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15/08/2016 1 A CÉLULA PROCARIOTA Fig. 4.6 “A forma segue a função” uma forma ou estrutura surge como tal para corresponder à melhor alternativa para desempenhar uma função específica; Apesar da relação forma-função, não se pode prever a fisiologia ou a ecologia de uma espécie bacteriana simplesmente com base na morfologia celular. Contudo, várias forças seletivas influenciam na morfologia de uma determinada espécie; Morfologia de células bacterianas (formas principais): Cocos (esférica ou ovalada) que podem formar arranjos de: duas células (diplococos), uma fileira de células (estreptococos), quatro células (tétrade), “cubo” de oito células (sarcinas) e cacho (estafilococos); Bacilos (cilíndrica) que podem formar arranjos de: duas células (diplobacilos) e uma fileira de células (estreptobacilos); Formas espirais: vibriões (bastões curvos – “vírgulas”), espirilos (forma helicoidal) e espiroquetas (helicoidal com mais “voltas” que os espirilos). Morfologia Celular 15/08/2016 2 COCOS BACILOS 15/08/2016 3 ESPIRAIS OUTRAS FORMAS 15/08/2016 4 Tamanho Celular Exceções à regra... Restrições na disponibilidade de nutrientes podem determinar os limites superiores dos tamanhos de células procariotas (capacidade de reservar nutrientes); Por outro lado, a taxa metabólica de uma célula é inversamente proporcional ao quadrado do seu tamanho. 15/08/2016 5 Tamanho Celular e razão S/V: a vantagem de ser pequena Células procariotas grandes perdem competitivamente em relação às menores, que tem maior taxa metabólica e maior velocidade de reprodução/crescimento; Células pequenas apresentam maior área superficial em relação ao volume celular que as células grandes maior razão S/V maior troca de nutrientes por unidade de volume celular em comparação com células maiores; Células menores têm maior capacidade de evolução, em razão de se reproduzirem mais rapidamente (maior velocidade de replicação do DNA e maiores as chances de mutações). De fora para dentro... Fig. 4.6 15/08/2016 6 Estruturas externas à parede: Flagelos Apêndices proteicos longos, finos e helicoidais, com uma extremidade livre e outra ligada à célula; Podem ser distribuídos por toda a superfície celular (peritríqueo – peri = ao redor; tríqueo = pelo) ou nos polos (polar). Quando polares, podem ser monotríqueo ou lofotríqueo (lofo = tufo). Estruturas externas à parede: Fímbrias Filamentos proteicos que se projetam da superfície celular; Conferem capacidade de adesão a superfícies, contribuindo para a formação de películas sobre uma superfície líquida e biofilmes sobre superfícies sólidas. 15/08/2016 7 Estruturas externas à parede: Pili Assemelham-se às fímbrias, porém são mais longos e estão em menor número (uma ou poucas cópias); Além de auxiliarem à fixação a superfícies (como as fímbrias), os pili têm outras duas funções: conjugação (pilus sexual) e motilidade pulsante (pili tipo IV – somente em bacilos). Estruturas externas à parede: Cápsulas Matriz compacta e viscosa, constituída de polissacarídeos (maioria) ou proteínas; É externa à parede celular e não é considerada parte desta, pois não confere significativa resistência estrutural às células; Auxiliam na ligação do microrganismo a superfícies sólidas podem formar uma espessa camada de células, denominada biofilme. 15/08/2016 8 PAREDE CELULAR Paredes celulares conferem forma e rigidez manutenção da vida celular; Células bacterianas mantêm alta concentração de solutos dissolvidos, de modo que, de maneira geral, os ambientes em que se encontram são hipotônicos em relação ao citoplasma paredes celulares suportam essas pressões osmóticas. Fig. 4.18 PAREDE CELULAR Dois grupos principais: Gram-positivos e Gram-negativos (em virtude da coloração de Gram, desenvolvida em 1884 pelo bacteriologista dinamarquês Hans Christian Gram); As diferenças na estrutura da parede celular correspondem à essência do processo de coloração de Gram a parede de bactérias Gram-negativas é uma estrutura em multicamadas, enquanto a de Gram-positivas é constituída quase que totalmente por um único tipo de polímero: o peptideoglicano. 