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UNIP Universidade Paulista Michael Alves Oliveira Atividade Pratica Supervisionada São Paulo 2016 Michael Alves Oliveira RA: C4475J-2 Organizações Internacionais Declives e Estabilidades junto ao uso do Fundo Monetário Internacional (FMI) na economia brasileira no período de 1960 ao fim dos anos 1980 Atividade Pratica Supervisionada em Relações Internacionais referente ao 3º semestre apresentado a Universidade Paulista – UNIP. Orientadora: Suhayla Khalil São Paulo 2016 Resumo: Este artigo tem o objetivo de mostrar a desenvoltura no Fundo Monetário Internacional (FMI) em uso brasileiro, após sua instituição. As formas que o Brasil utilizou o Fundo no período de regime militar brasileiro e redemocratização, onde temos ganhos e perdas significativas na economia brasileira. O impacto nas famílias brasileiras e como elas tiveram que se adaptar a economia que, na época, era inusitada para maior parte dos brasileiros de baixa renda, submetidos a atrocidades do autoritarismo do regime político militar. Palavras chave: FMI, golpe militar, milagre econômico, dívida externa, reforma monetária, inflação, crise do petróleo. Introdução Este artigo busca demonstrar o a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e sua atuação na política econômica brasileira, que no período de regime militar, passou por ganhos e declives significativos, levando o país a uma crise histórica e a grandes números na dívida externa. A adaptação da família brasileira a economia de forma inusitada, submetida a violação dos direitos humanos regidos pelos militares, cometendo atrocidades ao povo brasileiro. O mesmo está estruturado nos seguintes parâmetros: A criação/atuação do FMI; A empregabilidade do FMI no Brasil; A dívida externa brasileira; Impactos na família/sociedade brasileira. A restruturação da economia pós crise; O Fundo Monetário Internacional (FMI) O FMI deu início as suas atividades em 1945, junto com o Banco Mundial, após criação na Carta de Bretton Woods, em 1944 durante a Segunda Guerra Mundial, com 29 países membros em seu Convênio Constitutivo. Todavia, suas atividades financeiras foram iniciadas em 1947. Sua sede fica em Washington DC, nos Estados Unidos. Seu objetivo é promover a cooperação econômica internacional, a estabilidade cambial e o emprego, através da disponibilidade financeira para os países membros, estabilizando a balança de pagamento. Os países membros contribuem ao Fundo, inserido a disposição suas reservas internacionais. Além de empréstimos, o FMI visa no apoio da política econômico, recomendando países membros a certas ações. Seu secretariado realiza pesquisas para prever a economia mundial, regional e do país. Seu modelo de decisões é corporativo, diferente de outras organizações internacionais, que tem sua sentença por meio do voto. Sua estrutura é instituída pela Assembleia dos Governadores que elege o Conselho dos Diretores e tem tomada de decisões. A representação brasileira, é o Ministério da Fazenda. Há apenas 24 diretores, fazendo com que cada um deles representem uma tomada grande de países. No caso do representante brasileiro, além do Brasil, o mesmo é responsável pelos países membros Cabo Verde, Equador, Guyana, Haiti, Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Timor Leste, Trinidad e Tobago.1 1 Relações Exteriores. (25 de Maio de 2016). Fonte: Itamaraty: http://www.itamaraty.gov.br/pt- BR/politica-externa/diplomacia-economica-comercial-e-financeira/119-fundo-monetario-internacional . Acessado em 25 de maio de 2016. O FMI na era Castelo Branco (1964-1967) A partir do ano de 1964, o golpe militar brasileiro em 31 de março que tomou o poder de João Goulart, teve grande apoio dos Estados Unidos. Através de um ato institucional, o general Castelo Branco tomou posse do governo brasileiro indiretamente, como Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, cujo mandato iria até o dia 15 de março