 SINÊMIO: consiste em um grupo de conidióforos unidos na base e livre nas extremidades. Os conídios podem ser 
originados ao longo do sinêmio ou somente nas extremidades. 
  PICNÍDIO: estrutura globosa ou em forma de garrafa preenchida em seu interior com conidióforos. 
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 4 
Fig5 Fig.6 Fig.7 Fig8 
 
2. REPRODUÇÃO SEXUADA 
 Reprodução sexuada é aquela que se processa através da fusão de núcleos diferenciados sexuadamente ou da fusão de 
órgãos sexuais. Três etapas são observadas no ciclo sexuado dos fungos: 1) união dos protoplasmas (plasmogamia); 2) união dos 
núcleos, originando um núcleo zigoto diplóide (cariogamia) e 3) o núcleo diplóide origina um núcleo haplóide, dos quais alguns 
podemser recombinantes (meiose). 
 Os esporos sexuais produzidos pelos fungos são critério utilizado para a classificação dos fungos em vários filos. No 
laboratório, muitos fungos apresentam apenas esporos assexuais, os quais também são utilizados na identificação de espécies. 
 
  TIPOS DE REPRODUÇÃO SEXUADA 
 A partir da reprodução sexuada também são originados diversos tipos de esporos. Há vários métodos de reprodução 
sexuada . E através destes métodos são formados os esporos sexuados entre os quais estão: 
 
 1. ZIGOSPOROS: esporos de resistência, resultantes de fusão completa de dois gametângios morfologicamente iguais 
ou não. Caracterizam o filo Zygomycota. 
 
 2. ASCOSPOROS: esporos endógenos formados no interior de células esporogênicas denominadas ASCOS. A maioria dos 
ascos é formada no interior de estruturas multicelulares conhecidas como ASCOMAS ou ascocarpo (Fig.9), que de acordo com a 
morfologia são denominados de: cleistotécio, peritécio, ascostroma e apotécio: Entre as leveduras há formação de ascos nus 
(Fig. 10), isto é, sem ascomas. Caracterizam o filo Ascomycota. 
 
 CLEISTOTÉCIO: ascoma completamente fechado, com ascos dispersos em seu interior. 
 
  PERITÉCIO: ascoma piriforme, apresentando um ostíolo na maturidade, por onde são liberados os ascos. Os ascos 
estão dispostos em uma camada basal chamada himênio. 
 
  ASCOSTROMA: ascoma estromático, onde os ascos são originados diretamente em lóculos dentro do estroma. 
 
  APOTÉCIO: ascoma aberto e os ascos estão dispostos em um himênio periférico. 
 
 3. BASIDIOSPOROS: esporos exógenos, originados em células esporogênicas denominadas basídios. Na maioria são 
produzidos em estruturas macroscópicas chamados de basidiomas (Fig. 11). Caracterizam o filo Basidiomycota. 
 Fig. 9 Fig.10 Fig.11 
 
PARASSEXUALIDADE: Além do sistema clássico de recombinação sexual, também foi descrito em algumas espécies de fungos 
outro tipo de recombinação, denominado de ciclo parassexual. Este ciclo caracteriza-se por: 1) formação do heterocário (por 
anastomose das hifas ou ação de agentes mutagênicos), diploidização, e haploidização, frequentemente resultando na 
formação de recombinantes. Do ponto de vista aplicado, o ciclo parassexual é de grande importância no melhoramento de 
fungos de interesse industrial. 
 
Posição Entre Os Reinos 
Os fungos já foram classificados no reino Plantae, como talófitas aclorofiladas. Em outros sistemas de classificação 
geral também já foram considerados Protista e Protoctista. A partir de 1969, Wihittaker, em sua proposta de 5 Reinos, incluiu 
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 5 
os fungos em um reino próprio – o reino FUNGI. De acordo com a proposta de Carl R. Woese, (1978), o reino dos fungos está 
agrupado no domínio Eukarya. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS FUNGOS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA 
Os organismos conhecidos como fungos são atualmente classificados em três reinos: Chromista (=Stramenopila), Fungi 
e Protozoa. 
 Os reinos Chromista (Stramenopila) e Protozoa incluem respectivamente Pythium insidiosum e Rhinosporidium seberii, 
espécies patogênicas anteriormente estudadas como fungos e ainda hoje diagnosticadas em laboratórios de Micologia. 
De acordo com Alexopoulos et al. (1996), o Reino Fungi apresenta quatro filos, a saber: Chytridiomycota, Zygomycota, 
Ascomycota e Basidiomycota. 
 
Chytridiomycota: Os representantes deste filo não têm espécies de importância médica. São caracterizados pela 
presença de células móveis (zoosporos). 
 