15/08/2016 9 15/08/2016 10 Peptideoglicano É composto por um heteropolissacarídeo (cujos monossacarídeos são N-acetilglicosamina e ácido N-acetilmurâmico, ligação b-1,4) ligado a aminoácidos, como Alanina, Ácido Glutâmico, Lisina ou Ácido Diaminopimélico, e Glicina as cadeias polissacarídicas são interligadas por meio de ligações cruzadas com aminoácidos. Peptideoglicano É composto por um heteropolissacarídeo (cujos monossacarídeos são N-acetilglicosamina e ácido N-acetilmurâmico, ligação b-1,4) ligado a aminoácidos, como Alanina, Ácido Glutâmico, Lisina ou Ácido Diaminopimélico, e Glicina as cadeias polissacarídicas são interligadas por meio de ligações cruzadas com aminoácidos; Em Gram-positivas, cerca de 90% da parede celular corresponde ao peptideoglicano (podendo chegar a 25 camadas). 15/08/2016 11 Parede celular de Gram-positivas Muitas Gram-positivas apresentam substâncias ácidas embebidas no peptideoglicano ácidos teicoicos poliálcoois que apresentam açúcares e aminoácidos aderidos são ligados ao ácido N-acetilmurâmico dos peptideoglicanos; Quando ligados aos lipídeos da membrana plasmática, os ácidos teicoicos são chamados ácidos lipoteicoicos. Lisozima e Protoplastos 15/08/2016 12 Parede celular de Gram-negativas Em Gram-negativas, somente cerca de 10% da parede celular total consiste em peptideoglicano. Em vez disso, a maior parte da parede celular é composta pela membrana externa segunda bicamada lipídica, porém de composição significativamente diferente da membrana plasmática; A membrana externa é rica em polissacarídeos os lipídeos e os polissacarídeos estão ligados, formando um complexo LPS (lipopolissacarídeo); A porção polissacarídica do LPS é formada por dois componentes: o polissacarídeo cerne e o polissacarídeo O; A porção lipídica do LPS é denominada lipídeo A, que difere dos lipídeos de membrana pois, no lugar do glicerol, apresenta um dissacarídeo composto por glicosamina-fosfato; O LPS substitui a maioria dos fosfolipídeos na metade externa da membrana externa (a estrutura interna da membrana externa é mais semelhante à membrana plasmática) 15/08/2016 13 Parede celular de Gram-negativas Embora permeável a pequenas moléculas, a membrana externa não é permeável a enzimas ou outras moléculas grandes impede a saída de proteínas localizadas externamente à membrana plasmática proporciona a alocação de enzimas no espaço compreendido entre a membrana plasmática e a membrana externa periplasma; No periplasma encontram-se muitas enzimas hidrolíticas e receptores (entre eles, os envolvidos na resposta quimiotática). Fig. 4.13 Coloração de Gram 1) O cristal violeta cora ambos tipos de células ao penetrar no citoplasma; 2) O lugol (solução de iodo) forma cristais com o corante, que são grandes para escapar pela parede; 3) O álcool dissolve a membrana externa das gram- negativas e os cristais são lavados, difundindo-se pela fina camada de peptideoglicana (nas gram- negativas); 4) Safranina (ou fucsina) cora de rosa as células Gram- negativas, que estavam incolores. Fig. 3.12 15/08/2016 14 MEMBRANA PLASMÁTICA Fig. 4.14 15/08/2016 15 MEMBRANA PLASMÁTICA 6-8 nm MEMBRANA PLASMÁTICA As proteínas presentes nas membranas estão organizadas em segmentos são agrupadas reunião de proteínas que interagem ou que exibem função similar. Fig. 4.5 15/08/2016 16 MEMBRANA PLASMÁTICA Estrutura vital barreira que separa o conteúdo interno (citoplasma) do ambiente (meio extracelular); Permeabilidade seletiva concentra metabólitos específicos dentro da célula e excreta dejetos; Rompimento destruição da integridade celular extravasamento do citoplasma morte celular. 15/08/2016 17 Transporte de solutos através da membrana plasmática Alberts et al. (2011) Fundamentos da Biologia Celular, 3ª ed. Fig. 12.4 Transporte passivo A biossíntese de proteínas transportadoras pode ser regulada pela célula. O conjunto específico de transportadores presentes na membrana em um determinado momento ocorre em função dos nutrientes presentes no ambiente em que as células se encontram. Fig. 4.17 15/08/2016 18 Cotransporte 15/08/2016 19 Secreção de proteínas A exportação de proteínas é importante pois várias enzimas têm que atuar extracelularmente, como as hidrolíticas. Inclusões Celulares Depósitos e reservas de substâncias estão frequentemente presentes atuam no armazenamento de energia ou como um reservatório de constituintes estruturais; O armazenamento de carbono em uma forma insolúvel é vantajoso para a célula, pois reduz o estresse osmótico que existiria caso a mesma quantidade da substância fosse armazenada em uma forma solúvel no interior do citoplasma; Um dos corpos de inclusão mais comuns em procariotos é o poli-b-hidroxibutirato, um lipídeo formado por várias unidades de b- hidroxibutirato PHB é sintetizado quando há um excesso de carbono são clivados para uso desses carbonos na biossíntese de outros compostos ou para a liberação de energia (produção de ATP); O glicogênio também pode ser encontrado como reserva energética em procariotos. 