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Historia da Fibra óptica no Brasil

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ANHANGUERA EDUCACIONAL 
CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE CAMPO GRANDE – UNIDADE II 
CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO, ENGENHARIA 
MECÂNICA E ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
 
 
 
DAVID ADILSON MARTINS DANIEL RA: 9092486031 
JULIANA DE OLIVEIRA ANDREANI RA:9336640285 
LUCIO ALVES MARTINS RA:2476291502 
LUIZ 
MARCELO ALVES NAMBA RA: 2473287068 
REINALDO ABREU DE ANDRADE RA: 2460234888 
 
 
 
 
 FIBRAS ÓPTICAS: História no Brasil e Aplicações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPO GRANDE – MS 
2016 
DAVID ADILSON MARTINS DANIEL RA: 9092486031 
JULIANA DE OLIVEIRA ANDREANI RA:9336640285 
LUCIO ALVES MARTINS RA:2476291502 
LUIZ 
MARCELO ALVES NAMBA RA: 2473287068 
REINALDO ABREU DE ANDRADE RA: 2460234888 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIBRAS ÓPTICAS: História no Brasil e Aplicações. 
 
 
Trabalho apresentado para obtenção de nota 
integral da disciplina de Engenharia e Profissão, 
1° semestre, dos cursos de Engenharia de 
Controle e Automação, Engenharia Mecânica e 
Engenharia de Produção, do Centro Universitário 
Anhanguera de Campo Grande, unidade II, sob 
a orientação do Prof. Especialista Djair Mansilha. 
 
 
 
 
 
CAMPO GRANDE – MS 
2016 
RESUMO 
 Pode dizer-se que a cada dia que passa a quantidade de informação que se 
encontra na rede das redes é maior ou igual que o número de pessoas que se 
conectam, e cada vez mais os usuários desejam ter serviços que necessitam uma 
maior velocidade de transferência de dados, como conversações de voz e vídeo, 
fazer download’s de grandes arquivos, etc. Assim, terá sido necessária a criação de 
um novo meio para a transmissão de informação, capaz de transferir dados de uma 
maneira mais eficaz, rápida e acessível para um grande número de pessoas. Este 
meio é a Fibra Óptica. 
 O cabo de fibra óptica é uma tecnologia que utiliza um filamento de vidro 
transparente e com alto grau de pureza como meio físico. Seu diâmetro é tão fino 
quanto um fio de cabelo humano e permite carregar milhares de informações digitais 
sem perdas significativas ao longo de grandes distâncias. 
 Ao redor do filamento existem outras substâncias de menor índice de 
refração, que fazem com que os raios sejam refletidos internamente, minimizando 
assim as perdas de transmissão. Os sistemas de comunicações baseados em cabo 
de fibra óptica utilizam dispositivos emissores de luz (LEDS) ou lasers. Além disso, 
as fibras ópticas são imunes a ruídos e interferências eletromagnéticas pois são 
feitas de materiais dielétricos e consequentemente não transmitem pulsos elétricos. 
 Essa tecnologia permite altíssimas taxas de transmissão, na ordem de Gbps 
(bilhões de bits por segundo), porém para que haja o tráfego de dados e a taxa de 
transmissão no meio físico de fibra óptica são necessários equipamentos 
denominados conversores de mídias. 
 O Cabeamento óptico oferece alta qualidade e grande variedade de 
protocolos compatíveis. No padrão Ethernet, o mais popular a tecnologia óptica 
oferece desempenho melhor em grandes distâncias e para elevadas taxas de 
transmissão, superando a do tradicional cabeamento metálico. A instalação em 
redes locais segue os mesmos requisitos das normas para edifícios comerciais, Data 
Centers ou residências. 
 Ao contrário do que se costuma pensar, o cabo de fibra óptica é bastante 
flexível e pode ser passado dentro de diversos tipos de conduítes, sem problemas. 
 Onde um cabo coaxial passa, pode ter certeza que um cabo de fibra óptica 
também vai passar. Não é necessário em absoluto que os cabos fiquem em linha 
reta, e devido às camadas de proteção, os cabos de fibra também apresentam uma 
boa resistência mecânica. 
 
 
Palavras Chaves: fibra, óptica, cabeamento, tecnologia. 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 05 
2 OBJETIVOS.......................................................................................... 07 
3 METODOLOGIA.................................................................................... 08 
4 DESENVOLVIMENTO........................................................................... 09 
4.1 História no Brasil................................................................................. 09 
4.2 Fibra Óptica.......................................................................................... 12 
4.3 Fabricação de Fibra Óptica................................................................. 12 
4.4 Partes da Fibra Óptica......................................................................... 14 
4.5 Tipos de Fibra Óptica.......................................................................... 14 
4.6 Dispositivos Ópticos de Recepção e Transmissão.......................... 15 
4.6.1 Fontes Luminosas.................................................................................. 15 
4.6.2 Receptores Luminosos.......................................................................... 17 
4.7 Vantagens e desvantagens na utilização de Fibras Ópticas........... 18 
4.7.1 Vantagens.............................................................................................. 18 
4.7.2 Desvantagens........................................................................................ 19 
4.8 Aplicações............................................................................................ 20 
4.8.1 Rede Telefônicas................................................................................... 20 
4.8.2 Rede Digital de Serviços Integrados...................................................... 20 
4.8.3 Cabos Submarinos................................................................................ 20 
4.8.4 Televisão Por Cabo............................................................................... 22 
4.8.5 Sensores................................................................................................ 22 
4.8.6 Automobilística....................................................................................... 23 
4.8.7 Industria................................................................................................. 23 
4.8.8 Medicina................................................................................................. 23 
4.8.9 Fins Militares.......................................................................................... 24 
 CONCLUSÃO........................................................................................ 28 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................... 29 
 
 
 
 
 
