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Texto 5 Organizacao Politica administrativa do Estado Brasileiro

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Direito Constitucional
Texto 5 - Organização Política administrativa do Estado Brasileiro
A organização do Estado brasileiro é determinada pelo artigo 18 da Constituição Federal:
Artigo 18 – A organização política administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Essa definição da organização política administrativa permite compreender que o Brasil é um Estado do tipo Federal, denominado oficialmente República Federativa do Brasil e que é composto pela união indissolúvel dos estados, dos municípios e do Distrito Federal.
Os territórios federais integram a União e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem será regulada em lei complementar.
Cada um dos entes que compõem o Estado Federativo brasileiro se sujeita ao cumprimento das normas constitucionais, que prevê a competência específica de cada um deles. Além de competência específica atribuída pela Constituição Federal, os entes políticos terão também autonomia em relação uns aos outros, também nos termos do que está previsto na Constituição. Essa autonomia se expressa por várias formas, mas as mais importantes são a capacidade de eleger seu governo e seu parlamento, bem como a de arrecadar recursos e elaborar seus próprios orçamentos públicos, inclusive com verbas destinadas pela União Federal nas hipóteses expressamente previstas em lei.
A UNIÃO: 
A União é a entidade federal formada pela união das partes componentes, constituindo pessoa jurídica de Direito Público interno, autônoma em relação às unidades federais (ela é unidade federativa, mas não é unidade federada) e a que cabe exercer as prerrogativas de soberania do Estado brasileiro. 
Estado Federal, com o nome de República Federativa do Brasil, é o todo, ou seja, o complexo constituído da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dotado de personalidade jurídica de Direito Público internacional. 
A União tem, portanto, um papel interno e um papel externo. No âmbito interno ela é uma pessoa jurídica de direito público interno, que integra a Federação brasileira e é autônoma porque possui capacidade de auto‑organizacao, autogoverno, autolegislação e autoadministração. 
Em outras palavras, no plano interno, tem autonomia política, administrativa e financeira.
No plano internacional a União representa a República Federativa do Brasil e defende a soberania do país perante os demais países do mundo.
As competências exclusivas da União estão determinadas pela Constituição Federal no artigo 21 e as competências comuns à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios estão determinadas no artigo 23.
Essas competências não são legislativas, são para ações de gestão que deverão ser adotadas com exclusividade pela União no caso do artigo 21 e em comum com os estados, Distrito Federal e municípios nos casos do artigo 23.
O rol de competências exclusivas da União é extenso, mas entre as principais se destacam:
Manter relações com estados estrangeiros e participar de organizações internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU), ou como a Organização dos Estados Americanos (OEA).
Declarar guerra e celebrar a paz.
Assegurar a defesa nacional.
Decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal.
Emitir moeda.
Administrar as reservas cambiais do país e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada.
Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais.
Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) Os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens.
b) Os serviços de instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos.
c) A navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária.
d) Os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou territórios.
e) Os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros.
f) Os portos marítimos, fluviais e lacustres.
Organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos territórios.
Conceder anistia.
Planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações.
Instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos.
De acordo com o artigo 23 da Constituição Federal, a União tem competência comum que deverá ser exercida juntamente com os estados, o Distrito Federal e os municípios para ações de gestão relativas às seguintes ações:
Zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público.
Cuidar da saúde e da assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência.
Proteger os documentos, as obras e os outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos.
Impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e outros bens de valor histórico, artístico e cultural.
Proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência.
Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas.
Preservar as florestas, a fauna e a flora.
Fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar.
Promover programas de construção de moradias e melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.
Combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos.
Registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios.
Estabelecer e implantar políticas de educação para a segurança do trânsito.
De acordo com o artigo 22 da Constituição Federal, a União tem competência legislativa privativa sobre algumas matérias. Entre as mais relevantes se destacam:
Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.
Águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão.
Sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais, nomeação de diretores do Banco Central.
Diretrizes da política nacional de transportes.
Nacionalidade, cidadania e naturalização.
Populações indígenas.
Organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões.
Sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular.
Seguridade social.
Diretrizes e bases da educação nacional.
E o artigo 24 da Constituição Federal explicita as matérias para as quais a União tem competência legislativa concorrente:
Direito tributário, financeiro, econômico e urbanístico.
Orçamentos.
Junta comerciais.
Produção e consumo.
Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição.
Proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico.
Responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
Educação, cultura, ensino e desporto.
Previdência social, proteção e defesa da saúde.
Assistência jurídica e defensoria pública.
Proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência.
Proteção à infância e à juventude.
Organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
OS ESTADOS FEDERADOS:
Os principais aspectosconstitucionais sobre os Estados federados, Estados‑membros ou Estados federativos estão tratados nos artigos 25 a 28 da Constituição Federal brasileira.
Aos Estados são reservadas as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição Federal. Em outras palavras, o que não for proibido é permitido.
A Constituição Federal assegura aos Estados‑membros a capacidade de auto‑organização, de autolegislação, de autogoverno e de autoadministração.
Eles podem organizar sua administração e governo sem precisar recorrer à União, por isso deverão ter sua própria Constituição Estadual, para tratar dos temas que a Constituição Federal os legitimou para legislar, sempre respeitados os limites fixados por ela.
Os estados federativos também poderão organizar seu Legislativo e seu Judiciário. O Poder Legislativo será exercido pela Assembleia Legislativa composta por deputados estaduais, eleitos pelo sistema proporcional, ou seja, o número de deputados corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara Federal e, atingido o número 36, será acrescido de tantos quantos forem os deputados federais acima do número de 12.
O mandato dos deputados estaduais será de quatro anos.
Os estados da Federação poderão criar por meio de lei complementar regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios que façam limite uns com os outros, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
OS MUNICÍPIOS:
São entes federativos com autonomia política, normativa, administrativa e financeira. Por isso, podem organizar seu governo, têm capacidade para elaborar suas leis, realizam a organização dos serviços locais e criam e arrecadam tributos para custear as despesas públicas municipais.
A lei mais importante do município é denominada de lei orgânica do município e deverá ser votada em dois turnos pela Câmara Municipal e atender aos preceitos determinados pela Constituição Federal e pela Constituição do Estado Federativo a que pertence o Município, conforme disposto no artigo 29 da Constituição brasileira de 1988.
A lei orgânica é uma espécie de constituição municipal e, de acordo com a Constituição Federal, ela deverá tratar, principalmente:
Da eleição e da posse do Prefeito.
Dos casos de perda de mandato do Prefeito.
Da constituição da Câmara Municipal.
Organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal.
Inviolabilidade dos vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município.
Do valor dos subsídios mensais do Prefeito e do Vice‑Prefeito.
Do valor dos subsídios mensais dos vereadores.
Cooperação das associações representativas no planejamento municipal.
Da iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, por meio de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; perda do mandato do Prefeito.
Compete ainda aos municípios:
Legislar sobre assuntos de interesse local.
Suplementar a legislação federal e a estadual no que couber.
Instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei.
Criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual.
Organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial.
Manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental.
Prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população.
Promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
Promover a proteção do patrimônio historico‑cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
O Prefeito, o Vice-Prefeito e os vereadores serão eleitos para mandato de quatro anos, por meio de pleito direito e realizado em todo o país de forma simultânea.
Com o apoio técnico e financeiro da União e do Estado, o Município deverá:
Prestar serviço de saúde para a população.
Planejar o ordenamento territorial e controlar o uso do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
Promover a proteção do patrimônio historico‑cultural local, respeitada a legislação federal e estadual.
Para essas e outras funções de sua responsabilidade, o Município terá um corpo técnico com funcionários e servidores municipais e um corpo político, com secretários indicados pelo Prefeito para as diversas áreas de atuação: administração, finanças, saúde, educação, cultura e esportes, segurança pública, transportes, entre outras.
O DISTRITO FEDERAL:
O Distrito Federal está regulado no artigo 32 da Constituição Federal.
Tem algumas competências legislativas e tributárias, porem não se equipara aos municípios e aos estados federativos. O Distrito Federal não está dividido em municípios e nem pode faze‑lo.
Ele é regido por Lei Orgânica e não por Constituição, conforme determina o artigo 32 da Constituição Federal brasileira.
Tem capacidade de autogoverno porque pode organizar sua representação política (governador do Distrito Federal, Vice‑Governador e deputados distritais); tem capacidade de autoadministração porque organiza seu corpo de funcionários públicos e secretários de governo; tem capacidade de legislar nos limites do que determina a Constituição Federal e tem capacidade de criar e arrecadar tributos para custear seu orçamento público.
Atualmente, no Brasil, temos apenas o Distrito Federal, onde está localizada Brasília, que é a capital da República Federativa do Brasil.
OS TERRITÓRIOS.
Não são dotados de autonomia política, administrativa, financeira ou legislativa. São apenas uma unidade descentralizada da própria União Federal.
Os territórios integram a União e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar, conforme dispõe o artigo 18 da Constituição Federal brasileira.
No momento, não existe nenhum território no Brasil, porque Fernando de Noronha foi reintegrado ao Estado do Pernambuco.

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