de 1967. Durante seu governo, o acordo com estrangeiros comerciais era amplo, com o intuito de melhorar as relações brasileiras com os Estados Unidos e as Organizações Internacionais, FMI, BID e Banco Mundial, sobre o argumento de que o Brasil apoiava a economia de mundo livre. Deliberações do governo golpista não se diferenciaram das já existentes, pois visavam o fim da estabilidade do empregado, redução salarial de acordo com os reajustes inferiores à inflação, contenção dos financiamentos e taxas de câmbio. O controle da inflação era prioridade, assim foi adotado um sistema de retenção de déficit público controle de preços e do crédito. A inflação caiu para 34,5% em 1965, 38,8% em 1966 e 24,3% em 1967. (Sabai, 2003, p. 98) Com o apoio dos Estados Unidos e consequentemente das organizações internacionais no novo regime instituído no Brasil, todas as ações buscavam maior interação com os países mais desenvolvidos. No início de 1964, o Banco Mundial passa então a emprestar novamente dinheiro ao Brasil, após 14 anos de recusa, devido a política econômica brasileira. O Eximbank americano – neste período – tem grande ênfase como credor, com a presença branda do FMI na fiscalização do projeto de estabilização. Com a apresentação de um novo projeto de estabilização, os Estados Unidos liberaram recursos, anunciaram um Projeto de Empréstimo de US$ 50 milhões. O recurso concedido não subiu o fluxo de capitais para o país por conta precaução das agências internacionais. Apenas em outubro de 1964, foi passada a declaração do Embaixador Lincoln Gordon, com o comprometimento de US$ 222 milhões para o Brasil. Em dezembro, David Bell diretor da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), declarou empréstimo de US$ 650 milhões ao governo brasileiro. Mesmo com o apoio ao regime militar, o Fundo via divergências na política econômica do país, em especial a indexação financeira econômica que participava de uma aproximação mais gradualista de contenda a inflação. No período do final de 1964 a 1965, com o acordo assinado em prontidão, novos compromissos vieram à tona. “(...) o Banco Mundial anunciou uma gama de empréstimos e o FMI um acordo de US$ 120 milhões e uma linha de crédito sob a qual o Brasil poderia sacar em qualquer momento. Isso mostrava que o Fundo estava de acordo com o Programa de Ajuste Econômico do Governo (PAEG)114. ” (Sabai, 2003, p. 98) Os vínculos do FMI junto ao regime militar prosperaram após este período. Esta afirmativa é com base nos acordos sucessivos de prontidão negociados, no período de 1965 a 1972. Além dele, o BIRD esteve mais confiante aos empréstimos ao Brasil, como também a USAID, onde tornou o Brasil em o quarto maior favorecido. Posteriormente, os efeitos da reforma política econômica vieram à tona, com alterações rigorosas, onde houve o corte das importações e o estimulo das exportações. Além disso, a retomada de financiamentos e a renegociação da dívida resultaram num conforto na Balança de pagamentos. O PIB cresceu de forma acelerada, uma média de 5% a.a. no período de recuperação (1962-65). Já no período recessivo, a média ao ano, era de apenas 2,4%. Com a folga nos saldos brasileiros, os compromissos ponderam ser resolvidos sem a necessidade de novos empréstimos. No governo de Castelo Branco (1964-67), é possível enxergaruma notória adoção de costumes e politicas defendidas pelo FMI. O governo se aproximou de investidores estrangeiros, com o intuito de melhorar a relação com os Estados Unidos e as organizações internacionais (FMI, Banco Mundial e BID). Porém, adotou medidas as quais trouxeram o fim da estabilidade do empregado, redução da taxa de cambio e os subsídios e adotou a redução salarial abaixo da média da inflação. 