5 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 Com a evolução da tecnologia, os tradicionais cabos metálicos foram 
substituídos por cabos de fibra óptica. A fibra óptica é um filamento de vidro, que 
também pode ser de material produzido com polímero, que tem alta capacidade de 
transmitir os raios de luz. Ela foi inventada pelo físico indiano Narinder Singh 
Kapany. 
 O funcionamento desses cabos ocorre de forma bem simples. Cada filamento 
que constitui o cabo de fibra óptica é basicamente formado por um núcleo central de 
vidro, por onde ocorre a transmissão da luz, que possui alto índice de refração e de 
uma casca envolvente, também feita de vidro, porém com índice de refração menor 
em relação ao núcleo. A transmissão da luz pela fibra óptica segue o princípio da 
reflexão. Em uma das extremidades do cabo óptico é lançado um feixe de luz que, 
pelas características ópticas da fibra, percorre todo o cabo por meio de sucessivas 
reflexões até chegar ao seu destino final. 
 Reflexão é quando a luz, propagando-se em um determinado meio, atinge 
uma superfície e retorna para o meio que estavase propagando. 
 Os feixes de luz que penetram no cabo óptico sofrem várias reflexões na 
superfície de separação entre os dois vidros que o formam e dessa maneira a luz 
caminha, podendo percorrer vários quilômetros de distância, uma vez que a energia 
nas reflexões não é calculável. Utilizadas como meio para transmissão de ondas 
eletromagnéticas, como a luz, por exemplo, elas são feitas em vidro porque esse 
material absorve menos essas ondas. 
 A transmissão de informações pela fibra óptica ocorre através de um aparelho 
especial que possui um fotoemissor que faz a conversão da luz em sinais elétricos. 
 A luz que é refletida no interior do cabo óptico pode ser transformada em sinal 
elétrico, sonoro ou até mesmo luminoso, dependendo da informação que é 
transmitida. As fibras ópticas são utilizadas principalmente nas telecomunicações, 
pois apresentam várias vantagens em relação ao uso dos antigos cabos metálicos, 
tais como: 
 Tem maior capacidade para transportar informações; 
 A matéria prima para sua fabricação, a sílica, é muito mais abundante que os metais 
e possui baixo custo de produção; 
6 
 
 Não sofrem com as interferências elétricas nem magnéticas, além de dificultar um 
possível grampeamento; 
 A comunicação é mais confiável, pois são imunes a falhas; 
 Ao contrário dos fios metálicos, os fios de vidro não enferrujam, não oxidam e não 
sofrem com a ação de agentes químicos. 
 
 
 
 
 
7 
 
2 OBJETIVO 
 
 Temos como objetivo esclarecer e apresentar essa tecnologia de grande 
utilidade, constantemente utilizada por todos, porém desconhecida de muitos. 
 Durante as pesquisas descobrimos que o Brasil teve notável participação no 
desenvolvimento das fibras ópticas e das fontes luminosas (fotoemissores) e dos 
receptores luminosos (fotodetectores). 
 
8 
 
3 METODOLOGIA 
 
Foi utilizado como material de pesquisa, artigos científicos e sites específicos 
do assunto, este trabalho permitiu informações acerca das fibras ópticas de forma 
simplificada, para que a mesma possa ser cada vez mais conhecida, compreendida 
e estudada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
4 DESENVOLVIMENTO 
 
4.1 HISTÓRIA NO BRASIL 
 
 Esperar horas até a telefonista completar a ligação interurbana ou o dia todo 
pela chamada internacional é uma situação absurda para os dias hoje. Mas era 
assim. O puxamento na Unicamp da primeira fibra óptica brasileira, em abril de 
1977, simbolizou o sucesso de um grande projeto para a modernização das 
telecomunicações no país, colocado em execução anos antes numa parceria entre 
governo, universidade e empresas nacionais. 
 Essa história, em seus primórdios, registra propícias coincidências. Na 
década de 1960, avançavam no mundo as pesquisas em óptica e fotônica, 
buscando-se uma tecnologia alternativa para otimizar os sistemas de comunicação. 
 Até que em 1970, a fibra óptica, que permitia a transmissão de dados por 
sinais luminosos, seria eleita para substituir os fios de cobre e as redes de 
microondas. Durante o mesmo período, no Brasil, o governo militar definia o setor de 
telecomunicações como estratégico para a integração e o desenvolvimento nacional, 
criando instrumentos para modernizá-lo e controlá-lo. 
 Em 1965, criou a Embratel para realizar a conexão entre as regiões do país e 
um fundo destinando 30% do valor das contas telefônicas para a política tecnológica 
e industrial do setor. 
 Em 1966, Zeferino Vaz fundava a Unicamp, com a clara opção pela pesquisa 
aplicada como contribuição ao desenvolvimento industrial. Para o Instituto de Física, 
o reitor recrutou pesquisadores brasileiros que atuavam em pesquisas de ponta no 
exterior, como Rogério Cerqueira Leite nos Estados Unidos. 3 
 Foi nos EUA, em 70, que os cientistas venceram as duas barreiras para a 
utilização da fibra óptica: a grande perda de luz na transmissão e o excessivo calor 
que os lasers geravam. Na empresa Corning, eles conseguiram produzir a primeira 
fibra com perda de luz suficientemente baixa para uso na comunicação. E nos 
Laboratórios Bell, da AT&T, chegaram a um laser que podia ser operado em 
temperatura ambiente. No grupo que chegou ao laser estava o pós-doutorando José 
Ellis Ripper Filho, que em 1971 seria convidado por Zeferino para estruturar o 
primeiro Departamento de Física Aplicada do Brasil. 
10 
 