15/08/2016 20 Inclusões Celulares Alguns procariotos quimiolitotróficos são capazes de oxidar compostos sulfurados reduzidos, como o sulfeto de hidrogênio (H2S) acúmulo de enxofre elementar (S 0) em grânulos, que permanece até que se esgote o H2S (H2S é oxidado a S 0) com o esgotamento do H2S, o S 0 é que será oxidado a sulfato (SO4 2-) grânulos gradualmente desaparecem Vesículas de Gás Alguns procariotos são planctônicos – apresentam existência flutuante na coluna d’água eles contêm vesículas de gás; Vesículas de gás são estruturas fusiformes, preenchidas por gás e constituídas de proteínas são ocas e rígidas Sua estrutura proteica é impermeável a água e a solutos, mas permeável aos gases; As vesículas de gases reduzem a densidade da célula, consequentemente aumentando sua flutuabilidade. 15/08/2016 21 Vesículas de Gás Endósporos Endósporos são células altamente diferenciadas que exibem extrema resistência ao calor, produtos químicos e radiação atuam como estruturas de sobrevivência e permitem ao organismo resistir a situações difíceis estágio latente de uma bactéria; Durante a formação do endósporo, uma célula vegetativa é convertida em uma estrutura resistente ao calor e que não exibe crescimento; As células não esporulam quando se encontram em crescimento ativo, mas somente quando o crescimento cessa devido à exaustão de um nutriente essencial. 15/08/2016 22 Endósporos Endósporos Endósporos apresentam várias camadas não encontradas em células vegetativas; A camada mais externa é o exospório (um envoltório proteico delgado); Internamente ao exospório, está a capa do esporo (também proteica); Abaixo da capa, está o córtex, que consiste em peptideoglicano; No interior do córtex, está o cerne, que contem membrana plasmática e os constituintes citoplasmáticos. 15/08/2016 23 Endósporos O ácido dipicolínico está presente nos endósporos e ausente nas células vegetativas essa substância foi encontrada em todos os endósporos examinados; O ácido dipicolínico fica no cerne, que é rico em cálcio complexa-se com este ácido o complexo (dipicolinato de cálcio) formado representa cerca de 10% do peso seco do endósporo atua promovendo a desidratação e intercalando-se entre as base de DNA (protegendo essa molécula contra a desnaturação térmica); O cerne também tem altas concentrações de Pequenas Proteínas Ácido-Solúveis (PPAS’s) protegem o DNA contra efeitos de radiação e atuam como fontes de carbono e energia quando o endósporo passar por germinação. Fig. 4.43 15/08/2016 24 Locomoção Bacteriana A motilidade permite que as células alcancem regiões diferentes de seus ambientes. A movimentação para uma nova localização pode oferecer à célula novos recursos, representando a diferença entre viver e morrer. Estrutura e movimentação do flagelo Os flagelos permitem o movimento natatório; Não são retos exibem morfologia helicoidal; O filamento dos flagelos é composto por várias cópias de flagelina; Movimenta-se por rotação, similar a hélice de um barco; A base do flagelo é estruturalmente distinta do filamento o gancho, que é composto por um único tipo de proteína e conecta o filamento a porção motora na base; O corpo basal (que ancora-se à parede e à membrana) possui um bastão central que atravessa uma série de anéis; O conjunto de proteínas Mot (que circundam os anéis C e MS) é ancorado à membrana plasmática; As proteínas Fli atuam como um alternador (revertendo a direção de rotação do flagelo); A energia necessária à rotação do flagelo é oriunda da força próton motriz (retorno dos prótons ao citoplasma por meio das proteínas Mot). 15/08/2016 25 Estrutura e movimentação do flagelo Locomoção Bacteriana 15/08/2016 26 Locomoção Bacteriana Taxia 15/08/2016 27 Unidades repetitivas (em sequência) de isopreno Diferenças de Archaea Ácidos graxos Covalentemente ligadas Diferenças de Archaea São bastante resistentes à alta temperatura 15/08/2016 28 Diferenças de Archaea
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