2 O FMI na era Costa e Silva e Emílio Médici (1968-1973) Por pressões de linha dura, Castelo Branco se viu obrigado a aceitar como seu sucessor, o Ministro General Costa e Silva eleito pelo congresso em 1967, onde toma posse em março. Seu objetivo de governo era a contenção da inflação e o crescimento econômico. Porém, em 1969, se aparta do governo e com isso, uma junta militar toma posse. Com o apoio do 2 Sabai, E. E. (Abril de 2003). O Fundo Monetário Internacional e o Brasil. Uma abordagem das várias fases de seu relacionamento (Entre 1945 e 2002) p. 97-99. empresariado, a Junta Militar indica ao Congresso, o General Médici para assumir a presidência, cujo mandato iria até março de 1974. Durante seu governo, os objetivos destacados foram a aceleração do desenvolvimento, o controle da inflação, o investimento em infraestrutura, habitação, mineração, saúde, educação e agricultura. Neste governo, ocorreu o “milagre econômico”, porém a repressão social contada com tortura, assassinatos, desterros e desaparecimentos políticos é seu maior ponto negativo. Este período é caracterizado pelo forte crescimento dos índices dos produtos brasileiros, em destaque a produção industrial, com a média de 13,3% de crescimento ao ano, no mesmo momento em que a inflação permaneceu entre 15,5% e 25,4%. A economia brasileira foi beneficiada também pela ampliação do mercado financeiro internacional, do comercio mundial e do fluxo financeiro internacional, com o intuito de ampliar a abertura comercial financeira em referência ao exterior. “Embora tenha conquistado um crescimento de 9,5%aa. do PIB, se defrontou com o crescimento da oposição, com as rebeldias do Legislativo, e com certos órgãos de imprensa. Em tal circunstância, a linha dura editou medidas, Lei de Imprensa e de Segurança Nacional, que impunham sanções a imprensa, resultando em prisões, torturas, censuras e repressão que motivaram o aumento da resistência, com forças e movimentos sociais abertos e clandestinos. ” (Sabai, 2003, p. 100) Devido a melhoria na situação externa brasileira, no final dos anos 60, os acordos com o Fundo foram conservados, porém pouco incontestados. Mesmo depois da primeira crise do petróleo, não foi desempenhado um equilíbrio nas contas externas do Brasil até o final dos anos 70, pois havia flexibilidade internacional econômica e taxas de juros baixas, onde induziram o Brasil a aumentar seu endividamento externo. Em 1973, o milagre econômico atingiu seu maior ponto, que foi de 14% no PIB anual. No governo Costa e Silva Emílio Médici (1968-73), nenhum acordo foi feito com o FMI e neste período, foi observado uma grande melhora no âmbito externo com elevação da economia mundial, e nos fluxos financeiros internacionais. Balanço de Pagamentos – 1968/1974: ANO EXP. IMP. SALDO BAL. COMERCIAL BALANÇA DE SERVIÇOS SALDO TRANS. CORRENTES BALANÇA DE CAPITAIS SALDO BALANÇO PGTOS. 1968 1,9 1,9 0,0 -0,5 -0,5 0,6 0,0 1969 2,3 2,0 0,3 -0,6 -0,3 0,8 0,5 (Guedes & Macedo, 2007) 3 Com isso, os acordos foram como Fundo foram pouco visados, pois o Brasil se favoreceu demasiadamente de patrimônios dos euromercados. Porém, o aumento da dívida externa ocorre com a facilidade das euromoedas, que fizeram a dívida atingir US$ 12,6 bilhões em 1973 contra US$ 3,8 bilhões de 1968.4 O FMI na era Figueiredo (1979-1982) Em 1979, era eleito indiretamente o General Figueiredo para presidência da república, cujo mandato duraria 6 anos. Seu objetivo mais ressaltado era a democratização do país, já com 15 anos de regime autoritário militar, além disso, a integração do Projeto Brasil-Potencia. Mesmo com a política econômica brasileira, no final da década de 70 estar insatisfatória, o PIB aumentou para 6,8% em 1979 e 9,2% em 1980. Neste pequeno período, o âmbito econômico externo não era intenso. Porém, em 1979, temos a segunda crise do petróleo, onde o âmbito externo econômico piora. O país então, sentiria uma forte crise de países capitalistas altamente industrializados de Primeiro-Mundo, onde foi prolongada até 1982, ocorrida pela elevação dos preços do petróleo, dos critérios de adaptação das economias colocadas pelos governos referentes. Estes problemas