 No mesmo ano, juntamente com o indiano Navin Patel, formou o grupo de 
pesquisa de lasers e semicondutores. 
 Em novembro de 1972, o governo criou a Telebrás, com atribuições de 
planejar, implantar e operar o sistema nacional de comunicações. O órgão assumiu 
o controle da Embratel e das operadoras estaduais, num monopólio que permitiu a 
padronização da tecnologia para a comunicação entre cidades e estados. 
 A Telebrás planejava abrir um centro de desenvolvimento de tecnologia em 
telecomunicações, que depois se consolidaria na sigla CPqD. Ao saber da presença 
de pesquisadores na Unicamp, a holding optou por investir em grupos acadêmicos 
para a formação de profissionais capacitados, antes de construir um centro próprio. 
Foram assinados os três primeiros contratos com universidades. Um deles com a 
PUC do Rio de Janeiro, financiando um projeto de antenas. E dois com a Unicamp: 
para o Projeto de Transmissão Digital, coordenado pelo professor Rege 
Sacarabucci, da Faculdade de Engenharia Elétrica de Computação (FEEC); e para o 
Sistema de Comunicação por Laser, coordenado por José Ripper. Vindo da 
Universidade do Sul da Califórnia, o professor Sérgio Porto foi quem teve a idéia de 
propor à Telebrás um projeto de fibra óptica. 
 Com outro contrato, em 1974, a Unicamp ocupou-se dos dois componentes 
fundamentais das comunicações ópticas, o laser e a fibra. No grupo inicial formado 
por Sérgio Porto estavam o americano James Moore, o indiano Ramakant 
Srivastava, o holandês Eric Bochove e José Mauro Leal Costa, o primeiro brasileiro 
a ver uma fibra óptica, durante seu doutorado em fabricação de vidros de alta pureza 
na Universidade Católica da América. 
 O Grupo de Fibras Ópticas nasceu com o claro objetivo de desenvolver a 
tecnologia de fabricação da fibra e depois transferi-la para a indústria nacional. 
Instalou-se no prédio do Departamento de Eletrônica Quântica no início de 1976 e, 
no final do ano, já tinha três laboratórios montados. 
 O grupo enfrentou inúmeras dificuldades, principalmente a burocracia na 
importação de equipamentos, chegando a construir no próprio instituto aqueles mais 
difíceis de adquirir. Comprava-se, por exemplo, motor de limpador de pára-brisas 
para fazer dele um motor de corrente contínua.4 
 O contrato com a Telebrás previa também o desenvolvimento de uma 
máquina de puxamento de fibra óptica. A primeira fibra brasileira foi puxada numa 
torre de dois metros de altura, em abril de 1977. 
11 
 
 Quando o governo decidiu implantar efetivamente o CPqD, em 1976, mais 
uma vez funcionou a capacidade persuasiva de Zeferino Vaz, que convenceu o 
presidente da Telebrás a construir o centro em Campinas. O CPqD funcionou 
provisoriamente em outros pontos da cidade, até ser erguido o prédio atual próximo 
à Unicamp. A transferência de tecnologia, de pessoal e de equipamentos para o 
CPqD começou já depois do puxamento da fibra, seguindo o outro passo projeto: o 
desenvolvimento da tecnologia de fabricação que seria oferecida à indústria. O 
Grupo de Fibras Ópticas se dividiu, com Leal Costa passando a liderar a equipe no 
CPqD. 
 Na Unicamp, o professor Ramakant Srivastava assumiu a coordenação das 
pesquisas de pontae da formação técnica e científica de pessoal. Um novo contrato 
da Universidade com a Telebrás, no valor de US$ 1 milhão, envolvia agora um 
sistema de comunicações ópticas. 
 Num barracão perto da rodovia D. Pedro I, o grupo do CPqD montou um 
sistema de puxamento de fibra usando uma fonte de calor acima dos 2.000ºC. E ali 
desenvolveu uma fibra óptica específica para um equipamento de conversão de 
corrente elétrica na usina de Itaipu, a pedido da X-Tal, estatal fabricante de 
osciladores de quartzo. A “fibra de Itaipu” acabou rejeitada pela multinacional sueca 
que implantou o equipamento da hidrelétrica, mas propiciou a primeira experiência 
de transferência tecnológica do CPqD para a indústria, já que a própria X-Tal acabou 
montando uma unidade que serviu como semente na produção de fibras ópticas 
para telecomunicações. 
 Os pesquisadores do CPqD dedicaram o ano de 1981 a uma fibra para as 
comunicações e de um cabo óptico para protegê-la, cuidando de detalhes como a 
tecnologia para ligar uma fibra a outra sem prejudicar a transmissão. Ao mesmo 
tempo projetava-se um terminal de linha óptica para interligar centrais telefônicas em 
centros metropolitanos. Em 1982, duas Kombis lotadas de fibras, equipamentos e de 
pesquisadores chegaram a Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, onde foi implantado o 
primeiro enlace de comunicações ópticas (ECO-I) de rua no Brasil, por 4 km até 
Cidade de Deus. Era hora de passar para outra fase da história, a transferência da 
tecnologia ao setor privado. 
 A tecnologia dos equipamentos foi transferida para as empresas Elebra, NEC 
e GTE. No caso da fibra óptica, havia seis concorrentes. O Grupo ABC, que havia 
comprado a X-Tal, venceu a peleja e assegurou reserva de mercado por cinco anos. 
12 
 
Estabelecida em Campinas, a ABC X-Tal contratou pessoal do Grupo de Fibras 
Ópticas da Unicamp e do CPqD, assinando contrato de US$ 6 milhões com a 
Telebrás para produzir 2.000 km de fibra óptica em 12 meses. O primeiro lote de 500 
km foi entregue em agosto de 1984. 
 No mesmo ano, entrava em funcionamento o primeiro sistema não 
experimental de comunicações ópticas produzido integralmente no Brasil, ligando 
duas estações telefônicas de Uberlândia. Em 1985, a Telesp instalava seus 
primeiros 1,4 km de fibra óptica na cidade de São Paulo. 
 A partir dos anos 90, a Unicamp passou a realizar pesquisas em altas taxas e 
longas distâncias. Nenhum integrante da equipe de 1975 permaneceu na 
Universidade. Em 1996, o CPqD deixou as atividades de pesquisa e 
desenvolvimento de tecnologia de dispositivos e materiais. ABC X-Tal, Bracel, 
Avibrás, Pirelli e Sid fabricavam a maior parte dos 400.000 km/ano de fibras no país, 
para uma demanda de 1.000.000 km/ano. Somente em Campinas surgiram seis 
empresas “filhas” do projeto nacional – Padtec, Fotônica, AsGa, Optolink, Fiberwork 
e KomLux –, a maioria tendo à frente antigos pesquisadores. 
 
