Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 5 Contexto histórico da formação das ciências sociais A filosofia social dos séculos XVII e XVIII AULA 5 Galileu GalileiFrancis Bacon René Descartes Isaac Newton 1643 a 17271564 e 16421596 e 16501561 a 1626 O racionalismo e a Revolução Científica dos séculos XVI e XVII AULA 5 Surgiu na França do século XVII e defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica do mundo, que predominava na Europa desde o período medieval O próprio homem deveria passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé Thomas Hobbes, Jean Jacques Rousseau e John Locke foram filósofos que lutaram pela constituição de uma sociedade e conceito de nação como forma de organização política, mesmo que ainda sob a proteção de um “soberano” O Iluminismo Thomas Hobbes (1588-1679) Thomas Hobbes filósofo inglês, que em 1651 publica sua principal obra “O Leviatã” Afirmava que “o homem é o lobo do homem” Para ele os homens viviam isolados e em luta permanente Afirmava que o que predominava nas sociedades era o medo – das guerras e da morte violenta Para sobreviver a sociedade necessitava de uma autoridade à qual todos os se rendessem, mesmo com prejuízo de sua liberdade individual Esta autoridade asseguraria a paz interna e a defesa do bem comum Este soberano, poderia ser um monarca ou uma assembléia, seria o Leviatã, que possuiria uma autoridade inquestionável John Locke (1632-1704) John Locke é o precursor do liberalismo político Criticava a teoria do direito divino dos reis e o princípio da autoridade inata Para Locke, a soberania não reside no Estado, mas sim na população Defendia a propriedade privada não só para os reis mas para a burguesia Defendia o respeito às leis natural e civil Defendia a separação da Igreja do Estado e a liberdade religiosa Recebeu forte oposição da Igreja Católica Charles de Montesquieu (1689-1755) • Nobre francês que em sua principal obra O espírito das leis desenvolvia a teoria da separação dos poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário • Cada um destes poderes deveria agir de forma a limitar a força dos demais Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) Reconhece as desigualdades sociais e as considera um fato lastimável Busca respostas para a questão do que compele um homem a obedecer a outro homem ou por que um homem exerce autoridade sobre outro. Defende a criação de um contrato social para a organização da sociedade. Só este contrato tácito e livremente aceito por todos permite a criação do Estado Civil - poder político e as leis A liberdade está inerente na lei livremente aceita e entregue a um soberano que irá aplicá- la Em sua obra, “O Contrato social", considera que todos os homens nascem livres e iguais Encara o Estado como o resultado de um contrato no qual os indivíduos não renunciam a seus direitos naturais, mas ao contrário entram em acordo para a proteção desses direitos Cabe ao estado o exercício desta tarefa AULA 5 Os movimentos revolucionários do século XVIII AULA 5 Revolução Francesa (1789) “Liberdade, igualdade, fraternidade” Independência Norte- americana (1776) “Direitos dos homens” AULA 5 Formulações sociológicas Esses movimentos trouxeram à tona dúvidas relativas às liberdades humanas, aos direitos individuais e à legitimidade dos movimentos sociais Por trás da ação política havia todo um questionamento a respeito das peculiaridades da vida humana e da sociedade Essa filosofia social gerou tendências e escolas de pensamento que desembocaram nas primeiras formulações sociológicas. AULA 5 Darwin e a evolução das espécies Segundo Darwin, a seleção natural pressiona as espécies no sentido da sua adaptação ao ambiente, obrigando-as a se transformar continuamente com a finalidade de se aperfeiçoar e garantir a sobrevivência Em consequência, os organismos tendem a se adaptar cada vez melhor ao ambiente, criando formas mais complexas e avançadas de vida, que possibilitam, pela competição natural, a sobrevivência dos seres mais aptos e evoluídos (1809-1892) AULA 5 Darwinismo Social A expansão da indústria, resultante das Revoluções Burguesas que atingiram os países europeus durante o século XIX, trouxe a destruição da velha ordem feudal e a consolidação da nova sociedade – a capitalista - estruturada no lucro e na produção ampliada de bens AULA 5 Condições para a implantação do darwinismo social crises de superprodução que levam à falência milhares de pequenas indústrias e negócios excedente de oferta sobre a demanda gerando uma guerra de concorrência queda acentuada da taxa de lucro as empresas sobreviventes se unem, disputando entre elas o mercado existente derrubando a livre concorrência concentração das atividades produtivas nas mãos de um pequeno número de produtores começam a se formar monopólios e oligopólios associados a bancos surge o capital financeiro e as grandes dívidas AULA 5 A solução? Conquistar novos mercados AULA 5 Neocolonialismo A Europa se volta, mais uma vez, para a conquista de impérios além-mar - África e Ásia Nesses continentes podia-se obter matéria-prima