levaram na redução do comercio internacional, tendo impacto nas exportações brasileiras. “Os juros no mercado externo, que até então eram baixos, apresentam uma elevação aumentando os gastos com o pagamento do serviço da dívida externa dos países do Terceiro Mundo. A partir de 1978, os Estados Unidos, através de uma política monetária restritiva, elevaram unilateralmente as taxas nominais de juros, que chegaram a atingir 3 Guedes, A. d., & Macedo, K. (2007). Economia Brasileira. Palhoça: UniVirtual. p. 151 4 Sabai, E. E. (Abril de 2003). O Fundo Monetário Internacional e o Brasil . Uma abordagem das várias fases de seu relacionamento (Entre 1945 e 2002) p. 99-101. 1970 2,7 2,5 0,2 -0,7 -0,5 1,0 0,5 1971 2,9 3,2 -0,3 -0,9 -1,2 1,8 0,5 1972 4,0 4,2 -0,2 -1,2 -1,4 3,4 2,4 1973 6,2 6,2 0,0 -1,6 -1,6 3,5 2,1 1974 8,0 12,6 -4,6 -2,3 -6,9 6,2 -0,9 mais de 20% em 1981. Nesse momento os governos europeus e do Japão, para evitar uma fuga maciça de capitais para os EUA, também elevaram os juros. ” (Sabai, 2003, p. 105) Em 1979, o governo brasileiro tem a desvalorização da moeda local em 30%, com o estrago repentino dos termos de troca, agora em âmbito de falta de crédito. Desta forma, era favorável no crescimento das exportações e a diminuição das importações. O governo neste âmbito, se mostrou preocupado devido a alta da inflação em grande escala, com a instabilidade externa. Com o intuito de mudar as expectativas sobre como iria ficar a inflação, foram executados um grande comedimento nos preços, correção monetária em 50% para o exercício de 1980 e reajuste da taxa de variação cambial. As comunidades empresariais de imediato apoiaram as medidas, porém a equipe do regime militar não conseguiu conter a demanda por salários maiores, devido ao aumento da influência dos sindicatos e da grande oposição, tornando forte a imposição dos credores externos. Com isso, alternativas se tornaram escassas, levando o governo a frear a economia. Mesmo algumas medidas serem similares aos padrões do FMI, nenhum acordo foi fechado com a instituição. “De acordo com Oliveira (1993), em termos de renegociação da dívida, provavelmente teria sido mais fácil para o Brasil recorrer ao Fundo neste período. No entanto, as autoridades econômicas minimizaram a importância desse organismo. O custo político pode ter sido uma explicação importante para o governo. ” (Sabai, 2003, p. 106) Medidas rígidas eram planejadas em 1981, as quais visaram a redução da taxa de juros, subsídios as exportações, limitações as importações com aumento de tarifas, sobretaxas, proibições e maiores controles burocráticos, e maior seletividade. (Sabai, 2003). Em pouco tempo, essas medidas puderam ser sentidas no nível da atividade econômica. A empregabilidade nas industrias caíram significativamente no segundo trimestre de 1981 e o PIB apresentou quedapela primeira vez, desde seu primeiro calculo em 1947, ficando em -4,3% em 1981. As taxas de juros também foram elevadas decorrentes a contratação no crédito e das possibilidades de depreciação. No plano interno, os custos da crise aparentavam ser toleráveis para o governo e para os empresários. Já a inflação continuava aumentando, porém de forma vagarosa. Com isso, nenhum acordo com o FMI foi firmado durante o governo Figueiredo. Devido a segunda crise do petróleo e o aumento das taxas de juros norte-americanas, a situação brasileira é prejudicada. Desta forma, em 1980 o governo ao iniciar seu plano rígido, freia a economia brasileira, nos fundamentos do comando da expansão da moeda, na exclusão dos investimentos empresariais estatais, no controle do crédito e no aumento da taxa de juros internas. Em 1981, mais medidas complementares rigorosas são tomadas, pois a crise ainda não havia saciado. Assim, com todas as medidas de estabilidade aplicadas a política econômica brasileira, o Brasil não recorreu ao Fundo, pois isso levaria a um grande custo político. 