 
4.2 FIBRA ÓPTICA 
 
 Fibra óptica é um filamento de vidro ou de materiais poliméricos, composta 
basicamente de material dielétrico, com capacidade de transmitir luz (sílica ou 
plástico). Na composição entre a sua casca e o núcleo se encontra diferenças entre 
o índice de refração, sendo o do núcleo maior que o da casca, com a finalidade de 
oferecer condições de propagação da luz com reflexão total, ou seja, uma 
transmissão aparentemente sem perdas. Tal filamento pode apresentar diâmetros 
variáveis, dependendo da aplicação, indo desde diâmetros ínfimos, da ordem de 
micrômetros (mais finos que um fio de cabelo) até vários milímetros. (WIRTH, 2002) 
 
4.3 FABRICAÇÃO DE FIBRA ÓPTICA 
 
 A fabricação destas fibras começa com largos tubos de vidro. O tubo de vidro 
é submerso em um ácido fluorídrico que remove qualquer resíduo do tubo. Logo, 
dois tubos destes são colocados no centro de um torno e, enquanto giram, são 
13 
 
aquecidos por uma chama de hidrogênio e oxigênio. Quando o vidro se torna 
branco, é que ele está atingindo a temperatura máxima. A 2000°C os tubos se 
fundem. 
 Um novo tubo mais largo é colocado no outro torno. Enquanto os tubos giram, 
é injetada uma mistura de gases químicos enquanto um aquecedor transversal 
esquenta o tubo. O gás líquido contém formas líquidas de silício e germânio, similar 
ao estanho e utilizado como semicondutor utilizado em transistores e outros 
componentes eletrônicos. Ao aquecer os gases, eles sofrem uma reação química 
que deixa um pó branco no interior do tubo de vidro. O calor funde o pó formando o 
que se tornará o núcleo da fibra óptica. O tubo de vidro será a capa que envolve a 
fibra. Quando há pó fundido o suficiente, 
aumenta-se o calor até que este pó acabe se 
convertendo em vidro. Em seguida, o tubo de 
vidro é aquecido junto com o vidro que está dentro 
dele, assim o calor intenso fará com que a capa 
do tubo e o interior dele se unem e formam uma 
vara sólida. A estrutura interna da fibra óptica, 
nesta altura, já está feita. Mas ainda é uma vara 
grande, a denominada vara pré-forma então o 
próximo passo é afinar o diâmetro até ele chegar 
a sua forma final. 
 Para isto, primeiramente a pré-forma é 
separada do tubo e colocada em uma estrutura 
vertical que chamamos de torre de puxamento. 
Nesta torre, a pré-forma fixada num alimentador 
que a introduz num forno com temperatura de 
aproximadamente 2000°C. 
 
Figura 1: Fabricação da Fibra Óptica 
 
 Então o material derrete e devido à gravidade, ele é todo empurrado para 
baixo, como mel caindo de uma colher. O material é esticado até se tornar apenas 
um capilar de vidro, a fibra óptica. . 
14 
 
 O diâmetro da fibra depende da velocidade de alimentação da pré-forma no 
forno e da velocidade de enrolamento da fibra, ambas controladas por computador. 
 Para que a fibra tenha o diâmetro correto, um medidor óptico de diâmetro que 
funciona a laser assegura que as fibras cheguem a um diâmetro de 125 
micrometros, o que é equivalente a cerca de um oitavo de um milímetro de 
espessura. Logo, a fibra passa entre lâmpadas ultravioletas que proporcionam uma 
capa acrílica em torno da fibra para protegê-la da poeira e outros contaminantes. 
 Finalmente, a fibra é enrolada em carretel para ser despachada para os 
clientes, ou já é colocada em um cabo. 
 
4.4 - PARTES DA FIBRA ÓPTICA 
 
 Uma fibra óptica possui as seguintes partes: 
 • Núcleo - minúsculo (18 milímetros², espessura de um fio de cabelo) centro 
 de vidro da fibra, no qual a luz viaja; 
 • Casca - material óptico externo que circunda o núcleo e reflete a luz de volta 
 para o mesmo; 
 • Capa protetora - revestimento plástico que protege a fibra de danos e 
 umidade. Dezenas dessas fibras ópticas são dispostas em feixes nos cabos 
 ópticos, que são protegidos pela cobertura externa do cabo, chamada 
 jaqueta. 
 
4.5 - TIPOS DE FIBRA ÓPTICA 
 
 A fibra óptica pode ser dividida através do meio de propagação do sinal. 
Quando um sinal se propaga através da fibra em várias direções simultâneas 
diferentes, características estas da Fibra Multímodo, agora quando se propaga em 
apenas uma direção tem-se a Fibra Monomodo. Quando comparamos uma fibra 
multímodo com uma fibra monomodo conclui-se que as mesmas têm vantagens e 
desvantagens na construção de um enlace. Uma Fibra Multímodo pode ser 
construída com tamanhos de núcleos de 50; 62,5; 82,5 ou 100 μm, e quando 
confeccionadas com plástico especial geralmente são da ordem de 1000 μm. 
 São usadas principalmente em LAN’s, pois tem um baixo custo e apresentam 
alto índice de refração quando comparadas com outras fibras confeccionadas para a 
15 
 
mesma situação e, também por ter o seu processo de fabricação maissimples, 
dependendo da dopagem realizada para se obter um melhor índice de refração, tem 
maior aproveitamento a curtas distâncias, porém com uma taxa de transmissão 
menor quando comparada com uma Fibra Monomodo. 
 As Fibras Monomodo possuem o diâmetro do seu núcleo da ordem de 3 a 8 
μm, muito menor se comparado com o núcleo de uma fibra multimodo, o que 
proporciona uma desvantagem no alinhamento dos núcleos nas emendas e 
conectores, que devido a este problema, precisam ser específicos aumentando o 
custo de implantação. Mas hoje a fibra Monomodo é a mais utilizada em enlaces 
intercontinentais, nacionais e metropolitanos, devido a sua baixa atenuação para 
longas distâncias e alta capacidade de transmissão de taxas elevadas, superiores a 
Gbit/s. 
 
