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131.Evasão mediante violência contra a pessoa

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131 
EVASÃO MEDIANTE VIOLÊNCIA 
CONTRA A PESSOA 
_____________________________ 
 
131.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS 
DO CRIME 
O tipo penal está no art. 352: “evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo 
submetido à medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa”. A 
pena é detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência. 
O bem jurídico protegido é a administração da justiça, o interesse estatal no 
cumprimento integral e regular das prisões e medidas de segurança detentivas. 
Sujeito ativo é apenas a pessoa que esteja presa ou submetida à medida de 
segurança detentiva. É crime próprio, portanto. 
Sujeito passivo é o Estado e também a pessoa que sofre a violência. 
 
131.2 TIPICIDADE 
131.2.1 Conduta e elementos do tipo 
Evadir-se é libertar-se, é fugir, é escapar da prisão ou do estabelecimento onde se 
executa medida de segurança detentiva ou do poder de quem o conduz preso ou detido. É 
livrar-se do poder de outrem. 
É necessário que o preso ou o internado evada-se ou tente fazê-lo, usando de 
violência contra a pessoa. A tentativa é equiparada à própria evasão, punida, portanto, 
como delito autônomo. A fuga pura e simples não é fato típico. 
Só há fuga ou tentativa de fuga criminosa quando, para obtê-la, o agente emprega 
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles 
 
violência física contra uma pessoa, qualquer pessoa, o carcereiro, policial ou qualquer 
outra, inclusive outro preso ou internado. Da violência pode ou não resultar lesão corporal. 
A grave ameaça não torna a fuga ou a tentativa fato típico. Nem a fraude. 
Só há delito se a prisão ou internação for legal, determinada e executada com 
observância das normas legais, materiais e formais. Fuga de prisão ilícita é direito do 
indivíduo. A violência empregada contra a coisa não caracteriza o crime. 
É necessário que o agente atue com dolo, com consciência da legalidade da prisão 
ou da internação da qual se evade ou tenta fazê-lo, agindo com vontade livre de empregar a 
violência contra a pessoa. Se o agente imagina ilícita a custódia, o fato é atípico. Se a 
violência resulta de culpa, igualmente. 
 
131.2.2 Consumação e tentativa 
Consuma-se o crime com a efetiva fuga ou com a simples tentativa, desde que haja 
emprego de violência, em qualquer das hipóteses. É que o tipo contém o verbo tentar, daí 
que a tentativa é delito autônomo. 
Não há, portanto, tentativa de realização do tipo, porquanto ela está inserida no 
próprio tipo. 
O agente responderá em concurso material com o crime contra a pessoa – lesão 
corporal ou homicídio, consumado ou tentado – em razão da violência empregada. 
Simples vias de fato serão absorvidas. 
 
131.3 AÇÃO PENAL 
A ação penal é de iniciativa pública incondicionada, competente o juizado especial 
criminal, possível a suspensão condicional do processo penal.

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