5 5 Sabai, E. E. (Abril de 2003). O Fundo Monetário Internacional e o Brasil . Uma abordagem das várias fases de seu relacionamento (Entre 1945 e 2002) . p. 104-107. A restruturação Assim que inicia a década de oitenta, ocorre um retrocesso na história da progressão econômica brasileira, entrando assim em uma grande crise inigualável em sua história. No período de 1970-80, o PIB per capita do Brasil vinha crescendo em grande escala, aumentando em média 6,1% a.a. Inicialmente, esta crise manifestava-se como uma crise de endividamento externo, porém de forma drástica, passa a ser sentida no desajuste interno da economia, devido à política adotada na década anterior. No início da década de setenta, a economia brasileira foi atingida pelo Choque do Petróleo. Com o regime autoritário e a obsessão por uma economia de sucesso em um prazo pequeno, foi determinada uma ênfase na substituição de importações, subsidiada por uma grande acumulação de dívida externa. A decisão do general Geisel (1974-79) que iria decidir o futuro da economia brasileira foi um ponto a se criticar, pois para Geisel, deveria enfrentar-se o choque do petróleo de 1973, dobrando a aposta numa substituição de importações. Esta ideia só pôde ser exercida com uma renovação financeira internacional dos petrodólares. Esta decisão foi desastrosa, pois a visão no cenário externo foi prejudicada gradativamente, no fim dos anos setenta, e assim foi prosseguindo. O reajuste salarial aperfeiçoado iniciado pelo general Geisel, acompanhou o regime militar autoritário e foi continuado pelo general Figueiredo (1979-85). Os reajustes nos preços e salários na demanda doméstica, resultaram num aumento abusivo da dívida externa. A produtividade sofreu declínio, pois o preço relativo do investimento aumentou entre 1974 e 1984. Conforme Edmar L. Bacha alega: “(...) este período foi também caracterizado por “regressão” técnica, ao invés de progresso técnico. ” (Bacha, 2005). Com a crise econômica/financeira do início dos anos oitenta, o regime militar foi finalizado e o crescimento forçado do país também. A redemocratização brasileira veio juntamente com uma dívida externa exorbitante e uma inflação acelerada. Toda euforia política causada com a redemocratização, acompanhada por um congelamento nos preços e nos salários no ano de 1986, encobriu a má administração do regime militar. Conforme a nova constituição era sendo instituída, eram causados choques “heterodoxos” falhos de estabilização e prorrogações de dividas, deixando o país em “maus-lençóis”, praticamente ingovernável. As prorrogações de dívida começaram quando o Ministro da Fazenda Delfim Netto (1968-74) e também posteriormente do Planejamento (1979-84) desdenhou vigorosamente, através de um provisionamento, uma correção monetária na dívida interna, em 1980. Em dezembro de 1982, a dívida externa foi novamente reforçada, continuada pelo mesmo ministro. Logo após, o presidente José Sarney (1985-89) estabeleceu gradativamente, três “choques heterodoxos de estabilização”. No início do ano de 1987, o presidente declarou uma prorrogação unilateral da dívida externa. “A maior moratória da dívida interna de todas foi o congelamento por um ano de praticamente todos os ativos financeiros domésticos no início do governo de Collor (1990-92). ” (Bacha, 2005, p. 166) De imediato, a inflação alavancou desenfreadamente, porém foi contida com a chegada do Plano Real em 1994. (Carvalho, 2011) Em 1995, o presidente Cardoso (1995-2002) abriu caminho para a modificação essencial do modelo preconizador do Estado de substituição de importações que predominou no regime autoritário militar. No entanto, a dependência de engatar-se na ancora cambial, não 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 Variação Mensal Variação Mensal do IPCA (Antes do Plano Real) beneficiaram os investimentos privados e as exportações. Com isso, atrapalhou uma retomada sustentada do crescimento. Logo após um a crise cambial chegou as alturas em 