Figura 2: Fibra Multimodo e Fibra Multimodo 
 
4.6 DISPOSITIVOS ÓPTICOS DE RECEPÇÃO E TRANSMISSÃO 
 
4.6.1 Fontes Luminosas 
 
 As fibras ópticas jamais teriam ganhado a ênfase que ganharam se não 
houvesse um desenvolvimento grande em paralelo das fontes luminosas 
(fotoemissores) e dos receptores luminosos (fotodetectores). Estes dispositivos são 
ambos feitos com materiais semicondutores, tendo suas características dadas por 
tais compostos. 
16 
 
 As fontes devem possuir potência de emissão luz que permita a transmissão 
por longos espaços, variar o mínimo possível com as condições do meio e tornar 
viável o acoplamento da luz na fibra, através das lentes convergentes ou de outros 
métodos. 
 Para sistemas de transmissão por fibra óptica utiliza-se como fonte de luz um 
diodo LASER (Light Amplification by Estimulated Emission of Radiation) ou um diodo 
emissor de luz (LED). No caso de redes ópticas aonde o sinal irá se irradiar por 
quilômetros, o diodo LASER é o mais indicado, pois o mesmo possui um controle de 
irradiação por polarização DC. Sendo que a emissão de luz somente é iniciada 
quando uma corrente DC aplicada ao laser, atinja um limiar, o que permite que a sua 
potência luminosa seja superior ao LED, que não possui limiar e irradia qualquer 
corrente positiva que o atravessa. 
 Assim a presença de um “1” lógico eleva a corrente para além do limiar e faz 
o diodo laser emitir luz, e o “0” lógico mantém a corrente no limiar, não ocorrendo 
irradiação. A faixa de frequências (ou comprimentos de onda) mais utilizadas pelas 
comunicações ópticas se encontra nas regiões do infravermelho, luz visível e 
ultravioleta do espectro, visualizado na figura 3. 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Espectro eletromagnético 
 
 Na região da radiação infravermelha se encontra duas faixas de frequência 
nas quais o vidro é eficiente, que ocorre nos comprimentos de onda de 0,85 μm e na 
faixa entre 1,1 e 1,6 μm. Assim os dispositivos LASERS utilizam os comprimentos de 
onda 1310nm e 1550nm, em sua maioria Detalhe que é evidenciado na figura 4. 
 
Figura 4 - Janelas para transmissão pela fibra 
 
 
 
17 
 
4.6.2 Receptores Luminosos 
 
 A função dos fotodetectores é absorver a luz transmitida pela fibra e convertê-
la em corrente elétrica para processamento do receptor. O ideal é que os 
fotodetectores tivessem o maior alcance possível, operando nos menores níveis 
possíveis de potência óptica, e convertendo-a em eletricidade com o mínimo de 
erros e de ruído. 
 A conversão de luz em corrente é realizada utilizando a energia do fóton para 
retirar elétrons da camada de valência de um semicondutor (fotoionização), gerando 
portadores de carga e colocando-os em movimento, o que caracteriza a corrente. Há 
dois tipos básicos de fotodiodos, o fotodiodo p-i-n e o fotodiodo de avalanche 
(Avalanche photodiode ). O primeiro é um fotodiodo (diodo receptor de luz) comum 
que tem entre suas regiões P e N, uma região não dopada, chamada de região 
intrínseca, cujo objetivo é manter o campo elétrico na região constante. O segundo, 
por sua vez, é próximo ao p-i-n, mas gera campos elétricos mais fortes o que o torna 
mais sensível que o p-i-n e, ao mesmo tempo, aumenta o ruído captado. 
 A eficiência de um receptor mede-se verificando a razão entre o sinal e o 
ruído. Isso ocorre porque a potência óptica que é recebida pode chegar a nanowatts, 
o que torna necessária à amplificação do sinal. Assim, a eficiência de um 
fotodetector depende de sua capacidade de amplificar o sinal, sem gerar ruído novo 
nem amplificar os que vêm misturados com o sinal. 
 Os receptores luminosos estão sujeitos a diversos fatores de contaminação, 
dentre os quais a potência óptica de polarização, que pode ser tratada como uma 
radiação de fundo, e a corrente escura, que é a corrente gerada pela excitação 
térmica do receptor, sem que ele esteja recebendo luz, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Esquema de dispositivos ópticos de recepção e transmissão. 
18 
 
4.7 VANTAGENS E DESVANTAGENS 
 
4.7.1 Vantagens 
 
 As fibras óticas possuem diversas vantagens sobre os meios convencionais 
de comunicação, as quais são citadas a seguir: 
 
 Baixa atenuação – essa característica inerente a fibra óptica possibilita 
enlaces de maiores distancias, que exigem poucos repetidores ou 
regeneradores de sinal, representando uma diminuição dos investimentos no 
sistema, e de gastos com manutenção dos repetidores. A atenuação da fibra 
independe da frequência do sinal transmitido, o que não ocorre com os cabos 
convencionais. 
 Largura de Banda – A elevada largura de banda da fibra óptica permite 
futuras expansões do sistema, com maior capacidade de transmissão, 
superando em muito os sistemas de transmissão por cabos metálicos. A fibra 
óptica possui uma faixa de uso potencial da ordem de 1012Hz (1THz); 
 
Meio de 
Transmissão 
Taxa de (Mbps) 
Transmissão Canais de Voz 
Distância entre Repetidores 
(Km) 
Coaxial 
3,1 
6,3 
45 
90 
48 
96 
672 
1344 
1-2 
Fibra Óptica 
90 
180 
435 
565 
1700 
1344 
2688 
6048 
8064 
24192 
12-30 (multimodo) 
70-80 (monomodo) 
Figura 6 – capacidade de transmissão de canais telefônicos. 
 
 Imunidade a interferência eletromagnética – o material que constitui as 
fibras ópticas é dialético, assim, as fibras não são afetadas por campos 
eletromagnéticos próximos. Baseando-se nisto, a sua aplicação se torna 
19 
 
necessária em sistemas que podem sofrer degradações causadas por 
descargas elétricas e instalações elétricas de alta tensão, com a inserção de 
ruído no meio de transmissão; 
 Baixo peso – a fibra óptica pesa aproximadamente 30 g/Km e se 
compararmos com um cabo coaxial, o cabo óptico possui um peso dez vezes 
menos, o que viabiliza instalações em aviões e automóveis, onde peso é um 
importante parâmetro; 
 Pequena Dimensão – O diâmetro externo de uma fibra óptica é 125 μm, o 
que possibilita a fabricação de cabos ópticos compactos. Assim, os cabos 
ópticos se tornam atrativos para aplicações, onde o espaço é limitado, e onde 
deve-se fazer eficiente utilização do espaço disponível, como em aviões, 
submarinos e dutos cheios, propiciando também facilidade e rapidez de 
instalação; 
 Sigilo – A impossibilidade de se retirar ou colocar sinais ópticos ao longo da 
fibra sem prejudicar o sistema, torna-o altamente sigiloso e seguro; 
 Isolação Elétrica – Devido às fibras ópticas serem dielétricas, de vidro ou 
polímeros, isolam eletricamente os terminais de comunicação, eliminando o 
uso de dispositivos de proteção contra surtos (centelhadores), possibilitando 
sua utilização em áreas de atmosfera explosiva, por não produzirem 
faiscamentos. 
 