No Filo Zygomycota são classificados fungos de micélio tipicamente cenocítico, caracterizados pela formação de 
esporangiosporos (esporos assexuados) e/ou zigosporos (esporos sexuados). A classe Zygomycetes contém espécies de 
interesse médico classificadas nas ordens Entomophtorales e Mucorales. 
 
O Filo Ascomycota inclui fungos unicelulares (leveduras) a filamentosos com micélio septado, formando esporos 
sexuados denominados de ascosporos. Representam o estágio teleomorfo de várias espécies patogênicas. Após revisão 
taxonômica Pneumocystis jirovecii, importante agente oportunista (antes P. carinii e estudado como protozoário) foi agrupado 
neste filo. 
 
 Basidiomycota: Inclui leveduras e fungos de micélio septado cuja principal característica é a formação de 
basidiosporos (esporos sexuados). Inclui as espécies patogênicas Filobasidiella neoformans (Cryptococcus neoformans) e 
Filobasidiela bacilispora (C. gattii). 
 
Tanto Ascomicetos quanto Basidiomicetos, podem produzir esporos assexuados - em geral conídios. 
Nos sistemas antigos incluía-se a divisão (filo) artificial Deuteromycota cuja principal característica é o estado sexual 
ausente. Nos sistemas de classificação atuais, esta divisão é tratada como Fungos Anamórficos ou Anamorfos (= Mitospóricos), 
pois inclui fungos cuja fase sexuada é ainda desconhecida, ou porque a forma sexuada ainda não foi demonstrada ou não existe. 
O grupo representa as formas anamórficas de Ascomycota ou Basidiomycota e caracteriza-se pela produção de conídios, 
podendo produzir clamidosporos, artrosporos e blastosporos. Incluem, portanto formas assexuadas de leveduras e fungos 
filamentosos com micélio septado. A maioria dos agentes patogênicos e oportunistas está entre os fungos anamorfos. 
Mais recentemente foram propostos os filos Glomeromycota para as endomicorrizas e Microsporidea, que inclui 
parasitas obrigatórios de todos os grupos animais. 
 
 
CONSIDERAÇÕES SOBRE NOVA PROPOSTA 
 
 Cabe ressaltar que recentemente foi proposto um novo sistema que organiza o reino Fungi em sete filos: 
Chytridiomycota, Neocallimastigomycota, Blastocladiomycota, Microsporidia, Glomeromycota, Ascomycota e Basidiomycota e 
um grupo – os fungos anamórficos, cujos representante tem relação com os filos Ascomycota e Basidiomycota (Hibbett et al., 
2007). Neste sistema de classificação as modificações mais marcantes ocorreram com os taxa tradicionalmente classificados 
nos filos Chytridiomycota e Zygomycota. 
O filo Zygomycota não é aceito nesta nova proposta (Hibbett et al., 2007). Os representantes deste ex-filo estão distribuídos 
em quatro subfilos (Subfilo incertae sedis - não incluido em nenhum filo), dos quais os subfilos Mucoromycotina, 
Entomophtomycotina abrigam espécies de interesse médico. 
 Com relação ao filo MICROSPORIDEA: São organismos eucariontes sem mitocôndria e flagelo desconhecido. Parasitas 
obrigatórios de todos os grupos de animais e comumente atacam peixes e insetos. Foram incluídos no Reino FUNGI, após 
estudos filogenéticos. 
 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
 ALEXOPOULOS, C. J. ,MIMS, C. W. & BLACKWELL, M. Introductory Mycology 4
th
.Ed. John Wiley & Sons, Inc. New 
York,1996, 868p. 
 
UFPA/ICB/MICOLOGIA Os Fungos – Módulo PGAD Profª Solange Costa 
 
 6 
HAWKSWORTH, D. L. The Fungal Dimension of Biodiversity: Magnitude, Significance and Conservation. Mycol. Res. 1991. 
95: 641-655. 
 
Hibbett, D. S., M. Binder, J. F. Bischoff, M. Blackwell, P. F. Cannon, O. E. Eriksson, S. Huhndorf, T. James, P. M. Kirk, R. 
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Hyde, J. E. Ironside, U. Koljalg, C. P. Kurtzman, K.-H. Larsson, R. Lichtwardt, J. Longcore, J. Miadlikowska, A. Miller, J.-M. 
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Schüßler, J. Sugiyama, R. G. Thorn, L. Tibell, W. A. Untereiner, C. Walker, Z. Wang, A. Weir, M. Weiss, M. M. White,K. 
Winka, Y.-J. Yao and N. Zhang. 2007. A higher-level phylogenetic classification of the Fungi. Mycol. Res. 111: 509-547. 
 
MORE-LANDECKER, E. Fundamentals of the Fungi, 4
th
.ed. Prentice Hall, Englewood Clifs, 1996.

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