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100.Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado

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100 
EXERCÍCIO FUNCIONAL 
ILEGALMENTE ANTECIPADO OU 
PROLONGADO 
____________________________ 
 
100.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS 
DO CRIME 
O tipo penal está no art. 324: 
“entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou 
continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi 
exonerado, removido, substituído ou suspenso”. 
A pena: detenção, de 15 dias a um mês, ou multa. 
A norma protege a normalidade das atividades da Administração Pública, contra o 
exercício irregular das funções públicas. 
Sujeito ativo é o funcionário público. Sujeito passivo é o Estado. 
 
100.2 TIPICIDADE 
100.2.1 Conduta e elementos do tipo 
São duas as condutas típicas. 
A primeira é entrar o funcionário no exercício de função pública antes da realização 
das exigências contidas em normas legais. O agente, nomeado para determinado cargo 
público, passa a exercê-lo sem que sejam, previamente, cumpridas todas as condições 
previstas em lei. 
É norma em branco, que será complementada pelas contidas nos dispositivos que 
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles 
 
regem o exercício dos cargos públicos. A Lei nº 8.112/90, que dispõe sobre o regime 
jurídico dos servidores públicos civis da União, contém preceitos que devem ser 
observados. Tratando-se de funcionários estaduais ou municipais, deve o intérprete 
socorrer-se das leis locais para completar o preceito penal. Requisito indispensável, em 
todos os níveis da Administração, é a posse no cargo, mas há outros, como exames 
médicos, inclusive psicológicos. 
Entrar no exercício de função pública é praticar ato de ofício que corresponda ao 
cargo. Assim, realiza o tipo o funcionário público que praticar ato de ofício correspondente 
ao cargo para o qual foi nomeado antes de ser empossado ou de cumprir qualquer outra 
exigência legal. É o exercício funcional ilegalmente antecipado. 
A segunda forma típica consiste em o funcionário que tenha sido exonerado, 
substituído, suspenso ou removido continuar a exercer a função pública, isto é, praticar 
atos de ofício inerentes ao cargo que ocupava, depois de ter sido dele exonerado, suspenso 
ou removido. O fato será atípico se o funcionário substituído, suspenso ou removido vier a 
ser autorizado, por superior hierárquico competente, a permanecer no exercício do cargo, 
em face do elemento normativo contido no tipo “sem autorização”, a qual, é óbvio, não 
pode se dar quando se tratar de funcionário exonerado. 
Este é o chamado exercício funcional ilegalmente prolongado. 
Indispensável, nas duas modalidades típicas, que o sujeito realize uma conduta 
positiva, praticando pelo menos um ato de ofício. 
O crime é doloso. Na primeira modalidade a consciência do agente deve alcançar as 
normas legais que contenham as exigências necessárias para o início do exercício da 
função e atuar com vontade livre, sem qualquer outra finalidade. 
No exercício funcional ilegalmente prolongado o funcionário deve ter consciência 
de que foi exonerado, substituído, suspenso ou removido, bem assim de que não está 
autorizado a continuar no exercício, atuando, igualmente, com vontade livre. 
Se não sabe das exigências legais ou de que foi afastado do cargo, não cometerá o 
crime, por exclusão do dolo decorrente de erro de tipo. 
 
100.2.2 Consumação e tentativa 
Consuma-se o crime com a prática de um único ato de ofício antes de satisfeitas as 
Exercício Funcional Ilegalmente Antecipado ou Prolongado - 3 
 
exigências legais, ou depois de saber que fora exonerado, removido, substituído ou 
suspenso. A tentativa é possível. 
 
100.2.3 Aumento de pena 
Se o agente ocupará ou ocupa um cargo em comissão ou exercerá ou exerce função 
de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, de sociedade de economia 
mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público, a pena será aumentada 
de um terço (art. 327, § 2º). 
 
100.3 AÇÃO PENAL 
A ação penal é de iniciativa pública incondicionada, competente o juizado especial 
criminal, possível a suspensão condicional do processo penal.

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