4.7.2 Desvantagens 
 
 Apesar das vantagens apresentadas anteriormente em relaçãoaos meios de 
comunicação convencionais, existem ainda alguns cuidados e desvantagens quanto 
a utilização das fibras ópticas que devem ser considerados. 
 Acoplamentos e Emenda – Existem alguns cuidados quanto a emenda e 
conexões das fibras ópticas que quando malfeitas, podem acarretar em perda 
de grande parte da potência óptica. Essas emendas entre fibras requerem 
equipamentos de grande precisão; 
 Derivações Limitadas – em sistemas com fibras ópticas, existem limitações 
quanto ao número de derivações passivas. Pois os componentes utilizados 
para este fim, atenuam o sinal consideravelmente; 
20 
 
 Fragilidade da Fibra – A fibra óptica quando manuseada sem proteção 
mecânica (revestimento) esta sujeita a quebra com mais facilidade que os 
cabos convencionais. 
 
4.8 APLICAÇÕES 
 
4.8.1 Rede telefónica 
 
 Uma das aplicações básicas onde as fibras ópticas foram utilizadas foi a rede 
telefónica. A fibra óptica, desenvolvendo sistemas de alta capacidade, era utilizada 
no chamado sistema tronco de telefonia, interligando centrais de tráfego interurbano, 
que podiam ter desde algumas dezenas e centenas de quilómetros. Elas traziam 
vantagens em tais projetos pois, graças à sua capacidade de percorrer grandes 
distâncias sem a necessidade de repetidores e à sua grande capacidade de 
transmissão de banda, reduziam significantemente os custos em relação aos demais 
cabos e materiais utilizados para os mesmos fins. Uma outra aplicação da fibra, 
ainda na telefonia, é na interligação de centrais telefónicas urbanas. Estas centrais 
não envolvem longas distâncias, mas as fibras ópticas entram como forte opção pois 
as redes subterrâneas estão geralmente congestionadas e porque sua grande 
banda passante é capaz de atender uma demanda crescente, representada pelo 
crescimento do número de usuários da rede. 
 
4.8.2 Rede digital de Serviços Integrados 
 
 As fibras ópticas são capazes de suportar os novos serviços de transmissão 
oferecidos pela rede digital de serviços integrados, graças à sua grande capacidade 
de transmissão. As fibras ainda não dominaram totalmente tal aplicação por conta 
de seu custo ainda alto, e por conta da dificuldade de realização de interfaces 
ópticas adequadas aos aparelhos telefónicos. 
 
 4.8.3 Cabos submarinos 
 
 Os cabos submarinos são parte integrante da rede internacional de 
telecomunicações, e são mais um exemplo no qual as fibras ópticas obtiveram 
21 
 
sucesso. Os cabos convencionais utilizam cabos coaxiais de alta qualidade, com 
grande diâmetro para diminuir a atenuação, mas requerem repetidores separados 
por distâncias de 5 a 10 km. Com as fibras ópticas, essa distância entre repetidores 
pode ser aumentada para mais de 100km, além de oferecer outras vantagens já 
conhecidas como a alta banda passante e facilidades operacionais devido a suas 
pequenas dimensões 
 O primeiro dos cabos ópticos submarino transatlântico, o TAT-8, entrou em 
operação em 1988, e elevou para 20000 circuitos de voz a capacidade de tráfego 
entre EUA e Europa graças à sua grande capacidade de transmissão e à tecnologia 
DWDM. 
 Desde então, foram instalados muitos outros cabos, criando uma forte rede de 
comunicações que interligam todos os 5 continentes, tendo cada cabo capacidade 
de transmissão da ordem de 5Tbps. Os cabos são utilizados para diferentes tarefas, 
como transmissão de dados, telefonia, televisão, etc. 
 Estima-se que atualmente a extensão de cabos de fibra óptica em uso no 
planeta seja de 300 milhões a 400 milhões de quilômetros. De modo comparativo, 
essa extensão seria ao menos cem vezes maior que a circunferência de 39.400 km 
do globo terrestre, conforme dados da agência TeleGeography8, empresa 
especializada em pesquisa de mercado, consultoria em assuntos referentes a 
telecomunicações, atuando desde 1969 como uma das maiores provedoras de 
dados referente a Internet e seus usos, sediada em Washington-DC, EUA. 
 Um recente levantamento feito pela mesma agencia identificou as ligações 
dos continentes feitas por fibra óptica através dos oceanos, conforme Figura 7. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7: Principais cabos submarinos em funcionamento 
 
4.8.4 Televisão por cabo 
 
 Os atrativos da fibra óptica para os sistemas de televisão por cabo são as já 
conhecidas grandes capacidades de transmissão e o seu alcance sem repetidores. 
Nos sistemas de televisão por cabo com cabos coaxiais, o espaçamento entre 
repetidores é da ordem de 1 km e o número de repetidores está limitado a 10 por 
conta do ruído e da distorção aos quais tais cabos estão submetidos. Portanto, as 
fibras ópticas superam economicamente e com a sua fiabilidade os cabos coaxiais 
banda-larga. 
 
4.8.5 Sensores 
 
 As fibras ópticas são utilizadas em sistemas sensores ou de instrumentação 
seja em aplicações industriais, médicas, automóveis e até militares. A ideia de 
utilizar a fibra óptica em tais ambientes vale-se de suas pequenas dimensões e da 
sua resistência à ambientes hostis. 
 
 
23 
 
4.8.6 Na Automobilística 
 
 Na automobilística, as aplicações das fibras vão desde o controle do motor e 
da transmissão até os acessórios secundários (controlo de janelas e portas, 
aquecimento e refrigeração de ar, entre outros). As vantagens da fibra de ser imune 
às interferências, ter dimensões pequenas e isolamento eléctrico, auxiliaram para 
que ela conquistasse mais este tipo de aplicações. 
 
