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Equilíbrio ácido base 08

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Fundamentos do Equilíbrio Ácido-Base
	
PARTE 8
	
ACIDOSE RESPIRATÓRIA
OBJETIVOS: Descrever a acidose de origem respiratória e suas principais causas. Analisar as consequências do acúmulo de dióxido de carbono e ácido carbônico no sangue. Analisar os resultados da gasometria arterial na acidose respiratória. 
CONCEITOS GERAIS
Os quatro grandes distúrbios do equilíbrio ácido-base são de origem respiratória ou metabólica. Os distúrbios de origem respiratória decorrem de alterações da eliminação do dióxido de carbono (CO2) do sangue, ao nível das membranas alvéolo-capilares.
A redução da eliminação do dióxido de carbono nos pulmões, faz elevar o seu nível no sangue; em consequência, eleva-se o nível do ácido carbônico. Há maior quantidade de íons hidrogênio livres no organismo e o pH cai. O distúrbio resultante é a acidose respiratória.
A quantidade aumentada de dióxido de carbono no sangue, em consequência da redução da sua eliminação é denominada hipercapnia.
A acidose respiratória é, portanto, consequência de alterações da ventilação pulmonar, caracterizadas por hipoventilação pulmonar e insuficiência respiratória.
A acidose respiratória pode estar relacionada a alterações de diversas naturezas que comprometem a adequada eliminação do dióxido de carbono produzido pelo organismo. As alterações podem ser do sistema nervoso central, da caixa torácica ou do parênquima pulmonar. As alterações do sistema nervoso que deprimem a função respiratória são relativamente comuns nas unidades de emergência e, em geral, são de fácil identificação.
CAUSAS DE ACIDOSE RESPIRATÓRIA
A acidose respiratória é consequência da insuficiente eliminação do dióxido de carbono nos alvéolos pulmonares. Como a eliminação do dióxido de carbono depende fundamentalmente da ventilação pulmonar, as condições que geram hipoventilação pulmonar, são causas de acidose metabólica.
A hipoventilação pulmonar pode ser produzida por diversos tipos de alterações, como:
Alterações do sistema nervoso que podem dificultar a respiração: 
	traumatismos crânio-encefálicos, 
	intoxicações exógenas, 
	comas de qualquer natureza, 
	resíduo de drogas depressoras, 
	lesão medular, 
	lesão do nervo frênico, 
	bloqueadores neuromusculares. 
Alterações tóraco-pulmonares: 
	obstrução das vias aéreas altas, 
	atelectasias, 
	pneumonias extensas, 
	derrame pleural, 
	pneumotórax extenso ou hipertensivo, 
	afogamento, 
	traumatismo torácico, 
	hipercapnia permissiva. 
Os traumatismos crânio-encefálicos, o coma barbitúrico e outros tipos de coma podem produzir insuficiência respiratória por alterações do controle neuromuscular da respiração ou por interferência com a função do centro respiratório.
ALTERAÇÕES DA FISIOLOGIA
O distúrbio primário da acidose respiratória é a redução da eliminação do dióxido de carbono ao nível das membranas alvéolo-capilares dos pulmões. O CO2 acumulado no sangue mantém elevada a quantidade de ácido carbônico e de íons hidrogênio livres. O hidrogênio tende a penetrar nas células em troca pelo potássio, que aumenta seu valor no plasma nas primeiras horas do início da alteração. Os rins procuram eliminar o máximo de íons hidrogênio, que tornam a urina excessivamente ácida.
QUADRO LABORATORIAL
	
	
Figura 18. Representa as alterações laboratoriais da acidose respiratória. 
Os resultados da gasometria arterial permitem o diagnóstico da acidose respiratória:
1. O pH está baixo (inferior a 7,35);
2. A PCO2 está elevada (acima de 45mmHg).
A associação daquelas alterações do pH e da pCO2, permitem o diagnóstico da acidose respiratória, conforme ilustra a figura 18.
Em geral, nos distúrbios agudos a reserva de bases (bicarbonato real) é normal.
COMPENSAÇÃO DA ACIDOSE RESPIRATÓRIA
A acidose respiratória em geral é um distúrbio agudo que pode ser grave e rapidamente fatal. Casos de enfisema pulmonar e outras doenças crônicas do parênquima pulmonar, podem desenvolver graus leves de acidose respiratória crônica, cuja duração permite compensação relativamente eficaz. A retenção crônica de dióxido de carbono, aumenta o teor de ácido carbônico do organismo. Os rins eliminam íons hidrogênio e retém os íons bicarbonato, o que aumenta a reserva de bases e mantém o pH nos limites normais ou muito próximo deles. Infecções respiratórias podem descompensar estes pacientes levando-os a grandes aumentos da PCO2 e grandes quedas do pH resultando em acidose respiratória crônica agudizada.
TRATAMENTO DA ACIDOSE RESPIRATÓRIA
O tratamento da acidose respiratória depende da causa e da severidade do distúrbio. Em linhas gerais, contudo, o tratamento consiste de medidas para estimular a ventilação pulmonar que vão desde o incentivo à tosse e eliminação de secreções bronco-pulmonares até a entubação traqueal e ventilação mecânica.
Um plano adequado de toilete bronco-pulmonar e fisioterapia respiratória são importantes medidas auxiliares que, em certas circunstâncias podem contribuir para reduzir a necessidade de ventilação mecânica.
A ventilação mecânica, quando utilizada, deve ser cuidadosamente conduzida e monitorizada. A ventilação mecânica inadequada também pode ser causa de hipoventilação e retenção de dióxido de carbono, com produção de acidose respiratória.
RESUMO DA PARTE 8 
Os distúrbio do equilíbrio ácido-base podem ser de origem respiratória ou de origem metabólica. A eliminação respiratória do dióxido de carbono é o grande regulador da concentração do ácido carbônico no organismo. Quando a eliminação do dióxido de carbono nos alvéolos pulmonares está reduzida, o CO2 se acumula no sangue e, em consequência, aumenta a quantidade de ácido carbônico e de íons hidrogênio livres. Estas circunstâncias originam a acidose de natureza respiratória.
Devido à maior quantidade de íons hidrogênio livres o pH se reduz. Os valores do pH inferiores a 7,35 caracterizam a existência da acidose.
O acúmulo do dióxido de carbono no sangue é representado pela elevação da sua pressão parcial (PCO2). Quando a PCO2 supera 45mmHg, configura a natureza respiratória da acidose.
Em geral os quadros de acidose respiratória são de instalação rápida; não há tempo para que os mecanismos de compensação sejam eficazes.
O tratamento da acidose respiratória consiste de medidas destinadas a estimular a ventilação pulmonar e inclui estímulo à tosse, toilete bronco-pulmonar, fisioterapia respiratória e ventilação com respiradores mecânicos.
Quando a acidose respiratória é leve e causada por doença pulmonar crônica, a compensação renal consiste em reter íons bicarbonato, aumentando a reserva de bases e normalizando o pH.
	
	
 
	
 
	
 
	
 
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