99, foi adotado um tripé de política macroeconômica, com uma taxa de cambio estava flutuante, uma política monetária de objetivos inflacionários e um superávit primitivo fiscal elevado. A reestruturação do governo Cardoso parou com os procedimentos de longo prazo de elevação do valor de aplicação do investimento e de queda na produção de capital, no mesmo momento em que elevavam o grau de utilidade da capacidade, mantendo assim a velocidade de aceleração da inflação branda. Voltou então a ressurgir o progresso técnico, mas isso não foi o bastante para produzir desenvolvimento sustentado, pois o acumulo de capital esteve abarcado de choques adversos. “ (...) o estouro da bolha do Nasdaq, a crise energética interna, 11 de setembro, a moratória da Argentina e o espectro de uma presidência esquerdista de Lula. ” (Bacha, 2005, p. 167) No início do governo Lula, ao invés do presidente optar de um retorno populista por um modelo estatizante de economia fechada que era o mais esperado, o mesmo optou por manter o tripé de política macroeconômica pós-1999. A economia veio se recuperar no ano de 2004, porém ainda não havia uma esperança de uma continuidade de crescimento econômico. Ano JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ACUMULADO 2004 0,76 0,61 0,47 0,37 0,51 0,71 0,91 0,69 0,33 0,44 0,69 0,86 7,60% 2005 0,58 0,59 0,61 0,87 0,49 -0,02 0,25 0,17 0,35 0,75 0,55 0,36 5,69% 2006 0,59 0,41 0,43 0,21 0,1 -0,21 0,19 0,05 0,21 0,33 0,31 0,48 3,14% 2007 0,44 0,44 0,37 0,25 0,28 0,28 0,24 0,47 0,18 0,3 0,38 0,74 4,45% 2008 0,54 0,49 0,48 0,55 0,79 0,74 0,53 0,28 0,26 0,45 0,36 0,28 5,90% 2009 0,48 0,55 0,2 0,48 0,47 0,36 0,24 0,15 0,24 0,28 0,41 0,37 4,31% 2010 0,75 0,78 0,52 0,57 0,43 0 0,01 0,04 0,45 0,75 0,83 0,63 5,90% 2011 0,83 0,8 0,79 0,77 0,47 0,15 0,16 0,37 4,42% 6 (Carvalho, 2011) Nota: Na tabela precitada, podemos observar o histórico da inflação (IPCA) a partir do governo Lula até 2011. 6 HC Investimentos, Dados históricos, Sazonalidade, Metas de Inflação no Brasil. Disponível em: <http://hcinvestimentos.com/2011/02/21/ipca-igpm-inflacao-historica/?hvid=NcSFP>. Acesso em 17 de maio de 2016. Serventia O Brasil, como membro fundador do FMI, desde sua instituição, já recorreua ele por 16 vezes. A funcionalidade do FMI era mais abrangente quando a deliberação dos problemas financeiros e econômicos dos países membros eram localizados em poucos países e em período disseminado. Entretanto, após a guerra do Vietnã e uma progressista antagonismo externo, em 1971, os Estados Unidos desvalorizam sua moeda pela primeira vez, desde a Segunda Guerra Mundial, seguindo assim com esta política nos anos posteriores. As variações do dólar eram constantes, separado de qualquer estabilidade com outra moeda. As empresas multinacionais passaram a ser as principais personagens na concorrência internacional, o lucro obtido pelas empresas conseguiria ser remetido aos Estados Unidos, onde lá seria taxado. Assim, poderiam ser creditados em contas na Europa, não sendo visto na fiscalização do Banco Mundial ou do FMI. Então, começou a crescer o Euromercado, onde a moeda que era circulada eram os Eurodolares. Contudo, enquanto a concorrência internacional iria diminuindo e o controle perante a utilidade da economia internacional também era prejudicada. Desta forma, nos últimos anos, um procedimento parecido tem ocorrido, se igualando ao ocorrido no século XIX com a quebra da estrutura internacional dominante, se tornando útil. Entretanto, em relação ao FMI, se encaixa em uma posição antiquada a atualidade. (Schwartz)7 7 Schwartz, G. (s.d.). A gente somos inútil. Nós ou o FMI? Até o Fundo é inutil , pp. 68-69. O impacto na família brasileira No período dos anos 80, devido a economia brasileira, a inserção de filhos e cônjuges no trabalho era comum. No período dos anos 70, esta tática já havia ocorrido, devido ao crescimento econômico acelerado
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