4.8.7 Na Indústria 
 
 Na indústria, as fibras ópticas são utilizadas principalmente em sistemas de 
telemetria, graças à resistência da fibra a diferentes condições de temperatura, 
pressão, e outros, e supervisão de controlo de processos. 
 
 4.8.8 Na Medicina 
 
 O uso de fibras ópticas em aplicações médicas tem evoluído bastante desde 
as aplicações pioneiras do Fiberscope, onde um feixe de fibras de vidro servia 
basicamente para iluminar e observar órgão no interior do corpo humano. Hoje em 
dia, tem-se uma variedade de aplicações de sistemas sensores com fibras ópticas 
em diagnóstico e cirurgia. Inseridos através de cateteres ou subcutaneamente, 
sensores de fibras ópticas miniaturizados permitem monitorar funções biológicas 
internas dos pacientes. Estes sensores, que podem permanecer aplicados no 
paciente durante um longo tempo, permitem testar e acompanhar processos 
biológicos em tempo real, de vital importância, por exemplo, em cirurgias. Dentre os 
sistemas sensores com fibras ópticas em aplicações médicas podem ser destacados 
os seguintes: 
 Sensores de temperatura: têm sido utilizados, por exemplo, em terapia 
hipertérmica radiológica de tumores cancerígenos, onde as qualidades de 
imunidade electromagnética das fibras ópticas são únicas, face à radiação de 
microondas da fonte de calor utilizada. A faixa de atuação típica dos sensores 
de temperatura para aplicações médicas é de 0 a 100ºC e com precisão de 
0,01ºC; 
24 
 
 Sensores de pressão: utilizados para monitorar a pressão intracraniana, 
cardiovascular, uretral ou retal. A faixa de atuação é de 0 a 300mm de 
mercúrio com precisão de 0,5%; 
 Sensores magnéticos: permitem obter o mapeamento dos campos 
magnéticos gerados pelo cérebro, útil no tratamento de ataques de epilepsia; 
 Sensores de pH: utilizados para monitorar o nível de oxigénio do sangue, 
permitindo, por exemplo, acompanhar o comportamento de feto numa cirurgia 
cesariana. Atua tipicamente numa faixa de pH entre 7 e 7,4 com precisão de 
0,001, sendo que o nível de asfixia é indicado por pH 7,2. 
 Sensores devazão: utilizados para monitorar a vazão sanguínea em 
aspersões para diagnósticos em cirurgias vasculares ou plásticas, para 
monitorar o sistema de circulação ou para avaliar grau de queimaduras com 
precisão e presteza. 
 Além dos sensores acima descritos, as fibras ópticas têm sido utilizadas como 
instrumentos cirúrgicos (cateteres), por exemplo, monitorizando e controlando com 
precisão a limpeza de artérias cardiovasculares ou a destruição de tumores. 
 As aplicações médicas de fibras ópticas podem ainda incluir redes de 
comunicações locais em grandes hospitais ou redes de distribuição de recursos 
concentrados num hospital especialista para assistência de médicos em localidades 
remotas. As fibras ópticas suportam transferências de dados de alta velocidade e 
comunicações visuais utilizadas para monitorização remota de pacientes ou 
equipamentos, na consulta às informações sintomáticas especializadas ou ainda em 
procedimentos cirúrgicos. Interferências eletromagnéticas dos equipamentos 
hospitalares de alta tensão (por exemplo, raios-X) são evitadas com o uso de fibras 
ópticas. 
 Aparelhos que utilizam fibra óptica para transmissão da luz fria garantem um 
campo de trabalho sem reflexo, sem aquecimento ou obstrução do campo visual da 
membrana timpânica. Portanto, para uso médico, é indicado que se procure estas 
características no aparelho. 
 
4.8.9 Fins Militares 
 
 A fibra ótica tem várias vantagens em relação aos equivalentes elétricos como 
largura de banda, pequeno peso e tamanho, resistência à corrosão, flexibilidade 
25 
 
geométrica e imunidade a interferência eletromagnética. No caso de arranjo de 
sonares rebocados, a fibra ótica pode ser usada como sensor e como transmissor 
de dados ao navio mãe. 
 Os links de comunicações por fibra ótica estão substituindo os equivalentes 
de cabo de cobre em várias aplicações militares como complexos de Centro de 
Comando e eletrônicos de veículos (vectrônicos). Várias marinhas estão instalando 
LANs de fibra ótica abordo de navios. 
 A capacidade dos links de fibra ótica de levarem dados seguros e transmitir 
imagens de grande banda torna o sistema ideal para várias aplicações que precisam 
do comando humano de armas e sensores. O operador pode usar as saídas de 
dados da cabeça de busca para realizar reconhecimento durante o caminho e enviar 
vários comandos durante a fase terminal. Pode identificar o objetivo de interesse no 
meio de vários alvos em potencial, selecionar o ponto de impacto, trancar a cabeça 
de busca naquele local e abortar a missão se houver dúvida sobre a identificação. 
 Outras vantagens incluem manipular a arma longe da linha de visão do alvo 
escondendo o local de lançamento e mantendo a maior parte do complexo e caro 
sistema de guiamento na estação em terra. Contudo, os requerimentos de 
desenrolamento do cabo de fibra ótica a altas velocidades determinam limitações do 
projeto da fibra ótica e da bobina onde está enrolado. 
 Sistemas de controle de voo tipo “Fly-By-Light” (FBL) são uma especialização 
da aplicação da fibra ótica para comunicação de dados militares. Assim como os 
sinalizadores elétricos (fly-by-wire) substituíram os cabos e roldanas para transmitir 
os comandos para as superfícies de controle, o FBL será o próximo passo 
substituindo o FBW. Os experimentos mostraram que não existe muita vantagem em 
redução de peso e custo. 
 Empresas fabricantes de sonares já testaram sonares rebocados usando fibra 
ótica como elementos sensitivos. O AODS tem o objetivo de produzir um sistema de 
vigilância compacto usando bateria para operações em águas rasas. Nos testes em 
2009, um sistema com hidrofones de 84 canais de fibra ótica foi lançado em menos 
de um dia e operou por nove meses. 
 Os giroscópios de fibra ótica (FOG em inglês) têm várias vantagens em 
relação os mecânicos ou a laser como custos, vida útil, velocidade de inicialização, 
tamanho pequeno, baixo peso e rusticidade. Os FOGs exploram o efeito Sagnac 
onde dois raios viajando em direções opostas ao redor de um círculo chegarão ao 
26 
 