bruta a baixíssimo custo, bem como mão-de-obra barata Havia também pequenos mercados consumidores, além de áreas extensas ideais para investimentos em obras de infraestrutura AULA 5 Neocolonialismo humanitário As novas conquistas da África e da Ásia pela Europa exigiam justificativas que ultrapassassem os interesses econômicos imediatos Era necessária uma aparência humanitária que ocultasse a violência da ação colonizadora, transformando-a em “missão civilizadora“ AULA 5 Surge o princípio do Darwinismo social A "civilização" era oferecida, mesmo contra a vontade dos dominados, como forma de "elevar" essas nações do seu estado primitivo a um nível mais desenvolvido Tal argumento baseava-se no princípio inquestionável de que o mais alto grau de civilização a que um povo poderia chegar seria o já alcançado pelos europeus — a sociedade capitalista industrial do século XIX AULA 5 Darwinismo social É o princípio a partir do qual as sociedades se modificam e se desenvolvem de forma semelhante, segundo um mesmo modelo e que tais transformações representariam sempre a passagem de um estágio inferior para outro superior, em que o organismo social se mostraria mais evoluído, mais adaptado e mais complexo. Isto garantiria a sobrevivência de sociedades e indivíduos mais fortes e mais evoluídos. AULA 5 Apropriação de conceitos O darwinismo social justificava algumas expressões LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA SOBREVIVÊNCIA DO MAIS CAPAZ Apoiava e justificava o individualismo liberal e o lugar ocupado pelos bem sucedidos nos negócios AULA 5 Lei do mais forte As sociedades foram divididas entre RAÇAS SUPERIORES e RAÇAS INFERIORES, onde os mais fortes dominariam os mais fracos AULA 5 O positivismo Augusto Comte AULA 5 Augusto Comte Nasceu em Montpellier, França, de uma família católica e monarquista Devotou seus estudos à filosofia positivista, considerada por ele uma religião da qual era pregador Sobre as ciências, distinguia as abstratas das concretas e considerava a mais abstrata e profunda, a sociologia que estudou em várias obras publicadas AULA 5 Positivismo O positivismo de forma pioneira, sistematizou o pensamento sociológico. Foi ele o primeiro a definir precisamente o objeto,a estabelecer conceitos e uma metodologia de investigação Definiu a especificidade do estudo científico da sociedade. Conseguiu distingui-lo de outras áreas do conhecimento, instituindo um espaço próprio à ciência da sociedade. AULA 5 Positivismo O nome "positivismo" tem sua origem no adjetivo "positivo", que significa certo, seguro, definitivo. Como escola filosófica, derivou do "cientificismo", isto é, da crença no poder dominante e absoluto da razão humana em conhecer a realidade e traduzi-la sob a forma de leis que seriam a base da regulamentação da vida do homem, da natureza e do próprio universo. Com esse conhecimento pretendia-se substituir as explicações teológicas, filosóficas e de senso comum por meio das quais — até então — o homem explicara a realidade e sua participação nela. AULA 5 Dois movimentos vitais da sociedade segundo o pensamento positivista Dinâmico representava a passagem para formas mais complexas de existência a industrialização, por exemplo Estático Responsável pela preservação dos elementos permanentes de toda organização social As instituições que mantêm a coesão e garantem o funcionamento da sociedade, como, por exemplo, família, religião, propriedade, linguagem, direito, seriam responsáveis pelo movimento estático AULA 5 Comte avaliava esses dois movimentos vitais privilegiando o estático em detrimento do dinâmico ou a conservação em detrimento da mudança. Isso significava que, para ele, o progresso deveria aperfeiçoar os elementos da ordem e não ameaçá-los. AULA 5 A lei dos três estados de Comte Segundo a filosofia política de Comte existiam na história três estados: 1. teológico 2. Metafísico 3. Positivo: que representava o coroamento do progresso da humanidade 1. Teológico: o universo era explicado em termos de deuses, demônios e seres mitológicos 2. Metafísico: a realidade era explicada em termos de abstrações – essência, existência, substância. 3. Positivo: científico através de leis descobertas pela experimentação, observação ou lógica AULA 5 O legado do positivismo Apesar dos limites, interesses, ideologias e preconceitos dos estudos positivistas: ação política conservadora justificativa de relações desiguais entre sociedades O positivismo representou um esforço concreto de análise científica da sociedade 1. Através da visão de que a vida social era passível de estudo e compreensão e que o homem possuía — além de seu corpo e sentimentos — uma natureza social 2. A perspectiva que as emoções, os desejos e as formas de vida derivavam de contingências históricas e sociais AULA 5 Concluindo Sem perder a perspectiva crítica, é preciso entender o positivismo como responsável pelas primeiras formulações objetivas sobre a sociabilidade humana. Foram teorias que abriram as portas para uma nova concepção da realidade social com suas especificidades e regras.
Compartilhar