ponto de referência com uma diferença de fase devido a rotação. Este conceito é 
implementado ao enviar dois raios de luz em um rolo de fibra e reunir os dois num 
detector. Sem a rotação do rolo, os dois sinais estão na mesma fase e formam um 
pico máximo de sinal no detector. Com a rotação do rolo, o sinal interfere e o 
detector percebe diminuição da energia. A energia no detector é função da diferença 
de fase entre os dois raios e está relacionado com a taxa de rotação das relações 
acima. 
 Os FOGs estão sendo integrados em sistema de navegação que incluem o 
uso de GPS para tirar vantagem dos dois sistemas. 
 Várias companhias têm desenvolvido sistemas de proteção de perímetro com 
sensores de fibra ótica para detectar invasores. Um dos benefícios é a imunidade a 
interferência eletrônica como a encontrada próxima a equipamentos de alta 
voltagem ou áreas sujeitas a relâmpagos. 
 O link de cabo de fibra ótica pode ser usado para guiamento e comunicação, 
permitindo que o submarino comande a cabeça de busca do torpedo e pode usá-la 
como sensor para o conjunto de combate submarino. O torpedo pode ser guiado por 
fio ou de forma autônoma após partir o cabo. Com o comando por cabo a resistência 
a contramedidas é aumentada e a probabilidade de acerto aumenta com a troca de 
dados e comando humano. 
 A fibra ótica também pode ser usada em bombas, sonobóias e veículos 
pilotados remotamente aéreos, terrestres e submarinos. 
 Os despistadores rebocados de fibra ótica estão se tornando parte dos 
subsistemas defensivos de aeronaves militares. Um gerador de técnicas de 
interferência na aeronave mãe, replica sua assinatura de radar que é transmitida até 
o FOTD pelo cabo de fibra ótica. O interferidor passa a irradiar o sinal para enganar 
mísseis atacantes para longe da aeronave defendida. 
 Mísseis anticarro guiados por cabo existem há mais de cinco décadas. O 
guiamento por fio metálico é usado em guiamento de mísseis de curto alcance 
desde a segunda Guerra Mundial. 
 A fibra ótica é considerada ideal para controle de armas e sensores sobre 
controle humano. O uso de tecnologia de fibra ótica para defesa em curtas 
distâncias e armas guiada superfície/superfície estão sendo estudadas em vários 
países. 
27 
 
 A principal característica dos mísseis guiados por fibra ótica e com sensores 
de imagem é a polivalência. Eles podem atacar carros blindados e carros de 
combate, fortificações, helicópteros e tem capacidade antipessoal. Os mísseis 
guiados por fibra ótica podem atacar pela parte superior que é a parte menos 
protegida de um tanque ou fortificação ou diretamente se o alvo estiver coberto na 
parte superior. 
 Nos estudos de sistemas anti-helicópteros do US Army, foi concluído que 
para atacar um helicóptero é necessário usar um míssil de hipervelocidade ou de 
fibra ótica devido ao pouco tempo que os helicópteros ficam visíveis. Os mísseis de 
hipervelocidade usariam a velocidade para alcançar a aeronave o mais rápido 
possível enquanto o míssil guiado por fibra ótica usaria sua cabeça de busca e 
capacidade de reaquisição para a busca sistemática da aeronave escondida no 
relevo e vegetação. 
 Nos mísseis guiados por fibra ótica, o fio se desenrola de um carretel na 
traseira do míssil quando disparado de plataforma estacionária. Uma plataforma 
móvel precisa de carretel no lançador pois pode manobrar durante e após o 
disparo. O guiamento de meio curso é feito geralmente com piloto automático e o 
guiamento final é geralmente semiautomático para melhorar precisão. O atirador só 
faria a identificação e indicação do alvo. Ele pode escolhero melhor ponto de 
impacto e a qualquer momento pode tomar controle manual do míssil. 
 O cabo pode se desenrolar sem problemas a velocidades próximas de “Mach 
1”. Em altas velocidades o problema será a capacidade de reação humana. 
. 
 
Figura 8: Modelo de Míssil guiado por Fibra Óptica 
 
 
28 
 
CONCLUSÃO 
 
 Conclui-se com este trabalho, como visto dentro do conteúdo apresentado, a 
fibra é fundamental para o desenvolvimento da humanidade nos próximos anos e 
que tende a popularizar-se ainda mais a utilização dessa tecnologia. A utilização em 
grandes distancias hoje por essa tecnologia é uma realidade mais que presente no 
mundo inteiro, sendo muito lucrativo e disputado pelas empresas que possuem a 
competência necessária. 
 Desde uma LAN em um prédio comercial, até um míssil militar, a fibra mostra 
a sua competência em levar dados de modo fácil, rápido e confiável, se tornando um 
meio seguro e dinâmico de comunicação de precisão. 
29 
 
REFERÊNCIAS 
 
A Fibra Ótica. Disponível em: 
http://super.abril.com.br/tecnologia/fibra-otica-439075.shtml. 
Acesso em: 02/05/2016 
 
A guerra da super banda larga. Disponível em: 
http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/47393_A+GUERRA+DA+SUPER+BANDA 
+LARGA Acesso em: 04/05/16 
 
Aos 30, fibra óptica mudou as telecomunicações do país. Disponível em: 
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/maio2007/ju359pag6-7.html 
Acesso em: 28/05/16 
 
Anatel arrecada 25 bilhões com o leilão de lotes nacionais. 
http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/06/anatel-arrecada-r-25-bilhoes-com-
leilaode-lotes-nacionais-do-4g.html 
Acesso em 29/05/2016 
 
Brasil possui 16 mil quilômetros de fibra óptica ociosos. Disponível em: 
http://info.abril.com.br/noticias/tecnologia-pessoal/brasil-tem-16-mil-km-de-
fibraoptica- 
ociosos-24112009-45.shl 
Acesso em 12/05/2016 
 
MATOS, Edison Puig Maldonado e Dinaldo de Castilho. Aspectos Fundamentais da 
Tecnologia de 
Fibras Ópticas. 2003. 
Disponível em: http://puig.pro.br/Laser/TutFO.pdf

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